O grito começou: Segunda parte

28 de fevereiro de 2011
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Era o segundo dia de Seletiva. Pra mim, que não estive no primeiro por motivos técnicos- meteorológicos, a estréia. Um público a vontade esperando que a primeira banda entrasse no palco e mostrasse o quão eclética podia ser a noite de Seletivas entre seus rocks, reggaes e blues.

Estação Primeira de Bluseira
Um som familiar começa a evadir- se do palco. “Punk Bresters?” Não, cara. É o Verídico mas essa é outra pegada. O Estação Primeira de Bluseira é muito mais do que o nome sugere, é mais que samba com blues é um...”Qual é o seu estilo de repertório, Verídico?” Ele complica “Na verdade, a gente toca o que a gente gosta.”
Entre solos de flauta (!) e gaita escorregadias Verídico, Ricardo, Danilo e Fabrício mostravam em suas referências um gosto vindo do popular que vem de BB King a Jorge Ben, de Chico Buarque a Eric Clapton, como se viajassem do Bronx pra Lapa num piscar de olhos. Depois da surpresa, sem espanto vem uma homenagem autoral a Raul Seixas. Nada mais justo.
Entre músicas nacionais e internacionais, um público exaltado, e contido entre gritos e sussurros e um backing vocal a La Ray Charles as referências não param de surgir do palco. Uma citação a Tim Maia, Doors tímido em um “Light my fire” na camiseta do vocal, óculos verdes a La Bono Vox, olho grego e Heineken na mão.
“A gente não arrasou com a galera, mas aqui eu vi que tem muita gente que conhece a banda.” Conta Verídico como se justificasse as poucas palmas a cada música que não pareciam mostrar menos entusiasmo de um público que já se esbaldou com seu som nas repúblicas mais fervorosas de Bauru seja como Estação Primeira ou como Punk, seja com seriedade de artista seja com devaneio rock star.
No intervalo momento de lotação no fumódromo e frustração no bar- poucas opções de cerveja em um cardápio repleto. Vi coisas estranhas. Mais estranhas do que um imã gigante no teto do Jack Pub em que tampinhas subiam compulsivamente auxiliadas pelo barman. O mais anormal foi ver na pista três pessoas engravatadas com monitores na cabeça. “WTF?”. Só falando com os responsáveis pra saber. Mas voltemos às bandas.

DOS
Uma sombra misteriosa projetada por trás do palco mostrava as silhuetas frenéticas dos músicos e causava dúvida sobre sua origem luminosa. Na verdade não era sombra, mas seus contornos em reboliço, com um leve delay davam um sentido a movimentação.
Esse foi o resultado da performance da banda DOS após um início dramático- em que os músicos ficavam de costas - e de gritos que vinham das profundezas de uma garganta já judiada.
Eram vocal, baixo, guitarra e bateria como era de se esperar e como quase sempre é, mas dessa vez o público foi mais delirante e como num “ola” balançaram juntos suas cabeças frenéticas .
Eles pareciam ter um público cativo, apesar do rock específico. O Trash Metal deve mesmo agradar os bauruenses. Finalizaram com um elogio a estrutura e ao som, provavelmente ótimo vindo da experiência de shows undergrounds falidos que músicos em começo de carreira se sujeitam a todo momento.
No camarim, Satã, Leandro, Vitor e Cowboy. As caras simpáticas e as roupas não em demasia pretas não davam a pretensão de que a paulera do palco vinha dali. “Nível das bandas tá excelente!” diz o guitarrista orgulhoso. “Sem preconceito!”, conta após uma tentativa de definição da sua música, “A gente não define nosso som. Grind Core, Trash Metal, Rock anos 90...” Explica o baixista Leandro.
Novamente, os monitores agora menos formais entram entre o público na hora da troca de bandas. Os computadores dramáticos agora com uma mulher entre os seus começam a interagir com o público enquanto um deles faz um pole dance frígido e abrangente no meio da pista.

