Festival da Rádio – Impressões sobre o terceiro dia

29 de maio de 2011
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A Vitória do Blues
Texto por Laura Luz
Fotos por Diogo Zambello

Guilhermão. Um lugar sempre mal aproveitado, resumido a apresentações de trabalho e a fugidinhas durante o dia. Que bom vê-lo empregado dessa forma tão atrativa, da forma que mais agrada e que nesse terceiro dia de Festival de bandas Rádio Unesp FM 20 anos realmente agradou.

A primeira banda da noite deu um frescor às outras. Garotos do cursinho da Unesp com o sonho adolescente sendo consumado em um palco para universitários. Devia ser mesmo sonho para A Bela e as Feras.


Começaram de forma inovadora com um violino tocando o clássico Bitter Sweet Symphony, do  The Verve. Sim, existia um violinista entre eles. A torcida sub18 era inquieta e dava força aos periódicos exageros na interpretação da enorme banda, que, com apenas uma menina como sugere o nome com apenas um mês de formação, mostrou que não se deve intimidar pelo público.



L’s entrou para ser performática. Com uma vocalista sensualizante e muito presente em palco. Poses rockstar, um salto agulha e um legging de couro sustentavam tanta presença.


Os tradicionais quatro membros, continuavam o lugar-comum do grupo. Baixista de performance agressiva, batera brabo, cheio de caretas e guitarrista cabeludo.


A cada intervalo entre bandas Orelha da RP Jr e João da Rádio Unesp Fm entrevam no palco para entreter a platéia. Em um dos intervalos o Artur, do Enxame Coletivo, todo de branco fez sua intervenção circense cheia de teatralidade. Ao som de Lux Aeterna, os malabares ao mesmo tempo que íntimos pareciam estranhos a ele em sua performance.




Lá fora, continuavam as manifestações de arte, venda de artesanato, barraquinhas nômades e até sanduíches do Cacoff que parecia embalado pela recém-entrega do abaixo- assinado feito ao coordenador de curso de jornalismo.



Nas paredes telões ilustrados com fotos da Rádio e patrocinadores permeavam a terceira banda. Marte em Chamas me remeteu a várias referências “Não é impressão minha, tinha umas notinhas meio Cyndi Lauper naquela música”, pensei.

Em um cover de Cazuza imitou- se até a lingüinha suspeita. O baterista de óculos escuros tinha aquela postura Oasis de petulância simpática. Sincronicamente a uma coreografia de agitação funcionou o público faminto da Unesp.



Depois de mais uma entrada dos agitadores de palco e um sorteio de camisetas, a Estação Primeira de Bluseira nos contemplou sendo a quarta banda concorrente do Festival. A apresentação começou inovadora, com Verídico usando uma pedaleira de voz, remetendo a um som mais primitivo e abafado.
A banda mostrou a típica postura contida e uma qualidade se som que foge do anonimato, além de um tapa na gaita para constar.

A quinta e última banda concorrente no Festival fugiu dos moldes das outras. Kães Elétricos era uma banda com tradição na cidade e na estrada desde os anos 70. Depois de um sóbrio “Boa Noite”, o vocalista veterano com dois crachás pendurados no pescoço começou a sua apresentação. A primeira impressão Roupa Nova logo foi rebatida por um rockinho bate cabelo. O becking vocal de falsete humorado e cheio de caras e bocas chegava a intimidar.

Vocal/Guitarra, baixo e batera apenas,com uma letra que mais parecia uma brincadeira de opostos e jogos de palavras eco educativas, foram atenuados por um cover animado de Route 66.

Enquanto os jurados terminam suas escolhas a banda Pé de Macaco subiu no palco com uma segurança própria de velhos artistas e numa apresentação de muitos solos de guitarra e menos vocal que o de costume deu exemplo para as outras bandas.

Foi a tranqüilidade mais energizante da noite, daquelas de fechar o olhos como Sagui fazia enquanto dedilhava a guitarra.



Pudim se empolgava como dificilmente mostra em outras situações e Cambota sempre arrebenta na bateria fazendo até parecer fácil pra quem vê. Brisa canta, mas nunca tem exclusividade do microfone, uma banda em que todos tem voz.

Todas as músicas eram autorais, sem cover, algo que por nenhum momento afastou o público, que muitas vezes já sabia o que cantar junto. Vários gritos de ânimo explodiam do palco, com destaque para quando sagüi toca o bumbo da bateria junto com Cambota ou quando Pudim faz solos na gaita. Eles mandaram um abraço até para quem estava na sala de aula aquela noite.

