Mariana Caires
Foto: Jessica Mobílio
O belzebu convidava a galera
acomodada no parque Vitória Régia a ir de encontro ao Teatro Athos pra assistir
“A barca do inferno”. Convite do diabo? Será que presta? Pra quem já queimava
sob o sol da tarde de Bauru, mal é que não ia fazer!
E assim, a estranha roda cercada
por barbante, maletas, atabaques e chocalhos, se preenchia de gente do rap, do
raggae, do parque, do Canja, do nada. Apreciadores do teatro de rua ou não,
todos entraram na barca e remaram sobre a onda de Gil Vicente. Teve quem perdeu
a garrafa de bebida pro diabo e até mesmo quem acabou jurado pro céu, como a
Nathália. Nada ruim, se calcularmos o tanto de gente que pelas regras dessa
peça acabaria no inferno.
DEMOcracia.
Onzeneiro, frade, todos disfarçados de homem de hoje em dia. Raça assim acaba embarcando no batel infernal, pois voz do povo é voz de Deus. E o júri popular presente no tribunal do Vitória Régia decidiu pela acusação. 53% dos votos sem dó nem piedade levaram o frade pro fogaréu. Na companhia de Brígida Vaz e suas raparigas, até que o religioso não se sentiria tão sozinho naqueles lados.
Essa foi a peça “A Barca do
Inferno”, pelo Teatro de Rua Athos. Eles vieram de Batatais para participar do Canja e adoraram a oportunidade de
atrair diferentes públicos para o teatro de rua. Faz três anos que o grupo trabalha
com a proposta do teatro sem microfones e sem paredes entre palco e público.
Foi um show de arte com música, dança e teatro que valeu a pena nessa tarde de
sábado.
Amanhã tem mais, pessoal! Tem
bicicletada, o “Canja no Parque” e muito mais! Confira o link da programação e
bora se integrar! http://bit.ly/PUfYHN
Muito bom para quem permite ceder alguns minutos dessa vida corrida para acrescentar cultura e lazer... Adorei a matéria e fotos!!! Parabéns
ResponderExcluirSe nos pedissem para explicar o espetáculo "A Barca do Inferno". não a faríamos melhor do que as palavras de Mariana Caires. A arte da palavra é para poucos, pois não exige apenas talento, mas também de muita dedicação. Isso é visivelmente percebido na Resenha dessa exímia escritora. E as fotos então... Sem comentários. Nosso muito obrigado pelo carinho.
ResponderExcluirE se nos permite, gostaríamos de nos apropriar desta frase "Vai que amanhã essas barcas se cruzam, batem, e céu, terra e inferno não passam de ninguéns disfarçados". Genial.
É realmente muito bom ter esse tempo reservado para a cultura, Fabiana, muito obrigada pelos elogios!
ResponderExcluirE ao Teatro Athos, obrigada pela inspiração que me deram para realizar essa cobertura! É claro que podem se apropriar da frase, minha resenha é também de todos vocês do grupo. Agradeço de coração!