Kaspar Horse
No mesmo intervalo e cansada de tantos monitores encontrei a Amanda. Sim, a Amanda fotografa do Enxame. Era ela a próxima a subir no palco pra cantar e tocar baixo, mas não mostrava preocupação. Perguntei qual era a diferença dessa banda pra Bonequinho, a outra banda de som pesado que eu já conhecia pelo namorado dela. “Ah, nessa aqui eu canto e ele toca batera.” Entendi.
No palco duas mulheres. Amanda e uma guitarrista com cara de menininha que não mostrava nenhuma doçura na hora de incendiar a guitarra, como numa meiguice subversiva. A língua ininteligível do Guitar Rock mostrado por elas (e eles), tinha aquele estereótipo trejeitado de bandas de rock. Cabelo na cara, roupas pretas, mãos frenéticas, mas o público parecia um pouco mais parado.
No fim da apresentação a notícia “Vocês ainda tem 5 minutos”. Uma saidera improvisada com sensação de repetência foi o resultado. Amanda fez o que queria, não mostrou preocupação com ganhar ou perder aquela noite “Vejo como uma oportunidade de tocar, na real. Mais espaço.”
No intervalo o dj colocava de Smahing Punpkins a The Monkees. Tudo dependia da banda que saia do palco e da vibe que ficava na galera.
E mais uma vez ali estavam os monitores aguçando minha dúvida sobre qual a sua pretensão com aquilo. Agora mais voluptuosos e mais unidos portando algo parecido com uma placa de CPU. Dois monitores brigam por ela numa cena grotesca de novela mexicana.
Tinha chegado a hora de saber qual era a deles. Falei com dois dos atores da apresentação e fui clara “O que vocês queriam com isso?” As respostas foram rápidas e subjetivas. Renato e Laís me explicaram que a Embaixada de Marte (não gostam de se identificar como grupo ou companhia) fizeram esse performance exclusivamente pra seletiva, mas não era a primeira vez deles em eventos dessa área. Na quinta- feira estiveram no Cacoffonia (festival promovido pelo Centro Acadêmico de comunicação da Unesp) com uma proposta parecida. Eles são ex-integrantes do grupo Solar e obedeceram a proposta de integração das artes tão difundidas nesses eventos.
“É uma cena extra-cotidiana, a gente queria a quebra da normalidade. Causar a reflexão. Mostrar dessa forma o pensamento quadrado, o senso comum das aparências contra o grito. O que as pessoas fazem para se enquadrar.” Espero que dessa vez todos tenham entendido.

Samanah
Quando a última banda subiu no palco a música não começou logo. “Galera, problemas técnicos! Alguém pode emprestar uma guitarra?” Demorou, mas a guitarra chegou e o público que implorava foi ao delírio como nunca nesta noite. “Fudeu os cara, só os parceiro vão volta.” Sugeriu um expectador inexperiente. Ledo engano. Quem tinha se dispersado voltou logo que a música começou.
Era reggae mesmo. No grito Rock, era reggae. E era legal. Parecia show exclusivo, o público exaltado se concentrou na frente da banda e até aumentou o calor do lugar, que por algum motivo começou a abrigar beijos simétricos na pista.
Os instrumentos eram basicamente os mesmos, mas agora com uma percussão conduzida com um chapéu peruano. O som limpo e simpático vem logo. Após a introdução instrumental: “Boa Noite, nós somos a banda Samanah.”
O vocal agradecia a todo o momento a empolgação e merecia o agradecimento. No fim um Samba Rock fechava a noite, que só terminou pelas regras da disputa não menos questionadas pelo público insaciável pedindo bis que exclusivamente acometeram o Samanah, seguidos de vaia à reprovação do pedido. As pessoas só saíram da pista quando a cortina baixou e ainda assim, consternados.
Já aliviados e inflados com o sucesso da apresentação os caras estavam em êxtase no camarim, a galera do Enxame já estava lá e eu não pude deixar de perguntar como numa seletiva pro Grito Rock uma banda de reggae foi tão aclamada. “É uma mistura, o reggae é a nossa escola, mas tem de tudo e deu nisso.” A banda fala simultaneamente esclarecendo um pouco.

Como era de se esperar o público não mente na empolgação. No fim da noite o anúncio dos dois vencedores da seletiva. Muitas pessoas já tinham ido embora como se já soubessem o resultado, outras esperavam na fila gigantesca do caixa.
Tive que sair antes do anúncio, mas da porta eu ouvi duas pessoas conversando. “Deu DOS e Samanah.” Surpresa? Um pouco. Mas o público não mentiu, vibraram e fizeram a causa da agitação ir mais longe. E vamos ao Grito Rock!
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Sociopata - Seletiva Grito Rock Bauru


Banda Sociopata em apresentação brutal pela Seletiva Grito Rock no Jack Music Pub, pena que ficou de fora!





Fotos por Amandla Rocha
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Ritmo dos sabores


                          Música de qualidade, oficinas interessantes e barriga cheia

Quem passou pela região do bosque da Unesp/bauru na última quinta-feira (24/02), além de conferir o ritmo envolvente das atrações musicais e culturais do festival CACOFFONIA, também teve a oportunidade de curtir o som de uma banda muito delicioso. Bastava um minuto de silêncio para os ouvidos mais aguçados e famintos escutarem o barulho de pastel caindo na gordura quente, o de espetinho de carne sendo colocado na chapa e o da faca cortando um apetitoso pedaço de torta vegetariana. E os cheiros? Nossa, a fome aparece só de lembrar...

Os cheiros dos petiscos das barraquinhas organizadas pelos Diretórios Acadêmicos da Universidade e por colaboradores do evento se misturavam em meio às notas musicais e chamavam a atenção daqueles que ainda não tinham almoçado ou que simplesmente buscavam um lanchinho rápido e barato.

Para quem não sabia, a compra de um pastel ajudava a promover o ENEA, o Encontro Nacional dos Estudantes de Arquitetura, que este ano vai ser em Bauru. A aluna Izabela, do 4º ano de Arquitetura, comemora sucesso de vendas, principalmente entre os calouros. “Foi uma ideia muito bacana utilizar o espaço do bosque dessa forma. Além de interagir com o pessoal, nós podemos arrecadar uma quantia, mesmo que simbólica, para os nossos projetos.” Já pessoal do DAFAE, Diretório Acadêmico da Faculdade de Engenharia, caprichou no preço dos espetinhos de carne e de Kafta, e aproveitaram para reivindicar a inflação da cantina.

