Por Lígia Ferreira, repóter Jornal Júnior
“Hoje faremos um remix, um jeito divertido e ousado de fazer algo novo a partir de algo velho”, é assim que o documentário, “Rip! A Remix Manifesto” inicia o seu discurso.
Como brasileira, a parte que considerei de maior destaque é a que mostra o Brasil como sendo o pioneiro na luta pelo compartilhamento de ideias. “Remixar a arte, a ciência e o conhecimento da cultura mundial é uma característica dos brasileiros, que virou política governamental”.
Gilberto Gil, cantor e compositor da música popular brasileira e ex-ministro da cultura, é um dos exemplos citados. Ele dedicou a sua vida a criar uma sociedade baseada no compartilhamento. “O compartilhamento é a própria natureza da criação. Não há criação isolada, ninguém é um criador sozinho, ninguém criada nada do vácuo, tudo vem de alguma coisa que já foi criada antes”.
O funk carioca, também ganhou destaque. É visto como uma nova forma de arte sendo criada na base da linguagem universal da remixagem. “O que é a novidade? É exatamente você misturar as coisas que já foram feitas. Isso é o futuro da música e da raça humana”, disse o DJ Marlboro, um dos dj’s de remixagem mais reconhecidos e valorizados no Brasil.
E não é só na música que o país é tido como exemplo, mas também na medicina. O Brasil é visto como o pais que desafiou as leis americanas de propriedade intelectual aos desrespeitar patentes internacionais de remédios, para produzir cópias deles por preços menores; os tão populares genéricos. “A missão era garantir acesso livre e universal a todos os cidadãos. A indústria farmacêutica viu isso como um ato de guerra; o Brasil via como um ato de vida”.
O Brasil, mesmo sendo um país que ainda luta para superar o legado de violência, corrupção e desigualdade, é considerado um país que possui acesso universal ao conhecimento e à liberdade de criação. “Pra quem faz mixagem, o Brasil nos levará à era digital”.
O documentário ainda finaliza dizendo “O que a humanidade alcançaria se todos agissem como o Brasil? Que doenças poderiam ser curadas? Que vozes poderiam ser ouvidas? Que canções poderiam ser cantadas?”
É gratificante ver o seu país sendo exemplo de algo que traz o bem estar das pessoas, e é mais gratificante ainda ver que alguém reconhece esse pioneirismo. O Brasil está à frente de muitos países que se dizem lutar pela liberdade, mesmo em um mundo onde para criar é preciso implorar pela permissão dos poderosos que detém as ideias.
Nenhum comentário:
Postar um comentário