Cá estamos em Bauru-SP, na abertura da Imersão Regional de Coletivos da rede Fora do Eixo. Várias idéias pairam no ar. Muitas idéias serão trocadas, muitos temas discutidos e muita saliva será gasta, porque todos aqui têm algo em comum: respiram arte e cultura.
Estamos na “Oficina Cultural Glauco Pinto de Moraes”, um lugar muito agradável para começar os primeiros contatos e aquecer os debates.
A parte da manhã foi reservada para apresentações e trocas de experiências entre os primeiros coletivos que haviam chegado. Viajamos em temas que variam entre economia solidária, política e burocracia e vão muito mais além... Paramos para almoçar.
Depois do almoço, com a chegada dos demais coletivos, mais assuntos surgiram. A tarde começou com um rápido depoimento do Felipe, da CAFE - SP (Casa Fora do Eixo São Paulo), falando sobre as “novas” do circuito. Ele apontou a necessidade de agrupar os coletivos, num âmbito regional, destacando a importância da nova sede, localizada na capital paulista, sobretudo para novas articulações.
Três grupos de discussão foram formados em três frentes diferentes: música, comunicação e sustentabilidade.
A sala 1, de Sustentabilidade, foi mediada pela Carol, Raiza e pela Isis, do
Enxame. Ela começou contando um pouco sobre as ações do coletivo de Bauru, citando a importância da organização e divisão das áreas de atuação dentro do próprio coletivo, as experiências de gestão auto-sustentável e as vantagens de um bom organograma.
Os convidados de fora também trouxeram a tona seus projetos, que envolvem economia solidária, a criação de cards e moedas de troca. Debatemos as dificuldades em implantar projetos dessa natureza e, através dos depoimentos, percebemos a evolução dos novos coletivos.
A sala 2, teve como tema a Comunicação e estava sob o comando do Gabriel, integrante do Enxame Coletivo.
Entre os principais pontos discutidos, podemos citar a captação de recursos, a relação com a mídia e os veículos com perspectiva de atuação. Também refletimos sobre cobertura colaborativa e os caráteres interno e externo de publicação, sobretudo com os projetos de assessoria de imprensa. Além disso, foram definidos novas diretrizes para o conceito de “news” gerado pelos coletivos, com as notícias regionais, lançadas na rede nacional, com o objetivo de estimular realmente a comunicação e desenvolver a divulgação.
A sala 3, sobre Música, foi mediada pelo Gustavo, do Massa e pelo Vinícius, do Enxame.
Os integrantes dos vários coletivos começaram desenvolvendo temas de logística e organização de eventos, sem esquecer da importância da comunicação. Falamos sobre, a chamada “pré-comunicação”, que diz respeito à divulgação, a “comunicação durante o evento” e, a “pós-comunicação”, sobretudo, a velocidade que essa publicação é feita.
Analisamos os principais problemas e buscamos soluções. O preenchimento das planilhas e dos TECS, foram tidos como processos essenciais para a melhoria na organização. Concluímos, que de modo geral, as casas de show tiveram suas estruturas melhoradas, tanto quanto a qualidade do som, mas a busca de novas parcerias é sempre saudável para novas perspectivas.
Falamos sobre as cenas que vêm crescendo nas diversas cidades da rede. Destacamos os trabalhos realizados na internet, nas rádios e nos projetos audiovisuais, sobretudo para estimular as produções regionais.
Os debates também foram importantes para definições de novas turnês, novas rotas e novas parcerias foras do eixo.
Já era quase sete horas da noite. A lua apareceu. Ficava a sugestão para continuarmos a reunião tomando umas cervejas...
O domingão nasceu bem ensolarado e inspirou a galera.A segunda parte do encontro foi bem produtiva. Novamente, quem iniciou as conversas foi o Felipe Altenfelder, da CAFE – SP. Ele reforçou a idéia de integração, explicou a evolução do movimento e as perspectivas de internacionalização da rede. Novos grupos foram divididos. Basicamente eram duas frentes: comunicação e sustentabilidade. As discussões foram importantes para a definição de novas rotas de turnês e formas de gestão.
Também rolou uma série de atendimentos individuais para cada coletivo, como forma de instruir e solucionar os problemas das várias sedes da rede.
Paramos para almoçar, sempre de forma coletiva. Fizemos aquela roda de conversas digestivas. Reiniciamos os trabalhos.
A parte da tarde foi reservada para traçarmos o calendário do ano e definirmos as funções de cada um nos próximos eventos.
O sol marcava quatro horas. O clima tava seco, então nos misturamos a criançada e rachamos o bico com o espetáculo dos palhaços do grupo Zibaldonni.
Era o "Gran Circo Internacionale". As crianças na primeira fila riam sem parar, e nós também, riamos do número e riamos das risadas delas... Sentíamos a alegria delas. Estava no ar.
Respiramos esse ar. E essa foi a inspiração que os coletivos levaram para suas cidades ao fim do congresso.
Por Bruno Ferrari
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