Nossa que calor!!! Para refrescar nada melhor que um sorvete ou um copo bem cheio de refrigerante ou de refresco. A galera do DACEL, Diretório Acadêmico da Faculdade de Ciências, resolveu relembrar a infância e reviver um episódio clássico da televisão mundial. Fantasiados da turma do Chaves, os estudantes vendiam refrescos e adivinhem os sabores? “Limão, groselha e tamarindo”.

Lais Sandi, estudante de psicologia e membro do Diretório, revelou que a escolha pela barriquinha de refresco foi uma alternativa rentável encontrada para conseguir fundos para o Movimento Estudantil. “O refresco é mais uma desculpa para integrar o pessoal novo que está chegando e também para ajudar nos próximos eventos com aquilo que for arrecado.”
           
Para quem conseguiu resistir à mistura de sabores, teve a opção de comprar camisetas com a turma de Design, ou artigos do Enxame Coletivo, entidade parceira do evento. “Aqui a galera pode conferir o trabalho de músicos independentes, e se gostar leva a um preço de custo. O lucro é o de menos, tudo aqui é simbólico para garantir a união da galera. Se não levar um CD ou adesivo, acaba comprando um pedaço de bolo ou de torta vegetariana”, antecipa Lucas Maia, integrante do núcleo de produção do Enxame.

Se você ficou com água na boca e não pôde participar do I Festival CACOFFONIA, aguarde: o sucesso de público e na integração com a galera, principal objetivo do evento, já levam a organização a pensar em uma segunda dose. Vá juntando suas moedinhas para comprar deliciosas iguarias ou converse com a sua galera e faça a sua barraquinha. E que venha a próxima edição!

Giovani Vieira
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Embaixada de Marte no Cacoffonia

27 de fevereiro de 2011
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ação de divulgação da #SeletivaGR realizada pelo grupo Embaixada de Marte durante o Cacoffonia:


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Mais barulho, mais bagulho...

Acabei de acordar e tô escrevendo esse texto.
Ressaca.
Se pá nem acordei direito ainda...
Estou com a típica 'boca de ressaca'.
E essa é uma história verídica.
O Verídico e a Estação Primeira de Bluseira foi quem cantou essa história ontem. E hoje, eu pude entender do que ele falava.... 'A velha boca de ressaca'.


E a 'Estação Primeira' toca Raul.
E viva a sociedade Alternativa. Também fazemos parte dela. Viva!
A 'Estação Primeira de Bluseira' foi a primeira banda.

Um som muito bom mesmo. Várias referências.
Além de Raul Seixas, Tim Maia também apareceu no palco.

'We are gonna rule the world. Don't you know, don't you know'

Muito bom. Me lembrei de um grafite bem louco que tem essa frase (é ali perto do Paulistão da Nações, saca?). Tem um rato enorme dizendo essas palavras. Doido. Arranjos complexos, solos bem trabalhados, instrumentos de sopro...

De verdade, a banda está bem diferente daquela que eu costumava ouvir em festas de república... A evolução é aparente.
Conversamos sobre isso após o show...


"As festas de república foram uma grande escola, aquilo era doideira mesmo..."
Concluiu Verídico, vocalista e guitarrista da banda.

Mas antes mesmo de tudo começar, estávamos lá no camarim, trocando idéia sobre som roots e essas coisas.
'Smoke two joints'... Era a trilha sonora do momento...
Refletíamos sobre a noite.
Sabe o que é louco nessa seletiva?
Várias bandas não tinham um repertório consolidado de sons próprios.
Mas se adequaram as regras do festival e acabaram compondo novas músicas, saca?
Deixando um pouco, os covers de lado...
Pô, isso é um puta estímulo para a cena bauruense...


DOS foi a segunda banda.
Dawn Of Suffering.
Quebraram tudo. Um tapa na orelha, cara...
Um bate cabeça enorme se formou... Tava bonito de ver...Não podia ficar parado.
Foda-se. Vou entrar nessa porra...
Fazia tempo que eu não entrava num bate cabeça.
Adrenalina pura velho... Pesado mesmo...
Que merda. Na confusão, derrubei meus óculos no chão e acabou soltando a lente.
Loucura.
Agora vou ficar meio cego a noite inteira.

A miopia é uma das drogas mais pesadas que existe.
Agora, as formas e as imagens ficaram em segundo plano.
Minha audição fica mais aguçada e eu consigo surfar nas ondas sonoras de um jeito diferente.
Claro que o álcool também participa desse processo.
O foda é que a bebida não é muito barata aqui...
Ontem, a conta ficou cara demais... Acabei deixando uma grana no bar...
Por isso, hoje trouxemos uma cachaça na mochila...
Mandei um gole, olhei para a esquerda e vi um casal muito elegante, com cabeças-monitores. Eles passaram por mim.
Não é alucinação, é verdade... Que bela noite hoje.


