A Virada Paralela

31 de maio de 2013
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Foto por Marina Machuca
Texto por Aline Antunes


   No mundo paralelo da Virada Cultural em Bauru - ou seja, tudo o que não rolava no Parque Vitória Régia – tive o prazer de conhecer mais um projeto.
   

   Cheguei ao Teatro Municipal no fim de uma atração, que eu diria, “de sucesso”. Era o show do Chemical Funk que terminava, e parte do público também ia embora.

   Aproveitei as cadeiras vazias e sentei para descansar as pernas depois de uma pequena (longa) caminhada.


    Não durou muito o meu descanso, pois em poucos minutos entrava no recinto a Banda Paralela. E digo mais: não é um tipo de apresentação que se assiste sentada.

   Sem auxílio de nenhum dos pesados amplificadores, a banda fez uma apresentação acústica que “botou no chinelo” várias das outras mega-atrações da Virada.


   Os músicos conseguem carregar na mala a essência dos shows de coreto dos domingos de manhã. Quase me vi no final da missa de mão dada aos meus pais.




    A Virada Paralela criada no Teatro Municipal não tinha um grande público, mas foi o suficiente para se transformar num salão de festa, baile iniciado pela coreografia dos próprios integrantes.
   

   Quem tiver a oportunidade de assistir ao show da Banda Paralela, vá preparado. É o tipo de apresentação que você não consegue se ausentar para ir ao banheiro, comprar água ou cerveja. É quase pecado. É uma atração para os ouvidos, olhos... E para os pés loucos para dançar, ou batucar o chão.



É, mas em compensação,
Eu quero ver um boogie-woogie
De pandeiro e violão.
Eu quero ver o Tio Sam
De frigideira
Numa batucada brasileira.
Olha aí, o samba-rock, meu irmão

Jackson do Pandeiro


Confira a cobertura fotográfica aqui!
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Entre a química e o público, gingado

29 de maio de 2013
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Fotos por Fernanda Luz e Higor Boconcelo
Texto por Higor Boconcelo


        Em tempos onde o cenário cultural Bauruense tem sido impulsionado por diversos produtores, de diversos gêneros, a Virada Cultural Paulista não pode mais ser vista como a salvadora do tédio da população (e nem deve). Mesmo assim, o evento não pode ser desmerecido, ainda que não tenha conseguido nessa edição manter o fluxo de atrações culturais por 24 horas seguidas.
        
        Mudanças à parte, a galera que aguarda por atividades destoantes das esperadas pelo grande público (aquelas que tomam o Vitória Régia como palco), ainda se mantinha presente no Teatro Municipal na segunda tarde de apresentações, como nos anos anteriores.

        O meio da tarde era o horário marcado para o Chemical Funk dar as caras à plateia, o que aconteceu com quase nenhum atraso – a não ser o provocado pela batida setentista, que tomou o local antes de introduzir os bailarinos.

      Trazendo diretamente de São Paulo para a terra do sanduíche, o espetáculo Danças Urbanas – Locking mostra a essência desse estilo, criado em meados da década de 60 por Don Campbell, em Los Angeles, Estados Unidos. Formado por dez dançarinos (nove homens e apenas uma garota), o grupo exibiu sua dança, que parecia trazer um gingado mais conhecido dos brasileiros do que importado.

       Misturava em meio aos movimentos a atuação e estilo único de cada integrante, introduzindo cenas fáceis, interpretáveis por qualquer pessoa, mas ao mesmo tempo, dignas de serem analisadas por qualquer especialista. Seguindo uma sequência crescente, onde os movimentos e a técnica usados impressionam cada vez mais, a vibe transmitida pelos jovens dançarinos, oriundos de Ribeirão Preto, Santo André, Mauá, Mogi das Cruzes e da capital, mostrou-se contagiante e irreverente.

     Infelizmente, toda a grandiosidade dos artistas não reverteu-se em número de público. O espaço reservado para a apresentação fora uma pequena parte do Teatro Municipal, não o palco do teatro, nem um pátio, mas um espaço ainda menor. Houve gente assistindo das escadas, e outras que não puderam ver, mas só ouvir – o que é ainda pior, pois perderam o espetáculo. Mas há quem diga que essa é a essência da dança de rua, e se for ou não, o que resta aqui é parabenizar os dançarinos, já que os aplausos foram mais do que garantidos. E de pé. 

    *No vídeo abaixo, trecho do espetáculo.


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Vitória Régia Agridoce

28 de maio de 2013
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Por Marina Fornasier

O novo projeto da dupla Pitty e seu guitarrista, a banda Agridoce, marcou presença na Virada Cultural Paulista 2013 em Bauru. O grupo subiu ao palco por volta da 1 hora da manhã após problemas técnicos de som, o que não interferiu na beleza do show e na euforia do público. A mistura de sons de diferentes instrumentos e o jogo de luzes, como ao final da música "Dançando", causaram muita emoção durante o show, as pessoas que assistiam demonstravam bem isso, deixando o atraso do show e as falhas no som de lado.

