CAPSInema em ação

16 de abril de 2013
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Texto por Tamiris Volcean
Foto: Divulgação/CAPSI

Nesta quarta-feira (10/04), o CAPSI (Centro Acadêmico de Psicologia) iniciou a realização do CAPSInema. O evento cultural será realizado mensalmente e apresenta como principal objetivo a transmissão de filmes que se relacionem com algum tema da Psicologia.

Os membros do CAPSI dividiram-se em duplas, as quais são responsáveis pela escolha do filme do mês, assim como dos docentes que participarão do debate sobre o eixo teórico definido.

O filme de abertura do CAPSInema foi “Festen” (Título em Português: Festa de Família, 1998), dirigido por Thomas Vinterberg. “Festen” conseguiu satisfazer a ideia de aproximar ficção de situações cotidianas. O filme, marco do movimento Dogma 95*, evidencia em seu enredo o contexto familiar e o desfalecimento da instituição.

Assim como outras produções do movimento criado por Thomas Vinterberg e Lars Von Trier, “Festen” apresenta uma realidade ácida, a filmagem com a câmera em mãos, característica marcante do movimento, torna as situações retratadas ainda menos ficcionais. Os problemas familiares retratados na filmagem são expostos de forma objetiva, sem se preocupar com o estômago do espectador, esse é obrigado a encarar situações extremamente desagradáveis. E mais: aceitar que tudo aquilo que lhe causa náuseas durante a exibição do filme é passível de ocorrer em famílias que estão do lado de fora das telas do cinema.


Samantha Camacam, aluna do segundo ano de Psicologia e uma das responsáveis pela abertura do CAPSinema, define o evento como um espaço de reflexão e troca de olhares sobre temas acadêmicos teóricos, caracterizando-o como “um evento cultural que visa instigar o debate sobre temas da Psicologia por estudantes do curso, assim como graduandos de outras áreas.”
Para os organizadores, a participação de outros cursos no debate é tão importante quanto dos psicólogos em formação. Além disso, grande importância da participação dos docentes em eventos culturais como esse é evidenciada, uma vez que são raras as oportunidades de horizontalizar o ensino e socializar produtos e temas acadêmicos.

Infelizmente, apesar de toda a dedicação dos organizadores na escolha do primeiro filme e na delimitação do eixo teórico a ser debatido, poucas pessoas compareceram ao evento.
O número de projetos de extensão e eventos culturais lançados e sugeridos é inversamente proporcional ao contingente universitário que esses conseguem atingir. Os estudantes de graduação limitam-se às discussões verticalizadas das salas de aula, nas quais se tornam totalmente passivos no processo de ensino-aprendizagem. Os universitários esquecem que o poder de argumentação só é exercitado quando o docente deixa de impor ideias e passa a debatê-las, aceitando a bagagem cultural e intelectual de cada um, a qual é agregada por meio da participação em eventos como o CAPSInema.

A organização de eventos extra-sala dentro e fora da universidade deve ser valorizada.
Que o CAPSInema não desista na primeira edição, para que aqueles que deixaram de desfrutar desse espaço possam ter mais uma chance no próximo mês. 

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