#Faça Contato 2 | O Lado B

29 de novembro de 2011
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MONOGRAFIA DO RAP
Fotos por Bruno Christophalo
por Charles Rancor

Começou o show do rapper mais ouvido nas universidades. Aliás, acho que o único rapper ouvido nas universidades.

A tríade do universitário politizado conta com mais um elemento. Além de Caetano, Chico e Gil, agora a garotada politizada também ouve rap.

Quando o cara ainda era “Doido” o som era underground, pesava na mente, uma marretada. Agora, sua bela versão “paz e amor” faz as meninhas sonharem.

Com uma produção violenta por trás, ele ressurge como um ícone das palavras bonitas. Dissertando sobre amores em metrópoles, e cereais na sobremesa.

E seus novos fãs, aqueles que de repente viraram entendidos de rap em uma semana, vibram a cada nota. O mais engraçado é quando entram as músicas da fase “doido” todo mundo emudece.

É bacana ver como o efeito MTV funciona, uma boa produção e um clipe tornam qualquer um “o hit do momento.”

Sério, o disco recente é bom pra caralho, o cara manda muito bem em suas letras, mas é estranho ver a “galerinha descolada e antenada” cantando cada frase sem nem entender do que se tratava a rinha.
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NÃO CONSEGUI RESUMIR TUDO AQUILO EM UMA SIMPLES FRASE


  Fotos por Bruno Christophalo
Texto por Jayme Rosica

Estrelas que brilham, vozes que ecoam, imagens no horizonte, e os tambores a rufar, “cheguei meu povo!”, esse é o grito que ressoa, o aviso da festa, o aviso da jornada do maracatu, Contato, Nação Estrela Brilhante entrou no palco.

Público vindo abaixo, danças por todos os lados, a música que simboliza nossas raízes como uma verdadeira Nação. A percussão te consome a atenção, as músicas te fazem viajar por toda a cultura do Maracatu.


Naquele momento éramos todos apenas um. Um grande coração pulsando, pulando, e explodindo ao som da música. Morávamos nas nuvens, em meio às estrelas brilhantes.

Todos se afastam, entra em cena a realeza, somos os súditos, e aplaudimos, fazemos parte desse reino, um reino da fantasia, um reino que pinta em cores as muralhas que nos impõe.


Quando os tambores param, vejo a alegria em cada um. Aquilo era viver com intensidade. Restam apenas copos pela metade, e pessoas completamente cheias de satisfação. Sorrisos por todos os lados.

Às vezes um sorriso é bem mais que um sorriso.
Às vezes um minuto é bem mais que um minuto.
Às vezes uma música é bem mais que uma música.

Deveríamos escutar mais nossas emoções nas horas vagas do dia-a-dia.
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Noite FDE #24 - Vilão do Groove

28 de novembro de 2011
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Fotos por Lucas Adriano 
Texto por Pamela Morrison

Vinte e cinco de novembro de dois mil e onze. Jack. Não estava cheio nem vazio, porém quem estava presente sentiu a sintonia ao som do bando Vilão do Groove.

Banda de rock blues um “bang-bang instrumental no palco” toca músicas autorais por: horne (guitar), ribeiro (bass) e rodrigues (drums).
  
O nome do grupo veio de uma vontade antiga de Thiago Rodrigues, e dizia que um dia teria uma banda nomeada de “vilão groove”. Enquanto a banda era formada, vários nomes apareceram até se lembrarem da idéia de Ribeiro... Acrescentaram à preposição e surgiu a “Vilão do Groove”.

Eu diria heróis, no meio de tantas coisas coloridas por aí, surgi a salvação!

A bagagem musical da banda é ótima e suas influências indiscutíveis! Blues, rock, jazz, funk e instrumental music. Ao som de hendrix a guitarra não falha, o baixo entra na mente e a bateria deixa marcado a batida.

Para quem já viu horne’s band e como dimas canta absurdamente, sentiu uma leve diferença em como se entrega tocando e sentindo o som, aliás todos os integrantes da banda, as “caras e bocas” que só ele faz e sente, as botas que só eles calçam.


E agora, quem poderá nos defender?


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Essa menina enrolada

Um dos nossos colaboradores, Diogo Zambello, está se formando em Jornalismo. Como Trabalho de Conclusão de Curso, fez uma grande reportagem multimídia sobre a Feira do Rolo de Bauru. O E-colab foi convidado para participar desse projeto como parceiro. Veja o resultado. 

Fotos por Diogo Zambello
Texto por Aline Ramos

Bauru tem dessas manias de acordar a gente com o maior calor, prometendo o melhor céu que os baurilinos poderiam ver. No entanto o que vemos é um céu nublado, meio abafado. Bauru também tem aquele ar de garota misteriosa, se revela aos pouquinhos. Vai subindo a barra da saia, assim, meio lento, quase parando e quando a gente vê, opa! Bauru também é uma menina muito enrolada. Tira as bugigangas do baú todo domingo e vai a feira. Ou é a feira que vai a ela? Fiquei confusa.

Feira do Rolo. 10h?



Já tínhamos parado na barraquinha do pastel alguns minutos atrás. Bauru afastou os pés, encurvou o corpo para trás. O pastel estava pingando óleo, ia manchar sua roupa. Ainda assim valia a pena. Mas vamos lá, nos enrolar, que a feira começou de madrugada. Incontáveis cidades numa só, cada barraquinha uma Bauru diferente? Menina sapeca, levada, cada barraca conta uma história.

“Sabe esse relógio aqui? É da minha vó”, contou vantagem, um senhor com a pele queimada do sol. “Esses livros e discos, li e ouvi a maioria”, estufou o peito, exultante, um outro senhor de chapéu na cabeça. Cada um tem um causo, uma dúvida, um detalhe pra acrescentar.

- Moça, o que você faz pro seu cabelo ficar assim?

Eu deveria ter respondido que era o ar daquela menina levada, de nome engraçado. Respondi que era nada demais, um pouco de creme e secador. Espero que ela me perdoe.


