Eu Canto Rap

28 de maio de 2012
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Os primeiros a invadir a Casa Fora do Eixo São Paulo nesse Domingo foram as crianças. Correndo, falando alto, de lá pra cá, aos poucos, elas foram ocupando os puffs coloridos e se transformaram. Em silêncio, exceto pelas risadas exageradas e comentários que interagiam com os palhaços e rindo das partes que achavam engraçadas da dança conduzida por Vanessa Soares.

Foto por Suzana Magalhães



Mas a noite foi caindo e o público crescendo.

As mãos dos que se sentavam no puff perderam os copos com refrigentes e água e ganharam cerveja. As caras pintadas saíram de cena e Jota III com seu rap subiram no palco, seguido por três MCs. Mulheres.

- Eu sou cantora - Stefanie reconta ao microfone um diálogo que teve.
- Ah, e o que você canta?
- Rap.
- Ah... rap. Mas você não tem vontade de cantar outra coisa?
- Não, eu canto rap.

Foto pro Suzana Magalhães
“Os moleques já não são mais como antigamente, a menininha de hoje já não é mais tão inocente, evolução ou falta de noção, a juventude é o futuro da nação...”, ela manda no palco fazendo o público do 48º Domingo na Casa a acompanhar com palmas.

Cada uma das três MCs tem seu trabalho individual. “E pra quem quiser conhecer mais, procurem por nós na internet e nas ruas!”. Livia Cruz, Karol de Souza e Stefanie formam a AZ MCs. No palco, uma demonstração da força feminina. Três MCs, duas convidadas especiais e uma DJ. Força também presente nas vozes que falavam firme aos microfones e nas letras.

“Pensa no que você precisa pra fazer o que você mais ama. Eu só preciso de um papel, uma caneta e sai assim...”



A forma que o público reage em eventos de rap é sempre diferente. O hip hop tem algo que envolve as pessoas. Elas se permitem identificar, nas não-idealizações, libertações e nas batidas sentidas na garganta. E a noite seguiria mais leve, em uma pegada mais reggae embalada por uma explicitada positividade de Junior Dread.

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