Por Pablo Marques
O número de pessoas consumidoras de vinil está
crescendo. Não porque está mais barato
ou mais acessível. Muito pelo contrário, para comprar discos, agulhas e
vitrolas é preciso recorrer à lojas de usados. Fui até a loja “Baratos e Afins”,
loja de vinil tradicional em São Paulo, na Galeria do Rock, conversar com a
Carol Calanca, filha de Luis Calanca, dono da loja que trabalha, quase que
exclusivamente com a venda de vinis a mais de 30 anos, para saber por que o
vinil tem tantos admiradores. E esse são os principais motivos:
A justificativa para preferir o vinil é pela qualidade do
som que é analógico e por isso mais incorpado. Quando se escuta uma música digital e depois em um vinil a diferença do som é nítida. E para isso, não é necessário ter um ouvido extremamente sensível, basta prestar a tenção no
que se está ouvindo.
Por isso os admiradores do vinil nunca sumiram, o Brasil é
que tentou acabar com esse comércio. A Polysom até hoje é a única empresa que prensa vinil na América Latina e mesmo
assim quase fechou. As gravadoras nacionais optaram por valorizar as novas
tecnologias e a fábrica estava para ser desativada quando foi comprada pela
Deckdisc. Aos poucos a prensagem nacional está voltando, alguns álbuns
de músicos brasileiros além de serem lançados em CD, possuem uma versão em vinil. Lenine, Cachorro Grande, Pitty, Fernanda
Takay são alguns exemplos. No entanto, fora do país o vinil nunca parou. Lógico
que a facilidade do CD fez uma parcela do público migrar para o som digital e
enfraqueceu bastante o setor.
O CD é mais barato, mas o vinil é melhor, tanto pelo som
quanto pela estética. As capas dos LP’s sempre chamaram atenção, inclusive existem colecionadores que compram alguns vinis apenas pela capa. O tamanho dos
CDs dificulta a leitura das informações e restringiram bastante o espaço de
criação dos illustradores e designers. Na “Barato e Afins”, por exemplo, os vendedores começaram a usar óculos e as
vezes recorrem a uma lupa para enchergar as letrinhas de bula de remédio impressas na lombada do CD ou no próprio
encarte.
O crescente mercado de vinil traz de volta não só o hábito de comprar um álbum, mas também o de escutar música. A
geração dos anos 90, que hoje começa a tomar gosto pelos LP’s, se acostumou a escutar
música no computador ou em CDs no Discman. Já a geração dos anos 2000 a escuta musical
é uma atividade solitária nos fones de ouvidos dos mp3. Antes disso, a compra
de um disco era um acontecimento em um grupo de amigos. Todos se reuniam para
escutar música de boa qualide em boa qualidade.
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