Hurtmold - a música fala por si só

20 de agosto de 2012
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Texto e fotos por Bruno Christophalo



Um acorde meio esquisito na guitarra dá o clima de início de show, a ansiedade aumenta e o instinto indica que algo bom está por vir. Como se esperava, a música se expande e novos instrumentos adentram a melodia, o teclado tempera a introdução com um breve toque de amor.

Mas quem está em palco no Sesc Bauru é o Hurtmold, e as suas características mais marcantes continuam presentes no som. Diversas texturas, quebras de estrutura, improvisações e dissonâncias pontuam o começo da apresentação. Uma parede sonora se rompe e inunda o ambiente com uma vibração musical enorme, olhares fixados, mãos e pés batendo, marcando o ritmo.

As sonoridades vêm em camadas compostas de diferentes elementos, trabalhados pelas mãos de Maurício Takara (bateria e trompete), Guilherme Granado (teclado e vibrafone), Fernando Cappi (guitarra), Mario Cappi (guitarra), Marcos Gerez (baixo) e Rogério Martins (percussão e clarone) e misturam influências que vão do jazz à música brasileira, passando pelo afrobeat e outros estilos que resultam no som poderoso do Hurtmold.

Os instrumentos são por vezes trocados entre os membros para a construção de timbres e harmonias complexas, mas que fluem com certa naturalidade impressionante, a música soa como um bloco de mármore que é moldado em forma de escultura.

A apresentação de pouco mais de uma hora foi composta em sua maior parte por faixas do álbum novo, ainda sem título definido e que será lançado até o fim do ano. Atendendo ao público no fim do show, um breve bis, um muito obrigado e mais um gole de cerveja.

Poucas palavras foram ditas. Não precisava.

Confira mais fotos abaixo do show do Hurtmold no Sesc Bauru:

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