Canja Rock

13 de junho de 2011
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Orquestra Rock’n’Roll
Por Bruno Christophalo
Foto por Dayvison Domingues

Após a noite anterior com Reggae, Samba-Rock e Rock Alternativo, duas guitarras barulhentas, uma bateria ágil, samplers e um contrabaixo que servia de elemento de junção entre todos esses pontos sonoros somados com a alegria que se via tanto entre os integrantes quanto no público.

Assim foi boa parte da apresentação do Camarones Orquestra Guitarrística, o quinteto de Natal (RN) que abriu em grande estilo a noite Rock do Festival Canja 2011 no Jack Pub.



Suas músicas instrumentais, com pegada de rock’n’roll, surf-music e uma levada que fazia todo mundo presente no show agitar, seja no bate-cabeça, acompanhando o ritmo com os pés, na air-guitar ou até mesmo na "roda-punk" feminina formada em frente ao palco, incluíam também trechos de covers, passando por Take Me Out, do Franz Ferdinand, e indo até mesmo a Calypso.

A insanidade dos timbres das guitarras de Karina Monteiro e Leo Martínes, que não paravam nem por um segundo, os graves produzidos pela cozinha extremamente entrosada da baixista Ana Morena com o baterista Xandi Rocha, tudo isso temperado pelos samplers e efeitos de Anderson Foca compunham um ambiente sonoro “good trip” como poucos. Os Camarones esmerilhavam seus instrumentos com um prazer e uma animação que transparecia na banda e principalmente no sorriso do rosto de Ana Morena.

Ao encerrarem a excelente apresentação com “Alabama Mama” a platéia já estava em chamas, uma breve olhada ao redor e o que mais se via eram cabelos desgrenhados de tanto dançar e comentários como “que banda foda!”.

A missão do Camarones estava cumprida, a noite Rock do Festival Canja 2011 havia oficialmente começado, e agora restava ao The Name e ao The Vain manter a animação da galera, uma tarefa que tirariam de letra...


Rock’n’Roll do The Name na cidade do Bauru

Por Soraia Alves e Renan Simão
Foto por Bruno Christophalo

The Name foi a segunda banda a subir ao palco do Jack Pub na noite do último sábado (11/06), depois de uma empolgante (e bota empolgante nisso) apresentação da banda Camarones Orchestra Guitarrística. O trio já pegou a plateia animada e tinha a missão de manter essa animação, o que não foi nenhum sacrifício para os experientes músicos de Sorocaba.

Pela segunda vez em Bauru, o The Name (que pertence ao selo Vigilante) começou a tocar. A primeira música serviu para a galera “reconhecer o território”, e já na segunda dava pra ver que a platéia não perderia o pique até o final do show. A banda ocupava perfeitamente o palco do Jack: Molinari e seu ar de seriedade no baixo ao lado do simpático e inquieto Andy, no vocal e guitarra. Ao fundo, mas longe de passar despercebido, o baterista Bruno Alves.
Em Time For Fun e Come Out Tonite (single produzido Chuck Hippolitho) a voz marcante e ao mesmo tempo familiar de Andy é o grande destaque. Faço uma pesquisa “the flash” entre as pessoas ao meu redor para saber com quem elas comparariam o vocalista: Alex Kapranos (Franz Ferdinand) e Bruce Dickinson foram alguns dos nomes citados.

O show vai fluindo. Can You Dance, Boy?, uma das melhores músicas da banda tem o refrão fácil para ser cantado junto. Já Let The Things Go é a mais diferente da banda, e chama atenção pelo elementos eletrônicos que compõem o arranjo. Andy interage o show todo com a galera e até promete comer um legitimo sanduíche Bauru em algum lugar da cidade, mas o que chama atenção mesmo é o baterista Bruno Alves que parece ter mais energia a cada música.

Depois de uma aparição “zueira” do vocalista do The Vain (que se apresentaria logo em seguida), o que vemos são três músicos de qualidade, muita qualidade e empenhados a encerrar o show deixando um gosto de quero mais. Andy e Molinari se juntam no centro do palco tocando seus instrumentos, e meus olhos ficam divididos entre eles e Bruno que parece tocar ainda mais forte, mais rápido, e mais intenso sua bateria. Molinari volta para o seu lugar a esquerda do palco, Andy se ajoelha aos pés do amigo baixista em um momento cheio de distorções de guitarra que me lembram Pink Floyd. Por fim, os três músicos tiram o máximo de seus instrumentos, tocam tudo o que podem e terminam um show que deixa na cabeça músicas que serão cantadas por mais alguns dias. E vale dizer que Andy twittou sua promessa cumprida: comeu um legítimo Bauru hoje, na terra do sanduíche. 

