“Vamos fazer barulho não para mim, mas para o rap bauruense”

3 de setembro de 2012
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Coruja BC1 se apresentou no Festival Canja e mostrou que o hip hop em Bauru tem nome

Por Eduardo Henrique 
Fotos  por Jessica Mobílio

O título é uma fala do rapper durante a apresentação no Festival Canja, no espaço da concha acústica do Parque Vitória Régia. É compreensível a escolha desse recorte pra ilustrar a apresentação por uma explicação simples e breve: mostrar que o rap bauruense tem força! O contato que o Canja traz com o Hip Hop deixa claro essa aproximação e identificação do rap com os artistas independentes que do cenário local fazem parte. 

O Hip Hop em Bauru não tem só nome (ou nomes), tem espaço. Todo aquele lugar reservado às apresentações no parque ficou praticamente ocupado pelas pessoas que seguiam na batida da música que mostravam conhecê-la. A música e clipe “Não Posso Murmurar” que estampa locais conhecidos da cidade de Bauru e que completa 5 mil acessos em duas semanas, aparece na apresentação do rapper. O público que é variado em diversos aspectos começa a se aglutinar e a cantar junto. 

Complicado e difícil em um primeiro momento imaginar a sensação do Coruja BC1, que também dividia a apresentação com os MC’s Felipe Canela – Zica Zuka e Dom Black, apenas tendo uma vista panorâmica da platéia, como público. Tem que ser bauruense e mostrar o orgulho do espaço pelo qual faz parte, que ele insistia no palco. “Complicado e difícil em um primeiro momento”. É importante a ressalta por que tinha que haver um jeito de driblar a dificuldade para poder imprimir as sensações que a apresentação trazia. Era preciso ir além da mera explicação objetiva do que estava rolando ali. Era preciso viajar na mesma vibe que a platéia bauruense, que cantava e representava junto. Caminhar entre os personagens que fazia parte junto com o Coruja, na platéia, trouxe as várias sensações na tentativa de passar para as palavras.



Percebi que o Hip Hop tem uma onda interessante, ao menos o que o Festival Canja trouxe até agora. E casa com o espírito do Cobertura Colaborativa e do Festival! As pessoas parecem caminhar e falar numa voz em unidade, compartilham da realidade que vivem e encontram formas de expressão viva. Foi o que senti. Não é elogio, crítica ou pontos pra mostrar. É a sensação que aparece. O garoto que arrisca uns passos no ritmo dos beats, a mãe que dança num ritmo um pouco mais ajeitado, o grupo de adolescentes que arriscam uns versos. Parecia tudo em sintonia. “Nem todos que estão em Israel são israelitas” soou o verso conhecido. 

Ao contrário do pequeno espaço que o Ponto de Cultura – Acesso Hip Hop, em que Felipe Canela – Zica Zuka abriu para a oficina de beatmaker, o parque Vitória Régia parecia espaçoso. Parecia. O espaço foi ocupado em grande parte e o som pôde rolar de boa, e o Coruja pôde mostrar também qual seu público, sua cara e suas idéias. Ocupar o espaço, pensar junto e integrar as várias formas de expressão artística compuseram a teia de relações que o Festival foi capaz de criar no início da noite bauruense e que Coruja BC1 pôde trabalhar como um dos protagonistas.



  1. Esperamos no ano que vem poder seder um espaço maior pra oficina de Beat Maker.. Mas infelizmente aquele pequeno espaço é o que temos pra hj e abri-lo pra todos foi um prazer enorme pra gente.. Creio que quem compareceu não ligou muito para a questão do espaço, pois o que de mais valioso que aconteceu lá, foi a oficina...
    Renato Magú- Coordenador Geral do Ponto de Cultura Acesso Hip Hop

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    1. Com certeza, cara!
      A intenção não é enfatizar o espaço, mas a variedade de espaços! do Ponto de Cultura ao Pq. Vitória Régia. E como você disse, o valor tá nessa troca de ideias, como aconteceu na oficina.

      Eduardo Henrique.

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    2. É que nas duas materias que vc escreveu e o Ponto de Cultura estava inserido, vc "enfatizou" a questão do espaço... Desculpe mais não gostamos... Nem eu, nem nenhum dos frequentadores e intergrantes do Ponto... Achamos tal comparação no minimo estranha, não concordamos e nem compartilhamos da sua visão sobre o Ponto... Prefiriamos que vc escrevesse sobre a importancia do Acesso Hip Hop para legitimar a participação do movimento no Festival Canja... Enfim, a imprensa é livre... Viva a Liberdade de Expressão!!!

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    3. Desculpe se quando tratei dos espaço, pareceu como forma de comparar ou delimitá-lo. O que quis fazer foi construir uma narrativa de continuidade entre um espaço e outro, que são diferentes, mas que os objetivos são comuns em importância. Não quis me mostrar agressivo ou negativar o Acesso Hip Hop. Essa continuidade é exatamente a expressão da importância da abertura dos espaços pra construção dessas ideias, inclusive em acordo com o que o Festival pregou e tentou consolidar como objetivo. Aliás, de forma nenhuma desacato a sua fala, e peço desculpas, ainda que insuficiente, pela forma como me expressei. Estive na oficina, vi como o espaço é importante, fui recebido com educação e não tenho o porquê de negativar o espaço. Mas mais uma vez, meus pedidos de desculpa. Estamos aí.

      Eduardo Henrique.

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    4. De boa mano, ta td certo...

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