Por Laís Semis
Fotos por Fora do Eixo
“Quem vive, gera lixo. Quem tá vivo, tá dentro”, resume Djalma, que na Pós-TV do Contato Verde, apresentou o GIRO (sigla de Gestão Integrada de Resíduos Orgânicos). A necessidade desse debate surge em São Carlos por ser uma cidade a produzir diárias 160 toneladas de lixo, sendo que mais da metade são resíduos orgânicos, que acabam se misturando com outros resíduos. Como a capacidade do aterro foi atingida e a situação do aterro novo ainda não foi legalizada, o lixo faz viagens diárias para outra cidade.
Além dos gastos com transporte, acontece o desperdício do potencial do lixo orgânico. Entrando com uma solução, projeto GIRO traz uma proposta descentralizadora de gestão de resíduos através da criação de diversos pontos de compostagem espalhados pela cidade, num trabalho de educação e sensibilização, se tratando de um projeto que não funciona sem as pessoas.
Já foram elencados três pontos da cidade, sob a ideia de sensibilizar a região ao entorno, distribuir baldes plásticos com instruções do que podem ou não entrar nessa coleta. O caráter pedagógico de serem pontos dentro da cidade é o fato das pessoas conviverem com a realidade de que somos todos produtores de lixo.
Marcos "Ninguém" roda o Brasil espalhando a permacultura |
A Pós-TV trouxe outros dois convidados, conectando temas que envolvem futuro sustentável; um deles apresentando todo o processo de construção da Geodésica (que durante o Festival se tornou um espaço de encontro e debate), enquanto Marcos “Ninguém” tratou da permacultura. O permacultor e bioconstrutor ressaltou a importância de que as práticas sustentáveis estejam ao alcance de todos, com tecnologias fáceis de replicar. “Ninguém” apresentou também o projeto “Transition Towns”, movimento criado pelo inglês Rob Hopkins, que se faz presente em 14 países do mundo e em mais de 300 cidades, trazendo uma metodologia de organização para que juntas as pessoas desenvolvam sua capacidade de planejar suas cidades. “Esse novo mundo se forma na prática”, diz o bioconstrutor. “O que eu to fazendo com o meu lixo? Se eu não consigo nem tomar conta dele...”