Era chegado o momento do resultado, valia uma gravação em estúdio, o presente mais valioso para uma banda de garagem.

O clima de show tirou a referência do público da hora. Não eram nem 23h e tudo aquilo tinha acontecido. Um sabor sentido por poucos que já passaram por esse campus e que dificilmente será esquecido por quem teve esse prazer.

Uma banda, não vários caras
Texto por Laís Bellini
Fotos por Diogo Zambello

Pra não deixar de falar do último dia do Festival Cultural 20 anos da Rádio Unesp, aqui vão minhas impressões. Foi bem legal, mais bandas, vários estilos e mais gente aparecendo porque ouviu dizer que no dia anterior tinha sido legal!

Eu fiquei super nervosa com o resultado e eu nem tava concorrendo a nada! Hahaha! O som estava melhor, apesar de não estar perfeito. Mais uma vez é bom lembrar que a culpa ali é do lugar: o Guilhermão não tem a melhor acústica pra se fazer um Festival de Música, mas na falta de um bom ambiente, a gente se diverte com o que tem e aproveita o espaço da universidade!

Para os vencedores? Só coisa boa! A banda “L’s” ficou em 3º lugar e ganhou uma Viagem ao Instituto de Artes da Unesp. A banda “Samanah” ficou em 2º lugar e levou 1200 reais em compras na loja Musicalle. E para a “Estação Primeira de Bluseira”, 24 horas de gravação em estúdio profissional, sua música tocada na programação da Unesp FM durante 1 ano e uma entrevista no Unesp Notícia. Ganhar o primeiro lugar era bom demais!

Não vou deixar de ser parcial, eu sempre adorei assistir aos shows da Estação e realmente torci para eles. As músicas próprias são muito boas e os caras são muito profissionais. Não posso deixar de falar da presença de palco do cantor, o Verídico. Não é porque ele é meu amigo que eu não vou falar né! Ele nasceu pra brilhar muito no palco! Hahaha! A banda toda se envolve muito bem durante o show. Acho muito chato quando aparece meia dúzia de caras, tocam cada um seu instrumento e só. Não parece uma banda, parece vários caras que têm técnica. A minha visão, de alguém que, no máximo, toca um triângulo é que para ser uma banda tem que ter envolvimento e isso tem que ser claro nos shows. Nós que estamos assistindo queremos ver isso. Parabéns a todas as bandas que continuam ai mostrando o que fazem de bom. E parabéns aos coletivos que estimulam essas bandas a não desistir. Todas tem seu espaço, seu público e seu momento.
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Festival Unesp FM 20 anos

26 de maio de 2011
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Olha aí como foi o primeiro dia do Festival Unesp FM


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Festival da Rádio – impressões sobre o segundo dia.


Grande Guilhermão

por João Paloso

Eram umas quatro e vinte da tarde quando eu cheguei no Guilhermão.
Disseram que ia ter um tal de 'Festival de 20 anos da rádio'...
Cheguei lá... Mas não tava rolando nada... Acho que era muito cedo.
Bom, resolvi esperar... Sentei e acendi um cigarrinho.
Comecei a brisar...
Esse lugar é muito da hora para meditar... refletir...
Delirei de forma tão intensa que acabei pegando num sono...
Tive um sonho diferente...

Sonhei que estava numa pescaria... Uma pescaria de protesto...
Alunos protestando contra a construção de um lago e uma ponte, localizados num local completamente inútil da faculdade... E parece que a diretoria dessa faculdade tinha gasto uns 13 mil reais nessa bosta, alguma coisa assim...

Acordei assustado e ví uma mulher enorme correndo para todos os lados.
Me parece que ela estava fugindo de três homens malucos...
Era uma mulher realmente muito sedutora.
Hipnotizava e enlouquecia os homens.
Ela tirou uma maçã do sutiã. Os caras ficarão loucos.
Mas não, ela não deu pra eles... Guardou tudo pra si... Mordeu a maçã do pecado. Foi um verdadeiro pecado o que ela fez... Até eu queria comer ela (a maça ou a mulher?)
Foi um espetáculo.

