Canja no Parque - Vitrola Vil e Mantis

13 de junho de 2011
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“Nós somos o Rock 'n Roll” – Vitrola Vil
Por Lígia Ferreira

O Vitória Régia foi, novamente, palco pra canja de domingo. Era o último dia do festival. A tarde começava e o dia prometia. Em meio às oficinas de grafite, land art e ecobags muita música iria rolar. O pessoal que havia participado da bicicletada aproveitou pra passar o dia todo por ali. Foi um domingo nada convencional. 

A banda responsável por apertar o play e iniciar a tarde do Canja no Parque foi a Vitrola Vil , de Marília. Durante a passagem de som já se notava algumas pessoas balançando a cabeça no ritmo da música.


A banda começou. Era hora de muito rock ’n roll; agora tudo era possível: se soltar, balançar a cabeça, bater os pés, fingir tocar guitarra, criar baquetas imaginárias e até mesmo curtir o som deitado na grama com os olhos fechados, só na vibe.

Entre uma música e outra, enquanto o vocalista, Paulo Mopho, aquecia as cordas vocais com cerveja o baterista, Ricardo Franja, preferia ficar na água. Já o Lucas, guitarrista, não bebeu durante o show, mas sua energia, com certeza era a que mais refletia no público. Era impossível não reparar nas suas expressões e na sua energia enlouquecedora. Ele queria ver a galera ferver!

Na quarta música, “Se sexo é o que importa só o rock é sobre amor” era possível notar que todos já haviam deixado a timidez de lado e se entregado totalmente ao som. Era uma mistura frenética de The Who, Nirvana e Rolling Stones. “As nossas influências são bem diferentes, o baterista vem do hardcore, eu venho do grunge e o Guilherme, baixista, é mais do rockabilly. E o que temos em comum é o pré-punk. Então você mistura tudo isso e forma o som que a Vitrola Vil faz”, explicou o vocalista.

A banda gravou um EP a pouco mais de um ano e já está se preparando pra gravar o segundo. Eles querem é continuar viajando pelo Brasil a fora, pulando de palco em palco mostrando o seu som. Eles querem música. Eles querem rock.


O rock experimental dos Mantis
Por Luana Rodrigues

Eram 16:40 quando os Mantis subiram ao palco do Vitória Régia. A banda formada por 5 integrantes, a música da banda começou com o som meio desregulado, e inicio da apresentação foi cheio de microfonia. Sorte que era apenas a passagem de som.

Até acertar o tom certo dos instrumentos, a banda fez algumas gracinhas no palco. Cantando o refrão de Caetano Veloso, “Às vezes no silêncio da noite”, por exemplo, os meninos dos Mantis arrancaram o sorriso da platéia, que já se mostrava impaciente. Entre bêbados, cachorros e crianças, que circulavam pelo parque, era possível ouvir gritos como “Cadê o som, cadê o som?”.

Quando o show por fim começou, o contágio da platéia foi inevitável. Logo com a primeira música tocada pela banda, já se via pessoas pulando em frente ao palco e até alguns bate-cabeças. Com um baixo, uma guitarra, bateria, saxofone, trompete e a voz, o som do quinteto parecia meio retro, o que dava ao Mantis um tom de rock experimental.

Influenciados por bandas do punk rock, músicos brasileiros e artistas do pós ska, a presença de instrumentos de sopro em uma banda de rock dava às músicas da banda uma melodia diferenciada que agradou ao público.

Particularmente, eu estava atenta a duas coisas. Os refrões de algumas músicas, composto por três vozes, e ao baixista/vocalista, Rodrigo Fernandes, que se apresentou descalço. Não pude deixar também de nota algumas semelhanças entre as músicas. Muitas delas começavam lentas e aceleravam depois, sendo marcadas pelos rifles de guitarra e bateria.

Se apresentando pela segunda vez em Bauru, a banda que chamava The Sams Hardcore Orchestra, e que mudou de nome devido à dificuldade de pronuncia e por que achava que mantis era um animal aquático colorido, parecido com um “pokémon”, agradeceu no final do a cidade e a presença do público. “Obrigado a todos, Bauru é uma cidade muito legal”.

Foi depois da apresentação, que descobri que nem a própria banda como sabe como ela surgiu. “A gente toca, por que é muito legal ter banda. Não sei como isso começou”, me contou o vocalista Rodrigo Fernandes, que ainda elogiou a iniciativa do Canja, dizendo que um festival que agrega sustentabilidade e todas as artes está à frente de seu tempo.