#Pós-TV debate o cenário cultural local

29 de agosto de 2012
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Por Nathani Zanetti Massola
Fotos por Caroline Vilanova



No segundo dia de Festival Canja, na Sede do Enxame Coletivo aconteceu o debate entre organizadores do festival e artistas independentes de Bauru. O bate papo abordou temas que englobam o cenário cultural da cidade, movimentos musicais como o Hip Hop e o Rap, as motivações e obstáculos que o artista independente possui, e os caminhos que um bom trabalho em equipe e a amizade podem trilhar na ascensão do artista.

Bauru é uma cidade com movimentação cultural grande, cheia de artistas independentes de qualidade e originalidade. No debate estavam presentes D’Bronx, Dom Black, JF, Gabriel Bila, MC Valente, Leopoldo, Felipe Canela, Danilo Lordelo, Jade Suhaila, e os organizadores do festival e articuladores culturais Magu, Lucas Grilli e Ike. Para estes atores da cena cultural bauruense, o verdadeiro artista independente procura muito mais do que o sucesso financeiro, a real busca deles é o crescimento pessoal. A troca de ideias e experiências, o trabalho em equipe, as novas amizades e parcerias são o que dão valor ao seu trabalho.

Um dos temas abordados pelos participantes foi a autonomia do artista. O artista independente não é literalmente autônomo, ele sempre precisará da ajuda de alguém, seja de produtores musicais ou apoio da prefeitura. O que lhe dá a característica de independência é que ele é o gestor de seu próprio negócio, ou seja, ele é responsável pelo primeiro passo e pelo planejamento de sua carreira. Porém, independente ou não, tanto na dança quanto na música ou nas artes, o reconhecimento do trabalho destes profissionais não “cai do céu”, o artista independente precisa pular obstáculos, correr atrás de novas oportunidades e exibir seu trabalho sempre que possível, procurando gerar maior visibilidade e contato com novos públicos.

Outro tema que é muito abordado pelos artistas do hip hop underground bauruense são os novos meios de divulgar seu trabalho, estabelecer conexões entre diferentes cidades e diferentes públicos, e também oferecer produto de maior qualidade. Os festivais de música independente são um ótimo meio de disponibilizar o trabalho destes artistas livremente, pois é através da conexão entre os festivais de diferentes cidades que é possível enxergar cenários produtivos e potencialmente aptos para receber artistas de outras localidades. É também através da ligação entre diferentes festivais e cidades que o artista consegue captar a troca de tecnologias e experiências, criar novas oportunidades e fazer parcerias. Já em questão de qualidade, o artista independente precisa de ajuda financeira para otimizar seu trabalho, mas essa não é a sua maior preocupação ou o seu objetivo. Seu objetivo é levar um trabalho legal para o público, agregar valor a ele através da troca de experiências e parcerias atingindo assim um nível de qualidade maior.

E o trabalho do artista independente vai muito além do talento, é uma conexão de parceria, amizade, conhecimento e cultura. Por detrás de cada show existem colaboradores, produtores, companheiros e admiradores que edificam a cadeia produtiva daquele artista e dão base à realização de seus projetos. O debate se encerrou na sede do Enxame Coletivo na noite de terça-feira, 28, mas ainda pode ser assistido link, e para qualquer outra informação é só acessar o site.

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