Às vezes a gente esquece de Bauru, reclama dos buracos que ela fez quando brincava de carrinho com os bauruenses, quando mais nova. Diz que ela nunca nos chama pra sair no sábado à noite, mas quantas vezes ignoramos o seu telefonema? Falamos mal do transporte público, mas e aquela brisa perfeita pra passear de bicicleta sob a sombra de suas árvores?

Fiquei encantada com essa menina, ela me fez lembrar um amigo meu. Mandei um SMS pra ele, disse que ele tinha que conhecer como Bauru era enrolada. Ele iria adorar os discos de samba que essa menina coleciona. O pior de tudo, é que ele mora aqui perto.

Algumas bijuterias, baratas, bonitas, mas que pena, meus dedos são gordinhos, roliços. Aquele anel de coruja vai ficar pra depois. Só poderei aproveitar as corujas nos passeios de madrugada que faço com Bauru.

Logo ali tem um livro sobre a Índia. Acho que vou comprar, sempre quis ir pra lá. Mas essa menina enrolada não me deixa em paz, cada hora fala um preço pro livro. Sete reais, não, Sete reais e mais um disco. O moço me desculpou a confusão e me fez por cincão.

Estou ficando cansada, essa menina misteriosa cada hora me mostra uma coisa. Panela de pressão. Pra que que eu vou querer uma agora? Tem bateria de carro, enfeite de natal, parafuso, prego, sapato velho, brinquedo e celular roubado. Epa, shiiii, isso é segredo, ein? Essa parte do celular ela me contou no pé do ouvido. Mas todo mundo ouviu e fingiu não escutar. Ela também me mostrou o livro que conta a sua história. Estava ali, com as folhas enrugadas das chuvas que tomou. Mas ela me contava tudo com brilho nos olhos.

- Bauru, vem cá, me explica uma coisa. Porque você já tá indo embora?

Ela me respondeu com um sorriso emblemático e com toda a paciência, que já estava dando a hora do almoço. Que toda aquela gente precisava ir pra casa comer aquele macarrão de domingo com a família. Entendi perfeitamente, peguei mais um caldo de cana e me despedi. Ela me deu tchau, disse para eu voltar que ela estaria no próximo domingo ali, enrolada como sempre. Porque domingo sem feira, não é domingo.


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#Faça Contato | Ellen Oléria

27 de novembro de 2011
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Texto por Renata Coelho
Fotos por Diogo Zambello

Domingo. Último dia do 5° Festival Contato. Como em todo domingo, aquela preguiça característica do dia já tomava conta do ar, dos corpos e de mim. O que me animava era que o dia nasceu surpreendentemente bonito, e quente. Aquele frio de ontem parece que ficou mesmo para trás. Mas mais do que isso, acordei com sede do show do Criolo, atração mais esperada da noite. Ainda assim, fui para a praça onde estavam sendo realizados os shows do festival, e a primeira banda que vi se apresentar naquele domingo foi a da cantora e compositora Ellen Oléria.

Sem expectativas e sem conceitos formados, me surpreendi. Não conhecia o som e o trabalho daquela artista, cuja presença de palco e energia já fazia os presentes balançarem, sem se importarem se seus movimentos estavam bonitos ou feios. Com seu violão sempre às mãos, Ellen apresenta melodias e composições que são um convite para a dança, além de um som que mistura elementos do hip hop com samba e afoxés.

Em algumas de suas composições, fica claro sua origem e orgulho da raça negra. E o dia não poderia ser mais propício para isso, pois datava o dia da consciência negra, pontuado e lembrado a cada canção que cantava.

O grande problema se deu na hora de encerrar sua apresentação. O show foi lindo, enérgico! Pedidos de “bis” não foram atendidos devido ao tempo esgotado e a necessidade de começar a próxima atração. Considero esta uma falha do festival. Acho que nesses casos os organizadores devem ser mais maleáveis e atender ao clamor do público. Além disso, sinto que o que se passa é que artistas alternativos têm menor espaço para se apresentarem. Se o pedido de “bis” fosse entoado para o Marcelo Jeneci ou para o Criolo, a história com certeza seria outra.



Um coro se formava e emanava as palavras, das quais tomei nota “Você é ótima!”, “Casa comigo?” Só o que posso dizer é que acompanhei esse coro com veemência. Em pouco tempo, os CDs de Ellen Oléria na banquinha Fora do Eixo acabaram e necessitaram de reposição. Ao meu ver, ela foi a grande surpresa do domingo, e talvez até do fim de semana. Falo pelo que ouvi, vivi e senti.

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Enquanto Freud explica as coisas, o Fora do Eixo fica fazendo rock

26 de novembro de 2011
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Texto por Luís Morais
Captação e Edição de Imagem por Eduardo Kenji

[a saga de Luís Morais começa aqui: Ato 1 - Ato 2]

Ato 3

Ressaca não é a palavra da vez. Na música, nunca deve ser. Domingo, outro show dos Rélpis. Em cenário diferente: no Freud Explica Bar, esse em Porto Ferreira. E antes de falar do show, tenho que destacar a decoração do lugar.

Logo na entrada, você percebe um fumódromo bastante acessível, com uma simples barreira separando-o da rua. E lá dentro é ainda mais interessante. As mesas estão todas com tampinhas de cerveja de todas as marcas que você possa imaginar. Tem futebol de botão, camisas de futebol, até um kart pendurado na parede. Além de quadros com fotos de Beatles, Elvis, e até a capa de um disco da Beth Carvalho.

E aquilo era um bar pedindo uma banda pra tocar. Nesse sim, independente de onde você ficar, teria uma boa visibilidade. E a acústica era bem melhor.

Enfim, chega, eu vim falar de música. E novamente estava eu lá, vendo os Rélpis tocarem. Era o mesmo show? Claro que não. Eles tocaram as mesmas músicas, mas desta vez tinha pés descalços e um figurino ainda mais tropicalista. E teve até grito de gol. Tava tendo jogo do Corinthians no momento e saiu gol do Adriano. Caiubi não hesitou: comemorou no meio da música.

