Por Jessica Mobílio e Lígia Ferreira
Fotos: Lígia Ferreira
Pare e pense se há algum gênero musical que misture e agregue ao mesmo tempo música, poesia, dança e pintura. Encontrou? Sim? Não? Pois bem, se você pensou em Hip Hop acredito que tenha sido um dos poucos que acertaram; confessamos que até nós (Jéssica e Lígia) não saberíamos responder tal pergunta até ontem.
O gênero Hip Hop é uma cultura que agrega quatro pilares essenciais: o rap, o Dj, o breaking e o grafite, por isso consegue agregar música, poesia, dança e pintura. Mas a fusão de todos esses elementos só faz sentido aliados ao contexto social. É ele que dá sentido à performance do artista.
Segundo Festival Canja, 11 de junho de 2011. Vitória Régia. Um dia de Hip Hop. Duas E-colabs. Uma cobertura.
Sem intimidade com o estilo? Pura verdade, mas não podemos negar que a parte criativa é diferenciada. Desde as letras rimadas, a proposta musical e a parte estética. Cada estilo tem a sua característica e o “style” que vimos ontem demarcavam bem o que é o hip hop. Chegava a hora dos primeiros rappers contaram suas histórias pelo microfone. As pessoas se aproximaram. Letras que falavam do cotidiano, da família e dos “brothers”. Tudo que rimasse e levantasse o público.
Qual era o significado daquelas letras? Conversamos com o rapper Delter LP sobre o tema gospel dentro do hip hop: “Só pregamos o que Deus fez na nossa vida que é libertação, restauração e cura, sem falar de uma religião”. Outro grupo que surpreendeu ‘e não estava na programação’, foi o Raciocínio: “Ver uma coisa que está errada e cantar sobre isso, muito rapper tradicional faz, a gente fala da solução. Dá outro sentido ao rap”.
Outra curiosidade: Como é feita a gravação do material e quem escolhe aquela base musical do rap? “Produzimos uns instrumentais em estúdio ou compramos a base já pronta em Curitiba e São Paulo, assim a gente acaba divulgando o nosso trabalho. Isso acontece porque os produtores querem saber onde foi parar o som que eles fizeram”, termina o Raciocínio.
Ao dar conta do tempo, das pessoas cantado as letras, e outras alheias observando o break, muitos profissionais passaram pelo palco. E nós? Aproveitamos o momento para conhecer o oficineiro que ensinou o breaking para os jovens que se aglomeraram perto do palco: “Disputo campeonatos com o break e tiro dinheiro do meu próprio bolso. As pessoas acham que é coisa de malandro, mas não conhecem o trabalho”, fala Luís, vulgo Major.
Fora de cena, do outro lado da rua acontecia o grafite, que também fazia parte da programação do Festival. A grafitagem ficou com o Comic5 Crew e o LG. O Canja Verde ficou com a reciclagem de lixo comum e eletrônico. Só algo a dizer, o sábado foi dos “b-boys” e até aconteceu uma intervenção de malabares na oficina de breaking. Essa mistura de gêneros musicais e artísticos só tem no Canja.
só corrigindo, não é Breakdance e sim Breaking ou BBoying :)
ResponderExcluirficou legal a matéria.
Parabéns a tod@s os Breakers! E também a redação e a produção do E-CoLab - pela ideia forte, em sintonizar pessoas para atuar no tempo real, dentro do tempo de estar junto e fazer coisas junto. Isso é muito! Muitos dos Breakers hoje estão tb lutando para que a ideia de competição não retire o fundamento maior do Breaking - estar junto, pela dança, a diversão! Colaboraram! Valeu! Poeta Xandu
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