Já era hora da festa começar.
Ia rolar uma premiação...
Os apresentadores explicaram os critérios de avaliação.
Um dos critérios era 'musicalidade', acho que é isso...
Bom, é o que se espera para uma banda, fala ai? Musicalidade pelo menos...
Olhei para o lado e vi que os jurados estavam dormindo...
Acorda ae, pow! A festa já começou (essa parte é zueira)
A galera colou em peso. As bandas concorrentes da noite eram Projeto Homem Bomba, Monte de Bossa, Deck 66, PsychoRoots, RoL, Estereoterapia e Samanah.
Tinha várias exposições artísticas na entrada...tava muito louco... Exposições interativas muito doidas. Além de algumas rodas de discussão e outras rodas também...
Estávamos ali, ocupando a universidade, ou, como diria a Laís,


“Ocupaculturando” a universidade
por Laís Bellini

O segundo dia do Festival Cultural 20 Anos da Rádio Unesp FM foi o primeiro que concentrou a galera no espaço da própria universidade. Um evento raro e que atraiu um público variado. Cada banda se apresentou com 3 músicas, uma autoral, uma cover e uma a escolha da própria banda. Com uma apresentação teatral e um som no violão, o evento começou. Fora do Guilhermão, anfiteatro onde rolava o som, muita coisa acontecendo: maquiagem, arte no retroprojetor, caricatura, exposições, pintura coletiva, enfim, muita coisa acontecendo mesmo! Aliás, essa pintura coletiva eu achei demais! Foi a primeira coisa que eu vi quando cheguei. Havia dois desenhos de digitais para serem formadas por stencil, mas ao invés de passarem um pincel ou um spray lá pra definir a “digitalzona” no papel de trás, os artistas pediam para a galera sujar os dedos com uma tinta vermelha e passar a própria digital nos espaços. Quando
pronto, o desenho representava várias digitais em uma só! A minha digital ficou lá, em vários pedacinhos!

Vamos ao concurso das bandas! A minha impressão foi que todas as bandas tremeram na base
na primeira música. Normal né, não é todo dia que bandas de Bauru têm a chance de disputar uma gravação em estúdio! Eu ficaria realmente nervosa se estivesse cantando ou tocando algum instrumento...

A partir da segunda música, todas se soltaram e foi bom demais, apesar do som que estava meio comprometido por causa do próprio lugar do evento. O Guilhermão, como disse uma amiga minha que estava do meu lado, “leva o som pra dentro e não pra fora”. Ou seja, o som não se espalhava, ficava contido no palco, fato bem ruim para um Festival com concurso entre bandas. No mais, foi tudo bem legal, a galera da faculdade curtindo um som e aproveitando o espaço que devemos sempre ocupar, afinal, ele é nosso, é de todos!


fotos: Diogo Zambello


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Me leva


“Que beleza, Bauru! Tava contando os dias pra vir pra cá, pro Festival da Rádio Unesp” disse Jeneci ao microfone do Sesc Bauru após tocar uma música na abertura do Festival Cultural - 20 anos da Rádio Unesp FM. Simpático, ele parecia esperar o melhor pra noite. “E o show pode ir pra um lado que nem a gente sabe...”, cogitou.

Me deixei surpreender, sem criar super expectativas sobre o nome dele. Tenho que dizer que não demorou nada para que isso acontecesse.

“Amado”, uma de suas primeiras composições, gravada por Vanessa da Mata seguiu em seu track list. As vozes se multiplicaram e até tomaram conta da música sem Jeneci, o cantor multi-instrumentista. Aplausos no meio das músicas, dancinhas levitantes e outros acompanhamentos com palmas entusiasmadas vieram em outras canções.

Sobre “Dar-te-ei” (“não te darei papéis, não te darei, esses rasgam, esses borram. Não te darei discos, não, eles repetem, eles arranham”) só um comentário: “com o dia dos namorados chegando, tão dizendo que essa é a melô do namorado pão duro”.

- Essa música tá tocando na Unesp? Não, né? – quis saber ele sobre “Felicidade”, composição sua e de Chico César – Demorou, então!

“Chorar, sorrir também e depois dançar na chuva quando a chuva vem.
Melhor viver, meu bem, pois há um lugar em que o sol brilha pra você...”

Se eu tivesse que definir o som de Marcelo Jeneci, seria uma sensação, dessas das melhores, de se deixar levar, repleta de leveza e liberdade.

