Texto por Luís Morais
Captação e Edição de Imagem por Eduardo Kenji
Captação e Edição de Imagem por Eduardo Kenji
Ato 3
Ressaca não é a palavra da vez. Na música, nunca deve ser. Domingo, outro show dos Rélpis. Em cenário diferente: no Freud Explica Bar, esse em Porto Ferreira. E antes de falar do show, tenho que destacar a decoração do lugar.
Logo na entrada, você percebe um fumódromo bastante acessível, com uma simples barreira separando-o da rua. E lá dentro é ainda mais interessante. As mesas estão todas com tampinhas de cerveja de todas as marcas que você possa imaginar. Tem futebol de botão, camisas de futebol, até um kart pendurado na parede. Além de quadros com fotos de Beatles, Elvis, e até a capa de um disco da Beth Carvalho.
E aquilo era um bar pedindo uma banda pra tocar. Nesse sim, independente de onde você ficar, teria uma boa visibilidade. E a acústica era bem melhor.
Enfim, chega, eu vim falar de música. E novamente estava eu lá, vendo os Rélpis tocarem. Era o mesmo show? Claro que não. Eles tocaram as mesmas músicas, mas desta vez tinha pés descalços e um figurino ainda mais tropicalista. E teve até grito de gol. Tava tendo jogo do Corinthians no momento e saiu gol do Adriano. Caiubi não hesitou: comemorou no meio da música.
A maior característica do grupo é lidar com suas influências dos anos 60 durante a mesma música. É ir de Roberto Carlos a Caetano, de Beatles a Gilberto Gil num piscar de olhos. Ou melhor, num contra tempo. Uma outra batida no chimbal, uma escala no baixo, e a canção toma outros ares. Sem tirar a identidade da própria.
O show dos Rélpis acaba com todos os integrantes tocando percussão, diferente da noite anterior. Músicas ainda não lançadas, como “Sua Manta”, também foram tocadas. E quando os caras de Araraquara saíram do palco, vinha uma bela surpresa pela frente.
Da mesmo Porto Ferreira, o Cadillac Rosa entrava no palco com um rock'n roll do mais clássico. Um rockabilly nostálgico, com direito a Elvis Presley, Chuck Berry e até canção própria (Dia de Rock). O baterista surpreendeu a todos aqueles que esperam alguém sentado tocando. Rick Pinhão tocou de pé mesmo, só com o bumbo, caixa, e dois pratos: o de ataque e o de condução. Demir destruía nas linhas de baixo, e Ton White não precisava imitar voz de Elvis ou algo do tipo para ficar legal. O som dos caras era bom por si só.
Com direito até “Minha Fama de Mau” do Rei Roberto Carlos, até um mendigo que estava próximo do Freud Explica curtia o som. Era difícil ficar parado.
A boa notícia saiu do dono do bar, Otávio. O Noite Fora do Eixo foi apresentado a ele, e aceito. Entretanto, não será exatamente uma “noite”, e sim uma “tarde”, como foi nesse domingo. Um lugar que já tentou jazz com as sextas (com direito a stand-up), oferecer mais alternativas de cultura é uma ótima opção.
E assim se encerra um final de semana que, no futuro, poderá ser marcante, especial. Que poderá ser fundamental para que Porto Ferreira e Pirassununga tenham, acima de tudo, cultura de todos os tipos – não só musical – para sua população.
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