Drops de colaboração (do Renan)

The Name: o melhor show da noite, um dos melhores do festival. Pro Enxame Coletivo e para a banda se dá um gosto a mais. “Tocamos no Enxame bem no comecinho, foi o primeiro show, cara! É demais ver tudo isso rolando agora”, diz o vocalista Andy.

Claramente uma jukebox feita para dançar, o The Name abusa de batidas ritmadas e acordes de linhas parecidas, sempre repedidas. Parece uma marcha dançante. Seções de combinações de baixo, guitarra e bateria fazem qualquer um, invariavelmente, bater os pés e balançar a cabeça à la Franz Ferdinand.

Mas o motor disso tudo é o baterista. Insano, insano. “Você não viu nada, ele ainda vai quebrar a baqueta”, afirma um fã de longa data. Não quebrou, mas foi a atração da noite. Ele dá o rumo para as mudanças de acorde (simples, na maioria das vezes) de baixo e guitarra. Acelera a música, dá o toque de originalidade pra banda e ainda acrescenta barulinhos legais no sintetizador. Se for ouvir The Name, preste atenção no baterista Bruno Alves.

Com álbum a ser lançado em novembro, o The Name angaria ainda mais fãs como na primeira passagem por Bauru, quando o Andy se deliciou com o bolovo do Carlão. Agora comeu o autêntico sanduichão Bauru. Parece que o The Name é da casa mesmo.




Go Panda, Go.
Por Laís Semis
Fotos por Bruno Christophalo

- Fica até o fim. A próxima banda vai ser a minha – escutei Bruno Bottossi, o amigável vocalista do The Vain, falando mais de uma vez enquanto aguardava entrar no palco do Canja Rock.

Verdade seja dita: ele não estava se agüentando. Subiu no palco do The Name, tomou o posto de vocalista e cantou no finalzinho da última música. Vou falar: em determinados momentos, fiquei em dúvida se o show realmente ia acontecer e acreditei que só podiam haver dois caminhos para eles naquela noite, desastre total ou sucesso absoluto. Mas o show não tomou nenhum dos dois.

Quando chegou a vez do The Vain tocar, Bruno não conseguiu ficar no palco. E quase que nem de pé. Mas, tudo bem, isso não fez diferença para o show do The Vain. Ele se apoiou na barra de concreto acima de sua cabeça no palco. No primeiro pulo – da primeira música – ele torceu o joelho.

Bruno, cabelos negros, franja de lado, óculos de armadura grossa preta, fez muita amizade no Jack esta noite. Falou sobre a banda, signos, nomes, alargadores, deu conselhos. Ele é divertido – e adora falar. Recepcionou o público do Canja Rock. “É ótimo tocar aqui, principalmente depois do The Name e dos Camarones, ótimas bandas que... – e eu torci minha perna, galera! Vocês me desculpem.”

Por vezes, o vocalista continuou curtindo a balada com o bar, como fez antes da sua banda começar a tocar.

- Quem viu no Twitter um pandinha, é nosso. – falava do telão no fundo do Pub, onde o CACOFF montou o Espaço Twitter pra divulgar a tag #Canja2011

Seguiu com uma piadinha ruim sobre pandas presos na alfândega – motivo pra não ter nenhum CD do The Vain sendo vendido na banquinha aquela noite. Comentário em referência ao nome e capa do novo disco do The Vain, que tem ilustrada um Panda.

Sorte o som do The Vain ser firmeza demais.

“Eu queria mandar um beijo pra todas as meninas bonitas e simpáticas daqui da frente”, disse Bruno. “E pros caras do The Name. Mas como eles são um bando de caras, deixa pra lá...”

Uma figura. Cada um deles. A banda tocou quase o tempo todo sozinha no palco, porque seu vocalista estava curtindo o próprio show. Todo mundo se divertiu. A galera curtiu insanamente. E quem deixou de acompanhar os meninos na música “Close to the Fire”, perdeu. Porque a banda controlou o Jack, bem no esquema tudo-é-nosso-não-baixem-o-telão! Mas, sei que a banda tinha mais a oferecer.

No final? Coro.
“Bruno!, Bruno!, Bruno...”

Atrás do telão, a banda continuou dançando. Não que Bruno tivesse ficado atrás dele. Apenas continuou a vagar, falar da perna que doía e conversar com mais estranhos. Daí pra frente foi “funk até o caroço” com a discotecagem pra completar o sucesso do Canja Rock. Gente subindo em cadeira pra conseguir ficar na altura do DJ e conseguir pedir um som.

A noite foi ótima. Três bandas incríveis passaram pelo palquinho do Jack.
Alguma coisa sempre fica a desejar em noites assim, cheias de atrações – mas não hoje.


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