A maior característica do grupo é lidar com suas influências dos anos 60 durante a mesma música. É ir de Roberto Carlos a Caetano, de Beatles a Gilberto Gil num piscar de olhos. Ou melhor, num contra tempo. Uma outra batida no chimbal, uma escala no baixo, e a canção toma outros ares. Sem tirar a identidade da própria.

O show dos Rélpis acaba com todos os integrantes tocando percussão, diferente da noite anterior. Músicas ainda não lançadas, como “Sua Manta”, também foram tocadas. E quando os caras de Araraquara saíram do palco, vinha uma bela surpresa pela frente.



Da mesmo Porto Ferreira, o Cadillac Rosa entrava no palco com um rock'n roll do mais clássico. Um rockabilly nostálgico, com direito a Elvis Presley, Chuck Berry e até canção própria (Dia de Rock). O baterista surpreendeu a todos aqueles que esperam alguém sentado tocando. Rick Pinhão tocou de pé mesmo, só com o bumbo, caixa, e dois pratos: o de ataque e o de condução. Demir destruía nas linhas de baixo, e Ton White não precisava imitar voz de Elvis ou algo do tipo para ficar legal. O som dos caras era bom por si só.

Com direito até “Minha Fama de Mau” do Rei Roberto Carlos, até um mendigo que estava próximo do Freud Explica curtia o som. Era difícil ficar parado.

A boa notícia saiu do dono do bar, Otávio. O Noite Fora do Eixo foi apresentado a ele, e aceito. Entretanto, não será exatamente uma “noite”, e sim uma “tarde”, como foi nesse domingo. Um lugar que já tentou jazz com as sextas (com direito a stand-up), oferecer mais alternativas de cultura é uma ótima opção.

E assim se encerra um final de semana que, no futuro, poderá ser marcante, especial. Que poderá ser fundamental para que Porto Ferreira e Pirassununga tenham, acima de tudo, cultura de todos os tipos – não só musical – para sua população.

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#Faça Contato | O lado B

25 de novembro de 2011
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Gostaria-lhes de introduzir meu novo camarada: ele é um Ferris Bueller mais amargurado. Sai por aí curtindo a vida adoidado nas noites sem fim e acorda na rua quando o sol bate no rosto sem se importar muito pras consequências. De caráter, ouso dizer que é melhor que Sick Boy (não que muito seja necessário para isso). Não dá a mínima pra ninguém e não respeita nada que não acha que deva.

Blasé. Sim, você vai perceber o quanto ele é blasé quando conhecê-lo melhor ou pessoalmente.

Se ele fosse um personagem da Disney, seria o Sid, do Toy Story, sabe? Garoto cruel da vizinhança, destruindo brinquedos e aterrorizando os garotos mais novos.

É menino rootero, revolts mesmo. Desses rebeldes sem causa que canta o Ultrage a Rigor. Como todo roqueiro (de verdade) que se preze, ele odeia o Gene Simmons. Ou você acredita mesmo que “Rock’n’roll All Nite” é composição que se preze?



Que todas as pessoas tem lado B, a gente sabe. Mas ele é só lado B.

Degradante, imoral, olhos rasos de desprezo, sorriso repleto de ironia Ele não trai suas convicções.

Doçura do mundo, ele não conheceu nenhuma.

Desistam, meninas. Ele é um cara complicado demais.

Eu diria que ele deve ter algum respeito por Iggy Pop. Cresceu com os Ramones, acha que o Pavarotti é uma droga, assim como qualquer outro músico que não toque de pé ou sanfoneiro. Você vai ouvi-lo muito falar sobre bandas-cachecóis, críticas a coisinhas hypes fazendo moda... Polêmicas a parte, ele é um cara foda. E o melhor: ele vai tá aqui com a gente por um bom tempo, acredito eu. Até pelo menos se cansar desse rolê e ir procurar a dele. Charles Rancor, que você fique perdido por um bom tempo e esteja sempre conosco.

Casmurro da modernidade, aqui vamos nós!

O Terrível Ataque dos Cachecóis Voadores

por Charles Rancor

Sério... não esperava uma sanfona arranhando meus ouvidos depois de todas aquelas apresentações anteriores. O “ás” do blasé entrou em cena com suas belas musiqueteas suaves, perfeitas para sonorização de bailes da terceira idade.

Mas porra... sanfona finalizando um dia de festival é tenso.

Isso sem contar na demora gigantesca pro começo da “mini-peça” da Broadway, era um tal de roadie pra cá acertando o piano, acertando o microfone pro lado de lá. Certo momento já tava pesando que o cara ia aparecer para o show voando, tipo Didi no Criança Esperança.

Com seu estilo fino/cult/”sou hype da augusta”, o galã chega no estilo capa da Capricho deixando as moças em transe hipnótico. Hipnotismo que gera gritos estridentes. Tipo showzinho de banda colorida, saca?

Por sinal, a mina que canta com o mini-mim do Dominguinhos manda umas 15 vezes melhor do que ele, no mínimo.

Senta-se ao seu banquinho, toca um piano de leve, e sai agradecendo a cidade.

E a galera aplaude. Sério mesmo, creio que deva ser bom o som que ele faz. Mas já me conformei com a idéia de que sou burro demais pra entender tanta complexidade musical. E deve ser complexo mesmo, ele deve merecer, afinal foi indicado ao Prêmio Bravo!, a revista mais inteligente e culta da face do universo.

Um brinde aos sanfoneiros!!!
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#Faça Contato | O lado A de Marcelo Jeneci

Jeneci, yé!
Por Lígia Ferreira

E eu poderia nem escrever nada, poderia somente escrever trechos das músicas “jenecianas” para que quem lesse talvez pudesse entender a energia que passa no show do Marcelo Jeneci e sua banda. E acredite, seria encantador (ou trágico pra alguns?). E não, ele não é um cantor só, a banda é parte integrante e a delicadeza da voz da sua parceira de palco, Laura, dão o toque suave e encantador às melodias.

