Fotos: Diogo Azarias
Por: Laís Bellini, com inserções investigativas de Gabriel Ruiz
13 de maio, sexta-feira-treze. Cachorro Grande em Bauru. E eu ainda estou pensando no que vou escrever. Já ouvi tantas controvérsias. O que realmente eu achei está cheio de opiniões. Vou considerando o lado de um que achou legal por tal motivo e também considero o lado do outro que não curtiu por causa de outro motivo. Melhor mesmo é dar as minhas impressões.
Jack Pub, tipo meia-noite e meia. Fila. Achei bem chato que a Valetes, banda de abertura, não tocou.
Alguns equipamentos de som queimaram na passagem de som do Cachorro Grande e tivemos que correr atrás de outros, passadas das 9 da noite, imagine? Conseguimos e, com isso, atrasou toda a passagem de som. Era quase 23h - horário de abertura da casa - quando os técnicos de som do Cachorro Grande encerrou. Com isso, a Valetes não pôde passar o som. Rolou muita tensão, a banda queria levar a iluminação embora. Foi longe. Pra piorar, a produção do Cachorro Grande não 'achou melhor' que os bauruenses tocassem depois da Cachorro Grande, pois tinham que garantir a qualidade técnica do show.
Foi difícil e no fim, eles ficaram putos e decidiram cancelar o show.
Este funcionário de alta hierarquia do Jack, também achou bem ruim que a apresentação dos cachorros demorou muito para começar, era mais de 2h30 da manhã e todo mundo só vendo uns videozinhos de youtube no telão, tomando cerveja e ouvindo uma discotecagem bem eclética (de Avril Lavine, a Gun ´s Roses, Metallica e Blink), enquanto se alomeravam para ficar mais perto do palco.
Ensaiamos até um coro: "Ei, Cachorro, vai tomar no @#". Teve adesão até.
Ensaiamos até um coro: "Ei, Cachorro, vai tomar no @#". Teve adesão até.
Mas o show não começa. Não começa nunca. Eu já não queria mais cerveja, nem queria mais nada, eu queria ver a banda tocar.
E quando começou? Os caras estavam extremamente malucos! E, como descobrimos dias depois, não era só na hora do show:
Os caras chegaram aqui completamente chapados. Tinha até um que não tava conseguindo subir os degraus. Chegaram, olharam a casa e já saíram, porque não são eles que passam o som né?
Era muita, mas muita loucura no palco. Eu não me lembro de ter visto um show em que a alucinação soava mais alto que o som dos próprios instrumentos. Coisa de rockstar. Acho que esse é um ponto que incomodou muita gente.
Eu até gostei. Achei tudo aquilo meio doido demais, mas divertido. Dei várias risadas. Ganhei um copo de bebida do Beto Bruno. E aí eu descobri, tomando aquilo, que eles chapavam em Uísque. Muito uísque, um copo atrás do outro.
Adoro as músicas deles, por isso acho que aproveitei bem o show apesar do aperto na frente do palco. Foi um show de hits e músicas consagradas: "Deixa Foder", "Pedro Balão" "Você não sabe o que perdeu" "Hey Amigo" "Debaixo do Chapéu" "Sinceramente" "" e várias mais. Arranjei uma posição lá, e não me movi mais, no máximo para dar uma chacoalhada com os ecolabs que estavam comigo, Diogo, Bia, Marjory e Eduardo. A gente dividiu aquele copo de uísque. Se eu tomasse sozinha eu ia ficar bêbada, e eu não tava muito afim. Não sei se foi por isso que eu achei os caras loucos demais. Se eu estivesse louca talvez visse tudo de uma maneira diferente.
O Beto Bruno saiu várias vezes do palco e ficava fora por muito tempo. Ouvi um dos solos mais demorados da história hahaha, porque a banda segurou até o Beto Bruno voltar, era a faixa do primeiro álbum do quinteto: "Vai Ter Q Dar". Estou colocando na minha cabeça que tudo faz parte! Não quero ficar justificando nada, acho que os caras estão ali para fazer o rolê deles do jeito que querem, a gente que curte está ali para entrar no clima, ou pelo menos tentar. Aquele copo de uísque foi o meio!
Durante o show muito uísque, muito cigarro, as mulheres insanas, muita loucura, um sutiã. Um sutiã? É, uma mina tirou o sutiã (não sei como ela conseguiu, estava bem difícil mexer os braços na frente do palco), e mandou pro palco. O Beto Bruno adorou, usou de óculos enquanto cantava mais uma. Depois do show, eu vi a mina colocando o sutiã de volta por baixo da blusa, ela estava muito feliz!
Adorei quando tocaram “Dia perfeito”, apesar de a letra ser do Paulo Miklos, adoro quando eles tocam! Aliás, isso eu tenho que falar, é muito singular o jeito que eles tocam, adoro as caras e gestos, a primeira voz e as segundas também, bom demais!
Veio o bis: Jumping Jack Flash, versão mais alcoolizada e avacalhada da estória do rock.
No fim do show, a tietada tava no camarim, fotos, fotos, fotos, abraços, fotos, olhares, fotos, bebida, bebida, porta fechada, porta aberta, mulheres, caras, mais mulheres, poucos caras, mais bebida, mais mulheres, risadas, fotos, homens e mulheres. A gente queria trocar uma ideia com os caras, fazer um videozinho pra colocar aqui, mas não deu, eles acharam que a gente queria bebida, fotos e portas fechadas, mas a gente não estava afim disso. Saímos, eu fiquei um pouco “puta da vida” hahaha mas acontece, aquele não era o momento para saber sobre a rádio virtual deles ou sobre a coleção de vinis, era hora de fotos, mulheres, álcool e portas fechadas. Eu fechei a porta e fui dormir. Mas, o pessoal do bar ficou lá até as seis da matina.
A bagunça continuou noite adentro. Eles saíram malucos do bar. Isso não tem nenhum problema desde que você cumpra os combinados, mas. Eles podem né? Já tocaram com o Oasis (pausa, risos)...quem é o Oasis mesmo, a banda acabou né? Cara, eles ainda tiveram fôlego pra levar meninas pro hotel (como fizeram na Virada Cultural em 2009) e estragaram várias coisas por lá, causaram mesmo. Eu estava esperando uma noite foda no bar, mas me decepcionei, esses caras não devem durar muito... o rock, às vezes, tem disso também.
Ufa, desse eu escapei.
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