E Kamau encerra o Festival Canja assim...
Por Eduardo Henrique
Fotos: Equipe Fora do Eixo
Quem ocupa o espaço da concha acústica do Parque Vitória Régia é Kamau que atende por Marcus Vinicius Silva, um “MC, beatmaker e amante da música”. Junto à isso, é o cara que segura a responsa de fechar o Festival Canja, um público de 3 mil pessoas. Mas o “currículo” já deixa claro que essa responsa tá em boas mãos: quinze anos de estrada, trinta e seis anos de experiência vividos, parcerias na música como Tulipa Ruiz, Di Ferrero entre outros e indicações na MTV, além de prêmios pelo que faz. (leia mais aqui)!

Depois de uma aquecida, Kamau e Renan Samam soltam a voz que faz a plateia, que já representava certa mistura de tribos e gostos, produto do “Música na Praça”, a agitar junto. São três mil pessoas agitando e aderindo ao convite do rapper “Entre”, título do EP lançado em 2012. Parecia alucinante olhar pra arquibancada do parque e para a concha e ver que o agito se espalhava e o céu escuro de Bauru conversavam entre si. E os versos do Kamau preenchiam tudo isso.
Lembra da responsa que os caras precisavam segurar? Não basta dizer, tem que cumprir. E cumpriram! A integração e interação ao público foi impecável. Não satisfeito, o Kamau pediu pra que se aproximassem (justo!)... e ele deixou claro que estava atento aos detalhes. Mostrou isso dizendo pro carinha bem na frente: “eu sei que você tá cantando junto. Eu tô ligado!”. Todos se sentiam em casa, ocupando um espaço que é nosso. Ele deixou claro também o privilégio de estar ao lado do Dj Erick Jay, que trouxe trechos de músicas de grande nomes “Jesus Chorou” do Racionais MC’s (casando com versos de Lágrimas do Palhaço, que conta com a participação de Tulipa Ruiz) e Criolo Doido.

Um dos pontos fortes da apresentação contou também com a participação do rapper bauruense Coruja BC1, que já havia sentido a energia dali, na concha acústica, previamente. Apesar disso mostrou timidez no início, mas depois mostrou na voz que com 18 anos é capaz de representar Bauru e fazer interação com “ÉssePê” cantando junto com Kamau na concha. Representou a cidade nitidamente em seus versos.
E com um fôlego impressionante a noite se encerra com o público mostrando o ápice do objetivo: ocupando a concha do Parque Vitória Régia e cantando junto! Espaço nosso, pertinente pra integração artística e representação da cena local e da independência artística. A noite em Bauru, no Festival Canja, fecha nos trazendo uma lição, que Kamau deixa claro e complementa: “Isso é música da boa, boa pra levar pra casa.” E o Canja finaliza consolidando seu objetivo e mostrando que Bauru merece essa atenção e integração.
Nenhum comentário:
Postar um comentário