Preciso dizer que o cara é de uma sensibilidade... além das letras, no jeito que toca, olha e reflete na agitação à sua frente. Olhar na altura dos nossos, sem parar de conversar com a platéia, cheio de romantismo ao apresentar a banda. “Sem ela, não vale a pena... Laura Lavieri!”. Sapato salto alto fino clarinho, saia, cabelo loiro, voz doce e cheia de graça. Ela faz diferença nas músicas, tornando-as ainda mais encantadoras.

O bis veio triplo. A recepção na volta deles ao palco foi o dobro. Marcelo Jeneci e sua sanfona fazendo rock. Você pode até se deliciar com o MySpace ou com um CD dele, mas você tem que ver Jeneci ao vivo, tem que sentir o que ele transmite com sua presença.


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diálogo: Re-pensando a Re-Virada

24 de maio de 2011
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- E ai velho, o que você achou da revirada?
- Achei bem louca.
- Você foi no show do Chico César, o que você achou?
- Repetição pura. Mama África 'em loop'.
- Olokooo, calma ae mano... Teve umas partes legais, ele cantou 'Saudação a Oxum', pirei nessa música...
- Pode crer, né?... Cheguei até a ver mamãe Oxum... Foi bem doido...
- E a Pedra Letícia?
- Prefiro o 'Pedra Branca' viu... Mas curti também a 'Pé de Macaco' e o 'Projeto Homem Bomba'... A banda 'Legalê' também foi bem da hora... Depois do show, eles saíram distribuindo sedas, você viu? Virei fã dos caras na hora!
- Hahahaha... Também peguei algumas...
- Mas sabe de uma coisa mano, eu pirei mesmo foi nas orquestras... O som instrumental faz a minha cabeça viu velho.
- Ah é?

- Sim, o som da Cooperação Musical de Agudos foi coisa de outro mundo.
- Mas como assim?
- Eu viajo no som instrumental... Fiquei brisando... Imaginando o momento da inspiração. Aquele momento lindo em que o Universo da criação te puxa de tal forma que chega a ser impossível não responder a ele. Uma idéia que já existe muito antes de nós... A arte que já existe, mas não nesse mundo... Existe no mundo da Arte, aquele mundo maravilhoso...
A arte que pede para nascer nesse mundo... A inspiração... Imaginei o momento exato da música surgindo na cabeça do compositor e se concretizando... A música nascendo...
O abstrato virando concreto... Não, não... Não tem nada a ver com as palavras...
Mas sim, passa uma mensagem muito clara... Era a natureza! A criação...
Como eu estava me sentindo bem, ali, no meio da natureza, no meio do mato...
Sentindo a natureza... O sopro dos metais, o sopro do vento... Sentindo a brisa... Delirando de forma tão intensa, talvez até mais do que o próprio compositor...
- Hum... Pode crer...

Diálogo esquizofrênico entre Bruno e João Paloso? Acho que é isso...
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Diário de Gravação do média “Abel Contra o Muro”

23 de maio de 2011
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Foto por Vitor Garcia


Paralelo à Revirada Cultural deste domingo, no Jardim Nicéia, Abel estava mais contra a parede, espiando por uma janela, no escuro com sua lanterna do que contra o muro.

3º dia de gravação do média-metragem "Abel Contra o Muro" (07/05)
No quartinho do fundo, uma galera se mobilizando para desmontar o cenário e colocar de volta tudo o que estava nele antes. Uma equipe, acampada na varanda, dirige Abel através de um monitor, conferindo cores, luzes, enquadramentos, erros.

Ali perto no quintal está Abel. Atrás dele uma outra equipe trabalha na gravação. Microfone. Luz. Câmera. Cabos atravessando o quintal. Gravando! Cena 18-A, Plano 1, Take 5. Ação! Abel, com mochila nas costas, ele parece estar ali escondido. Anda com passos pensados e em silêncio, na companhia de uma lanterna. A câmera e o microfone acompanham Abel ainda mais silenciosos. Atrás deles, cabo-man, tentando acompanhar além dos movimentos de quem está com o equipamento, os movimentos de Abel, sem ser notado.


A sombra de alguém que deveria ser invisível apareceu no monitor do diretor. Cena 18-A, Plano 1, Take 6. Ação! Abel, com mochila nas costas. Ele parece estar ali escondido. Dessa vez, a luz foi jogada certa na câmera, nenhuma sombra foi vista, nada deu errado. Mesma cena, a câmera dessa vez pega Abel de costas. Cena 18-A, Plano 2, Take 1. Assim continuamos as filmagens do média metragem Abel Contra o Muro.

