Fotos por Ana Beatriz Assam
Texto por Luana Rodriguez
Texto por Luana Rodriguez
E me faltam palavras pra descrever a poesia de Chico. Um
show intimista, ambiente silenciosamente inquieto, o púbico a espera do
compositor que canta sua obra e torna cada frase, nota e melodia em uma canção
única.
E o espetáculo começa e junto com ele surgem musicas como “O
Velho Francisco”, “De volta ao samba”, “Injuriado” e ”Desalento”. E o novo CD é apresentado e
todas as melodias começam a serem dignas de se guardarem num “Querido
Diário”. O público não faz um coro e
deixa a voz de Chico ecoar pelo espaço e não há uma pessoa que olhe para outro
lugar senão palco, todos hipnotizados pela beleza da poesia cantada.
Na estréia da turnê de “Chico”, o dono dos olhos azuis mais
famosos da musica brasileira faz dueto com Wilson das Neves, usa uma cartola
branca e canta sobre as mulheres. Canta para as mulheres. A platéia, em sua
maioria feminina, deseja ser a “Nina”, a
“Sinhá”, a “Ana de Amsterdã” e a “Tereza da Praia”. O público se emociona e
chora com “Terezinha” e vibra com “Geni e o zepelim”, num espetáculo de luzes
vermelhas e azuis que ditam o ritmo e a intensidade da música.
Chico, tranqüilo, poucas vezes se dirige aos espectadores, o
que não diminuía o carinho recíproco entre ele o público. Aos poucos o show vai
acabando. Música atrás de música, nota por nota e o saudosismo que já paira no
ar antes mesmo do show terminar.
Ainda há, contudo, tempo para o Criolo, que da segunda
fileira ouve o artista cantar a mais nova versão de “Cálice” com os versos
“Afasta de mim a biqueira, pai/ Afasta de mim a cocaine, pai” em sua homenagem.
Quando a luz cai, indicando o fim da noite, Chico se retira
do palco. A platéia se levanta, aplaude e num coro pede bis. E o pedido é atendido.
Por duas vezes o compositor volta ao palco e canta, levando o público ao
delírio. O show não deveria ter um fim. Chico Buarque é eterno.
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