Texto por Jessica Mobílio
Fotos por Wilian Olivato
Fotos por Wilian Olivato
Sinta o ‘Chão’ que te sustenta!
Esqueça-se das letras por um
breve instante. Concentre-se na melodia, nos ruídos orgânicos e nas batidas
eletrônicas em cadência. A sonoplastia da turnê ‘Chão’, o mais recente trabalho
do músico Lenine, surpreende os fãs mais assíduos. As intervenções sonoras: canto de pássaros, barulhos de cigarras e sons cotidianos entraram na base musical. Os instrumentos de corda são colocados em primeiro plano, sem a
presença de percussão. Os equipamentos eletrônicos, computadores e afins ficam
responsáveis pela junção de toda a carga sonora.
Voltemos às canções que são
verdadeiras poesias, inspiradas em contrastes sociais e manifestações
culturais. Lenine é reconhecido por essa faceta. Há quem não goste dessa música tão densa (às vezes pouco compreendida a fundo) ou simplesmente pela
falta de afinidade. Segue o depoimento de quem assistiu Lenine e Banda/ Lenine e Bauru. Chegamos a 23 de maio, uma quarta-feira. Ginásio do
Sesc Bauru lotado. Foram 24 músicas, quase duas horas de balanço tímido para
alguns e efervescente para outros.
Aquele habituado a presenciar
shows mais enérgicos do cantor, encontrou um palco intimista. Isso mesmo, três
pessoas com os pés na terra (quase isso) sob a pouca luz amarelada. E para quem
esperava pelas velhas canções, escutou outras versões. Como em “Leão do Norte”,
mas não perdeu a chance de cantar em coro “Paciência”, umas das letras mais
famosas do compositor.
Três gerações: jovens, adultos e idosos
acompanhavam a apresentação, cada um a seu modo. Agarrando-se naquela canção
como uma memória, trilha sonora de filme ou novela. Com o grau intimista, as pessoas foram tomadas por experiências individuais (aos poucos se tornou coletiva) numa tentativa de se conectar ao show e ao final palmas.
Sabe a história do falar
cantando? Foi assim que Lenine interagiu com o público. “Assim nesse clima
quente, no espaço e tempo presente, meu canto eu lanço...”. Ressalva para os fãs que cantaram todas as letras, desde
“Isso é só o começo” e “Chão” do disco mais recente a uma passagem rápida pela carreira de Lenine. Dentre as músicas da vez, “acredite ou não” de 1992,
foi o ponto alto.
"Agradecimentos ao Sesc Bauru, a equipe de produção, a minha banda e ao público que compareceu". E como de costume, a última antes de partir. Eu que agradeço pela noite.
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