Fotos: Keytyane Medeiros e Robinson Oliveira
Primeiro de Maio é um dia de lutas, é o Dia Internacional do Trabalhador. Dia do antigo proletário e hoje assalariado dos grandes centros urbanos. A data é fruto de reivindicações iniciadas em 1886 em Chicago a fim de diminuir a carga horária de trabalho para 8 horas diárias. E na Segunda Internacional Socialista de 1889, em Paris, a data foi aprovada como dia de lutas e conquistas.
Há quem prefira se reunir para discutir as condições laborais em sindicatos e há grupos que preferem comemorar, celebrar a conquista desta data. Independente das críticas anuais, a Central Única de Trabalhadores (CUT) de Bauru, ano após ano, realiza uma festa no Vitória Régia.
As críticas à CUT são inúmeras e quase sempre pesadas. Mas neste ano, a organização trouxe uma importante pauta para o evento: a democratização da comunicação como o desafio do século. Uma barraca foi montada para recolher assinaturas para a criação de uma Lei de Mídia Democrática e constantemente anunciada no palco. Finalmente, os movimentos sociais não ligados à comunicação perceberam o risco que corremos com a concentração da mídia e tomaram para si mais esta pauta. Ponto positivo.
Jota F e Betin MC. Foto: Robinson Oliveira |
Realizado em parceria com a Prefeitura Municipal, a programação do Dia do Trabalho começou às 10h no Vitória Régia e contou com apresentações de teatro e dança. Pela tarde, houve shows do Josiel Rusmont e também o jovem rapper Betin MC, uma das apostas do Ponto de Cultura Acesso Hip Hop.
A partir das 16h30 rolou apresentação do grupo cover de Creedence Clearwater Revival, Midnight Special. O grupo já é conhecido na cidade e é um dos maiores covers da banda no país. Apesar do frio de outono, o Vitória estava cheio e o público se dividiu entre o rock e o samba já que em outro ponto do parque estava rolando um encontro de sambistas da cidade promovido pelo Coletivo Samba.
A partir das 17h30 quem entrou no palco foi André Turco, artista conhecido na cidade. André e seus convidados tocaram músicas conhecidas como “O nosso amor a gente inventa”, do Cazuza e vários outros sucessos do Legião Urbana. Apesar da boa vontade, infelizmente os cantores não tinham tanta presença de palco, o que fez com que o público os acompanhasse, mas não enlouquecesse ao longo das canções.
Às 19h houve o Ato Público promovido pela CUT e o vereador Roque Ferreira (PT) tomou a cena. Inicialmente vaiado pela plateia, Roque falou sobre a luta pela democratização da mídia, sobre melhores investimentos na educação pública, genocídio da população jovem negra como política de “um governo fascista de Geraldo Alckmin” e sobre a redução da maioridade penal. Ao longo do discurso, a reação do público foi mudando e se tornando bastante controversa, ora apoiando as falas ora repudiando-as. Sob aplausos de alguns cidadãos e dos representantes dos professores da APEOSP, Roque deixou o palco e deu lugar aos próximos shows.
Em seguida, veio Kiko Zambianchi cantando sucessos da geração do rock dos anos 80 no Brasil. Sucessos do Legião Urbana, Capital Inicial e até músicas do Black Sabbath. Em seguida, Marcelo Nova empolgou o público – e fico feliz em dizer – não o chocou, moralmente, ao cantar “Eu não matei Joana D’arc”, “O ponteiro tá subindo” e “Pastor João e a Igreja do Invisível”. Sua performance, animada, provocadora e postura de vira-lata do rock, como ele mesmo se entitula, é um bom exemplar dos anos 80. Boa escolha da CUT.
Já Nasi surpreendeu. Não cantou músicas da carreira solo, decepcionando os fãs e sua voz não estava nos melhores dias. No auge de uma das principais músicas da carreira do IRA! “Um girassol sem sol”, subitamente, a luz do palco acabou. Gritos de “Toca Raul” e “Vamo acender um!” tomaram o Vitória Régia. A luz voltou, mas muitos já tinham ido embora depois de mais de 20 minutos de espera. Nasi encerrou o show e o Primeiro de Maio da CUT de discussões importantes sobre comunicação, educação e maioridade penal. E claro, um bom e velho rock no Vitória.
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