"Um pessoal sem camisa, chinelos havaianas por todos os pés, as meninas com as digníssimas blusinhas de alcinhas, cerveja gelada e bandas debaixo da árvore. Um domingo de rock, às vezes suingado, outras viajandão, mas sempre deixando a impressão do sentir-se bem. Mais do que apropriado para o último dia de Grito Rock no complexo da Estação Paulista, Centro de Bauru".
T.A.P.A
Quem abriu o dia foi O Sonso, o rock mais dançante do
domingo. A voz gripada do vocalista Daniel Groove não atrapalhou a vontade de
falar de desenganos amorosos, descompromissados casos, da dor de alguém que foi
embora ou do gosto de quem ficou. E as guitarras setentistas, Velha Guarda, um
teclado progressivo dão um que de rock-balanço pra banda.
Tá certo que o show começou com um climão ou uma pitada de
comédia, com Laya implorando para o técnico do som: Arruma a base aqui pra
gente, por favor. Mas nada que impedisse que o show continuasse, afinal, ele
tem que continuar sempre, não é mesmo?
Renan Simão
Jessica Mobílio |
Textos por Aline Antunes, Aline Ramos, Lígia Ferreira,
Jessica Mobílio, Renan Simão e Tamires Trindade
Fotos por Bruno Christophalo, Jessica Mobílio e Renan Simão
T.A.P.A
Tamires Trindade
O festival GRITO ROCK'12 teve seu encerramento no último domingo, 11 de março, no museu da Imagem e Som em Bauru.
As atrações iniciaram-se com a apresentação da companhia
de teatro Todos Amando Pela Arte - T.A.P.A - de Taquaritinga.
O grupo manifestou-se através da peça de teatro
"Quem casa quer casa" uma comédia de Martins Pena, que baseia-se na
ironização de conflitos familiares e corriqueiros; característica esta também
do autor, que trata com humor as desventuras da sociedade brasileira.
Com elenco plenamente ensaiado, a peça de linguajar
rebuscado foi muito bem executada, felicitações
ao diretor e ator Lynno Fernandes.
O evento Grito Rock abriu as portas para primeira
apresentação desta companhia aqui em Bauru. O pessoal logo seguiu rumo em turnê
para outras cidades do interior, foi gratificante tê-los recebidos.
O SONSO
Renan Simão
Três das cinco bandas atrações da tarde tinham - pra nosso deleite - um sotaque diferente do nosso caipira. Los Porongas vieram do Acre (que dispensa a piada), O Jardim das Horas e O Sonso são cearenses. As três bandas são amigas, compartilham integrantes e ideias. E vieram na mesma van até Bauru!
Renan Simão |
Renan Simão |
E pra fechar o set-list ainda rolaram covers de “Lindo Lago
do Amor” e “Jorge Maravilha”. A tarde começou bem.
O EMPOLGANTE JARDIM DAS HORAS
Lígia Ferreira
Tudo bem que já era à tarde, mas eu diria que o domingão
começou bem, ou se preferir, a semana começou bem. Jardim das Horas foi a
segunda banda a se apresentar à luz do sol. Luz que por sinal parece inspirar a
banda, já que senti a banda mais feliz, mais zen, mais solta que da vez
passada; quando vieram tocar no Pré-Canja.
A vocalista, Laya Lopes, estava
inspirada: “É bom tocar com o sol, né?”. Eu pensei: Olha, tocar eu não sei, mas
ouvir e ver a inspiração e energia de vocês sim. Quanto gás! Bacana ver que o
show é bom mesmo quando não se tem uma multidão na plateia.
Jessica Mobílio |
Jessica Mobílio |
A tarde foi dos bordões da Laya: Chegou o batidão aí?
Vocês gostam de rock?
Vocês gostam de rock?
Muito grata.
Por sinal, muita grato nós é que deveríamos estar, com a
perfeita fusão das raízes da música brasileira com a moderna música eletrônica.
Com a deliciosa e charmosa melodia vocal e performática de Laya.
No fim do show a plateia pensava:
Sim, o batidão chegou e não queremos que ele se vá. Fica Jardim das Horas. Mas a tarde apenas estava começando e muito som ainda iria rolar por debaixo do sol e da lua.
No fim do show a plateia pensava:
Sim, o batidão chegou e não queremos que ele se vá. Fica Jardim das Horas. Mas a tarde apenas estava começando e muito som ainda iria rolar por debaixo do sol e da lua.
LOS PORONGAS
ROCK SEM FRESCURA!
por Jessica Mobílio
E a tarde continuava, já tínhamos
recebido O Sonso e O Jardim das Horas com seus sotaques marcantes. Espécie de
raiz axial, canções que pareciam penetrar na terra e nos ouvidos de quem estava
por lá.
