Texto e fotos por Bruno Christophalo
Um acorde meio esquisito na guitarra dá o clima de início de
show, a ansiedade aumenta e o instinto indica que algo bom está por vir. Como
se esperava, a música se expande e novos instrumentos adentram a melodia, o teclado
tempera a introdução com um breve toque de amor.
Mas quem está em palco no Sesc Bauru é o Hurtmold, e as suas
características mais marcantes continuam presentes no som. Diversas texturas,
quebras de estrutura, improvisações e dissonâncias pontuam o começo da
apresentação. Uma parede sonora se rompe e inunda o ambiente com uma vibração
musical enorme, olhares fixados, mãos e pés batendo, marcando o ritmo.
As sonoridades vêm em camadas compostas de diferentes
elementos, trabalhados pelas mãos de Maurício Takara (bateria e trompete),
Guilherme Granado (teclado e vibrafone), Fernando Cappi (guitarra), Mario Cappi
(guitarra), Marcos Gerez (baixo) e Rogério Martins (percussão e clarone) e
misturam influências que vão do jazz à música brasileira, passando pelo
afrobeat e outros estilos que resultam no som poderoso do Hurtmold.
Os instrumentos são por vezes trocados entre os membros para
a construção de timbres e harmonias complexas, mas que fluem com certa
naturalidade impressionante, a música soa como um bloco de mármore que é
moldado em forma de escultura.
A apresentação de pouco mais de uma hora foi composta em sua
maior parte por faixas do álbum novo, ainda sem título definido e que será
lançado até o fim do ano. Atendendo ao público no fim do show, um breve bis, um
muito obrigado e mais um gole de cerveja.
Poucas palavras foram ditas. Não precisava.
Confira mais fotos abaixo do show do Hurtmold no Sesc Bauru:
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