Agridoce é um projeto paralelo da Pitty junto com Martin. Eles resolveram criar este projeto contendo músicas folks, inspiradas nas composições de Leonard Cohen, Nick Drake, Jeff Buckley e Elliott Smith.

O show aconteceu no último sábado, dia 25 de maio, no Parque Vitória Régia.

Saiba mais sobre como foi o show aqui.

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Blubell e Black Tie na Virada 2013



Fotos por Keytyane Medeiros

Texto por Aline Antunes


Esse final de semana Bauru recebe a Virada Cultural Paulista 2013 promovida pelo Governo Estadual de São Paulo e Secretaria de Estado da Cultura.

Na noite de sábado a cantora Blubell junto ao trio Black Tie se apresentaram no palco externo do parque Vitória Régia. Confesso que ainda não os conhecia, então antes do show fui buscar informações no útil e sempre disponível Youtube.

Um dos primeiros vídeos a aparecer foi:

http://www.youtube.com/watch?v=IrrgIcUvSUM

Talvez uma surpresa boa, ou não.

Procurando mais a fundo vi que em vários sites, e até mesmo no cronograma do evento, a banda é lembrada por executar um bem sucedido cover da banda The Who.

A pesquisa prévia me fez ir ao show com certa esperança, pensei que pelo perfil da banda exibido na rede eles arriscariam um som também experimental e alguma loucura que me agradasse.

Cheguei ao Parque Vitória Régia e Blubell & Black Tie já se apresentava. Eu fiquei na dúvida se era a mesma banda que vi no youtube, mas tive a confirmação depois de My Generation e apresentação do grupo/CD.

Depois de todas as garrafas de cerveja e vinho que eu tinha tomado antes de ir ao show, não seria difícil me agradar. Mas Blubell não me convenceu.

Ardida e arriscando alguns passinhos segurando um chapéu na mão ela me convenceu, apenas, ter faltado algumas aulas no ballet ou no ensaio do musical para o espetáculo de fim de ano.

Não vi a sofisticação anunciada no panfleto da virada, foi um “mais do mesmo” maquiado para parecer original.

Prefiro voltar ao youtube e ver versões originais, e rezar para que Pete Townshend não fique chateado.
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Doce insosso



Fotos e texto por Keytyane Medeiros

Nunca gostei muito das músicas da cantora Pitty, embora minhas amigas e até mesmo minha mãe sempre ouvissem e cantarolassem o batido "quem não tem teto de vidro que atire a primeira pedra". Nunca foi meu estilo favorito, mas nunca tive algo contra a baiana que sempre pareceu bastante simpática. Ok, não tenho teto de vidro, e por isso mesmo resolvi dar uma chance ao projeto paralelo da cantora, o grupo "Agridoce", em parceria com o guitarrista, Martin Mendonça. O grupo se apresentou na Virada Cultural 2013 no Vitória Régia, local de maior destaque para os eventos culturais realizados na cidade.

Após meia hora de problemas com o som, afinal "quem nunca?", segundo a própria cantora, o show começou. O palco externo do Vitória estava lotado. Impossível andar para qualquer lado, e mesmo quem garantiu seu espaço antes da apresentação passou por apertos.

No site do projeto, a dupla diz ter referências de Jeff Buckley e Eliott Smith. Ótimas referências, pensei. "A força da Pitty, seu talento multiinstrumentalista com xilofone, piano e violão devem deixar as canções mais bonitas, com variações de ritmo e sentimento", pensei na sexta-feira a noite, antes do início da Virada. Infelizmente, no palco não vi a paixão ou a melancolia sincera dos cantores americanos, ou sequer a força da cantora. Vi apenas seu domínio técnico sobre os vários instrumentos que tocou, o que já é muito, mas é aquém do que eu esperava do que seria um show da famosa e querida Pitty.

O grupo começou com a música mais famosa do Agridoce, chamada "130 anos" e logo depois cantaram também alguns covers. Não sei como o show terminou, sai antes e não por causa da hora, mas pela antipatia que criei pela banda após o comportamento ríspido ao tratar dos assuntos relacionados ao som. Problemas técnicos acontecem e é por isso que existe a passagem de som antes das apresentações, feita com horas de antecedência.


Não estou isentando a produção da Virada Cultural por possíveis e naturais erros, mas também não ignoro que a reação da banda foi no mínimo, desproporcional ante à dedicação da equipe de som, que além de tentar resolver os tais problemas de sábado a noite, conseguiu proporcionar dois dias de bons shows no Vitória Régia.

