Por Keytyane Medeiros
Foto: Júlia Gottschalk
Domingo de sol é dia de Vitória Régia e disso toda a cidade já sabe. A surpresa é que dessa vez umas Aeromoças e Tenistas Russas passaram por lá. Opa, não são “umas”! Estamos falando de uma banda instrumental, formada por quatro rapazes de São Carlos. Confesso que já acompanhava o trabalho dos caras, e sabia que vê-los tocar ao vivo seria (e foi) uma experiência muito prazerosa, mas a minha preocupação era a reação do público diante de um som sem vocal. Não me decepcionei de maneira alguma. Nem com a banda, e muito menos com o público, que praticamente dobrou ao fim do show.
O show, tal qual a composição das músicas, nos surpreendeu bastante. Quando achávamos que a canção tinha chegado ao fim, ela recomeçava numa outra intensidade, mas ainda sim, com uma cara própria. E eis que algo inesperado acontece: o rapper bauruense Coruja BC1 sobe ao palco e faz um rap sobre a base musical feita pelo Aeromoças. Alternativos, rappers e fãs de rock se identificaram com a canção. Eu, que já conhecia e gostava dos dois, quase pirei.
Na saída do show, o tecladista Gustavo Hoolis confessou que a banda “ficava pirando pra saber como seria tocar lá em baixo [no Anfiteatro do parque]” e mais do que isso, Hoolis se mostrou até mesmo surpreso com o fato de que “a galera tava prestando bastante atenção”. Como se uma banda que faz um senhor som instrumental e que, além disso, se chama Aeromoças e Tenistas Russas não fosse algo, por si só, bastante curioso (!). Mas o olhar do público foi além da curiosidade, chegando até mesmo à observação admirada. Não poderia ser diferente, afinal, não é todo dia que uns Tenistas de São Carlos dominam o seu fim de tarde.
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