Softwares, música e piração

11 de junho de 2011
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Por Luana Rodriguez

Quando cheguei atrasada na Unesp, na manhã fria de sexta feira, acreditei que iria perder o início da oficina de vídeo em tempo real. Engano meu. O que encontrei foi uma porta fechada e algumas pessoas ansiosas para que a oficina começasse.

Não deu nem 5 minutos e os responsáveis pela oficina chegaram. “Desculpe o atraso, meu ônibus acabou chegando às 9:00 horas”, disse o VJ Filipe Peçanha, antes de começar as explicações que todos aguardavam.

Dentro da sala, estavam 7 pessoas. Um estudante de Rádio e TV, uma menina que fazia Relações públicas, duas pessoas formadas em artes, uma graduada em jornalismo, eu e Filipe Peçanha, oficineiro do dia. Depois de se apresentar e saber conhecer um pouco dos interessados em sua fala, o VJ graduando da Ufscar, sintetizou em poucas palavras o que seria a oficina e qual o seu trabalho. Segundo ele, o trabalho do VJ é captar a peculiaridade da banda a partir daí fazer um trabalho forte, juntando a música com o banco de dados e as imagens. “Eu fico ouvindo música, controlando as imagens, mixando e gravando”, afirmou.

A partir disso foram duas horas repletas de vídeos psicodélicos, com músicas fortes, cores vivas e alternância de ritmos, que em determinados momentos me passavam a sensação de vertigem. Até a projeção do vídeo de Iron Man, da banda Black Sabbath foi lembrada. E, entre um nome importante e outro como Oskar Fischinger, Hans Richter e Norman McLaren, mencionados por Filipe, uma viagem no tempo foi feita para explicar a história das projeções audiovisuais.


Para ilustrar a fritação (coloque em tela cheia, e enjoy)

Quando se aproximava do meio-dia, entre olhares atentos e caras de sono, Filipe anunciou o fim da primeira parte da oficina. Antes de liberar a galera para o almoço, o VJ pediu as impressões das pessoas presentes e anunciou o que seria a segunda parte da oficina: um projeto para aprender a fazer projeções usando o Canja como referência.

Carolina Dias, estudante de RP que estava presente na sala, disse na hora do intervalo que havia gostado das explicações e matado sua curiosidade em relação as mixagens de som e imagem. “Eu gostei de verdade da oficina, queria saber como é esse lance de mixagem de vídeos que é muito louco e entendi como funciona”, esclareceu a estudante que depois disse que não voltaria para a segunda parte da oficina.

De volta ao mundo perdido, tive por alguns minutos a sensação de que não teria segunda parte alguma. Passaram-se quinze minutos, não havia sinal de ninguém e sala para onde estava programada a oficina começou a encher de estudantes que não participariam do projeto de editoração vídeos. Depois de um tempo, Filipe retornou a sala, mas ninguém que estava presente no período da manhã tinha voltado.

A oficina recomeçou com um público totalmente novo. Eu era a única exceção. Logo de cara, o VJ lançou aspectos técnicos e práticos sobre a projeção e mixagem. “No básico, básico, um projetor e um computador” afirmou Filipe em meio a desenhos de ângulos e coisas parecidas.

Logo depois, nos foi apresentado o programa para editoração, o Resolume. Como parte do projeto começamos a mexer naquele programa totalmente novo, pelo
menos pra mim. Quando já estava no fim das explicações sobre como usar o resolume, os participantes da primeira parte da oficina chegaram, atrasados, obrigando Filipe a recomeçar as explicações.

Ao som do Projeto Homem Bomba, me aventurei naquele programa, e aí começou a piração. O choque de cores e a velocidade das imagens que eu projetava umas sobre as outras era tamanha que me fazia viajar por entre as idéias.

Quando a oficina chegava ao fim, fui conversar com Filipe sobre seu interesse pela projeção. Ele me contou que decidiu ser VJ no momento em que descobriu seu gosto por audiovisual e que decidiu não fazer engenharia. Me disse também que a apresentação mais louca que ele fez foi para o encerramento de um encontro de cinema e, que as maiores dificuldades na projeção está em armazenar um grande banco de dados. “Outra dificuldade está no espaço. O local pra projeção tem que ter tela e planejamento”, complementou.

Ao final da oficina o resultado foi bastante positivo, a galera, embora tenha achado o
programa bem confuso de inicio, conseguiu se adaptar ao software e eu que não sabia nada sobre edição de vídeo, posso dizer que agora sei um pouco mais do que nada.

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