Pois bem, sigamos a vida. Agridoce, doce ou insossa, sigamos.

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E começa a Virada! [Eu em ti]

26 de maio de 2013
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Texto e fotos por Julia Gottschalk



Desejaria estar contigo quando eras o pensamento de Deus
Quando tua mãe te concebeu e te alimentou com a sua vida
Desejaria estar contigo na primeira vez que distinguisse formas as cores e os sonhos
Desejaria estar contigo no primeiro vestígio de tua velhice e ainda eu desejaria estar contigo no momento da separação da tua alma, na decomposição de tuas carnes, do teu cérebro, de tua boca, de teu sexo
Para poder continuar contigo num mundo sem espaço e sem tempo.
Adalgisa Nery







Vamos começar essa virada com arte e estilo, certo? Certo. Como abertura da Virada Cultural Paulista de Bauru companhia Borelli de Dança trouxe para cidade o belíssimo espetáculo “Eu em ti”, inspirado na obre de Ismael Nery.  





Misturando a linguagem da dança e do teatro os dançarinos se entrelaçam, sincronizam movimentos e tiram o folego da plateia com uma suavidade de movimentos que ao mesmo tempo são sutis e marcantes.  A obra tem como inspiração a abstração do corpo erótico e santificado, despojado de vida no tempo e no espaço.




Confira o álbum completo na nossa página do Facebook!




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Cataclismo de sentido algum

21 de maio de 2013
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 Texto por Higor Boconcelo, fotos por Marcelo Cabala


          Sempre muita barulheira naquela avenida e um saco para atravessá-la. Todo mundo que vive em Bauru sabe como o trânsito daqui é insuportável e irritante, ainda mais quando se está disposto a atravessar vias movimentadas a fim de fazer uma missão por cerveja antes de começar seu rolê. Ambos são questões culturais: os motoristas nativos que vandalizam as regras de trânsito e a concentração na porta do Exílio ArtPub no sábado a noite, que fez motoristas desacelerarem na avenida (“já que o sinal fechou, vou passar devagar devagar e julgar o povo”, devem pensar, praxe) para fitar o que tava pegando. 
      
        Convidados ao submundo do rock bauruense para conhecer o primeiro NONSENSE NUCLEAR NOISE da casa, as primeiras pedradas de som não demoraram muito além do horário avisado para começar. Cinco jovens já começam a esquentar o palco do Exílio, no convite que desperta a galera de fora a colar.

    
    Frente ao que era a casa em seus eventos inaugurais, o desenvolvimento visual ecomida vegana também está à disposição nas horas de larica, assim como cupcakes personalizados das bandas da noite – criações de Paula Maria. A área de fumantes também aumentou, enfim, é a evolução pra caber de tudo e caber todo mundo.
stá de empolgar. Tudo no pub tem o toque artístico característico de sua identidade que, naturalmente, funde-se com a do seu público. Da faixada da casa à descarga do banheiro masculino, as manifestações são abundantes. Na área do palco, novas lâmpadas foram adicionadas ao ambiente, melhorando a experiência músico-público. Além do clássico Menu Mindfuck (sempre crescendo em suas opções de drink),

    Som rolando, a banda de abertura do evento informa que não ter um nome ainda, assim como suas duas canções apresentadas. Quem se importa com isso? Espaço dado, espaço utilizado, incentivo para continuar trabalhando, pra fazer surgir mais um som autoral de gente da cidade. Dado fim à rápida introdução, sobem ao palco outros quatro, a primeira atração principal da noite.
       
    Diretamente de Bastos, interior de São Paulo, a D.C.H (Distúrbio Capitalista Humano) reúne jovens de faixa etária média de 19-24 anos, com som 100% autoral como tem de ser. Começam o show com a curiosa Jesus Analfabeto, hardcore pesado, gritos do começo ao fim, estilo que marca o resto das canções – títulos com cunho de protesto, como Exemplar de Caridade, Depravação Vaticana e Homofobia. Guitarrista, Luiz Carvalho conta que “a banda surgiu de uma vontade de moleque, 15 anos, vontade de fazer um som”, se reuniam em 2009 e viam no que dava. Após uma pausa, retomaram os ensaios no ano passado e até agora já passaram por cidades como Rancharia, Marília e pela própria região de Bastos. Nas letras, um mote geral da juventude. “Botamos problemas cotidianos, coisas que nos revoltam. Cada um da banda curte muita coisa diferente, mas nosso som é uma coisa nossa, rola firmeza”, conta. A resposta boa do público o fez querer voltar em breve.

