Anjo Gabriel

23 de junho de 2011
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Nesta quarta-feira aconteceu no Shiva Bar um show com a banda Anjo Gabriel de Recife.
Aqui estão algumas fotos da banda.


Quarta - e muitas outras - dimensão
Por Ana Laura Mosquera
Quando convidei uns amigos para irem ao Shiva nessa quarta, logo rolou a pergunta de sempre: mas quem vai tocar? A cara deles ao ouvir como resposta Anjo Gabriel não foi das melhores. Estranho como nomes assustam as pessoas. E roupas também, como pude comprovar quando chegamos no bar.
A véspera do feriado não fez do dia um dos mais movimentados dos eventos do Enxame, mas foi o suficiente para tornar a noite agradável ao som do rock progressivo e de certas peculiaridades da banda Anjo Gabriel, de Recife, Pernambuco. E o carisma desse povo pernambucano dá as caras desde o início, em cada palavra de Marco da Lata ao microfone, até o fim, na minha conversa com o André [Sette] enquanto os outros desmontavam os equipamentos.
O grupo está em turnê por São Paulo desde o começo do mês para o lançamento do primeiro disco (mesmo!), O Culto Secreto do Anjo Gabriel. O álbum foi lançado em CD e também em LP pela banda. A opção pelo vinil, como o André me disse, tem a ver com a preferência da própria banda pela qualidade sonora dos discos e com a galera que curte o som dos anos 70, época que influencia a banda, tanto nos trajes como na composição musical.
Incrível como até hoje todas as bandas de som basicamente instrumental que conheci eram boas. Talvez porque a voz esconda um pouco os instrumentos, principalmente quando todos começam a cantar junto. Com a quase total ausência da voz, não tem como enganar. A oportunidade de prestar atenção em cada acorde é única, e me fascina muito. Sobretudo a bateria. Logo achei um canto para ficar vidrada em cada toque das baquetas. Pesados, porém precisos. O baterista parece que vai levantar vôo. Por ora, tenho uma impressão momentânea que não consigo explicar, mas ele parece que está tocando ao contrário.
Mas a novidade do show foi, com toda a certeza, o theremin, instrumento que emite ondas sonoras a partir do movimento de aproximação das mãos. Num certo momento do show, parece que uma curiosidade quase infantil das pessoas foi sanada. André desceu o instrumento do palco para quem quisesse tocar. Eu, que estava mais próxima que todos exatamente para observar o theremin, contive a vontade por um mínimo instante, que durou o tempo certo das outras pessoas conterem seus impulsos também. Logo que decidi experimentar, quase me perdi no meio de tantas mãos que tentavam ouvir seus sons. E, assim, fizemos nossas intervenções no instrumento certamente mais adequado para dar o toque surreal do rock da Anjo Gabriel.Negrito
No fim da noite, a única coisa que lembro escutar de um dos amigos é Nossa, os caras são muito foda.. E ninguém mais se estranhava com nada.
MPB contemporânea e outras experimentações

Por Ana Laura Mosquera
O clima estava mais do que tranqüilo: poucas pessoas nas poucas mesas. E foi mais uma vez com o som do Árido Groove que a noite começou a começar. Na Quarta Dimensão do Shiva Bar, foi o DJ ocasional Léo (Leonardo Saldanha) o responsável pelas batidas características do coletivo de DJs. Isso aconteceu numa mistura sem fim de sonoridades - brega, pop, rap, rock, samba - tudo junto para formar um balanço eletrônico contagiante, nem que seja só tomar uma breja numa mesa ao fundo do bar.
Foi quando outro membro do coletivo, Leandro Fontana (o Lelão), chegou para dar sua “canja” na discotecagem da noite, que conversei um pouco com o Léo. Aparecendo por aqui com menos freqüência, ele não deixa de dar o som da graça nas festas quando está em Bauru. Apesar do Árido [Groove] seguir um padrão de set incansável, Léo confessa sua preferência em tocar a balada com uma MPB contemporânea. E foi assim que a noite terminou no Shiva, não sei bem em que dimensão.


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