O melhor show da minha vida

10 de abril de 2012
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Por Luís Morais
Foto por Vitor Garcia

Há momentos de tamanha êxtase em nossas vidas que obviamente nos marcarão para sempre. Nesse sábado, dia 7 de abril, fui ao Lollapalooza, desinteressado em quase todos os shows. Menos em um, o último, de um tal Foo Fighters.

Lamento de ter chego tarde e perdidos excelentes shows como de Cage The Elephant e Marcelo Nova, mas isso não é problema. Ao contrário, foi até planejado, para que as 20:30 o cansaço não falasse mais alto. Uma fila monstruosa que durou exatamente o show inteiro de Band of Horses foi bem vinda pelo fato de ter assistido um ótimo show, compacto e bem feito.

Assisti uma parte de Joan Jett and the Blackhearts, que começou interessante, mas já na expectativa de ir para o palco Cidade Jardim, que ficava do outro lado do Jockey Club. Uma longa caminhada, perdendo-se da companhia – mas encontrando outras.

Eram 20:29. A pele começava a ficar arrepiada já. Talvez foi o minuto mais longo e rápido ao mesmo tempo de minha vida. Não sabia o que pensar direito. Só tinha a dúvida de “será que vão abrir com Bridge Burning?”



E foi com “All My Life”, uma das primeiras músicas que conheci do Foo Fighters, a abertura. E logo em seguida “Times Like These” e “Rope”. Era inacreditável. Eu estava longe do palco, observava quase que a banda como formigas. Não importava.

E quando veio “The Pretender” já tinha certeza de que estava no melhor show da minha vida. E desculpe os imparciais de plantão, mas eu estava lá para curtir o show. Se eu fosse cobrir, com papel e caneta na mão, não seria a mesma coisa. Lamento por quem teve que trabalhar nesse momento.

E era tanto hit, tanta música foda, que eu não sei escolher qual a melhor. Infelizmente, nem tudo é perfeito. Dave Grohl ficou sem voz em alguns momentos, mais claramente em “White Limo” e “Hey, Johnny Park”. Mas era um momento tão “fucking” especial (a palavra em aspas foi a mais usada em todo o show), que isso não era problema. Aliás, Dave ignorava seu cisto na garganta gritando loucamente no intervalo das músicas – e fez até piada com isso.

Vale um parágrafo para Pat Smear. O cara quebrou sua guitarra, tacou outra nas caixas de som arrebentando as cordas, fez as danças mais esquisitas da noite e mesmo não sendo o solo, chamou mais a atenção do que o competente Chris Shiflett.

A maior emoção veio em “Best Of You”. Tanto para a galera, quanto para a própria banda. O momento dos gritos de “oh oh oh” do povo mesmo após a música parar, ficou na memória. Assim como o resto do show.

O encerramento, com Joan Jett no palco para duas músicas da cantora e depois o maior sucesso da banda, “Everlong”, foi para deixar com um gosto de “quero mais”, que dificilmente sairá um dia da mente dos 75 mil presentes.

Assim como a imagem caótica na volta para casa, com serviços públicos obviamente não preparados para o festival. Só entrei no metrô 2 horas e meia depois que o show acabou, depois de muitos empurrões e confusões com a polícia e funcionários. E nem isso foi o suficiente para diminuir minha alegria de ter, finalmente, visto O show do Foo Fighters.

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