Por Pablo Marques
Foto: Divulgação
Lourenço Mutarelli nasceu em 1964, paulistano da Vila Mariana e com passagens fundamentais para sua formação como artista por Itaim Paulista e Tatuapé. Formado em Artes Plásticas, fumante convicto, leitor compulsivo, quadrinista underground, escritor e ator de cinema e de teatro. São tantas facetas, tantas profissões que é difícil dizer qual a sua principal atividade e qual o seu hobbie, já que ambos se confundem.
Começou fazendo quadrinhos com tiragem limitada a 500 exemplares e distribuídas por ele nas ruas. Trabalhou para Maurício de Souza, mas logo sentiu a necessidade de criar livremente. Escreveu e desenhou seu primeiro fanzine em 1991, o “Transubstanciação”, com uma importante relevância para a historia em quadrinho nacional. A trilogia, de quatro livros, o “Dobro de Cinco” também fez sucesso entre o público dos HQ’s com um detetive completamente fora do padrão, um clássico herói de Lourenço. Em 2002, publicou o “Cheiro do Ralo” escrito em um feriado de carnaval e que foi adaptado por Heitor Dhália para o cinema onde teve cerca de 200 mil espectadores. Já ganhou tantos prêmios HQ Mix que mal consegue contabilizar.
Começou escrever livros por influência da sua mulher. Tornou-se ator, ou galã como ele gosta de dizer, quando estudantes de audiovisual da ECA-USP o chamaram para participar de um filme. Criador em tempo integral, com um humor peculiar e ousado revolucionou a literatura mudando um pouco o estilo do cinema nacional. Seu estilo é urbano e sujo com personagens de um psicológico denso e sempre com uma relação familiar complexa. Seu estilo de escrever lembra livro em quadrinhos sem imagens. Referência para uma geração de jovens desenhistas, Lourenço tem uma legião de fãs e também de críticos. É conhecido por ser polêmico, por ter histórias que não são idealizadas e possíveis de acontecer a qualquer momento no centro ou na periferia de uma grande cidade.
O livro “O Natimorto”, de 2002, foi adaptado ao teatro por Mário Bortolotto, é também o filme mais recente da carreira de Lourenço. Uma história onde o protagonista não tem vergonha de fumar e baseia todo o seu dia a partir da foto do primeiro maço que compra. O enredo também é composto por uma talentosa cantora sem voz e um hotel em decadência de São Paulo. Se você ainda não viu essa película não é o único! O filme teve uma distribuição restrita a poucos cinemas de capitais brasileiras.
Quem perdeu a exibição nas telonas teve como opções as locadoras mais alternativas ou as bancas de filme da Rua Augusta, em São Paulo, durante a madrugada. Se você não foi um desses, aproveite e seja um dos poucos privilegiados a ter contato com essa história e depois pode até bater um papo com o Lourenço Mutarelli no CINEPET– UNESP BAURU amanhã, 24/04, às 19h.
A gente vai. E você?
Haverá transmissão pela internet do filme e do bate-papo?
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