Pautando Narrativas
Por Laís Semis
Hoje dei umas moedas pra um cara usar crack. É - não foi assim que ele pediu o dinheiro mas, estando no meio da Cracolândia bauruense, poucos poderiam ser os fins desses trocados.
Não sei se muitas pessoas tem conhecimento sobre essa área da cidade (que costumava ser uma parte importante da economia local) e o que vem ocorrendo com ela. Hoje, na Estrada de Ferro Noroeste do Brasil apenas cargas costumam passar por ali diariamente e, uma vez por mês, a Maria Fumaça corre carregando passageiros para um passeio de domingo.
Foto por Renan Simão |
As casas habitadas em uma das margens dos trilhos trazem um olhar desesperançoso combinado ao mesmo receio do seu entorno; o crack. Um portão trancado com um cadeado e arame enfarpado dividem construções funcionais e bem cuidadas de uma realidade coberta pelo abandono.
Chegamos aqui num pulo pelo centro da cidade.
Assim, tão perto.
A proposta era praticar as técnicas concentradas na Oficina da noite anterior em um discurso fotográfico, “trabalhando o técnico para fortalecer a narrativa”. Rafael Vilela, gestor de Poéticas Visuais do Fora do Eixo, ministrou a Oficina de Fotografia da SEDA Bauru 2012 e acompanhou o passeio na descoberta de pautas por Bauru. Um visitante que serviu de guia para descobrir onde se escondem as pautas e as narrativas na Cidade Sem Limites.
Os conhecimentos técnicos, Rafael deixou ao encargo de um simulador virtual. O que ele trouxe consigo mesmo e abriu foram as experiências que a Rede Fora do Eixo vem tendo com coberturas quase instantâneas não só de eventos culturais, mas de causas sociais por todo o país, permitida pela tecnologia. “A possibilidade da gente ter a primeira foto e com a melhor qualidade nunca foi tão possível”, comenta Rafael que segue com mais um módulo prático da Oficina de Fotografia às 18h, acompanhando a programação da SEDA, com o Banho de Mídia.
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