Bruno Christophalo |
Letras e melodias poéticas que provocavam sinestesias. Aquele encontro entre o domingo e o Sol, da terra mais o verde. Los Porongas, quanto vale o show, a tarde, o encontro...
Cena intimista, das pessoas sentadas e cabeças levemente sincronizadas. E desse último dia de Grito Rock Bauru, mais da metade norte e nordeste, escolha que funcionou de forma orgânica.
Cena intimista, das pessoas sentadas e cabeças levemente sincronizadas. E desse último dia de Grito Rock Bauru, mais da metade norte e nordeste, escolha que funcionou de forma orgânica.
E quem sabe se resumi em uma canção “Nada Além de esconderijo/ Muito
além de tudo isso”.
Os Los Porongas se soltaram e arriscaram
trechos de “the end” do The Doors. Tocaram “Lithium” do Nirvana. E ouviam-se “Já
que a tarde é longa...”. E a noite ameaçava chegar, mas quem não lembraria da passagem relâmpago desses 'caras' em terras bauruenses. Amnésia é pouco.
ROCK SEM FRESCURA!
Aline Antunes
A SUPERSONICA é assim, uma banda que inventa suas próprias
canções, sem frescura e com a necessidade de botar pra fora todas as idéias que
habitam a cabeça!
Banda independente de Bauru, eles mesclam o verde com
vermelho, o drive da guitarra com o groove do pandeiro. Utilizando o segredo de
sair misturando tudo, juntam o peso do Led com a cultura do Caetano.
Bruno Christophalo |
No último Grito Rock Bauru 2012 os Supersonicos se
apresentaram contribuindo com uma dose cavalar de Rock n’Roll e mostrando toda
a sensualidade que uma guitarra pode ter.
SUPERSONICA foi a penúltima banda do dia, e mostrou como é
seu som, e como é fazer Rock no Brasil, e que o segredo é misturar tudo e fazer
como antes, como a loucura dos Beatles e a loucura dos Mutantes!
Já podíamos sentir o Grito Rock se encerrando ao passo que o sol se pôs. No palco improvisado, uma estação. O último trem estava anunciando que ia sair, era a banda Assopro apitando os últimos minutos do Grito Rock 2012.
Aperte o cinto, a viagem instrumental rumo ao rock vai começar. Não se esqueça da escaleta, é ela quem dá um toque especial. No balouçar lento, curta a psicodelia. As vezes é preciso se segurar bem pra não pender pro lado e esmagar o companheiro. Porque a trilha tem seus altos e baixos.
Nossos trilhos tem Cambará, árvore que vive mil anos, explicou a banda. Acho que dá pra ficar tranquilo. E mesmo no vácuo, ainda é possível se encontrar numa relfexão instrospectiva. Mas é impossível não mecher o Citoesqueleto, mesmo que Partículas Apaziguadoras venham nos acalmar.
E é no balanço dançante, suave, que nossa viagem prossegue. Alguns cuidados para reparar possíveis desregulagens no som. E a noite foi entrando cada vez mais, e o Grito Rock cada vez menos. É, estávamos no fim.
"Obrigado, obrigado, Deus abençoe vocês", assopraram.
NO BALANÇAR DE ASSOPRO
Aline Ramos
Já podíamos sentir o Grito Rock se encerrando ao passo que o sol se pôs. No palco improvisado, uma estação. O último trem estava anunciando que ia sair, era a banda Assopro apitando os últimos minutos do Grito Rock 2012.
Aperte o cinto, a viagem instrumental rumo ao rock vai começar. Não se esqueça da escaleta, é ela quem dá um toque especial. No balouçar lento, curta a psicodelia. As vezes é preciso se segurar bem pra não pender pro lado e esmagar o companheiro. Porque a trilha tem seus altos e baixos.
Bruno Christophalo
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Nossos trilhos tem Cambará, árvore que vive mil anos, explicou a banda. Acho que dá pra ficar tranquilo. E mesmo no vácuo, ainda é possível se encontrar numa relfexão instrospectiva. Mas é impossível não mecher o Citoesqueleto, mesmo que Partículas Apaziguadoras venham nos acalmar.
E é no balanço dançante, suave, que nossa viagem prossegue. Alguns cuidados para reparar possíveis desregulagens no som. E a noite foi entrando cada vez mais, e o Grito Rock cada vez menos. É, estávamos no fim.
"Obrigado, obrigado, Deus abençoe vocês", assopraram.
Fotos Bruno Christophalo
Fotos por Renan Simão
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