Por Laís Bellini
Era domingo e, como todo domingo, eu tinha um monte de coisa para fazer antes da semana começar de verdade, mas o Cambota (pra galera) ou Beiçola (se entendi direito, pros brothers) veio me perguntar sobre a possibilidade de eu acompanhar a banda Pé de Macaco em dois ensaios. A verdade é que aquilo que eu estava fazendo em casa era bem chato, um role para ouvir música boa pareceu muito mais interessante. Fui!
Primeiro encontro: Pé no teatro, nas expressões! Contato com a Embaixada de Marte. Segundo encontro: Pé com sax, pé na percusa, várias bombas. O #ProjetoEncontra é uma ideia que surgiu de reuniões da banda Pé de Macaco com o Enxame Coletivo. O que parecem buscar? Novas artes, muita arte!
Era três e quinze da tarde e eu esperava os caras em casa. A hora passava e nada deles. A buzina soou e lá fui eu. Peguei meu bloquinho (eu sempre acho que vou ouvir uma frase muito massa e que eu posso acabar esquecendo depois se não anotar). Entre Duques e Rodrigues, finalmente encontramos o lugar, era a Propag. E que lugar! Eu nem dava nada para aquele espaço. Mas a gente só conhece quando entra. Lá dentro, muita informação, todas as paredes pintadas. Cor, muita cor, tudo envolvido.
Depois de algumas salas, o espaço de fora. Mais cor, flores, madeiras, estampas, frutas. Cheguei no momento em que (acho que) aqueciam. Esticavam seus corpos, moviam-se. Alguns comiam frutas. Testei algumas fotos. O Brisa e o Cambota explicaram um pouco o que a música significava. “P.A.C.”. Era essa a música do encontro. Expressão corporal e expressão musical juntas no palco da Pé de Macaco.
A música foi criada, segundo o Brisa, a partir de “duas nuances que representam uma mesma realidade”: a exploração do povo através de sua música regional. O povo americano é representado pelo blues e o povo brasileiro pelo baião. O treino do grupo foi bem intenso.
Suor, calor, cansaço, pressa. Trabalho, tristeza. Mesmo assim é possível a festa, a alegria. É nestas palavras que se resumiu o exercício para aprimorar as bagagens individuais dos artistas. Mostraram a individualidade do ser humano e a união das famílias nordestinas, construindo fotografias, como retrato do estereótipo do Nordeste. Eles aboliam a ruptura individual com olhares entre os indivíduos, se complementavam com os olhos. O movimento de um refletia num movimento do outro. Tudo tinha uma união, era o cotidiano nordestino. A solidão do trabalho e a união da família.
Saí de lá me sentindo, ao mesmo tempo, leve e pesada em pensamento. Aquela situação de calor, suor e trabalho me afligia a cabeça. Mas quando se criavam fotografias corporais, eu me sentia em casa, eu me sentia aparada.
Depois de pele, contato, corpo e olhares, a gente foi para outro ensaio, um role mais instrumental. No estúdio “Sala de Estar”, a banda toda se encontrou (com exceção do Sagui que, com certeza, estava curtindo o Otto em Ribeirão!). O encontro agora era com o sax e a percussão. BD e Mijão, dois homens-bomba.
A música “Mercado negro” trará no domingo o sax e a percussão além da batera, do baixo e das duas guitas da Pé. Os homens-bomba deram um gás extra no som. Um ensaio. Uma chance. O Mijão levou a música com suas batucadas, ele seguia o som dos instrumentos, foi bem natural e casou com o som da música. BD proporcionou um som diferenciado. Contudo, sou suspeita pra falar disso! Além do baixo, os instrumentos que eu mais gosto de ouvir são os metais! Acho que enriquecem qualquer som.
O batuque e o metal deram um novo visual à faixa. O encontro estruturou um novo final para a música, muito mais explosivo que o original. Eles querem as palmas da platéia, o estouro, a empolgação. Eles querem que o público queira mais no final. E nós iremos querer. Várias intervenções, várias artes, vários encontros. Um só show, vários pés no palco. Todos juntos. 40 minutos vai virar uma hora, e ainda vai ser pouco. Que venha mais um domingo incomum.
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Mais um batuque pela "Sala de Estar"
Por Laís Bellini (novamente!)
Terça-feira 15h. Pela minha caixa de e-mail eu descubro que não rolou ensaio da Pé com a
bateria Ouro Verde, como era previsto para segunda. O ensaio é hoje. Terça. E hoje eu posso!
Depois de um domingo de surpresas. A “Sala de Estar” fica cheia. Chega um, outro e mais
outro ali. “Vamos começar?”. “Tem mais gente pra chegar.” Quando já somavam cerca de
8 “ouros verde”, o encontro começa de verdade. Vão tocar junto com a Pé a “Música da Nati”
e “Coroné”, que também terá a participação da galera que eu vi no domingo ensaiando com a
Embaixada de Marte.
“Desculpe a sinceridade...”, mas a Música da Nati ficou muito massa! Pelo que eu vi no ensaio,
a galera da Ouro Verde já tinha ensaiado com a banda em alguma outra oportunidade. Eu
ainda não tinha visto o encontro. Num primeiro momento, a Ouro Verde acompanha os
macacos, depois são eles que seguem o samba da bateria. Num final diferente do comum,
os dois grupos envolvem seus ritmos que se encaixam de tal maneira, que do meu rosto não
sumiu um sorriso. Eu achei muito incrível aquilo que fizeram dentro da sala. E acho que no
domingo, a empolgação do momento vai fazer tudo ficar ainda mais forte.
Em “Coroné” a bateria fará uma participação especial. Mas eu não quero falar muito disso.
As surpresas têm que existir! E, na real, não vai faltar surpresa. Domingo é dia de arregalar os
olhos. Os meus já ficaram por um bom tempo. Ensaio é divertido porque você pode ouvir de
novo e de novo, e até mais uma vez. Depois de passadas umas 7 vezes cada música eu ainda
queria ouvir mais. Domingo é dia.
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Um pouco mais: essas sensações estarão disponíveis a todo o público no próximo domingo, por volta das 17h, no Parque Vitória Régia. Pra me inspirar, resolvi clicar na página da Pé de Macaco no Myspace. A primeira música da lista era "P.A.C.", quatro minutos e meio para sentir o que eles querem passar. Vem de encontro, Pé!
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O resultado dos ensaios aqui registrados poderão ser vistos neste domingo (12/06), no Canja no Parque, quando o Projeto Pé de Macaco Encontra se apresenta no Vitória Régia, no último dia do Festival Canja.
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O resultado dos ensaios aqui registrados poderão ser vistos neste domingo (12/06), no Canja no Parque, quando o Projeto Pé de Macaco Encontra se apresenta no Vitória Régia, no último dia do Festival Canja.
Muito bom! o exercicio de articulação metalinguistica da cultura bauruense e-colab
ResponderExcluirMuito obrigado pelo apoio ao grupo com as exelentes coberturas!
Beijos
Renato Crisóstomo