Não é Los Hermanos, é Marcelo Camelo!

15 de março de 2012
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Por Luana Rodriguez
Intervenções de Laís Semis
Fotos por Wilian Olivato e Cássia Vila

Foto de Cássia Vila
Rostos conhecidos. Rostos desconhecidos. Uma multidão que se aglomerava em frente ao palco e acompanhava todas as músicas de Camelo. Foi esse o retrato do show do ex-músico dos Los Hermanos, que agora, em carreira solo, apresentava ao público o seu segundo CD, “Toque Dela”.

É complicado. Assim como a banda Extreme será sempre lembrada pelo sucesso de "More Than Words", Daniel Radcliffe por ser Harry Potter, Marcelo Camelo sempre será o cara daquela banda que toca "Anna Júlia".

E o show se iniciou com “A noite” e logo de cara a platéia percebeu que aquela linha triste, meio depressiva, se estenderia pelo resto do espetáculo. E em seguida vieram músicas como “Ô ô”, “ Tudo que você quiser” , “Menina bordada” e “Mais tarde”, e, nesse momento lágrimas já rolavam por alguns rostos.

Mas não teve jeito, o momento mais emocionante da noite foi quando Camelo tocou “Janta”, só na voz e no violão. 

"Janta" é um retrato romântico. Ela é uma canção mais popular - e não só porque caiu na boca do povo. A letra de "Janta" é muito mais fácil de se identificar nos romances sofridos do que as solitárias cinco linhas de "Saudade", em que se exige uma entrega (e um pouco de paciência, às vezes, pra aprender a admirar).

“Casa pré-fabricada”, cantada já no final também merece destaque. Como são bonitos os versos “canta o teu encanto que é pra me encantar”...

- Tá bonito? – perguntou Camelo
- Tá triste! – alguém respondeu.

Existe um problema em vender ingressos baratos, infelizmente: as pessoas compram simplesmente por se tratar de alguém ligeiramente conhecido - tal do cara do Los Hermanos - e não se importam com a música. Não respeitam nem se interessam pelo trabalho de quem quer que esteja ali em cima do palco. As conversas paralelas durante as canções foram muitas.

E o que falar dos músicos que acompanharam o show? Ah, isso é um caso a parte. Como tinha gente naquele palco. Como tinha instrumentos ali. Instrumento de sopro, de percussão, de corda. Trompete, trombone, gaita, chocalho, violão, guitarra, baixo... Os meninos da hurtmold mandaram bem.

Foto de Wilian Olivato


Ainda no show, Camelo cantou músicas como “Doce solidão”, “Pretinha” e “Copacabana”, mas o publico que acompanhava todas as músicas com palmas, foi ao delírio quando Marcelo lembrou de “Morena” e deixou o público cantar seus versos “É, morena, tá tudo bem/ Sereno é quem tem/A paz de estar em par com Deus”.

O repertório de melancolia tem sua beleza particular e é lindo à la Marcelo Camelo. É a sua essência. E também não sai disso. "Toque Dela" é um disco que não explora muito além do que já tinha sido ouvido no álbum anterior, o sentimental "Sou" (ou "Nós", se você preferir).


Foto por Wilian Olivato


E com direito a Maria Rita e samambaias distribuídas pela platéia (ensandecida) o show se encaminhou para o fim. 

As meninas se estapearam pra ficar e cuidar a pedidos de Marcelo Camelo das samambaias que enfeitavam o palco integrando um cenário verão que combinava com o som e com a camisa estampada levemente do cantor.

A saidera foi “Além do que se vê” e foi só no momento em que as luzes se acenderam que o público percebeu que o show tinha acabado. Simples assim. Não teve bis.


Confira toda a cobertura fotográfica de Wilian Olivato:

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