Enxame recebe Congresso Regional de coletivos

13 de fevereiro de 2011
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Cá estamos em Bauru-SP, na abertura da Imersão Regional de Coletivos da rede Fora do Eixo. Várias idéias pairam no ar. Muitas idéias serão trocadas, muitos temas discutidos e muita saliva será gasta, porque todos aqui têm algo em comum: respiram arte e cultura.

Estamos na “Oficina Cultural Glauco Pinto de Moraes”, um lugar muito agradável para começar os primeiros contatos e aquecer os debates.

A parte da manhã foi reservada para apresentações e trocas de experiências entre os primeiros coletivos que haviam chegado. Viajamos em temas que variam entre economia solidária, política e burocracia e vão muito mais além... Paramos para almoçar.



Depois do almoço, com a chegada dos demais coletivos, mais assuntos surgiram. A tarde começou com um rápido depoimento do Felipe, da CAFE - SP (Casa Fora do Eixo São Paulo), falando sobre as “novas” do circuito. Ele apontou a necessidade de agrupar os coletivos, num âmbito regional, destacando a importância da nova sede, localizada na capital paulista, sobretudo para novas articulações.



Integrantes dos principais coletivos do estado de São Paulo ouviam atentos. Eu olhei para a direita e vi os integrantes do Massa Coletiva (São Carlos), mais à frente, o pessoal do Ajuntaê (Campinas), do Guerrilha Gig (Franca) e da Edith Cultura (Bragança Paulista), à esquerda, a galera do Colméia Cultural (Araraquara), do CECAC, Rasgada Coletiva (Sorocaba), Auê (Rio Claro) e Fuligem (Ribeirão Preto). Também tinham alguns Integrantes das Casas Fora do Eixo São Carlos e São Paulo.

Três grupos de discussão foram formados em três frentes diferentes: música, comunicação e sustentabilidade.

A sala 1, de Sustentabilidade, foi mediada pela Carol, Raiza e pela Isis, do Enxame. Ela começou contando um pouco sobre as ações do coletivo de Bauru, citando a importância da organização e divisão das áreas de atuação dentro do próprio coletivo, as experiências de gestão auto-sustentável e as vantagens de um bom organograma.

Os convidados de fora também trouxeram a tona seus projetos, que envolvem economia solidária, a criação de cards e moedas de troca. Debatemos as dificuldades em implantar projetos dessa natureza e, através dos depoimentos, percebemos a evolução dos novos coletivos.

A sala 2, teve como tema a Comunicação e estava sob o comando do Gabriel, integrante do Enxame Coletivo.

Entre os principais pontos discutidos, podemos citar a captação de recursos, a relação com a mídia e os veículos com perspectiva de atuação. Também refletimos sobre cobertura colaborativa e os caráteres interno e externo de publicação, sobretudo com os projetos de assessoria de imprensa. Além disso, foram definidos novas diretrizes para o conceito de “news” gerado pelos coletivos, com as notícias regionais, lançadas na rede nacional, com o objetivo de estimular realmente a comunicação e desenvolver a divulgação.

A sala 3, sobre Música, foi mediada pelo Gustavo, do Massa e pelo Vinícius, do Enxame.

Os integrantes dos vários coletivos começaram desenvolvendo temas de logística e organização de eventos, sem esquecer da importância da comunicação. Falamos sobre, a chamada “pré-comunicação”, que diz respeito à divulgação, a “comunicação durante o evento” e, a “pós-comunicação”, sobretudo, a velocidade que essa publicação é feita.

Analisamos os principais problemas e buscamos soluções. O preenchimento das planilhas e dos TECS, foram tidos como processos essenciais para a melhoria na organização. Concluímos, que de modo geral, as casas de show tiveram suas estruturas melhoradas, tanto quanto a qualidade do som, mas a busca de novas parcerias é sempre saudável para novas perspectivas.

Falamos sobre as cenas que vêm crescendo nas diversas cidades da rede. Destacamos os trabalhos realizados na internet, nas rádios e nos projetos audiovisuais, sobretudo para estimular as produções regionais.

Os debates também foram importantes para definições de novas turnês, novas rotas e novas parcerias foras do eixo.

Já era quase sete horas da noite. A lua apareceu. Ficava a sugestão para continuarmos a reunião tomando umas cervejas...


O domingão nasceu bem ensolarado e inspirou a galera.
A segunda parte do encontro foi bem produtiva. Novamente, quem iniciou as conversas foi o Felipe Altenfelder, da CAFE – SP. Ele reforçou a idéia de integração, explicou a evolução do movimento e as perspectivas de internacionalização da rede.

Novos grupos foram divididos. Basicamente eram duas frentes: comunicação e sustentabilidade. As discussões foram importantes para a definição de novas rotas de turnês e formas de gestão.

Também rolou uma série de atendimentos individuais para cada coletivo, como forma de instruir e solucionar os problemas das várias sedes da rede.

Paramos para almoçar, sempre de forma coletiva. Fizemos aquela roda de conversas digestivas. Reiniciamos os trabalhos.

A parte da tarde foi reservada para traçarmos o calendário do ano e definirmos as funções de cada um nos próximos eventos.

O sol marcava quatro horas. O clima tava seco, então nos misturamos a criançada e rachamos o bico com o espetáculo dos palhaços do grupo Zibaldonni.

Era o "Gran Circo Internacionale". As crianças na primeira fila riam sem parar, e nós também, riamos do número e riamos das risadas delas... Sentíamos a alegria delas. Estava no ar.

Respiramos esse ar.

E essa foi a inspiração que os coletivos levaram para suas cidades ao fim do congresso.


Por Bruno Ferrari

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