Kaspar Horse subiu ao palco.
Umas minas muito loucas, acompanhadas por uns caras loucos também.
Um som sujo. Podre. Sombrio.
Do jeito que eu gosto.
Saíram da garagem mesmo.
Puro noise.
Cara, que pena que só duas bandas podem passar viu...

Fomos lá para o camarim, pegamos uns depoimentos, gravamos uns vídeos, alguém falou alguma coisa sobre 'tomar um doce', alguma coisa assim...

“É um role louco. É sofrido e bonito ao mesmo tempo.”
Foi o que me disse a vocalista da Kaspar.

"Improviso, desastres emocionais, experimentação, violência & paciência, no-tecnique, gonzo, sujeira, desconforto, amor & desamor e tantos outros formam o que chamamos de música “excremental”. Polua!"
Esse é um trecho retirado do My Space da banda. Acho que define muito bem.

Poluição!
Mas se você vai jogar fumaça na atmosfera é bom compensar plantando uma muda.
Sejamos conscientes...

Falando nisso, fomos lá para a área de fumantes. Sempre lotada.
Tinha bastante pulmão fumando lá.
Ascendemos um.
Não demorou muito e apareceu um maluco pedindo um 'salve'. Começamos a trocar idéia.
Ele disse que curtia mesmo era uma 'rocha'. Era um alpinista, sabe?
'No meio do caminho tinha uma pedra. Tinha uma pedra no meio do caminho'.
Mas esse não é meu caminho não... Sai fora...
E ele parecia meio gay. Tive a impressão de que ele tava tentando xavecar a gente.
Nem dei moral e já vazei dali...

Samanah foi a última banda.
Puro groove. Um som do caralho!
Muito diferente daquela antiga Samanah que fritava nos reggae e dub...
Encontrei a Laís fazendo a cobertura também... Ensaiamos até uns passos de dança pá...Da hora! Tavam tocando um skazinho...E que ska da hora. Um ska meio distorcido. Ainda vemos as influências jamaicanas na sonoridade da banda e foi justamente sobre isso que nós falamos na entrevista após o show.


Segundo eles, "o som roots sempre vai estar presente de um jeito ou de outro e que apesar das influências trazidas pelos novos membros, a herança jamaicana ainda prevalece. Acho que todo mundo aqui já curtiu bastante Bob na vida, né..." Foram algumas das palavras deles.

Tinha uma galera em frente ao palco, muitos fãs mesmo. Acabou o show e a galera começou a pedir ‘mais um'. Mas não tinha como. O combinado era que cada banda tinha no máximo meia hora de apresentação. O bis não foi aprovado, mas já tava na cara o que ia acontecer... Ganharam disparados na votação. Samanah vai tocar no Grito Rock 2011.

Faltava, agora, saber qual seria a segunda banda.
Eu vi a apuração de perto, cara. Muito louco.
Aquela expectativa.
"Um voto para 'Estação Primeira', outro voto para a DOS"
"Mais um para a DOS. Um voto para 'Estação'...
E quem se classificou foi...
DOS!
Que da hora cara! O som pesado terá um representante no Grito Rock... Muito bom.

Uns riram, outros choraram. Mas é isso memo...
Democracia é democracia...


Acabou a festa.

Vambora ae?

E fomos embora a pé (valeu Mijão pela carona).
A fome tava consumindo meu ser já...
Passaram duas viaturas... Tavam fazendo um 'remix de sirenes'...
Na verdade, eu tava meio noiado... A gente tinha 'coisa em cima', sabe... Mas de boa...
Isso tem um nome: paranoia... E, deve ser ignorada...

Na volta, paramos na casa de um grande amigo nosso.
Ele tem o apelido de Peter Toxico. Hahaha.
Lá, eu fiz o maior pastel da minha vida....Hahahaha.
Mas deu pra fritar, se é que você me entende...

Precisava comer...
Tava com muita, muita fome...
Não tinha comido nada...
Passamos no Habib's então.
Encontrei uns conhecidos lá... Os caras tavam pensando em sair sem pagar. Porra de quem foi essa idéia?... Os caras tavam muito loucos...

Tava voltando pra casa e o segurança do Habib's passou por mim correndo e gritando...
"Aqueles filhas da puta saíram sem pagar".
O Habib's tem cada promoção velho...

por João Paloso?
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E. P. de Bluseira toca Raul

"Esse cara parece o Frejat, né?", comentou a Luciana, de 22 anos, com uma amiga que tava do lado. Com um vozeirão bem grave, o vocalista Rodrigo Verídico subiu no palco triufante. Os primeiros rifs do que viria a ser um Blues, da música "God Gave You", tranquilizaram a Gabriela, também de 22 anos, "que não gosta de metal e prefere que as bandas toquem cover". O refrão de um clássico do Tim Maia Racional, "Rational Culture", fez com que ela soltasse um "Ufa!" e cantarolasse por alguns minutos.

Irônico e cheio de energia, Rodrigo comandou um repertório de sete músicas, que seriam seis - se ele não tivesse inventado a última, depois que alguém da produção o chamou falando que ainda faltavam quatro minutos.
(E aí...ele tocou mais cinco)

O momento mais aplaudido pelo público foi com a música "Toca Raul", que tem um refrão homônimo. Se eles curtem muito o Raul? "Mais ou menos", respondeu o vocalista: "nossas maiores inspirações são o Tim Maia, os Rolling Stones e o Jorge Ben Jor". Ok, mas quando eles tocaram um pouco de Raul, o povo gostou.