    “Bora lá que o som desses caras é firmeza”, apressa o próprio Luiz. Segunda banda da noite, Reiketsu foi caracterizada pelo seu vocalista como “de Assis, Ourinhos, São Paulo, de todo lugar”. Se era de Bauru também, em breve descobriríamos. Casa mais cheia no momento, amontoou um bom público para a primeira música, introdutória. Na terceira, o pogo já estava formado. Era o tipo de som que faz valer os banhos de breja e os roxos do dia seguinte, apoiar um mosh. “Essa daqui tem até um videoclipe no YouTube”, ironiza o backvocal ao introduzir uma faixa. Animada de uma forma não muito frequente, a rodinha permaneceu até o fim do show (cada vez mais cheia, é claro). Não havia espaço para espíritos de porco que atuam na maldade nesses casos, todos agradecem. “Perdi o lacinho do meu sapato na rodinha”, conta Stefannye Fava. Certamente ela não estava com um sapato próprio pra esse tipo de coisa. “Ah, mas não deu pra evitar né... agora foda-se, tava muito louco”. Pode-se resumir o show com isso? Claro que não.
  
    O nome da banda quer dizer “sangue frio” em japonês. Sem sentido com relação ao ânimo da galera durante o show. De acordo com Tiago Duarte, baixista e backvocal do grupo, seu som segue um estilo denominado Crust, “uma forma alternativa do punk rock, que surgiu como forma de protesto contra os rumos comerciais que o gênero seguiu”. Ele conta que o estilo, na maioria das vezes desconhecido e incompreendido, têm ganhado subvertentes que podem confundir a denominação. Porém, a última coisa que precisavam num evento de nome NONSENSE era achar uma.
  
     Considera os ensaios como uma dificuldade, mas não um empecilho. “Como atualmente cada um mora numa cidade, ensaiamos eu e outros dois da banda separados do guitarrista, depois nos juntamos”, explica. A banda funciona muito bem, e trás nas suas letras um misto das experiências e revoltas dos integrantes. “Não é a primeira vez em Bauru, mas perto da outra vez, hoje foi muito melhor. Todo mundo (da banda) curtiu pra caralho, fazia tempo que não tínhamos um show assim”,  conta empolgado.  Na ativa desde 2009, a banda conta com um álbum lançado e estão rumando à Bahia em junho para se apresentar.
  
    A noite se aproxima do fim, e os cambaleantes pelo álcool, sono ou cansaço recebem a bauruense D.O.S, conhecida de longa data. Por um mistério do universo, o show pareceu curto, mas nada que impedisse de ser ouvido um grito de “essa é a D.O.S!” e aplausos. Mesmo que restem insatisfeitos com o rolê, o que é comum entre cem de cada cem eventos, a noite agradou bastante a maioria dos presentes. O submundo do rock bauruense dorme aliviado sabendo que ainda há muita gente trabalhando para que a cena na cidade não morra. Para a noite, também valeria o grito de “esse é o Exíllio"!

Confira mais da visão de Marcelo Cabala da noite, clique aqui.
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Virada Cultural 2013 - Inscreva-se!!!



Como blog de coberturas colaborativas que acompanham todo o cenário indepentende de Bauru, não deixaríamos de participar da Virada Cultural Paulista 2013!
Por isso, estamos procurando colaboradores para cobrir o evento. Para participar, se inscreva no nosso formulário!


Cobertura Virada Cultural 2013: http://bit.ly/11UYEuE
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"Livro não se guarda"

17 de maio de 2013
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Projeto Livro Livre em Bauru leva literatura a bairros afastados
Objetivo do Projeto é fazer livros circularem entre os moradores

Regiane Folter

                Na feira noturna do Mary Dota, uma barraquinha cheia de livros chama a atenção de quem passa. O Projeto Livro Livre da Biblioteca Municipal de Bauru leva best-sellers, obras clássicas e até gibis para bairros mais afastados da cidade. No Mary Dota, o Projeto acontece a cada 15 dias e em outros bairros como Vila Giunta e Jardim Godoy, a barraca de livros aparece uma vez por mês. Já no Jardim Botânico, representantes do Livro Livre marcam presença todo final de semana.


Cada pessoa pode retirar até três livros, sem necessidade de dar outros em troca ou fazer algum cadastro. Mesmo assim, muitas pessoas gostam de doar obras ao projeto, como a aposentada Iracema Domingues Silva. “Livro não se guarda, a gente lê e passa para frente”, afirma ela. Alguns livros do Projeto vêm de moradores como Iracema, mas a grande maioria dos volumes é excesso de doações da Biblioteca Central. O Projeto também é solicitado para participar de eventos de escolas e organizações comunitárias.