Por Bruno Christophalo


A energia do show é aquela do tipo “sai do show querendo estar apaixonada, querendo carinho, amor, abraço, beijo” ou talvez até se matar por não ter nada disso, muito trágico? Talvez não. O show se encaixa bem para os apaixonados ou para aqueles que estão sofrendo por amor. De um lado um casal que namorou muito sob a luz do luar e a trilha da noite e do outro, um marmanjo, cantando todas as letras de olhos fechados. Ele com certeza estava apaixonado, poderia até estar sofrendo, mas de fato, se identificava com as letras. Apelidamos o marmanjão louco pelas músicas como sendo o Super Fã. Mais tarde essa história renderia bons frutos. Ali percebi que a música do Jeneci não tem limites, não é so para “mocinhas” como muitos dizem.

Ela voa pra onde quer
Ela pousa em quem quiser
Não é homem e nem mulher”

Foto por Laís Semis
Jeneci cantou com aquele sorriso que não tirou do rosto em nenhuma letra: “Largo tudo se a gente se casar domingo, na praia, no sol, no mar” e logo eu vi escrito num papel a resposta: Ah, Jeneci, casa comigo? Amanhã é domingo! E era mesmo, caiu como uma luva. E entre uma música e outra a mulherada gritava “Jeneci, yé” e foi assim o show inteiro. Ânimo, alegria, FELICIDADE!

“Você vai rir, sem perceber, felicidade é só questão de ser”.


Depois de um dia agitado e repleto de shows com pegadas mais fortes e totalmente diferentes, Jeneci e sua trupe fechou a noite e deixou o dia com a cara de que tinha sido “num parque verde, com borboletas voando e calmo, calmo”.

O sábado foi eclético. Foi dele, da Laura, das Tenistas Russas e do trio norueguês Big Bang. Ah, e com certeza também foi nosso. E-Colab, um beijo! E o domingo seria muito mais...

E se a gente é feito pra acabar, então que acabe, mas que volte logo.

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#Faça Contato | Aeromoças e Tenistas Russas

24 de novembro de 2011
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Choose Kadmirra

Atenção senhores passageiros do vôo Bauru-São Carlos com destino à Kadmirra, por medidas de segurança, pedimos que todos confiram se não estão presos aos seus cintos de segurança. O show começa agora.




Do meu lado um menino revolts, explodindo comentários ácidos, personificado, vulgo Charles Rancor. Seu visual é a confissão da ideologia do “Choose Life” de Mark Renton; alargadores, camisetas hypadas, cigarro se consumindo, um Ray-Ban style, são 19h. Em pleno horário de verão, é um fim de tarde de sábado.

Na Praça do Mercado Municipal, neste 5º Contato, é por essas horas que o conjunto de pessoas ali reunidas começa a poder ser chamado de “aglomeração”. No palco, é a vez da banda Aeromoças e Tenistas Russas provar que bandas instrumentais também são repletas de encantos musicais que fazem a platéia ficar abobada.

Foto por Lígia Ferreira
Sem raquetes, ficamos com barbas nórdicas e cabelos esvoaçantes acompanhando a bateria, um turbilhão de força em cada instrumento que o quarteto integrado por Thiago Hard (guitarra/ sax), Juliano Parreira (baixo), Gustavo Hoolis (teclado) e Eduardo Porto (bateria) move hoje tocando em casa.

No palco, olhares conversam. Enquanto os ATRs mostravam que o sax faz toda a diferença para a energia dançante que transbordam as músicas dos Aeromoças, no meio da platéia 3 malabaristas mantinham bolinhas, pinos e argolas no ar.

A noite caia e as luzes no palco, finalmente ganhavam cor. O novo disco, (pessoas suspeitas) me disseram que era “dos feras”. Aconselho a audição, porque “dos feras” é só metade do que tem ali dentro de Kadmirra.



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Pé na Estrada | Músicas próprias, lasanha e anos 60. E um público satisfeito

       Fotos  por Eduardo Kenji
Texto por Luís Morais

Ato 2


[a saga de Luís Morais começa aqui: Ato 1]


17 km separam Porto Ferreira de Pirassununga. Suficiente para que se tornem parceiras culturais. Exceção a um maldito pedágio meio a esse trajeto, só você botar umas músicas no carro, bater um rápido papo e vai de uma cidade para outra em três piscares de olhos.

Chegando em Pira, a cidade capitaneada por edifícios horizontais e praças desertas sediava o Bodeguita Bar, lugar conhecido da população local. Há 15 consecutivos anos na ativa, 12 na localização atual, o Bodeguita impressionava pelo fato de ser um prédio antigo, mas muito bem conservado. Entretanto, não era o local mais perfeito para uma banda tocar: uma parede enorme atrapalhava grande parte da visão de quem preferia ficar sentado numa mesa ou queria ir ao bar. Sem contar a acústica da casa, que deixou o som difícil de equalizar e não lá o dos melhores.

E não era só isso. O maior desafio para Os Rélpis e para o Nemphis Belle era outro: tocar suas músicas próprias e conseguir agradar um público “acostumado” a ouvir covers. Um público que sentava na mesa da frente e fica no pé da banda “essa, toca essa, essa”. A conjugação do verbo “sentar” no passado, felizmente, foi certeira.


23:34. Galera dispersa, deliciando-se de uma incrível lasanha – uma ótima dica a quem for lá – e conversando sobre corriqueiros assuntos. Em meio a um momento não lá dos mais adequados para começar a tocar, com gente ainda na portaria chegando, Os Rélpis assumem suas posições no palco e começam o show. E tudo muda.



O repertório recheado do segundo disco da banda de Araraquara, o “Do Fruto, o Escracho Monumental Caramelizado”, chamou a atenção de todo o público logo de cara. Eu estava sentado do lado de fora, numa visão outrora privilegiada de ver a banda. Tive que me levantar. A galera parou na porta, se acomodando do jeito que dava para curtir o som e a performance dos Rélpis.



