Isso não é um editorial #0

14 de fevereiro de 2011
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- Ahn? Eco o que?
- E-colab. Com aquele “ezinho” de internet.

- Tá, beleza, eu cubro o show. Pra quando é o deadline?
- Não tem deadline. Você que sabe. Só não demora muito.

- Hmm. E quantos caracteres?
- Sei lá. Veja você.

- Hmm. Quem edita?
- Você mesmo.

- Então, tá.

Essa foi a minha primeira aproximação com uma cobertura colaborativa, mais precisamente com o E-colab na SEDA, Semana do Audiovisual. Eu falando com o Gabriel sobre o E-colab e como funcionaria uma cobertura participativa. Foi um choque, uma cobertura dessas é basicamente o oposto do que um aluno de jornalismo (eu) aprende. Não existe hierarquia, nem prazos, nem regras. “É claro que a gente dá uns toques, mas é de leve”, já dizia o Gabriel que explica o que é o E-colab bem melhor do que eu aqui.

Tá. É tudo livre, conceitos de compartilhamento de conteúdo, midialivrismo, linguagem de blog, cultura colaborativa. Isso dá pra sacar. Mas por que deu tão certo? (E deu. Milhares de acessos nos primeiros dias.)

Primeiro: A gente (os colaboradores) faz o que quer. Se eu quero falar da galera fritando em um texto e depois da banda da noite em outro, eu posso. Usar gírias, usar referências improváveis, você que sabe. 

Segundo: O E-colab está dentro de uma cultura alternativa bauruense que está crescendo e reflete o que esse povo curte e quer consumir. Certa forma, a gente vê isso em jornalismo. Saber o seu público-alvo, atender as exigências da demanda, saca? Mas de um jeito bem mais leve, é claro.

Terceiro: Quem escreve um texto de graça sobre um show é porque, no mínimo, curte o que está fazendo. E vocês sabem, fazendo o que gosta a coisa sai mais fácil.

Sem contar que é ótimo saber que estamos participando (produtores, colaboradores e espectadores) do surgimento de uma coisa nova em Bauru e que ajudamos a difundir a cultura para uma galera que está sedenta por isso. E 2011 é o ano. Shows, mostras, festivais vêm por aí. Segurem-se.

Renan Simão
  1. Renan, incrível cara. Adorei a mistura de prosa com o subjetismo do texto. Claro que a tendência seria mesmo eu gostar do que escreveu, até por ter ajudado a construir isso tudo, mas ficou muito foda a maneira como foi construído. Muito esclarecedora do processo, aliás.

    Com certeza a equipe do E-Colab é um dos principais atores sociais para a construção da cena, da "coisa", já que existe uma história sendo construída, mas que depende de pessoas pra se imortalizar. Muito obrigado.
    abços,
    Gabriel.

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  2. Muito Bom o texto Renan ! Vida longa ao e-colab !

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