Esse é o segundo ano que o Projeto acontece em Bauru, mas antigamente o formato era bem diferente. Os livros eram colocados em displays dentro dos ônibus da Emdurb, porém, para Nilson Junior, Diretor de Divisões de Bibliotecas, a participação nas feiras é mais eficaz. Em 2012, 3700 livros foram retirados nas feiras e, de janeiro a abril desse ano, o total de livros retirados já era de quase de 2 mil. São cerca de 50 visitas a barraquinha do Projeto a cada feira. Segundo Nilson, com o desenvolvimento da internet, as bibliotecas não são mais procuradas como locais de estudo, e agora elas têm que se reinventar para chamar a atenção do público. O objetivo é que os visitantes do Projeto comecem trocando livros na feira e possam se tornar sócios das bibliotecas fixas e emprestar livros com regularidade. “O Projeto foi feito para quem gosta de ler, mas não pode ir à biblioteca”, explica Nilson.

O assistente social Valter Ferreira, que ajuda Nilson a montar e cuidar das barraquinhas de livros, conta que se eles pulam uma das feiras, as pessoas reclamam. Em algumas edições do Projeto, não são apenas os livros que chamam a atenção do público, mas também ações culturais. As atividades propostas interferem na realidade das pessoas, seja por meio de filmes, música ou intervenções artísticas. Valter conta que já levaram bandas marciais, música clássica, cinema e circo para algumas feiras. Aos poucos, eles vão descobrindo os gostos de cada lugar e como atingir mais moradores. A condição para participar do Projeto pode ser complicada, segundo Valter: “Eu digo pra pessoa ‘É caro, não sei se você tem condição; é preciso ler”.
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Miscelânea Dia das Mães - Fotos

14 de maio de 2013
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O Clube do Vinil Edição Especial Dia das Mães aconteceu neste domingo, 12 de maio no Atelier Miscelânea em Bauru. Rolou música, vídeos,projeções audiovisuais, oficina de grafite e comes e bebes.

Confira abaixo a cobertura fotográfica de Julia Gottschalk.

http://www.flickr.com/photos/e-colab/sets/72157633494049284/show/

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Paralisação: a quebra do silêncio estudantil no campus de Bauru

9 de maio de 2013
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Texto por Tamiris Volcean
Fotos de Keytyane  Medeiros e Paula Rentes



Nesta terça-feira (07/05), o bosque do campus da Unesp transbordou criatividade, música de qualidade e, principalmente, diálogo estudantil.
O campus de Bauru pôs em prática a paralisação e, de acordo com a decisão tomada em assembléia pela maioria, a aula da terça-feira não foi ministrada por professores.
Com um megafone em mãos, alunos dispostos a fazer a paralisação atingir os cursos de todas as faculdades reverberavam: “Hoje a aula é no bosque.”.
Mas aula não é coisa de sala de aula?

Não, existem conteúdos que extrapolam as paredes da sala e precisam ser discutidos pelo coletivo. A aula ministrada de alunos para alunos no bosque deixou de lado todo o individualismo representado pelas carteiras, as quais delimitam o espaço de cada um, e uniu amantes de números e letras para a tomada de decisões importantes para o futuro da educação pública nessa instituição estadual de São Paulo.
Alternados com atrações culturais, os grupos de discussões foram pautados por reivindicações acerca da moradia estudantil, do restaurante universitário inativo e da diminuição das bolsas de apoio acadêmico e de extensão. As causas mais detalhadas da paralisação podem ser consultadas na matéria postada anteriormente, intitulada “Isso continua não sendo um editorial (sobre a Paralisação)”.


As oficinas possuíam o objetivo de atrair os alunos para o campus, mesmo com a ausência de aulas e, dessa forma, incentivá-los a comparecer aos grupos de discussões.
A tarde começou com um sarau político que, segundo os organizadores, foi realizado com a intenção de fomentar a consciência política dentro e fora da universidade. O sarau foi seguido da apresentação musical da banda Raulzitos, oficina de malabares, ministrada pelo aluno Arley Cardoso, oficina de Stencil do recém-formado Tom Pina e, para fechar o período de atividades culturais, o bosque foi palco para o som da Banda Tupamaru.

A disposição para formular e ministrar as oficinas foi recompensada pela participação dos alunos no principal grupo de discussões, que teve início às 21h, o qual girou em torno do Programa de Inclusão com Mérito no Ensino Superior Público (PIMESP).  Após a apresentação do tema da discussão, pretendia-se realizar uma Assembléia Geral dos Estudantes no Bosque, na qual seriam debatidos os direcionamentos e encaminhamentos de ações para dentro e fora da Unesp em um momento pós-paralisação. Entretanto, devido à falta de tempo, a assembléia foi remarcada para segunda-feira (13/05), às 18h.

Durante a convocação dos estudantes pelo campus, notou-se que a paralisação não era bem vista por alguns estudantes. Quando os participantes do movimento, portando instrumentos da bateria e megafone, reivindicaram na porta de uma das salas de aula da FEB (Faculdade de Engenharia de Bauru), alguns alunos demonstraram-se insatisfeitos. Após a aula ter sido finalmente suspensa, uma das aulas declarou: “Isso não é democracia, eu gostaria de assistir aula.”. Algumas salas do curso de Design também não aderiram à paralisação durante a tarde.