Além da própria música, os músicos também chamavam a atenção. Conrado é o primeiro baterista que não usa tom que já vi tocar – e isso nem um pouco o prejudica, pelo contrário. Bortô, Barone e Caiubi comandavam a melodia da música e deixavam Garboso fazer um espetáculo a parte, através da sua voz e de ser um baita front-man (não daqueles que precisa chamar o público para bater palmas ou algo do tipo, mas sim dos que prendem a atenção de quem está lá por si só).

E se eu fechasse os olhos, poderia me imaginar tranquilamente na década de 60. Já que a psicodelia tropicalista dos Rélpis, ao se encerrar exatamente as 0:36, deram lugar ao Nemphis Belle, banda de Porto Ferreira. O conjunto também começou com músicas próprias, tocando 10 delas, e surpreendendo novamente o público presente, que continuava curtindo.

Mas desta vez, os anos 60 iam para as terras americanas, uma influência forte e interessante de bandas como Rolling Stones e The Who. Com linhas de baixo potentes e músicas bem feitas, o Nemphis não era caracterizado somente pelo som, mas também pelo figurino. Até o guitarrista Zinho Pereira se rendeu e pela primeira vez botou um terno e gravata.

Quando era 2:02, Leo Thomazin anunciou que era a próxima música seria a última. E se você não acredita naquela crença de que hora e minutos iguais é para você fazer um pedido, pode começar a acreditar. A galera pedia mais. E a última foi somente a última das autorais. A Nemphis Belle continuou o show, agora com covers. Com direito até a participação no trompete do Bortô, do Rélpis.

E até uma improvisação de “Layla” saiu nesse final. O saldo para um pouco mais de 100 pessoas presentes certamente foi surpreendente e positivo.



Para quem foi somente curtir um som, viu duas bandas mostrarem suas próprias canções e prenderem suas atenções. Se não oficialmente, foi certamente uma noite fora do eixo. Reproduzida uma vez em Pirassununga, e agora na expectativa de que “crie filhos” e aconteça com cada vez mais frequência.

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#FaçaContato | Axial e Garotas Suecas

23 de novembro de 2011
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QUEM PROVAR DOS BEIJOS SEUS
Fotos por Laís Semis
Texto Por Aline Ramos

Ei, já aviso, meu texto será como o show: curto e eletrônico.

São Carlos nos recebeu com todo seu calor, ruas esburacadas e a sua megalomania quando o assunto são lanches prensados. São Carlos também nos recebeu fazendo Contato de 35º C e uma música doce que percorria fininha pelo centro da cidade naquela tarde de sábado.



Era Axial, velha conhecida dos becos independentes da música brasileira, na internet, é claro. Projeto de Sandra Ximenez, Felipe Julian e Leonardo Muniz, Axial vai além do experimentalismo musical e inova nas vertentes tecnológicas. O álbum, Bagagem, é um aplicativo, por exemplo.

Banda multimídia, multi instrumentalista, multi cultural. Axial tem a cara do Brasil e consegue fazer uma ligação intimista com o público. O sol que se aprontava pra fazer um espetáculo na despedida daquela tarde, aquecia os poucos passos de quem decidiu assanhar os cabelos e borrar o batom com os fios imaginários que nos ligavam ao palco. A gente sentiu a música beijando Sanca, mas não deu tempo de retribuir. 

Axial, por que tu foi embora?





BUCHAS + CONTATO = BANHO DE MÚSICA 


Texto por Jayme Rosica

Primeira noite do 5º Contato, e carregando o peso de ser a banda que tocava depois de uma mega apresentação dos noruegueses da BigBang, entrou em palco Garotas Suecas.


A apresentação anterior contagiou o público que a partir deste show começou a chegar em peso para a praça do mercado municipal de São Carlos.

Com um ritmo que contagia e uma linha de teclados puxada pra um lado meio Stevie Wonder, a banda impôs respeito e não fez feio em seu show.

Foto por Jessica Mobílio
 O som que mandava a tecladista casava, e muito, com um baixo trabalhado. Os dois instrumentistas dominavam a sonoridade como principais destaques da banda.

As letras soando sempre divertidas levavam um público certamente bem fiel a cantá-las sem que nem fosse preciso algum ensaio..

Uma idéia de um rock swingado, daqueles que os pés não conseguem ficar quietos, é a grande proposta da banda que, atualmente, é um dos grandes expoentes do rock brasileiro independente, tendo inclusive sido integrante do line-up do Planeta Terra.

Mas nem tudo na banda fluiu perfeitamente. Ainda vi uma certa falta de empolgação no Frontman, que parecia meio imóvel em cima do palco.

 Nada que estragasse a empolgação do público que foi aumentando e aumentando a cada momento. Contato fazendo um rolê de impor respeito a qualquer festival metido a “cult” da capital.

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Um pouco mais fora do eixo

Por Luís Morais

Sábado, 4 horas da tarde, barulho, muito barulho. Era um carro tocando funk e pagode, atrapalhando planos que estavam a ser formulados. O cenário era um posto de gasolina, esperando o restante de um povo que mais tarde se reuniriam em um local mais adequado: um bom bar.

E no meio de um sol forte da pacata Porto Ferreira, o Tulha Bar foi o recinto ideal para a reunião que pode ser essencial no crescimento cultural da cidade – e também da vizinha Pirassununga. Ah, apenas uma correção: o lugar não era tão ideal assim, já que o DVD do Papas da Língua tocava ao fundo.

Brahma servido à mesa, passa a lista imaginária de chamada na grande mesa que se formara: Nemphis Belle, o Enxame Coletivo de Bauru, os Rélpis, o e-Colab e Rafael Fávaro, organizador do “Curto Rock”, festival da cidade que já rolou em 4 anos (de 2007 a 2010).

Os ara-ra-quaenses do Rélpis e Lucas Grilli, do Enxame, contaram a história do Fora do Eixo, desde sua formação até os dias atuais, e passaram algumas dicas a Rafael e aos dois presentes do Nemphis, Léo e Zinho. O objetivo disso tudo: trazer o Fora do Eixo para Porto Ferreira e Pirassununga.