A banda de Bauru tem quatro integrantes e foi formada nos corredores de uma emissora de TV, em que três deles trabalham. Se um dia ficarem famosos com o Bluseira, prometem largar o trampo.

Ah, e o vocalista, é mesmo parecido com o Frejat? "Poxa...já me falaram que eu era a cara do Johnny Depp...mas do Frejat, cê tá de zueira, né?".
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Pessoas derretendo ou o videoclipe na balada

Dos momentos ápices de uma festa, gosto mais de observar quando boa parte das energias já escorreram, as pessoas estão meio ausentes, não conseguem ir embora, o copo já faz parte do figurino, o céu clareia e se mancha de roxo. Só os vencedores é que recebem o presente das nuvens, basta olhar para cima e contemplar, derreter. Because the sky is bluuueee....

Ainda antes do sol aparecer e logo após o último show da primeira noite da Seletiva Grito Rock Bauru, a discotecagem começou. Pós-punk. Rock altamente dançante. Cores e neons na semi-pista do Jack. Fui dar um rolê lá no fumódromo, encontrei uma musa (que faz stencil, serigrafia, curte cultura urbana, mas ganha a vida como bancária, charmosíssima, capoeirista), várias bitucas, bocas esfumaçadas e vários papos sobre música, sobre a noite. Atravessei o vidro de volta.

E a juventude estava lá. Nem todos exatamente. A balada claramente caminhava para o fim. Mas não para aquelas dez, doze, quinze pessoas que pareciam multidão, se divertiam, viviam a música intensamente na pele, transpirando todo o tabaco, álcool, rock e as notas musicais que ficaram impregnadas, como num videoclip real. Agora que a gente tem que ligar a câmera, cadê o Japa? - lançou no ar o João Guilherme. Olhei de novo e fui lá perto sentir, ameacei, mas precisaria da loucura de um ácido, estava cansado, a cena, porém era inédita, nunca antes na estória deste coletivo. Que benção, alternando a viagem entre as cores das luzes e a projeção no telão, com a discotecagem, mandavam dancinhas tortas, dancinhas derretidas, compassos de balé e de rock, air guitars e mais uma porção de cirandas e danças saborosas. O poder da música, power to the people. Fazia todo sentido agora, Jonh.

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O grito começou: primeira parte

26 de fevereiro de 2011
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A chuva chegou atrasada e esperou para cair somente depois da primeira banda subir ao palco. Para alguns era um reles concurso de bandas em que a garrafa de cerveja e os flertes valem mais que o som. Para outros (principalmente os fãs das bandas participantes) era o primeiro passo daquela banda que você é amigo chegar mais longe, ser conhecida, famosa. Foi nessa vibração que as Seletivas do Grito Rock Bauru começaram.

Overturn
A discotecagem se prolongou por mais alguns minutos e a apreensão dos fãs já era evidente quando as últimas afinações foram deixadas nos conformes. Enfim, a primeira banda a subir ao palco foi a Overturn. Começou com um chiado, mas depois de uns quinze segundos de preocupação para os fãs, o problema foi resolvido. Barulho pesado combinando com melodias que eram conduzidas por dois vocalistas, uma garota na cantoria um tanto delicada e um cara seguia com gritos quase guturais.

“Teve uma menina na plateia que, do nada, apagou o cigarro e começou a gritar mesmo antes da banda tocar, que louca”, dizia uma espectadora que não desperdiça nicotina.

“Olha a idade dos caras, devem ter quinze anos. Se eu tocasse assim nessa idade, estaria feliz. Ah, e o baterista é um polvo”, um cara animado com o som e nostálgico.

Era um bom começo. O festival estava apenas começando. E no final, algo os esperaria. (...suspense).

Londres
“Som cover, não sabia que podia. Pô, mas é legal”, o autor desse texto disse isso.

A banda Londres abusou dos covers. Foram apenas duas músicas autorais. No entanto, foi a banda que fez mais os pés da galera baterem no chão. Totalmente indies, Londres soltou “clássicos cool” de festas de república: Take me out, Juicebox, Cigarrete Smoke.
   
A música própria que chamou mais a atenção foi uma que contava a história de um cara que roubou o uísque do pai. É, fiquemos com os covers.

Sociopata
As camisetas flaneladas deram lugar às pretas quando Sociopata se apresentou. Foram uma banda que agradou os não-fãs, aqueles que estavam ali apenas por estar ali. O som mais pesado da noite. O que antes só se via bater pé com um som dançante, agora se viam cabeças cabeludas indo para cima e para baixo.

Conrado Martins, baterista da Banda Rélpis e uma figuraça, escolheu a Sociopata com a banda favorita da noite, mas sem muito aprofundamento [risos].

“Gostei dessa última aí. Tem um som legal”. Após minha insistência na pergunta, ele responde:
“Ah é bem legal, sei lá. Tipo... sabe... é legal.”

É, legal mesmo.