Apesar das atividades do dia contarem com um número médio de 250 alunos, é visível a falta de interesse de uma grande parcela de estudantes por assuntos político-sociais relacionados à universidade. E essa parcela pode ser a principal responsável pelo silêncio criado em torno das exigências de melhorias dos direitos estudantis básicos, como alimentação e moradia. Não só isso, toda a burocracia da Universidade também pode ser um impecilho para melhoras práticas em nossos cursos e campus.
Vale ressaltar que movimentos e eventos como esse oferecem oportunidades de debates entre alunos de diferentes cursos e com ideologias semelhantes, mas nunca idênticas. A troca de argumentos exercitada no bosque, além de inflamar o espírito do movimento estudantil, fornece bases para que um discurso político e educacional seja estruturado e, dessa forma, torne-se organizado na fala do unespiano, conteúdo praticamente inexistente nas salas de aulas.

Dê voz à vontade da categoria estudantil.

Compareça à assembléia na SEGUNDA-FEIRA (13/05), às 18h.
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Isso continua não sendo um editorial (sobre a Paralisação na Unesp Bauru)

7 de maio de 2013
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Julia Gottschalk e Keytyane Medeiros
Muita coisa mudou nesses anos, colaboradores entraram, colaboradores se foram, assim como as gestões mudaram, acompanhando o fluxo do cenário cultural e social de Bauru. Uma mudança grande foi o Blog ter se tornado um projeto de extensão da UNESP. Controvérsias? Brigas? Discussões? Tudo cabe, tudo coube. O importante é ressaltar que essa mudança em momento algum teve o objetivo de tornar o projeto “quadrado”, nos moldes universitários ou até mesmo deixá-lo exclusivo a faculdade.

O e-Colab está sim na UNESP,mas estamos aqui para mudar, para trazer o colaborativo para a academia, para mostrar que algo tão simples pode ser muito inovador. Estamos aqui para mudar o quadro, para apoiar os alunos, para apoiar Bauru! Por isso na data de hoje, 07/05/2013, estamos apoiando a paralisação da Unesp. Somos um projeto de extensão, mas acima de tudo somos um grupo colaborativo, um grupo de estudantes, um grupo que luta e lutará sempre pelos nossos ideais e direitos de todos.

Como forma de mostrar nosso apoio e força às causas reivindicadas, estamos boicotando o III Fórum de Extensão Universitária do Câmpus de Bauru‏. Como já dissemos o e-Colab entrou sim na UNESP, mas não para se tornar mais um. Entramos para apoiar e mudar a cena.


POR QUE PARAR?

PIMESP
Anunciado em 20 de dezembro, o Programa de Inclusão com Mérito no Ensino Superior Público Paulista (PIMESP) foi desenvolvido pelo governo de São Paulo em conjunto com uma comissão que envolve os três reitores das universidades estaduais paulistas - USP, Unicamp e Unesp. O programa visa fomentar a inserção de estudantes de escolas públicas no ensino superior estadual, englobando negros, indígenas e jovens de baixa renda. Até 2016, pretende-se gradualmente que cada curso garanta a presença de 50% de cotistas, válido para a USP, Unesp, Unicamp, Fatecs e as Faculdades de Medicina de Marília e Rio Preto.

O aluno formado em escolas públicas pode se inscrever para o programa e, caso seja aprovado, passa a participar do Instituto Comunitário de Ensino Superior (ICES), também conhecido como “college”. De modo geral, o college pretende diminuir as discrepâncias do ensino de base, oferecendo uma formação complementar e niveladora à esse grupo. No entanto, a forma pela qual o PIMESP planeja incluir os estudantes é controversa, uma vez que o college será um curso semi-presencial e terá duração de 2 anos. Se, após este período, o aluno obtiver aproveitamento igual ou superior à 70% do curso ele poderá ingressar na universidade que preferir. Caso contrário, este estudante receberá um diploma de “Tecnólogo em Cidadania e Empreendedorismo”.
As críticas feitas a esse programa se pautam na inexistência de um plano de reforma do ensino de base ou fornecimento de amplas oportunidades aos grupos, que já não tem acesso ao ensino superior público, em um sistema de cotas mais abrangente e melhor estabelecido. Com a adoção do college, mais uma barreira seria imposta aos estudantes. Primeiramente, sua entrada depende de uma aprovação, mesmo que este estudante tenha sido formado à partir de um sistema educacional precário. Se o aluno não for aceito, ele é excluído do programa. Fora isso, se após dois anos de estudos o integrante do college não obtiver a média esperada, ele receberá um diploma que não tem uma função clara e específica.

