Por Henrique Costa
Procurei no Aurélio e realmente não encontrei nenhuma definição que relacionasse espaço físico, mega construções ou área construída à cultura. Talvez, a prefeitura de Ribeirão Preto também não tenha encontrado e por isso resolveu vetar a Virada Cultural deste ano. Alegando que “Ribeirão não tem espaço”, a gestão municipal decidiu pela não realização do evento. Uma decisão radical diante de uma iniciativa tão nobre. Cidade, população e a arte perderiam com tal veredicto. Perderiam, não fosse o movimento Se Vira Ribeirão organizado por uma multidão sedenta de arte, cultura e democracia.
No momento do anúncio da não realização da Virada Cultural em Ribeirão Preto, duas outras ações movimentavam a mídia da cidade: o Movimento Pró-Arena e o Movimento Panelaço. O primeiro tinha por objetivo conseguir a reforma do Teatro de Arena da cidade que estava abandonado pelo poder público. Já o Panelaço lutava contra o aumento exorbitante do salário dos Vereadores. Nascia em ambos, o primeiro sinal de se desenvolver uma Virada Cultural Independente.
Foto: Nathali Magalhães |
“De maneira pacífica e visando apenas as manifestações culturais, ocupamos a baixada central, um lugar historicamente desprezado pelo poder público e que virou um espaço repleto de pessoas de diferentes tribos curtindo o evento. Quem imaginaria um evento deste num dos lugares mais ‘perigosos’ e abandonados da cidade?”, se questiona Domingos. Durante as 34 horas de intervenção cultural não foi registrada nenhuma ocorrência policial, nenhum furto, nenhuma briga e principalmente: nenhum sinal de corrupção.
Aberto a todos os cidadãos interessados e prezando pela democracia, o evento teve em seu efetivo mais de 400 pessoas – de jovens secundaristas a aposentados – numa organização horizontal que por meio de vendas de canecas, ajuda dos voluntários e shows nos semáforos levantou verba para o sucesso da realização. “Esta ação é de crucial importância. Demonstramos de forma concreta que é possível os cidadãos se mobilizarem para realização de eventos e manifestações”, destaca Domingos. Para a Se Vira Ribeirão, todos os envolvidos, tanto na organização quanto nas atrações, o fizeram de forma gratuita. Mostraram que a sociedade não se cala diante de decisões egoístas dos políticos.
SE VIRA RIBEIRÃO, 2012 É ANO DE ELEIÇÃO!
SE VIRA RIBEIRÃO, 2012 É ANO DE ELEIÇÃO!
Nenhum comentário:
Postar um comentário