Supersônica
Não eram nem duas e meia da manhã e o Mijão, gestor do Enxame Coletivo, já dizia que o show ia acabar cedo. Foi justamente neste momento que a Supersônica mostrou seu som. Banda mais conhecida da noite e carta marcada nos shows de Bauru, a Supersônica conseguiu o que as outras bandas não conseguiram. São pesados, mas pops. Os riffs eram pesados, mas contagiantes. Foi boa para os ouvidos da grande maioria, mesmo quando ninguém conhecia a música.

“Essa música se chama Isabela e ninguém vai saber se errar por que ninguém conhece”, disse o vocalista do grupo.

Ninguém conhece, mas é boa. Ao final do show, todos sabiam que a supersônica teria seu lugar no Grito Rock.

No fim, passaram para o Festival Grito Rock as bandas Supersônica e Overturn. Alegrias das bandas à parte, a cena que mais destoou no Jack Bar ontem, foi de Marisa de Borges, mãe do vocalista da Overturn, o Gah Góes. No meio do tumulto da saída do bar, uma cara cansada e não acostumada a madrugadas em claro se sobressaia. Os membros da banda já mandavam mensagens de agradecimento no celular quando Marisa, sentada à mesa, os esperava para ir embora e descansar, com um alívio no rosto.

De alguma forma, foi o que vi no rosto dos Enxames ao final de tudo. Cansados e confiantes. E claro, sabendo que hoje teria mais.

Renan Simão

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#CACOFFONIA

Texto por Laís Semis

Fotos por Diogo Zambello

“Adorei. Super legal a iniciativa do CACOFF (Centro Acadêmico de Comunicação Florestan Fernandes). Tem que acontecer mais vezes, esse tipo de evento aproxima os alunos faculdade e foi super cultural, foi demais, de verdade. A galera tá de parabéns, façam mais vezes! Não foi um evento exclusivo da FAAC (Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação), tinham alunos da FEB (Faculdade de Engenharia de Bauru) e da FC (Faculdade de Ciências) também... é o tipo de coisa que aproxima os cursos”, disse Camilla Scherer, do 2º ano de Jornalismo.

Mas não foi só ela que disse algo assim sobre o CACOFFONIA. Foram só elogios de todas as partes. Sob vinis pendurados por barbantes laranjas em árvores e colados em postes de luz, entre um carrinho de sorvete e outras barraquinhas de comidas, refrescos e CDs, uma galera com câmeras e pés dançantes pra lá e pra cá, rolava o CACOFFONIA em som alto no meio do Bosque, numa quinta-feira de céu meio cerrado em cinza, sob ameaça (que ninguém ligava) de chuva.


E a impressão de quem acaba de chegar a Unesp Bauru, foi mais ou menos como a de Ricardo Oliveira, bixo de Jornalismo. “Achei muito legal a articulação do CACOFF com os alunos, é uma forma de conhecer outras pessoas de um jeito mais natural, com música, comida... você se sente a vontade. É um clima bem legal de se entrar na faculdade”.

Mas essa articulação da faculdade é nova não só pra quem está entrando, tem muita coisa que os veteranos ainda não viram na Unesp Bauru. “Essa é uma oportunidade para os Centros Acadêmicos e outros projetos se apresentarem, não só se apresentarem para os bixos. É a oportunidade de nós sabermos e conhecermos o que é feito dentro da nossa faculdade”, conta Airton de Barros “Poró”, aluno do 3º ano de Arquitetura.

Além das bandas que fizeram a cabeça de quem estava lá com seus diferentes rocks, pés descalços e mentes avoadas, outras batidas puderam mexer com os gostos de cada um, apresentação da Bateria, oficina de Malabares, tatuagem, surfing chains, mostra de curtas... Talvez tenha sido a primeira experiência de muitos dos alunos da UNESP Bauru com o espaço físico exalando cultura. E a reação da galera foi extremamente positiva.

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Barulhos e bagulhos na Seletiva pro Grito

Alguma coisa vai acontecer. Estou com um pressentimento. Sei lá. Preciso de alguma coisa... Um estímulo. Uma dose de rum... Qualquer coisa. Alguma coisa precisa acontecer. O som começou a rolar. A galera começou a chegar. Todos recebiam cédulas de votação na entrada.


Olho para a direita e vejo os membros do Enxame e do E-colab na ativa. Correria mesmo. Tudo nos conformes. Olho para a esquerda. Vejo a banquinha do Enxame sendo arrumada. Os caras do 'Overturn' chegaram e pediram para deixar uns discos lá pra vender também. Foram eles mesmos que gravaram... Esquema bem roots. Da hora. Da hora também tava a discotecagem do dj ‘Lelão’. Doideira.

- Dá tempo de fumar um cigarrilho lá fora?
- Acho que não... A primeira banda já vai começar.