Em sessão realizada na Assembléia Legislativa de São Paulo, no dia 13 de março, Julio Cesar Durigan, reitor da Unesp, manifestou-se à favor do plano: "A Unesp tem interesse em fazer a inclusão. (...) Iremos fazer isso nos próximos três anos. Essa é uma decisão da nossa universidade". A decisão do reitor, vista de forma arbitrária, também foi alvo de críticas uma vez que não foi aberto espaço para o debate entre a comunidade acadêmica. Mesmo com as posições contrárias dos movimentos sociais, parlamentares e representantes de diretórios estudantis, foi aprovado o sistema de metas de inclusão social nos vestibulares, porém, o sistema PIMESP que utiliza os colleges (ICES) ainda está em pauta para as próximas reuniãos do Conselho Universitário.

Bolsas PROEX
Os alunos a favor da paralisação tiveram como um dos principais pontos de discussão a situação das bolsas PROEX na UNESP. Além do atraso dos pagamentos, a quantidade de alunos contemplados com a bolsa diminuiu devido à redução de verba repassada aos projetos de extensão. Como resultado do atraso o tempo de recebimento de bolsa de extensão foi reduzido, passando de dez para nove meses, daqui para frente.

 Moradia Estudantil
A moradia é uma reivindicação dos estudantes que já dura 23 anos. Somente no ano passado, a instrução da obra foi iniciada. E a instalação da moradia é alvo de críticas desde seu início. Ela estará localizada à 2km do Campus, já distante do centro urbano, e o caminho entre os dois locais é mal iluminado e ermo. Para o estudante que optar pelo transporte público, são oferecidos poucos horários de ônibus. Também há que se considerar o elevado gasto econômico do transporte coletivo na cidade, o que leva à conclusão que a moradia como a proposta é incoerente já que o critério de escolha dos moradores é baseado em fatores socioeconômicos.

 Restaurante Universitário (RU)
 O RU da Unesp Bauru, assim como a Moradia Estudantil, também é uma reclamação antiga. Mesmo sendo o maior campus da universidade, abrangendo 6 mil alunos, somente em 2013 o restaurante desta unidade será inaugurado. No entanto, após entrar em funcionamento, servirá apenas 400 refeições diárias, número quinze vezes menor do que a demanda dos estudantes do campus de Bauru. Além disso, oferecerá somente almoços, sendo assim, os estudantes do período noturno não serão contemplados


Por que parar no dia 07?
No dia 07 de maio, a Unesp de Bauru realizará o III Fórum de Extensão Universitária. O evento engloba as três faculdades do campus (FC, FEB e FAAC) e pretende debater sobre as diretrizes da extensão universitária na Unesp. Para isso, conta com a presença da Pró-Reitora de Extensão Universitária, Mariângela Spotti Fugita. Acredita-se que, aliando a vinda da responsável pela extensão junto com a paralisação, sua repercussão será maior.


Outros campi em greve ou que vão paralisar
O campus de Ourinhos foi o primeiro a aderir à greve, em seguida Marília e Assis, sendo que Araraquara está com indicativo de greve. O foco principal é mostrar como os campi se posicionam diante do PIMESP, e as reivindicações secundárias são praticamente as mesmas: moradia estudantil, bolsas PROEX, melhorias no Restaurante Universitário. Além de Bauru a paralisação deve acontecer também em Presidente Prudente e Jaboticabal.

O que é proposto para acontecer no dia 07
Para o dia da paralisação, foram criadas comissões de estudantes responsáveis pela programação e divulgação. No dia 7, haverá discussões políticas, atividades culturais, intervenções e exibições artísticas. A idéia é, além de paralisar, promover o debate e ocupar o campus.

Página Oficial: http://paralisabauru.tumblr.com/
Paralisa Bauru no Face: http://on.fb.me/13spXcw

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BMX - Bike pra voar

6 de maio de 2013
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Texto e Fotos por Keytyane Medeiros 



Uma bike pequena, uma praça e um fim de tarde foram necessários pra me mostrar que Bauru tem muita coisa além de basquete, futebol e slackline no que diz respeito aos esportes. Bauru também tem BMX.

Um grupo de aproximadamente 20 rapazes passou o fim de tarde na Praça da Paz, fazendo manobras com suas bicicletas de tamanho reduzido em cima de uma rampa improvisada ao lado do laguinho. Apesar das boas manobras no concreto, um deles, Natanael Silva, profissional no BMX, me contou que sua especialidade é o Dirt Jump, modalidade em que o atleta pedala em alta velocidade e faz manobras aéreas sobre morros e obstáculos de terra nas rampas.

Junto ao profissional estavam alguns amadores que mandaram muito bem no estilo street e que compõem com ele o Insanos Dirt Jump de Bauru, grupo de pilotos que pratica na pista de terra do Parque Roosevelt. Além deles estavam alguns jovens de Barra Bonita, que vieram passear e praticar BMX em Bauru e há boatos de que os praticantes da cidade vizinha são muito bons na modalidade street. Confira a cobertura fotográfica abaixo.


