12 de abril.
A edição do Cine Ouro Verde daquela semana era especial. E não era a chuva que iria atrapalhar. Nem o fato da sala estar fechada. Nem o fato de não ter a chave. Nem o de não ter ninguém na frente do CineClube além de nós, do Enxame e do e-Colab.
Por que, afinal, o que melhor do que um filminho com essa chuva?
Nada na rua além do carro estacionado em frente ao Cine.
Eita gente persistente, viu!
- Mas com essa chuva, você acha que rola? – disse o responsável pela chave do outro lado da linha.
- Rooola, rola! – ia convencendo todo mundo pelo caminho dos imprevistos, o Eduardo Cambota.
Não deu outra: pouco tempo depois de conseguir a chave, ainda chovendo, os lugares vazios foram se completando. Contudo, as pessoas que surgiam, na noite de hoje eram diferentes. Mais velhas. Hoje a programação fugiu um pouco do que o Bairro Ouro Verde está acostumado, sem animações, desenhos ou filmes para crianças. Hoje a noite é dos curtas-metragens nacionais.
11 cidades do país foram conectadas na Mostra do Filme Livre 2011 pela Rede Fora do Eixo. 11 Cineclubes do Fora do Eixo transmitiram a programação da Mostra em suas sessões. E a proposta era mesmo essa, de mostrar filmes que fugissem do padrão. Os escolhidos para serem exibidos no Ouro Verde eram filmes abstratos, de diferentes formatos e temas.
Curtíssimas imagens de paisagem, a busca pelo funk perfeito, histórias contadas sobre a mulher vaidosa que vive na praça. “Uma viagem”, muitos disseram (e outros tantos diriam). Filmes sem pé, nem cabeça. Só corpo.
A chuva diminuiu. A molecada se mostrou insaciada, a seleção de curtas era pouco. Dava tempo de passar mais uns curtas ou então um longa. Ainda era cedo, segundo a contagem deles.
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