Chega de papo, vamos pro som, vamos pro rock. Pago as contas do bar, entra no carro e bora rumo a Pirassununga, mais exatamente para o Bodeguita Bar. E lá as coisas começam a ficar interessante. Isso só no Ato 2.

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Vozes no mesmo Tom

21 de novembro de 2011
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Fotos por Carol Andrade 
Texto por Pamela Morrison

Usando filosofia, arte e música o Grupo Ocupa Bauru/Indignados capta novas pessoas para conhecer o Acampamento. Eles esperam que a população ative-se, movimente-se, nem contra e nem a favor, mas sim juntos, pois não é nenhum movimento que pretende tomar posse do que não lhe pertence, mas sim do que nos é de direito: o planeta, a boa sobrevivência e vivência coletiva de qualidade. O ser humano precisa manifestar suas inconformidades e pedir mudanças para, assim, serem ouvidos. A princípio, não implorar. Não é algo difícil, impossível, e muito menos imutável.


O sistema possui falhas e eles próprios o enxergam, se não fosse assim não se sentiriam ameaçados com a manifestação das pessoas que querem SER; o homem já está cansando de ter. Não é todo ser humano que acordou e percebeu que é maioria, que já se tocou que faz diferença sim e se correr atrás do que é seu, aqueles que estão no poder temerão. Somos muitos e só precisamos sair da comodidade do nosso sofá, da TV e literalmente mudar de canal.



Concordo que não podemos fugir do capitalismo, fugir das nossas responsabilidades, pois querendo ou não vivemos num mundo de capitalismo transitório. Ninguém pode deixar de lado o dinheiro, precisamos dele para nossas necessidades, mas abusar dele com futilidades é desnecessário. Todos temos nossa vida pessoal e profissional, estando dentro das barracas do vitória régia ou fora delas, a diferença é ter consciência e refletir o suficiente para se julgar sábio sobre o que ocorre lá fora. Você tem que saber, não tem mais essa! Você vai viver por aqui por muito tempo! Vai estar nessa sociedade. E se agora, é um no poder ditando modelos a serem seguidos, mais pra frente será outro ditando os mesmos. Se não for agora, não será nunca!

Têm coisas erradas aí! Somos os 99%; temos que despertar o olhar crítico de crianças, jovens, adultos, idosos, autoridades, indigentes, famílias e de quem mais for preciso. Acampados desde o dia 11/11/11 e trabalhando com programações diárias que envolvem atividades culturais, musicais e reflexivas. Um grupo sem líder, com muitas vozes gritando no mesmo tom segue em frente no décimo dia de acampamento.



Pra quem se interessou pelo Grupo Ocupa Bauru/Indignados:
-Horário de funcionamento do Acampamento das 14h às 22h

Setores fundamentais do Acampamento:

- Fórum – (Política e Debates)
- Villa – (Área de convivência)
- Cozinha comunitária – (Cozinha auto sustentável gerando alimentos para todos acampados)

- Comissão de Comunicação – (Desenvolvimento de mídias de divulgação e documentários)
- Ops – (Operações de militância, ações de sensibilização)
- Planejamento – (Logística de Ocupação)


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#FaçaContato Cobertura Fotográfica

20 de novembro de 2011
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Confira a cobertura fotográfica dos shows da Mamma Gumbo, Axial, Aeromoças e Tenistas Russas, BigBang, Garotas Suecas e Marcelo Jeneci no Festival Contato!

Por Laís Semis e Lígia Ferreira


Por Bruno Christophalo
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#FaçaContato Audiovisual

Resumo da cobertura audivisual do dia 19/11 do Festival Contato.



Captação e edição de imagem: Laís Semis
Trilha: "Yellow Cake", The Vain.

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E-colab no Rock do Bem

16 de novembro de 2011
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Como unir a música, o natal e as crianças?

Um grupo de amigos teve uma bela ideia e conseguiu fazer essa união dar certo. A ideia foi simples: realizar um evento filantrópico de Rock’n Roll, no qual os fãs do rock deveriam levar ao menos um brinquedo em bom estado para curtirem os shows. A ideia deu tão certo que há sete anos o Festival Rock do Bem alegra o natal de crianças carentes.


Até a edição passada, o Rock do Bem levou ao palco mais de 50 bandas em mais de 70 shows, arrecadando mais de 13.000 brinquedos. Esse ano o festival está mais “recheado” do que nunca. Do dia 30 de novembro ao dia 11 de dezembro pousarão em solo bauruense mais de 20 bandas, entre elas Raimundos e Macaco Bong. Além do Festival contar com uma Noite Independente, sorteio de uma guitarra e também Kits Rock (camisetas, adesivos e CDs).

O E-Colab estará presente como um dos parceiros do Festival Rock do Bem, realizando toda a cobertura do evento.

Confira a programação!

Por Lígia Ferreira
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SOBRE PERSONALIDADE E A CIDADE QUE SE ALGEMA AOS SEUS BURACOS

Texto por Jayme Rosica

Com caranguejos ao redor da cabeça e a cabeça impregnada pela lama começou a sexta-feira do extremo. O role do extremo sempre satisfaz a sede pelo som pesado. Sempre atingindo a mente com porradas em forma de música.

Chegando a Frost Valley já mandava seu som. A banda bauruense é bem coesa, destila seu metal de uma forma muito bem executada. Mas ainda aparenta necessitar de um pouco mais de maturidade na produção de uma sonoridade própria.

Na seqüência quem entra em cena é a Orckout, velha conhecida do metal bauruense, o som é foda, pesado, rápido, consistente, uma das melhores bandas do gênero que já vi se apresentar. O vocal se soma perfeitamente a uma cozinha bem estrutura e às guitarras que fazem vibrar os ouvidos. Vale lembrar que a banda já tem um CD lançado (“Involution”), muito bem gravado e mixado.