Natanael ainda me contou que o esporte ainda recebe pouco apoio na cidade. “Nós é que ralamos, fazemos as rampas de terra e cuidamos do campo. Na prefeitura ninguém dá uma força. Quando a gente precisa ir aos campeonatos, a gente trabalha e vai com o próprio dinheiro ou pede pros amigos donos de lojas.” É complicado jogar assim, de forma tão precária. Muitos dos atletas independentes de Bauru sabem que existe a Lei de Incentivo ao Esporte, incluindo leis estaduais, porém não sabem como ter acesso à elas ou lidar com toda a burocracia envolvida nos processos de liberação de verba pública para a elaboração de eventos esportivos.

Ainda sim, no dia 26 de maio haverá a terceira etapa do Campeonato Paulista de Bicicross-BMX Votorantim em Jarinu e alguns rapazes do Insanos Dirt devem se apresentar por lá. Enquanto isso, os “treinos” acontecem aos finais de semana, no parque Roosevelt. Os fãs, admiradores e amadores aguardam um campeonato municipal em breve. Assim seja!
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Samba e Maracatu: a mistura que animou Bauru

3 de maio de 2013
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Texto Pâmela Antunes
Fotos Marcelo Cabala


Em comemoração ao dia do trabalho (01/05) a CUT (Central Única dos Trabalhadores) realizou o festival de Cultura AFRO. O festival aconteceu no parque Vitória Régia, que foi contagiado pelo clima do samba e do maracatu, ritmos que fizeram parte da programação do evento.

O grupo Samba de Jorge (Santo André SP) subiu ao palco no final da tarde, diante do parque cheio. Com seu samba que traz uma batucada afro-brasileira animou o público e cantou e dançou junto com eles. Depois de uma apresentação animada, foi desejando muito “axé” (que significa poder, energia e força) que o grupo finalizou seu show.

Em seguida foi à vez do grupo de maracatu Rochedo de Ouro (São Carlos SP). Que deu inicio a sua apresentação batucando no meio público até chegar à frente do palco.


Antes de começar sua performance um integrante do grupo falou sobre a origem do maracatu que eles tocam, que vem do Recife PE e é o maracatu de Baque Virado ( que consiste numa cerimônia de coroação de rainha e rei, abrindo alas para os mesmos as damas de honra que são acompanhadas pela corte). Com letras fáceis de cantar um ritmo gostoso para dançar, a galera foi contagiada pelo som do Rochedo de Ouro.

Da mesma forma que iniciaram a apresentação terminaram batucando no meio do parque junto das pessoas presentes.
O festival da Cultura Afro teve como atração final o show da cantora Leci Brandão.

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Boneco Gira Boneco e faz dar muita risada

1 de maio de 2013
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Texto e foto de Higor Boconcelo


Pouco depois do jantar e a criançada dando baile nos pais, avós, tios ou seja lá de quem tenha sido a ideia de levá-las para sair. Claro que só ficam descarregadas quando estão com sono, e no que dependeu da peça que subiu ao palco do Teatro Municipal de Bauru na última quinta-feira, isso ficou longe de acontecer.
Dentro da programação do Boneco Gira Boneco, Festival Internacional de Teatro de Bonecos organizado pela Secretaria Municipal de Cultura (SMC) e parceiros, a peça El Gran Delirio de Anacleto e Cascarrabias foi trazida diretamente da vizinha Argentina para integrar os diversos espetáculos que por aqui rolaram.

De autoria da Cia. Los Bufones, a peça conta a história do palhaço Anacleto e seu inseparável amigo extraterrestre Cascarrabias. Aventureiros, a dupla navega pelo oceano quando são atacados pelo pirata Mala Pata, que por fim, sequestra Anacleto.
Em meio aos risos da plateia e das tentativas de Marcelo Pablo Fernandéz fazer-se entender pelo público (tanto infantil quanto adulto), a peça prossegue com a odisseia de Cascarrabias em busca do amigo raptado.

Autor da peça e fundador da Los Bufones, Marcelo é formado em Artes Plásticas pela escola Nincei (Província de Buenos Aires), e também autor, diretor e produtor. Além disso, é da arte titereira que parece ter mais orgulho: conta que das meias furadas de sua avó, idosa vaidosa e que vivia a passear, fez suas luvas de bonequeiro.

Nem a dificuldade da língua estrangeira fez com que a peça não fosse bem recebida – o que o idioma limitava, a interpretação (vocal) de Marcelo transpassava. Mais digna que os aplausos calorosos que o artista recebeu, só a noite de sono dormida por aquelas crianças.
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