Documentário fala sobre os direitos autorais no século da internet
Por Regiane Folter, repórter Jornal Júnior
A SEDA trouxe sua primeira mostra ontem, dia 27, com o documentário RIP! A Remix Manifesto, dirigido pelo cyberativista Brett Gaylor. O filme trata da polêmica dos direitos autorais em relação ao compartilhamento de arquivos pela internet e à remixagem de materiais pré-existentes.
Durante os 86 minutos de exibição, o filme exemplifica o dilema com fatos do dia-a-dia (afinal, quem nunca baixou uma música pela internet?) e com depoimentos de pessoas ligadas ao assunto, como o produtor Gregg Willis, conhecido como "Girl Talk" por suas remixagens musicais, e o cantor e na época Ministro da Cultura do Brasil, Gilberto Gil, entre outros.
Seria a reprodução de músicas de outros artistas um crime? A colagem de músicas e imagens, para criar algo totalmente novo, poderia ser considerada ilegal? Gaylor explora essas perguntas, argumentando que os direitos autorais perderam há muito o caráter de incentivo à criação, e agora servem como mecanismo de geração de lucro às grandes gravadoras.
Segundo ele, a internet seria o "campo de batalha" entre os detentores dos direitos autorais e as pessoas que, através da rede, adquirem materiais considerados ilegais (músicas, filmes, etc) e os transformam. Gaylor acredita que a ligação proporcionada pela internet permite que todos sejam criadores e tenham o direito de criar, recriar, mixar e compartilhar a cultura que, afinal, pertence a toda a sociedade.
A influência do passado em qualquer criação do presente é sempre reafirmada durante o documentário. Nada é totalmente novo, tudo tem influências diretas ou indiretas de criações passadas. Wall Disney teria sido um grande "remixador", pois suas produções foram criadas a partir de peças já existentes e que foram remodeladas e atualizadas. "Não há criação isolada.", afirmou Gilberto Gil, durante seu depoimento a Gaylor.
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