Então beleza. Chegamos mais perto do palco.
O show começou quente.
Era a Overturn mostrando seu trabalho.
Gritaria do caralho nos vocais. Fritação do caralho na bateria. Um som melódico. Pesado. Não é meu estilo de som preferido, mas essa banda é bem louca, em...
'Bel Balderramas'. Esse era o nome da mina que tava gritando na minha orelha. Ela divide os vocais ainda com o 'Gah Góes'. Os dois fritam. E eu tava do lado da caixa de som. Sentia a garganta deles direto no meu ouvido. A frente do palco via-se fãs e amigos curtindo o som. E olha quem tá ali. É o Japa. Ele também tá cobrindo o evento para o E-colab. Da hora...
Calor aqui... Parece que as coisas tão esquentando, em... Umas brejas caem bem... Compramos um balde de Heineken pra dividir. Acaba saindo mais barato aqui. Geladinha. Maravilha.
Colamos lá no camarim pra trocar uma idéia com a banda após o show. Eles curtiram. Pareciam confiantes. Enquanto isso, a votação comia solta e o público escolhia suas preferidas.

Alguma coisa ainda estava pra acontecer.
Vamos 'fumarum' então... A área de fumantes tava meio lotada. Muita gente. A noite tava bombando mesmo. Fogo na bomba era providencial. Um cara chegou e pediu 'um gole' do nosso cigarro. Mas o que nós não sabíamos, era que ele na verdade era o típico 'serra-beck'. Um parasita muito comum nessa região. 'Passa a bola ae Romário'.


A segunda banda foi ao palco. Era a banda 'Londres'. Fomos lá pra frente ver os caras. Mandaram bem. Tocaram uns covers. Foi legal.
A banda é nova. Tá crescendo.

Conversamos com eles depois da apresentação. Disseram que o grupo está evoluindo pouco a pouco e que esperam logo agarrar as oportunidades do circuito Fora do Eixo.

E tão no caminho certo.



Sentia que a noite tava acelerando. Fui ao 'toilet', tirar a água do joelho. Puta que o pariu... Lá dentro tava um verdadeiro tiroteio... (...e hoje, na previsão do tempo, vemos que uma nevasca se aproxima de Bauru...)

Isso aqui é o inferno. Bem vindo.

Alguma coisa estava para acontecer. E aconteceu. ‘Sociopata’ subiu ao palco.
Era isso. Até que enfim...

Era esse o barulho que eu tava esperando. Era isso...

Puta que o pariu. São boas palavras para 'tentar', eu disse 'tentar', entender a loucura sociopata dos caras.
Que doideira...

Não, não vou esconder meu voto. Sem dúvida... Esses são os caras que eu queria ver em cima do palco do Grito.
Fiquei fritando. Pancadaria. Faltava um bate-cabeça. Ninguém queria me acompanhar nessa idéia. Tava todo mundo de boca aberta. Todo mundo transtornado. Sentia o sangue fervendo.

Energia pura. Foi foda. Principalmente quando eles tocaram 'Torre do Tempo', um ska-noise nervoso demais... Adrenalina maluco... Caralho. Foi louco.
Apocalipse Now... como insinuava a camiseta do baixista.

Entrevistamos os malucos da banda depois da apresentação. Tinha muita endorfina no ar. Parece que eles gostaram do show. Disseram que é foda achar espaço pra tocar e tal, mas queseguem o velho esquema 'do it yourself', sempre fazendo som próprio, distribuindo e divulgando de forma independente.
Refletimos também sobre as influências no som pesado.

"A gente tenta transparecer o que o ser humano é capaz de fazer. Falamos muito sobre o sentimento e as circunstâncias. Sobre passar a perna no próximo, ta ligado? Patifaria mesmo...Sentimentos irregulares". Foi o que disse o guitarrista sociopata Thiago.

A breja era comprada de balde.
Mais um balde então.
Um cigarrinho na área de fumantes.

Supersonica. A última banda a se apresentar.
Rock and Roll... E os caras tocam bem. São músicos completos. Já vi eles tocando em outras bandas... destruindo mesmo. Dessa vez, tocaram só as músicas próprias.
O Léo, como sempre, frito nos vocais, comandando a galera. E a galera dançava bastante e respondia cantando junto. Tava bem da hora. Parecia que eles iam se classificar mesmo.
E foi isso o que aconteceu. A Supersonica foi uma das selecionadas para o Grito Rock Bauru.

Fomos trocar uma idéia com eles. É a segunda vez que trombamos os caras aqui no Jack. E eles já sabiam do resultado. Tavam felizes pra caramba. Falaram da importância de tocar no Grito Rock América do Sul 2011 e sobre a visibilidade proporcionada pelo evento.
'Do caralho', resumiram assim a brincadeira toda.

Bom, a outra banda classificada foi a Overturn e, juntamente com a Supersônica, se apresentará no Grito Rock Bauru, entre os dias 18 e 20 de março.

Que merda que a Sociopata não passou. Mas democracia é democracia.
Uma dança delirante envolvia o centro do Jack ao final da noite. Silhuetas chapadas deslizavam em meio as projeções coloridas.

Olhei para o outro lado e lá estava Raul Seixas me abençoando.
Amém. Amanhã tem mais e é noise.

por João Paloso?

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Experiências cacoffônicas no bosque

25 de fevereiro de 2011
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Estamos num lugar que conhecemos bem, muito bem. É o bosque "Forte Apache", na UNESP Bauru. Entre as árvores que sobraram após a última poda, vemos os bichos homens se aproximando e interagindo na paisagem. O clima é festivo. É o Cacoffonia.