Ao final, a Hellbenders de Goiânia toma conta do role com uma exibição impressionante.

Captação e Edição Eduardo Kenji


Uma forte influencia do Stoner, um Kyuss abrasileirado, ou melhor, “Goianizado”, sem copiar a sonoridade gringa, apenas agregando a mesma em uma personalidade própria. Soa fantástico, rock cru, pesado, sem firulas e com muita disposição. As guitarras são um grande diferencial, demonstram uma essência forte, um um chute na cara, e de sola.

Essa é o que o publico quer e aplaude, uma alternativa para as sextas-feiras, uma escapatória para o marasmo da cidade que por si só parece não conseguir andar sozinha. Canil Coletivo, salvando Bauru da rotina desde 2011...
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Sanca, aqui vamos nós!

12 de novembro de 2011
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Durante o próximo final de semana, o e-Colab, convidado a integrar a equipe de cobertura colaborativa do Festival Contato, bota o pé na estrada e segue a caminho de São Carlos.

No fim de semana que traz Feira de Economia Solidária, Teatro de Rua com a Cia Pacolmo, Criolo, Garotas Suecas, Marcelo Jeneci e os nossos conhecidos Aeromoças e Tenistas Russas e Artur Faleiros que, ao lado de Marcelo Rodini, ministra uma Oficina de Malabarismo no Festival.



Nós não sabemos exatamente quais dessas atrações ilustrarão nossos posts durante a 5ª edição do Contato e o que nos espera por lá, mas nós decidimos aceitar o desafio e cair na estrada.

Laís Semis
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É tipo formiga, é o enxame, é a zica...

7 de novembro de 2011
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Família está unida...
Assim que é...

E ao longe se ouviam as sofridas vozes da periferia, em coro, num só grito:

Eu vou pra Palmares!
Eu vou pra Palmares!
Nem que sangrem
meus calcanhares!
Eu vou pra Palmares!
Eu vou pra Palmares!

Vamos todos!
Não vamos nos entregar!
Não queremos mais ser escravos!
Temos nossa própria cultura!

Valeu Zumbi!

É a semana do hip hop em Bauru!
[A cultura é nossa!]

Salve Acesso Popular!
[Estrutura reforça!]

Em abril desse ano, acontecia a primeira edição do 'Vozes da Periferia'.
O rolê foi lá na 'Oficina Cultural Glauco Pinto de Moraes'...
Na ocasião, alguns amigos (Bruno e Diogo) fizeram um pequeno documentário que retrata a força do movimento e sua importância para as comunidades.
Se liga...



Nesse final de semana, percebemos que o rolê amadureceu demais!
Sabadão. O Jack ficou lotado!
B-boys, b-girls, rappers, grafiteiros e outros malucos que curtem pra caralho o movimento!

Fotos por Lucas Adriano Assis


Essa edição contou com grandes nomes da cena, como "Slim Rimografia e Thiago Beats".
Mas também mostrou a força do hip hop em nossa região...
Epicentro, Dom Black, Thigor, Curuja, Contexto Oeste, Bandidos em Harmonia!
Realmente, Bauru está muito bem representado!
Essa é a nova cara do hip hop bauruense!

Mas nunca esqueceremos das raízes...
Por isso, todo mundo dançou quando o DJ soltou um som dos mais clássicos!
"Desacato Verbal - Bauru City"

Essa é a verdadeira história do hip hop bauruense!

É isso aí!
Breakdance fritando!
No rosto, um sorriso de paz...
E no fim, todo mundo celebrando "um bom lugar" com o mano Sabotage!

por João Paloso?


HIP HOP É ZICA
Fotos e texto por Bianca Dias

Palavras-chave: união e energia. Rap é forte, simples e direto; sem enrolação e romantização. Sagacidade pra manter vivo um dialeto.


B-boys dançando a noite toda que animavam qualquer um só de olhar, o som contagiava e mostrava o brilho nos olhos dos esquecidos, pessoas que fazem o corre do dia-a-dia com foco, força e fé pra manter vivo o que acreditam. Orgulho de ver.


Amor, vida e música, o rap fala por si e a força vem da voz e das batidas. Músicas que mostram a realidade que poucos querem enxergar, um tapa na cara de quem só critica e não faz nada pra mudar. Ninguém tá com verme panguando e não, aqui não é Gozolândia. Tem que sentir e viver.

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E NÃO OUSE ROTULAR A ARTE COM PALAVRAS

4 de novembro de 2011
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Texto por Jayme Rosica
Fotos por Bianca Dias

Os olhos de uma águia me recebem na noite de sábado. Olhos que encaram, olhos que induzem, olhos que funcionam como uma porta para outra percepção.

O som flutua na cabeça, ecoa na mente, um notebook na porta que recepciona os viajantes da nave #DNA 00.

Dentro dela as idéias fluem, os padrões caem, são reduzidos à insignificância. A essência que resplandece, ofusca os olhos, frases em cores surgem em meio ao preto, as pessoas pintam as muralhas de colorido, muralhas imaginárias, que só existem para quem quer enxergá-las como tal. Não há separação, os imãs de cada um nos unem, não há nada que nos separe de nosso elo humano.



As correntes aparecem, mas não como algo que nos prende, mas sim como nossa diversão em quebrá-las, em surfar por cima delas. Nos prendemos diariamente a correntes invisíveis ao olho comum, é da nossa natureza nos fixar ao que é mais fácil, a um porto seguro, a um sofá aconchegante, assistindo TV e jogando fora cada segundo da importância do presente. Mas nosso presente é hoje, e é o ontem, e é o amanhã. Precisamos aprender a extravasar, fugir da rotina, mudar o presente é tomar as rédeas do futuro.

Arte é bem mais que aquilo contido nos livros didáticos, é o extravasar do âmago do ser humano, é se deixar guiar pelo prazer do acaso.

E o mural preto ainda ficará muito tempo na lembrança, a frase escrita nele resume tudo o que se pode escrever sobre um sábado a noite: “Foda-se o mundo, você é mais importante que tudo isso!”



