Texto por Keytyane Medeiros
Fotos por Julia Gottschalk
Seletivas do Grito no Jack, Grito Rock no Jack, Compacto.Arte na Sede da nova Casa Fora do Eixo Bauru.
Rayra Pinto, funcionária da Secretaria da Educação e integrante da Frente Feminina de Hip Hop de Bauru estava no rolê em pleno domingo e me confidenciou que a nova sede já foi espaço do Conselho Tutelar de Bauru. Informação curiosa, principalmente se comparados os interesses da nova sede e da antiga função do imóvel, mas essa é uma outra discussão. Rayra estava lá para realizar a Mostra da organização que faz parte. A ideia era dar a "perspectiva de gênero ao movimento hip hop, que vai além do rap ou do grafite, mas tem dentro de si a crítica uma série de problemas sociais."
A casa é bem grande, tem uma garagem interessante pra fazer um som, como bem prova a “La Burca” que se apresentou naquele fim de tarde. As paredes amarelinhas também são ótimas para um bom e velho grafite. Lá pelas 17h30, Amandla Rocha, vocalista da “La Burca” anuncia o início do show e a venda do EP, num clima que há muito não se via nos rolês do Enxame, o som foi quase nostálgico, apesar de ser apenas a segunda apresentação do duo de músicos. Nostálgico no sentido de que realmente se viu uma banda muito boa e original se apresentando na garagem intimista de uma casa no centro de Bauru.
Um pouco antes da apresentação, Sérgio de Campos, grafiteiro e estudante de artes da Unesp estava fazendo alguns desenhos na parede externa as nova sede. Seu traço se propunha a mostrar um desenho “em movimento, ligado à música e à dança”, como afirma o artista e o próprio grafite que leva uma caixa de som nos ombros e as típicas calças largas dos b.boys. O desenho foi feito em conjunto com o parceiro César, e ambos integram o “coletivo de dois” Comics.
A tarde seguiu e o próximo a se apresentar foi o paulistano Loop B, músico que tira música de sucata. Segundo suas próprias palavras “violão clássico se toca de um jeito, violão folk, de outro, mas como se toca um tanque de gasolina?” Pois bem, como?! Eu não faço a menor ideia, só sei que as músicas eletrônicas ao fundo combinavam muito bem com os sons produzidos pelo material recolhido por Loop B e com os movimentos que ele fazia em sua performance.
Isso sim foi um retorno à essência dos eventos Fora do Eixo. Esperamos que a essência, o idealismo, a vontade de descentralizar os pontos de cultura voltem ainda com mais força na sede da recém-lançada Casa Fora do Eixo Bauru.
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