Um pouco do verde sumiu sim. Ele anda meio diferente, mas ainda continua sendo palco de acontecimentos fodásticos, históricos... O Bosque Forte Apache. Um lugar para sentir a natureza. E que natureza linda. Foi uma das primeiras vezes que a universidade prestou apoio a um festival dessa natureza, chegando até a liberar uma 'verbinha' para a produção. A estrutura e os equipamentos eram de primeira mesmo.

The Almighty Devildogs foi a banda que iniciou os trabalhos no palco central do bosque. Surf music do inferno. Chegaram tocando o terror mesmo. Acelerando a galera, instigando os estudantes a ocuparem o espaço da universidade. Um espaço que deve ser livre e bem aproveitado com mais eventos culturais e conscientes. A banda apresentou composições antigas e também músicas mais recentes, da nova formação, que serão lançadas numa compilação em breve.

Apesar da pancadaria do som, sentia-se um clima de paz. Ocupação pacífica do campus. Essa é a idéia. E todo mundo parece ter sacado.
E foi sobre isso que eu conversei com o "Nardi", guitarrista da Devildogs, após o show. Falávamos sobre como o evento foi bem organizado, bem planejado. Foi uma ação em conjunto do Enxame e do Cacoff, mas obviamente, contou com o apoio de bastante gente, incluindo os integrantes dos outros centros acadêmicos, que coordenaram as 'laricas', por exemplo. Pra comer, tinha churrasquinho e pastel rolando. Tinha também um bolo de banana e refrigerante para beber. Tinha até um sorvetinho rolando, bem recomendado se a sua boca estiver seca.

E tava um calor danado... Um sorvetinho caia bem mesmo...
Entramos nas dependências da diretoria. Lá dentro tava fresquinho, tem ar condicionado. Fomos muito bem recebidos. Parece que todo mundo curtiu o festival. Uma das secretárias, muito simpática, disse até "eu gostei quando eles tocaram aquela música do The Monkees".

A diretoria realmente estava em sintonia com a gente. Percebemos isso de forma clara quando fomos filmar o depoimento do vice diretor do GAC (essas e outras entrevistas você confere na 'cobertura audiovisual do e-colab' hahaha).

O tatuador "Desenho" fez uma demonstração da sua técnica na perna do voluntário, "Fulvião".Foi surreal ver o ‘Fullvio’ sendo tatuado em meio a vegetação e as batucadas que se ouvia na discotecagem árida do DJ ‘Lelão’. Uma brisa boa.


Putz...Teve muita coisa... Várias oficinas, com destaque para a "Oficina de Malabares", ministrada pelo Arthur. Havia muita gente. Pessoas de vários cursos. Pessoas bonitas. Garotas bonitas (concluímos isso após a passagem de algumas minas, comentei isso com meu amigo 'Jão'). Estávamos lá, ocupando a universidade de forma consciente.
Atendendo aos pedidos, o pessoal deu até uma maneirada na bebida e tal, respeitaram as faixas de instrução espalhadas nos troncos das árvores.

A malucada respeitou as leis da Babilônia, 'seguraram as pontas' e só fizeram fumaça em outros ambientes.
Muito louco. A segunda banda foi ao palco. ‘Locodilos’, que veio de Londrina-PR trazer seu som pra Bauru. Aqueceram com uns covers... Ouvi um Black Sabbath. Foi doido. Logo mandaram um som próprio. Da hora, bem trabalhado. Direto e reto.

Troquei uma idéia com os caras depois da apresentação. Eles disseram que curtiram o show e a iniciativa do festival dentro da faculdade. Conversamos sobre o movimento estudantil em Londrina. Segundo eles, também há uma carência de eventos desse tipo na UEL, onde eles estudaram. Tavam curtindo mesmo, nunca tinham viajado para tão longe pra tocar, foi o que eles me contaram.

O intervalo entre as bandas foi ideal para procurarmos bosques alternativos.
"Não vá se perder por aí".
Já estávamos longe... Estávamos nas entrelinhas... É melhor voltar...

Com a mente aberta a apresentação dos Rélpis fez muito mais sentido. Psicodelia. Comprei o disco deles. Só isso que eu posso dizer sobre o som. E eles capricharam na doideira, em... Viajaram em ritmos alucinantes, sempre seguindo a velha escola psicodélica mutante de compreender a realidade.

Fizeram bonito. E pensar que aqui mesmo no bosque, vínhamos nos descontrair e deixávamos um sonzinho rolando, de fundo tal... Um reggae se pá. Um mutantes, talvez... Realmente esse é um lugar que eu gosto de estar. Você sente uma energia boa e parece estar sempre entre amigos... Estou entre amigos e tá rolando o som dos Rélpis agora, os malucos lá de Araraquara, fazendo a parceria 'Enxame - Colméia'. Que loucura...

Um berrante no palco incitava o delírio coletivo da platéia em meio aos homens-monitores. Tecnologia de ponta. Embaixada de Marte aterrizou.

A noite caia delirante. A cena era boa de ver e nunca mais sairá da minha mente...
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por João Paloso



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