Texto e fotos por Laís Semis
Três meses após a partida do Expresso Polar, em dezembro do ano passado, o Cine Clube Ouro Verde retoma suas atividades semanalmente, às 20h das terças-feiras. Com suas atividades suspensas no período das férias por conta de ajustes na parte elétrica do local, que colocavam em risco os aparelhos do Cine Clube, neste mês de abril, ele estará exibindo filmes infantis nacionais.
Marcando o seu retorno está o garoto Nino, de 300 anos e senhor de um fio espetado no topo da cabeça, morador do Castelo, a voga da noite apresentando “Rá-Tim-Bum, O Filme”.
A equipe de audiovisual do Enxame montando a equipamento, arrumando fios, cabos, fazendo testes... mas tudo isso é off. A criançada não quer saber disso, de caixas de som sendo transpostas, telão sendo abaixado, fios passando de lá pra cá. Com uniformes de escola ou acabadas de sair do banho, elas entram correndo e, notando a presença de uma câmera, elas não se deixam intimidar. “1, 2, 3, FILMANDO!”, um deles grita na porta da sala vazia ao avistar a câmera. Alguns rostos se mostraram freqüentadores de outras sessões do Cine Ouro Verde e, aos poucos, as crianças vêm, espiando pela porta, conferindo se já está tudo pronto para eles poderem se acomodar nos lugares.
Eles olham a programação.
- Não vai ter filme de terror? – pergunta um deles.
É. Eu acho que não, viu.
Naturalmente animadas com a volta do Cine Ouro Verde, elas estavam curiosas para saber de tudo, o que ia passar, se ia ter toda terça-feira, se as luzes iam ser apagadas quando o filme começasse...
O Enxame está acertando o som. De repente, elas surgem em massa, falantes e sentadas nas cadeiras mais próximas ao telão. Um “bum-bum-bum, Castelo Rá-Tim-Bum...” coletivo acompanha a música do menu do DVD e os ajustes do som.
Minutos após o filme começar, o silêncio – com exceções de algumas risadas – era absoluto. As crianças haviam sido engolidas pelo telão, hipnotizadas pela história, pela fantasia e magia do Castelo.
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