O Cinema Caiu
Por Laís Semis
Hoje de manhã, enquanto passávamos e contemplávamos um prédio sendo demolido, o motoqueiro, passando pela mesma rua e olhando o prédio caindo gritou por trás do capacete: “o cinema caiu!”. Raras vezes fui a um cinema que não estivesse dentro de um shopping e os poucos que eu conheci acabaram sendo reformados e tiveram outros fins, conheci um que fechou suas portas vislumbrando futuramente ser uma igreja.
Até as locadoras estão desaparecendo (com locações que custam uma média de 4 reais e podem ser encontrados para comprar nas Americanas por R$12,99 depois de um tempo do lançamento) ou suprimindo prateleiras e sendo agregadas, assim como os CDs em lojas de multicoisas, em meio a chocolates, produtos de beleza, eletrônicos, papelaria. “O cinema está em construção de um novo mercado, mais ou menos parecido com a música independente”, diz Thiago Dezan (Casa Fora do Eixo) no debate da #PósTV que abriu na tarde de ontem o Grito Rock Bauru ‘12.
Tratando da realização e distribuição independente audiovisual, a #Pós-TV que rolou na Sede do Enxame Coletivo, contou com a participação também de Beatriz Seigner (diretora do filme independente “Bollywood Dream”), Ana Paula Benini (aluna de Rádio e TV), Camila Turtelli (Bom Dia), Elissa Schpallir e Bruno Jareta (Neurônio Produtora).
Abordando a produção audiovisual independente, as experiências de turnês independentes de “Abel Contra o Muro” e “Bollywood Dream” (que será exibido hoje, às 19h30 no SESC), diálogo entre cineclubes, como o cinema tem se concentrado e tendendo cada vez a se tornar mais elitista e, em contra partida, como as produções audiovisuais colaborativas independentes tem se mostrado como uma alternativa de sucesso nesse meio com produção de custos mais elevados.
“O caso do ‘Abel Contra o Muro’ foi nesse esquema. A maior parte das pessoas que trabalharam no filme não receberam nada... foi mais pra fomentar, as pessoas não estavam nem interessadas em receber uma grana, todo mundo estava disposto a fazer pra ter um produto bacana”, comentou Elissa, da Neurônio Produtora. O média metragem que contou com uma equipe de cerca de 40 pessoas. E entre novas formas de produção de todos os meios, “agora, o audiovisual está também tentando se encaixar”, disse Beatriz Seigner.
Confira o programa:
Nenhum comentário:
Postar um comentário