Desisti de tentar entender no que se consistiam os conceitos. De que parte faziam os conjuntos de cenas, planos e takes – um conjunto de erros (ouvi dizer).

Ok, todo mundo se deslocando para dentro da casa.

“Renato”, se apresenta o Abel. Mas é difícil ouvir alguém o chamando assim. Renato é Abel agora.

Todo mundo pronto para gravar a próxima cena. Takes, takes, takes.


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Ô “Abre-Alas” que eu quero passar...

19 de maio de 2011
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Texto: Artur Faleiros
Fotos: Marina Wang

Esse final de semana o Parque Vitória Régia foi palco para o espetáculo coordenado pelo Grupo de Teatro Lume. Com muita energia o grupo trabalhou, durante toda a semana no SESC a montagem do Cortejo Abre Alas.

A proposta da apresentação já passou por diversas cidades e trabalha com a história de cada uma delas com artistas locais que carregam elementos clássicos da cidade. Em Bauru não foi diferente e o cortejo ocupou uma das principais praças da cidade com um espetáculo que juntou artistas bauruenses coordenado pelo Grupo LUME. Ao todo eram mais de 70 artistas que compunham 9 alas e eram ligadas por anjos – artistas do LUME – que faziam a funçaõ principal de guiar o cortejo, conectar as alas e trazer o público ainda mais pra dentro do espetáculo.

Com muita triangulação, diálogo, contato e provocações o espetáculo durou quase 2 horas e itinerou por pontos do parque e terminou nas ruas da cidade a poucas quadras dali.

A história de Bauru foi remontada em grandes blocos que dialogavam entre si e davam sentido às cores que ocupavam aquela tarde que havia começado cinzenta na cidade. Pouco menos de meia hora antes da apresentação a chuva parou e deu espaço para que o espetáculo acontecesse a céu aberto com sucesso. Confesso que deu um “medinho” de perder essa baita oportunidade.

Confesso também que demorei um pouco para me localizar no meio de tudo aquilo, mas aos poucos fui reconhecendo cada uma das alas ali representadas. Desde os índios Kaiagang passando pelos bandeirantes, políticos, Eni, Damas da sociedade, fazendeiros, igreja o trêm e as novidades que ele trazia. Outro fato que não poderia ficar de fora, o sanduiche, foi motivo de menção conjunta de alas que cantavam: “Pão com Queijo” + “Presunto e Picles” + “ e vai tomate” de forma ritmada montando o Bauru.





Indios Kaiagang depois do contato com os Bandeirantes



Bandeirantes represetados na figura - agressiva - de minotauros. 


Mulheres da Eni frente aos Fazendeiros depois de uma cena que mostrava a relação entre ambos


Políticos e fazendeiros negociando com mulheres da Eni ao fundo. Em busca da emancipação da Cidade 


Aos poucos por meio das ações, vestimentas, conexões e diálogos a história ia aparecendo e ganhava sentido. A forma como os indios estavam no começo, como sairam, a relação com os bandeirantes, com a ingreja. A Eni e a forma como esta conseguiui fortalecer a voz de emancipação de Bauru ao linkar as forças dos fazendeiros frente aos políticos e ao mesmo tempo as mulheres da sociedade que viam seus homens se apegando à cidade e “o trem que trazia a novidade....”

Ações como essas trazem de volta uma analise que tive entre amigos semana passada de que Bauru tem um solo muito fértil para as artes cênicas, mas pouco espaço e oportunidades/caminhos para que se desenvolva. A análise seguiu de uma conversa entre vários grupos quando nos encontramos na USP em que percebemos a presença massiva de artistas do ramo na cidade, que por sua vez não investe e parece que não acredita e não "abre-alas" para que as artes cênicas se desenvolvam de fato.

(Desabafo de uma “revirada cultural” que só tras música e joga pro escanteio todas as outras linguagens....)

Veja as fotos de Marina Wang do espetáculo.

Anjo! Artista do Lume que conduzia o espetáculo, orientava a movmentação e dialogava com o público. 


"Damas da sociedade" que viam seus homens perdidos para as "Mulheres da Eni" 


Ala da Igreja 


Políticos

Ala dos birutas que simbolizavam o trêm e a Maria Fumaça

Ala dos tecidos + ala dos índios






Para ver mais fotos, clique aqui.

