Marcha da Liberdade - Bauru

20 de junho de 2011
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"Pra mim nada, pra nós tudo".
Por João Paloso

Foi isso o que eu senti quando vi as pessoas marchando nessa tarde ensolarada de sábado.

Eu tinha meus ideais, mas não marchei só por eles. Estávamos todos juntos.
A causa do outro também era minha. Formávamos um só grito.
O que estava em jogo era a liberdade de lutar pela liberdade.
O direito de se expressar livremente sem ser esculachado pela polícia,
como aconteceu em São Paulo.
O direito de lutar pacificamente.
Lutar contra o medo. Lutar contra o medo de lutar.
Lutar por todos. Pela coletividade, pelo amor e pela arte.

Apologia?
Sim, eu faço apologia. Faço apologia pelo que acredito.
Faço apologia todos os dias.

E os malucos na praça rui barbosa? Eles sim tinham muito pra dizer.
Eles, sim, são esculachados pela polícia diariamente.
Negados e renegados pela sociedade.
São muitos outros direitos humanos em jogo.
Direitos iguais pra todos! Esse é o grito.

"Lutar, criar, poder popular"
A marcha continua andando e a cada passo se torna mais forte.
Porque nós nunca nos renderemos às leis da Babilônia.




Por qual liberdade lutamos?
Por Laís Bellini

Liberdade, para muitos, pode ser um conceito liberal. Já li um texto do Clodoaldo Cardoso, meu professor de Ética e Filosofia, que tratava da diferença da liberdade liberal e da liberdade marxista, social. Ele dizia que “para o liberalismo, que vê a realidade unicamente do ponto de vista do indivíduo, liberdade é um direito natural e individual de expressão, autodeterminação e associação e igualdade, o acesso de todos aos direitos civis e políticos” Ok! Interessante. Devemos ser livres e iguais (perante a lei).

Mas e a liberdade de ser digno? Onde fica a dignidade humana em toda essa discussão construída? Não sei não. Só sei que uma marcha pela liberdade foi construída aqui em Bauru por estudantes que viram seus direitos serem atingidos.

O que faltou nisso tudo? Aglomeração de tantos mais diversos grupos que estariam ali simplesmente pedindo por dignidade. No Brasil muitos não o tem. O conceito que permeia toda a sociedade brasileira, assim, não procura associar a liberdade a direitos sociais e dignos. Poucos estavam ali, naquela marcha, pedindo por ter o que comer todos os dias. E aqui, escrevo isso, não pra ser mais um texto sobre a pobreza no Brasil, ou sobre o sofrimento do povo, escrevo falando sobre a liberdade que estes não tem de serem dignos da própria vida e desconhecerem, em muitas situações, o próprio direito que têm de reivindicar por isso. Peço, aqui, portanto, que lutemos sim por liberdade, que continuemos esta luta, mas que seja uma luta, antes de tudo por dignidade, um direito de todos e que a todos não chega. Peço por um direito e um conceito de liberdade social.


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