Fotos por Fernanda Luz e Higor Boconcelo
Texto por Higor Boconcelo
Em tempos onde o cenário cultural
Bauruense tem sido impulsionado por diversos produtores, de diversos gêneros, a
Virada Cultural Paulista não pode mais ser vista como a salvadora do tédio da
população (e nem deve). Mesmo assim, o evento não pode ser desmerecido, ainda
que não tenha conseguido nessa edição manter o fluxo de atrações culturais por
24 horas seguidas.
Mudanças à parte, a galera que aguarda
por atividades destoantes das esperadas pelo grande público (aquelas que tomam
o Vitória Régia como palco), ainda se mantinha presente no Teatro Municipal na
segunda tarde de apresentações, como nos anos anteriores.
O meio da tarde era o horário marcado
para o Chemical Funk dar as caras à plateia, o que aconteceu com quase nenhum atraso
– a não ser o provocado pela batida setentista, que tomou o local antes de
introduzir os bailarinos.
Trazendo diretamente de São Paulo para a
terra do sanduíche, o espetáculo Danças Urbanas – Locking mostra a essência
desse estilo, criado em meados da década de 60 por Don Campbell, em Los
Angeles, Estados Unidos. Formado por dez dançarinos (nove homens e apenas uma
garota), o grupo exibiu sua dança, que parecia trazer um gingado mais conhecido
dos brasileiros do que importado.
Misturava em
meio aos movimentos a atuação e estilo único de cada integrante, introduzindo cenas fáceis, interpretáveis por qualquer pessoa, mas ao mesmo tempo, dignas de serem analisadas por qualquer especialista. Seguindo uma sequência crescente, onde os movimentos e a técnica usados impressionam cada vez mais, a vibe transmitida pelos jovens dançarinos, oriundos de Ribeirão Preto, Santo André, Mauá, Mogi das Cruzes e da capital, mostrou-se contagiante e irreverente.
Infelizmente, toda a grandiosidade dos artistas
não reverteu-se em número de público. O espaço reservado para a apresentação
fora uma pequena parte do Teatro Municipal, não o palco do teatro, nem um pátio,
mas um espaço ainda menor. Houve gente assistindo das escadas, e outras que não
puderam ver, mas só ouvir – o que é ainda pior, pois perderam o espetáculo. Mas
há quem diga que essa é a essência da dança de rua, e se for ou não, o que
resta aqui é parabenizar os dançarinos, já que os aplausos foram mais do que
garantidos. E de pé.
*No vídeo abaixo, trecho do espetáculo.
Obrigado aos bauruenses que prestigiaram o nosso trabalho. Esperamos retornar mais vezes. Grande abraço à equipe e-Colab!!!
ResponderExcluirValeu, Ivo! Parabéns pelo trabalho, excelente! Abração.
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