Realização: SESC
Apoio: Enxame Coletivo
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Pelas ruas, pela arte

18 de maio de 2011
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Foto por Amandla Rocha


Uma porta na rua chama a atenção. Lugar acesso na rua semi escura, mais baixo que a calçada e com paredes de vidro subindo pelos dois andares, transparecendo gibis, livros, revistas, VHS, discos, sapatos e roupas. A porta é só um convite para entrar em contato com peças em extinção cultural.

No fundo da loja, uma escada caracol conduzindo para 80 minutos de lavagem cerebral entre almofadas, pufs, araras cheias de roupas, vinis e pôsteres nas paredes, uma fita zebrada amarela e preta na barra de concreto que divide ao meio o teto baixo do 2º piso da Loja Extinção.

Tão aconchegante quanto se reunir com os amigos para assistir um filme em casa. Tão ou mais, dado o ambiente e a programação.

A ocasião é o novo projeto audiovisual do Enxame em parceria com o Empório Cultural Extinção, o CinExtinção. A idéia é exibir filmes, documentários e animações que estão fora dos grandes circuitos. E pra quem já logo pensa em “Laranja Mecânica”, a proposta dessas sessões são ainda mais distintas. A estréia trouxe “Exit Through the Gift Shop”, um documentário sobre um cara, uma filmadora e a arte de rua. Anos dedicados à street art, subindo em edifícios ao redor do mundo e se arriscando por uma obra que no dia seguinte pode já não estar mais lá.

A lavagem cerebral ficou mesmo por conta de Banksy, documentarista do (falso documentário ou não) “Exit Through the Gift Shop” e grande expoente britânico da street art, que deixou as cabeças que compareceram ao Extinção à um turbilhão com tanta genialidade. Genialidade que promete se repetir nas próximas exibições do CinExtinção que ocorrerão semanalmente no Empório Cultural.

Nesta quinta, o CinExtinção traz o documentário "Music is the Weapon" ("Música é a Arma"), sobre o multi-instrumentista Fela Kuti. A direção é de Stéphane Tchal Gadjieff e Jean-Jacques Flori.
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Lucas Santtana em Bauru

16 de maio de 2011
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Vídeo cobertura da apresentação de Lucas Santanna e banda no Sesc de Bauru no último dia 4. Confira:




captação: Eduardo Porto, Gabriel Ruiz e Leonardo Portes
edição: Diogo Azuma
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Quando o Valvulla sujou o Shiva Bar - Quarta Dimensão

13 de maio de 2011
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Às vezes a canção rebuscada, com métricas rígidas e lirismo profundo é importante, fazem a gente refletir, ficar quieto. Às vezes... não adianta. Simplesmente porque queremos somente um power-trio (guitarra, baixo e bateria), poucos acordes, berros e ficar doidão com o som.

Esse é o estilo da banda Valvulla, de Vila Velha, Espírito Santo, que se apresentou ontem (12/05) na inauguração do projeto Quarta Dimensão no Shiva Bar. Mergulhados em referências do rock das décadas de 60 e 70, Valvulla mostra um rock cru, direto, de garagem. Como credencial têm a abertura do show do Placebo, em 2005, quando foram finalistas do concurso Claro que é Rock.O som não é nada de original, se comparado a Sex Pistols, The Clash, Stooges  e Ramones. Mas, em tempos de acesso total a tudo, relembrar vale tanto quanto criar. Não há problema em homenagear o já feito, em recriar o original.

Um exemplo de citação aos ídolos é a fixação com o ano de 1977, ano de auge do punk-hardcore, Sex Pistols, Guerra Fria, rebeldes, drogas, faça-você-mesmo, loucuras. Veja: o baterista responde por Renato 77, o nome da turnê atual do grupo é “Inner Man – tour 1977” e eles possuem uma música chamada... 1977. Isso que é homenagem.

“É isso que a gente quer. Rock de três acordes, simples, sujão mesmo”, conta o guitarrista Will. Fora do bar e sentado ao meio-fio com o restante da banda, ele lembra que a antiga formação do Valvulla tinha um vocalista “meio bossa nova”, incompatível com o estilo atual que a banda encontrou no atual frontman, João Lucas.
Sempre ajeitando os cabelos para frente do rosto e gritando sem parar, ele segura a barra nos vocais. O baixista Danilo, usando óculos escuros quadrados bem Mod (a banda inteira o é), viaja com as linhas de baixo, joga o instrumento para todos os lados e leva perigo para as cabeças das espectadoras mais próximas (relato da colaborada do E-colab, Beatriz Almeida).

