Domingo em Roda, domingo em rima

24 de abril de 2013
0





Por Keyty Medeiros


Domingão de ressaca, sol fraco e o Vitória Régia lotado. Foi esse o cenário particular que encontrei quando cheguei ao principal parque de Bauru para assistir o meu primeiro Rima de Roda, uma vergonha pra mim, já que esta é a 12ª edição do evento.

Em uma conversa rápida, Renan Pedrolo conta que o evento começou em setembro do ano passado, quando o grupo Fábrica de Rima percebeu que o movimento hip hop em Bauru estava recebendo cada vez mais atenção. O objetivo principal é fortalecer o movimento na cidade, segundo Renan, a idéia é “fazer um bagulho simples, bem under, violão, voz”.

E de fato, quando a tarde estava chegando ao fim, o violão, a voz e o rap apareceram. Um rapaz forte de estatura média abriu a roda. Mandou umas rimas acústicas, com pegadas raggae e um beatbox tímido acompanhado. Teve até criança de seus 12 ou 13 anos participando do rolê. Ao redor dos principais rimadores, havia umas 30 pessoas, ouvindo atentas ao que aquelas frases improvisadas tinham a dizer sobre Bauru, a maconha e o sentimento de irmandade entre aqueles que constroem o movimento Hip Hop na cidade. 


Um dos rapazes que estava apenas ao lado da roda, abraçado à namorada foi convidado à chegar ao centro da roda e mandar alguns versos. Tímido, foi ao meio, improvisou algumas frases e voltou aos braços da namorada. Vendo a dificuldade do convidado, os veteranos de Roda de Rima, o auxiliaram, emendaram palavras ao ritmo do reggae e permitiram que outros rappers chegassem para o evento. 


Com pouco mais de uma hora de duração, a roda se desfez. Nela, já havia passado o rapaz da camiseta “paz e amor”, um bêbado fazendo declarações de amor a uma das meninas que estavam próximas à roda e um garoto de óculos, sentado no balanço. Todos numa roda, fazendo do domingo uma rima.

Nenhum comentário:

Postar um comentário