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Enquanto Freud explica as coisas, o Fora do Eixo fica fazendo rock

26 de novembro de 2011
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Texto por Luís Morais
Captação e Edição de Imagem por Eduardo Kenji

[a saga de Luís Morais começa aqui: Ato 1 - Ato 2]

Ato 3

Ressaca não é a palavra da vez. Na música, nunca deve ser. Domingo, outro show dos Rélpis. Em cenário diferente: no Freud Explica Bar, esse em Porto Ferreira. E antes de falar do show, tenho que destacar a decoração do lugar.

Logo na entrada, você percebe um fumódromo bastante acessível, com uma simples barreira separando-o da rua. E lá dentro é ainda mais interessante. As mesas estão todas com tampinhas de cerveja de todas as marcas que você possa imaginar. Tem futebol de botão, camisas de futebol, até um kart pendurado na parede. Além de quadros com fotos de Beatles, Elvis, e até a capa de um disco da Beth Carvalho.

E aquilo era um bar pedindo uma banda pra tocar. Nesse sim, independente de onde você ficar, teria uma boa visibilidade. E a acústica era bem melhor.

Enfim, chega, eu vim falar de música. E novamente estava eu lá, vendo os Rélpis tocarem. Era o mesmo show? Claro que não. Eles tocaram as mesmas músicas, mas desta vez tinha pés descalços e um figurino ainda mais tropicalista. E teve até grito de gol. Tava tendo jogo do Corinthians no momento e saiu gol do Adriano. Caiubi não hesitou: comemorou no meio da música.

A maior característica do grupo é lidar com suas influências dos anos 60 durante a mesma música. É ir de Roberto Carlos a Caetano, de Beatles a Gilberto Gil num piscar de olhos. Ou melhor, num contra tempo. Uma outra batida no chimbal, uma escala no baixo, e a canção toma outros ares. Sem tirar a identidade da própria.

O show dos Rélpis acaba com todos os integrantes tocando percussão, diferente da noite anterior. Músicas ainda não lançadas, como “Sua Manta”, também foram tocadas. E quando os caras de Araraquara saíram do palco, vinha uma bela surpresa pela frente.



Da mesmo Porto Ferreira, o Cadillac Rosa entrava no palco com um rock'n roll do mais clássico. Um rockabilly nostálgico, com direito a Elvis Presley, Chuck Berry e até canção própria (Dia de Rock). O baterista surpreendeu a todos aqueles que esperam alguém sentado tocando. Rick Pinhão tocou de pé mesmo, só com o bumbo, caixa, e dois pratos: o de ataque e o de condução. Demir destruía nas linhas de baixo, e Ton White não precisava imitar voz de Elvis ou algo do tipo para ficar legal. O som dos caras era bom por si só.

Com direito até “Minha Fama de Mau” do Rei Roberto Carlos, até um mendigo que estava próximo do Freud Explica curtia o som. Era difícil ficar parado.

A boa notícia saiu do dono do bar, Otávio. O Noite Fora do Eixo foi apresentado a ele, e aceito. Entretanto, não será exatamente uma “noite”, e sim uma “tarde”, como foi nesse domingo. Um lugar que já tentou jazz com as sextas (com direito a stand-up), oferecer mais alternativas de cultura é uma ótima opção.

E assim se encerra um final de semana que, no futuro, poderá ser marcante, especial. Que poderá ser fundamental para que Porto Ferreira e Pirassununga tenham, acima de tudo, cultura de todos os tipos – não só musical – para sua população.

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Pé na Estrada | Músicas próprias, lasanha e anos 60. E um público satisfeito

24 de novembro de 2011
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       Fotos  por Eduardo Kenji
Texto por Luís Morais

Ato 2


[a saga de Luís Morais começa aqui: Ato 1]


17 km separam Porto Ferreira de Pirassununga. Suficiente para que se tornem parceiras culturais. Exceção a um maldito pedágio meio a esse trajeto, só você botar umas músicas no carro, bater um rápido papo e vai de uma cidade para outra em três piscares de olhos.