O show começou cedo, meia-noite, mas o bar já estava lotado. No repertório: covers de Beatles pré-Rubber Soul (“Eight days a week” e outros), Stones (“Route 66”), Stooges (“No fun”),Velvet (“I’m waiting for my man”, que fritação linda) e Júpiter Maçã com faixa condizente à ocasião, (“Um lugar do caralho”).

E era mesmo. Tijolinhos expostos davam aconchego, simplicidade. As flores, os tapetes e os Ganesh na parede se multiplicavam sugerindo tranquilidade. “O espaço é do caralho, não tem isso em Vila Velha ou mesmo em Vitória”, diz surpreso o baterista Will.

O Valvulla fez 16 horas de viagem de Vila Velha a Bauru. O tempo ocioso não foi de todo mal, durante a saga do ônibus a banda compôs a música “Saint Paul”, homenagem ao Estado que estão percorrendo, e que foi acrescentada às seis músicas do EP Inner Man. Três delas podem ser escutadas no Myspace do Valvulla.

Banda de rock é isso mesmo. Longas viagens de ônibus, levando instrumento nas costas, sentado na guia para dar entrevista... sempre tomando uma cerveja barata. E que isso (o rock) nunca acabe.

Por Renan Simão


Um rolê do caralho!
Quantas dimensões superadas numa só noite! Se você procurava “um lugar legal” pra “dançar” e “escabelar”, que “tem um som legal”, “que tem gente legal”, “onde as pessoas sejam loucas” o Shiva era o role!  “Um lugar do caralho”, como diria Júpiter Maçã! Mas não foi ele quem brilhou na primeira noite do Quarta Dimensão no ShivaBar. A banda Válvula, do Espírito Santo rodou quilômetros pra chegar em Bauru, subir no palco e mandar ver! Entre muitas autorais, ouvimos Beatles e Júpiter Maçã, e aquele era o “lugar do caralho”!

Não dá pra não falar da discotecagem do Árido Groove. Eu to começando a me deixar levar pela presença do som dos caras pra pensar se eu vou ou não num role. Não conheço a banda?! Ah, mas vai ter Árido Groove, a noite vai ser boa! Os caras envolvem os clássicos com as bandas que estão começando agora, precisando de divulgação, a seleção das músicas é única, eles são diferenciados!

A noite rolou até umas 5 da manhã. Entrada de graça até meia-noite, cerveja gelada, gente maluca, gente feliz, gente. Tinha muita gente! E tava quente, ninguém parou de dançar, ninguém parou de beber, ninguém se sentou, ninguém queria ir embora. Quinta não era um dia de compromissos.

Por Laís Bellini
Fotos: Vitor Garcia
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Pata de Elefante 11 de maio no Sesc Bauru

Nessa quarta-feira no Sesc de Bauru, aconteceu um show com a banda instrumental Pata de Elefante. Aqui estão algumas fotos do show sensacional.

Fotos de Marina Wang
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VídeoCobertura - Roça Nova, a festa do Interior!


Cobertura da festa Roça Nova, evento realizado pelo Enxame Coletivo em parceria com ENEA Bauru. Tem também o relato da noite, confira!



Captação: Marjory Kumabe, Thiago Nassif e Matheus Itami
Edição: Flávia Battistuzzo e Carolina Simonassi
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Isso é o que eu tenho para dizer

12 de maio de 2011
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Acho que vai ser foda explicar como foi o show dos malucos do Pata de Elefante.
Eu realmente acredito na comunicação sem o uso das palavras.
Acho que a música instrumental é uma forma muilo louca de se expressar...
Uma forma alternativa de dizer...



O som foi eletrizante.
Viajamos por realidades distintas.
Uma viagem muito boa...
Quando eles tocaram as músicas mais antigas
me lembrei dos livros que li ouvindo o som deles...

Trocamos uma idéia antes do show.
Falamos sobre a loucura das músicas instrumentais...

"O ouvinte tem a liberdade de criar seu próprio enrendo, ou seja lá o que for na cabeça...
É um lance mais rico... Ao invés de tu dizer alguma coisa específica, tu faz simplesmente música... Porque música é música..."

Hoje eram quatro.
Já foram três.
Mas também são cinco ou seis...

Tão trabalhando num novo projeto bem experimental...
Terão um novo 'vocalista'.
A voz distorcida da guitarra será substituída pela voz de um trombone.
Muito doido...

