Para derreter o gelo

3 de setembro de 2012
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por  Agnes Sofia


 
       Nada de pipocas, nem de uma sala de cinema comum. O CinExtinção, no Festival Canja, atendeu aos apelos das imagens do filme que seria exibido:  ao invés de alguém para tirar nosso tickets, um barman estiloso, orgulhoso por  exibir no bar sua estilosa Heineken. Ao invés de poltronas de uma típica sala, as banquetas do bar e um confortável sofá, para quem quisesse ver o filme e tomar uma breja, mais de perto, com desconhecidos e  futuros amigos. Na tela improvisada, o filme Gargandi Snilld. Não entendeu nada?Melhor usar, então o título inglês, já que não há tradução para o português:  Screaming masterpiece. O impacto de saber que ambas as palavras estão ligadas a coisas fortes, como barulho(para screaming) e obra prima, para masterpiece, já aguçam a curiosidade, mas apenas a abertura do filme pode traduzir a sessão eletrizante que tivemos naquela noite.

         De animais a revolucionários         
      
       O documentário é sobre o cenário da música islandesa, e como ela seria tão original e efervescente, num país tão gélido, que, nas palavras de sua artista mais famosa, Bjork, levou duas gerações para ter coragem em carregar uma identidade, após a independencia do país, em 1944. E olhando para aquelas bandas, marcadas por uma mistura de  estilos, para formar novos que sejam tão vibrantes quanto às originais, nem dá para acreditar muito na cantora, mas aquilo soa tão forte nos nossos ouvidos que a sensação de que aquilo estava ansiosamente guardado para ser ouvido confirma essa repressão que eles passaram por décadas, como “animais colonizados pela Dinamarca”, em outra declaração forte de Bjork.

         Uma fusão inesperada.
          
       Mas a sessão daquela noite não ficou apenas marcada por imagens e sons vindas da telona. Toda vez que começava, no filme, a apresentação de uma nova banda, seguida por uma sequencia eletrizante mostrando toda a força do som dos caras que tinham acabado de contar um pouco sobre como faziam seu som, surgia, entre um nós, um alto “Foda, irmão”, seguido por aplausos...Eram as imagens se convertendo em shows para nós?Não,  embora pudesse muito bem ser. Mas era só virar para o lado e ver que algo mais bombava no fundo daquele bar: eram os garotos que ensaiavam para a batalha de B.Boys que seria logo após o filme. No fim, o frio da Islândia casou com o calor dos meninos, como uma boa Heineken gelada no meio do clima quente de ideias e sons do Festival Canja.

   
          Confira trailer do filme:                





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