Por Laís Semis
...não por aqui!
Em Setembro de 2010, o portal e-Colab surgia com o objetivo de produzir conteúdos sobre a cena independente local. E a sua missão inicial durava uma semana inteira; a primeira SEDA Bauru chegou pedindo espaço e reunindo uma equipe de 20 colaboradores para trabalhar com texto, foto, vídeo e áudio, unidos pelo propósito de ilustrar, cada um a seu modo, a cena cultural bauruense e também unidos por um conceito que eles ainda não conheciam bem: a tal da cobertura colaborativa.
De lá pra cá, o e-Colab emplacou muito mais do que uma semana de coberturas sobre audiovisual. Emplacou uma equipe fixa na missão de acompanhar as movimentações culturais da cidade, com uma câmera e um bloquinho preparados pra se transformar em conteúdos. Há quase um mês, decidimos encarar um novo desafio: a redação diária. E junto com ela procurar se envolver mais com a cidade, integrar mais gente e procurar desvendar uma cena que ainda estamos na busca de conectar.
#Pós-TV, SEDA 2012. Foto por Jessica Mobílio |
Semana passada o Sérgio Viana conversou o Filipe Peçanha, da Casa Fora do Eixo São Paulo, pra entender um pouco mais sobre como as SEDAs que nesse ano acontecem em 50 cidades do Brasil. Mas e Bauru? Como é a SEDA por aqui? Pra descobrir mais sobre essas três edições que rolaram por Bauru, fomos bater um papo com o Eduardo Porto, do Enxame Coletivo.
A SEDA é um projeto opcional que os Coletivos podem escolher em aderir ou não?
Eduardo Porto: Sim, a SEDA é um projeto nacional do Circuito Fora do Eixo, no qual cada coletivo pode aderir ou não. Cabe a cada um pensar no audiovisual e na semana como um momento agregador da linguagem e usufruir do projeto para construir cada vez mais uma cenário audiovisual local.
E em que contexto surge a proposta de se fazer uma Semana do Audiovisual aqui em Bauru? Como foi a recepção da primeira edição na cidade?
A proposta surge como para todos os coletivos, como oportunidade de focar durante uma semana inteira na linguagem do audiovisual, conectando pessoas interessadas, curiosos e já atuantes dentro dessa área para discutir, produzir e pensar o audiovisual na cidade.
Oficina de Realização Audiovisual, SEDA 2011. Foto por Laís Semis |
Hoje a SEDA Bauru conecta com um cenário de cineclubes que foi trabalho a média prazo na cidade, contemplando na sua programação de filmes infantis a experimentais. O entendimento do cenário local e as conexões estão mais sólidas, o que também foi parte de meses de trocas de experiências e ações conjuntas, fator que enriqueceu a semana do audiovisual. A construção coletiva da SEDA 2012, juntamente com as equipes das SEDAs do estado de São Paulo também estreitou ainda mais as trocas entre os coletivos e viabilizaram grande parte da programação.
Você diria que a SEDA aqui em Bauru é voltada para algum público específico?
O público que pretendemos atingir são as pessoas que estão mais ligadas ou interessadas no audiovisual, porém na programação abordamos outras linguagens e atividades para que outros públicos que são interessados em cultura também passem a incentivar e participar desse cenário.
Bauru é uma cidade que explora seu potencial audiovisual? Como você considera a movimentação de cineclubes, produtoras aqui?
Bauru é uma cidade que tem construído e ainda tem muito o que contruir para que esse todo pontecial seja colocado em prática e que com certeza tem. Os pontos exibidores da cidade tem aumentado e cada vez mais pessoas demandam que os cineclubes estejam ativos, contemplando diferentes públicos. As produtoras estão em grande quantidade na cidade, mas falta uma maior conexão e colaboração entre elas para fomentarem e crescerem juntas nesse cenário local do audiovisual. Há um mercado publicitário forte que demanda muitos das produtoras, o que acaba afastando elas dessa maior conexão.
Pacotinho de SEDA, SEDA 2010. Foto por Marina Wang. |
Depois de uma boa experiência anterior a SEDA, com o Festival Canja na cobertura colaborativa, o desafio de juntar pessoas em torno de uma cobertura de Bauru se tornou parte das articulações da SEDA 2010. Como seria uma semana inteira de programações, era preciso uma grande quantidade de pessoas envolvidas para garantir a cobertura. Nesse contexto muitas pessoas se conheceram e começaram a pensar como seriam essas ações passado a semana, por terem vivênciado e experienciado fazer sua primeira cobertura de maneira colaborativa com alunos e interessados na comunicação livre.
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