Memórias de Verdades

11 de julho de 2012
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Texto e fotos por Jaderson Souza

No Brasil, o período 1964-1985 corresponde à ascensão dos militares ao poder. Quem não viveu ou quiser reviver essa época, marcada pela repressão e ausência de direitos, tem a oportunidade de visitar a exposição “Direito à Memória e à Verdade”. A exposição, desenvolvida pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, fica até o final do mês de agosto na Diretoria de Ensino, em Bauru. 

Desde os anos anteriores ao golpe até o movimento Diretas Já; passando pelos anos de chumbo e pelas greves do ABC. A exposição é uma viagem na qual os visitantes perdem a noção do tempo, muito porque acabam sendo conduzidos pelo texto que acompanha as imagens. É como se você estivesse lendo um livro. O espaço da Diretoria é adequado para que o público desfrute da exposição da melhor maneira possível. A exposição subdivide-se em duas linhas: a atuação de figuras públicas contrárias ao regime em voga na época – o ex-presidente Lula, o guerrilheiro Carlos Lamarca e o ex-deputado Rubens Paiva são algumas delas – e os abusos cometidos pelos militares. Cada militar que assumiu a presidência tem o seu espaço determinado na exposição no qual são elencados os acontecimentos de cada época. 



Composta por fotografias grandes intercaladas com material escrito, a mostra funciona como uma espécie de linha do tempo na qual são contados vários acontecimentos do período ditatorial. São retratados muitos abusos cometidos por parte dos militares, mas também são valorizadas as atuações de pessoas e instituições que lutaram pela volta do regime democrático no Brasil. Algumas desses personagens pagaram inclusive com suas próprias vidas. 

“Eles andam pra lá e pra cá perdendo hora”, brinca Valdomiro Silva, homem que trabalha de segurança na Diretoria de Ensino. Ele diz que o público observa com curiosidade as fotografias. De fato, por mais que você saiba bastante coisa sobre a História do Brasil (ou justamente por causa disso), as fotos te deixam bem entretidos. 

A exposição está aberta desde a realização da Jornada de Direitos Humanos de Bauru, realizada em abril. Nas palavras do coordenador do evento, professor Clodoaldo Meneguello Cardoso, a luta por uma sociedade democrática naquele tempo tem de ser um referencial para as gerações atuais. O gancho para a exposição foi a instalação da Comissão Nacional da Verdade que vai investigar as violações dos direitos humanos cometidas pelo Estado entre os anos de 1946 e 1988. 



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