A CONJECTURA DO UNIVERSO

Texto por Aline Ramos

Os corpos estavam frios, quentes por dentro. Vagavam vagarosamente sob o lufar vibrante. Vvvvvvvvv. Véspera de feriado. Onde é que você pode nos levar, vento bauruense? Vvvvvvvv. 


Casa cheia, Universo Elegante no palco, um palhaço circulando, era o João Lucas. A energia não vinha somente do palco. Ela era multilateral. Era o público, era o bar, era a fila na rua, eram os grafites, artistas. Tudo compactado no Jack, querendo explodir. 

- Desculpe o alto astral! 

É isso mesmo Universo? Vocês estão se desculpando por isso? Eu não posso acreditar. Tudo bem, a galera olhava meio torto. Não é todo dia que ouvimos músicas tão diferentes como “Arquitetura da Destruição” e “Manifesto Comunista”.

 Perdoem o NOSSO estranhamento, não estamos acostumados com tanta elegância. Mas não peçam desculpas. Peçam palmas, paciência, uma original pro David Calleja (baixo), pro Gustavo Richieri (guitarra) e pro Thiago Rodrigues (bateria). Uma Schweppes Citrus pro Luis Paulo (vocal), mas não desculpas.

Os corpos balançavam com acordes universais. Os ouvidos estavam atentos, afinal, o que mais estava por vir? Naquela noite, o Universo era o Jack. No interior mais fundo de cada lata, copo, pele, tinta, suor, vibram cordas como as de um instrumento musical. Naquele momento, tudo o que existia e acontecia no Jack, no nosso Universo, surgia de vibrações de centenas de bilhões de vezes menores que o núcleo de um átomo. 

No mundo inteiro há físicos e matemáticos que deixam o café se espalhar sobre suas anotações já exaustos trabalhando na “teoria das cordas”. Isso não é de hoje, essa mesma teoria pode ser chamada de “teoria do campo unificado”, sonho do elegante Einstein. Os matemáticos também são revolucionários, esse principio, quando descoberto, poderá explicar a enormidade dos espaços siderais e as ínfimas proporções do microcosmo, como o DNA. 

Mas ah! A gente já descobriu tudo isso. Tinha a Universo Elegante mandando ver nas cordas, num campo extremamente unificado. O David até dedicou a música nova da banda, Terça Feira, “a todos os meus amigos”. E depois, os elegantes confirmaram, “esse foi o nosso melhor show”.

Então é isso, do que você é feito? Por que a gente encontrou o nosso DNA. Aquilo que faz com que tanta gente estranha saia de casa um dia antes do feriado de finados pra ver a arte acontecer. Com muita dança, arte, euforia, cores, diversidade, música, teatro. Acho que o universo conspirou a favor de Bauru. Eureka!

CALIFORNICATION

Texto por Ana Beatriz Assam

Para variar, cheguei atrasada. Mas dessa vez foi diferente. A fila na porta assustava. Lá dentro já estava lotado. MUITO lotado. Primeira vez que eu via o Jack assim. Alguma vó diria: “De graça? Até injeção na testa”!
Mas não era isso, aquela galera não era qualquer uma. A maioria dos rostos era conhecida do meu dia-a-dia. Unesp, E-colab, Bauru. Aquela galera de sempre. Cravada na minha (excelente) memória fotográfica. Todo mundo se espremendo.
De repente, parte do bar se ilumina. Alguém acende um slot, cegando quem estava por perto. Embaixo da luz, uma corrente amarrada entre duas pilastras. Um depois do outro, a galera começa a subir, tenta se equilibrar. Ah, é aquele Surfing chains da Redbull, sabe? Com certeza vão premiar alguém no final.
Mas peraí, surf? O resto da noite me mostraria: fazia sentido.
Da Califórnia para Bauru, o The BlankTapes já tá no palco. Uma verdadeira saga para chegar até lá, pra conseguir dar aquela olhada. Só três caras. Três caras no palco, confortavelmente sentados, umdoladodooutro. Automaticamente, pensei na praia. Sensação gostosa.


Olho pra eles, na esperança de vê-los em trajes de banho. Logo de cara, reparo no rosto conhecido à esquerda. É o Alan Santiago, do Cabana Café, tocando baixo. A calça dele é mais apertada do que a minha. No outro extremo, o Eduardo Ramos no cajon e no pandeiro com sua camisa-xadrez-toalha-de-mesa abotoada até em cima. Menino da mamãe. E bem no meio está o Matt, a mente por trás do Blank Tapes. Um senhor bigode, cabelos à la Rodrigo Agostinho e trajes todos trabalhados no azul. Cadê as sungas e as havaianas? Uma pontinha de decepção.
Tocam umas 4 músicas assim e os extremos se levantam para revezar os instrumentos. O Matt continua no meio, inerte. As melodias são gostosas e leves. Com o pandeiro, o Alan faz quase um sambinha. Tem ainda um cover. Pumped Up Kicks do Foster The People. “Para as garotas da Rep Roots”, que os acolheram.
E o show continua, de volta as músicas próprias. Matt tocando meia-lua com o pé, Eduardo sentado de perna cruzada. Tá em casa. É praia gente, vou insistir mais uma vez. Teve até surf, vocês lembram? Estamos na Califórnia!
A galera ali da frente tá colada no palco, não tem como ir mais pra trás. Da onde estou, não dá pra ver a platéia direito... Mas aqui, com os pés na areia dessa praia, consigo ver que poucos dançam de fato, só os corpos balançam de leve.
Por quê? Tive que ouvir de três outras bocas para perceber o que para outros parecia óbvio: as músicas são muito parecidas umas com as outras. Mas se não tivessem falado, acho que eu nunca teria percebido. Gostei do que vi e principalmente do que senti. Só faltou a maresia. Da próxima, a gente dá um jeito.
Nota: E no final, fuçando no Twitter dos caras, encontrei o que eu estava procurando.







Beach party style... Eu falei!






Captação e edição de Eduardo Porto
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