Chegando em Pira, a cidade capitaneada por edifícios horizontais e praças desertas sediava o Bodeguita Bar, lugar conhecido da população local. Há 15 consecutivos anos na ativa, 12 na localização atual, o Bodeguita impressionava pelo fato de ser um prédio antigo, mas muito bem conservado. Entretanto, não era o local mais perfeito para uma banda tocar: uma parede enorme atrapalhava grande parte da visão de quem preferia ficar sentado numa mesa ou queria ir ao bar. Sem contar a acústica da casa, que deixou o som difícil de equalizar e não lá o dos melhores.

E não era só isso. O maior desafio para Os Rélpis e para o Nemphis Belle era outro: tocar suas músicas próprias e conseguir agradar um público “acostumado” a ouvir covers. Um público que sentava na mesa da frente e fica no pé da banda “essa, toca essa, essa”. A conjugação do verbo “sentar” no passado, felizmente, foi certeira.


23:34. Galera dispersa, deliciando-se de uma incrível lasanha – uma ótima dica a quem for lá – e conversando sobre corriqueiros assuntos. Em meio a um momento não lá dos mais adequados para começar a tocar, com gente ainda na portaria chegando, Os Rélpis assumem suas posições no palco e começam o show. E tudo muda.



O repertório recheado do segundo disco da banda de Araraquara, o “Do Fruto, o Escracho Monumental Caramelizado”, chamou a atenção de todo o público logo de cara. Eu estava sentado do lado de fora, numa visão outrora privilegiada de ver a banda. Tive que me levantar. A galera parou na porta, se acomodando do jeito que dava para curtir o som e a performance dos Rélpis.



Além da própria música, os músicos também chamavam a atenção. Conrado é o primeiro baterista que não usa tom que já vi tocar – e isso nem um pouco o prejudica, pelo contrário. Bortô, Barone e Caiubi comandavam a melodia da música e deixavam Garboso fazer um espetáculo a parte, através da sua voz e de ser um baita front-man (não daqueles que precisa chamar o público para bater palmas ou algo do tipo, mas sim dos que prendem a atenção de quem está lá por si só).

E se eu fechasse os olhos, poderia me imaginar tranquilamente na década de 60. Já que a psicodelia tropicalista dos Rélpis, ao se encerrar exatamente as 0:36, deram lugar ao Nemphis Belle, banda de Porto Ferreira. O conjunto também começou com músicas próprias, tocando 10 delas, e surpreendendo novamente o público presente, que continuava curtindo.

Mas desta vez, os anos 60 iam para as terras americanas, uma influência forte e interessante de bandas como Rolling Stones e The Who. Com linhas de baixo potentes e músicas bem feitas, o Nemphis não era caracterizado somente pelo som, mas também pelo figurino. Até o guitarrista Zinho Pereira se rendeu e pela primeira vez botou um terno e gravata.

Quando era 2:02, Leo Thomazin anunciou que era a próxima música seria a última. E se você não acredita naquela crença de que hora e minutos iguais é para você fazer um pedido, pode começar a acreditar. A galera pedia mais. E a última foi somente a última das autorais. A Nemphis Belle continuou o show, agora com covers. Com direito até a participação no trompete do Bortô, do Rélpis.

E até uma improvisação de “Layla” saiu nesse final. O saldo para um pouco mais de 100 pessoas presentes certamente foi surpreendente e positivo.



Para quem foi somente curtir um som, viu duas bandas mostrarem suas próprias canções e prenderem suas atenções. Se não oficialmente, foi certamente uma noite fora do eixo. Reproduzida uma vez em Pirassununga, e agora na expectativa de que “crie filhos” e aconteça com cada vez mais frequência.

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Festival Cacoffonia

8 de março de 2011
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Mini doc sobre o Cacoffonia, festival de artes integradas e recepção de calouros que aconteceu no Bosque da Unesp Bauru no dia 24/02/2011.
produção e captação: Ana Carolina Sá, Bruno Ferrari, Diogo Azuma, Eduardo Porto, Leonardo Portes e Patricia Maita
edição: Diogo Azuma


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