Algumas das músicas novas também estavam presentes no repertório do show.
Outra novidade foi a participação do baixista Edu Meirelles.

Tinha uma galera...
A estrutura do SESC sempre sensacional.
O som tava muito bom...

Encontrei uma amiga minha, a 'Jade'... ela disse:
"Foi bom, alegrou meu dia"...
Pegou a bicicleta e foi dar um rolê...

Fomos embora...
Fomos encontrar Shiva em uma quarta dimensão...
Tudo vai ficar bem...

por João Palozzzo?

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#CineOuroVerde e a Mostra do Filme Livre

11 de maio de 2011
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12 de abril.

A edição do Cine Ouro Verde daquela semana era especial. E não era a chuva que iria atrapalhar. Nem o fato da sala estar fechada. Nem o fato de não ter a chave. Nem o de não ter ninguém na frente do CineClube além de nós, do Enxame e do e-Colab.

Por que, afinal, o que melhor do que um filminho com essa chuva?

Nada na rua além do carro estacionado em frente ao Cine.

Eita gente persistente, viu!

- Mas com essa chuva, você acha que rola? – disse o responsável pela chave do outro lado da linha.

- Rooola, rola! – ia convencendo todo mundo pelo caminho dos imprevistos, o Eduardo Cambota.

Não deu outra: pouco tempo depois de conseguir a chave, ainda chovendo, os lugares vazios foram se completando. Contudo, as pessoas que surgiam, na noite de hoje eram diferentes. Mais velhas. Hoje a programação fugiu um pouco do que o Bairro Ouro Verde está acostumado, sem animações, desenhos ou filmes para crianças. Hoje a noite é dos curtas-metragens nacionais.

11 cidades do país foram conectadas na Mostra do Filme Livre 2011 pela Rede Fora do Eixo. 11 Cineclubes do Fora do Eixo transmitiram a programação da Mostra em suas sessões. E a proposta era mesmo essa, de mostrar filmes que fugissem do padrão. Os escolhidos para serem exibidos no Ouro Verde eram filmes abstratos, de diferentes formatos e temas.

Curtíssimas imagens de paisagem, a busca pelo funk perfeito, histórias contadas sobre a mulher vaidosa que vive na praça. “Uma viagem”, muitos disseram (e outros tantos diriam). Filmes sem pé, nem cabeça. Só corpo.

A chuva diminuiu. A molecada se mostrou insaciada, a seleção de curtas era pouco. Dava tempo de passar mais uns curtas ou então um longa. Ainda era cedo, segundo a contagem deles.






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Lucas Santtana - SESC Bauru

9 de maio de 2011
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Na última quarta-feira dia 4 Lucas Santtana e banda se apresentaram no Sesc de Bauru. Confira alguns registros dessa passagem:


fotos por Diogo Azuma
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O mundo mais imundo que eu conheço

8 de maio de 2011
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Vivemos num mundo sujo.
A Babilônia mostra-se cada vez mais caótica.
Sentimos o peso do mundo nas costas.
Apertei um e percebi que esse mundo pode ser bem mais leve.


Cá estou nessa noite, já meio fora do eixo em mais um rolê extremo.
Nessa noite extrema, o som é extremamente pesado.
E a galera esta extremamente alucinada.




É doideira pensar nos sons e nas interpretações.
Pensar na dança.
E nos bate-cabeças-alucinantes.
Na vibração passada pela banda.
Na vibração absorvida pelas pessoas.
E na vibração que as pessoas passam a produzir.

O show da Orckout foi muito louco.
Uma experiência bem intensa.
A casa tava lotada. A galera toda nessa mesma experiência.
Energia pura.

Encontrei o Japa e o Abadá (Diogo e Bruno) lá no beck-stage, 'backstage' filmando o rolê.
Trocamos uma idéia com os malucos da banda.
Saca só esse vídeo aqui:



Era umas '4 e 19' quando me dirigi para a área de fumantes conferir o ambiente.
Tinha uma galera bem suça lá.
Pessoas fumando e bebendo cerveja, conhaque ou quem sabe vodka.
Até minha amiga pinga tava no rolê.
Saímos de lá bem a tempo de ver o começo do show da Sociopata
O som foi do caralho.
É louco que os caras cantam em português.
Entendemos tudo em alto e bom som.
As letras geralmente saem da cabeça de Kleber, o vocalista.
Trocamos uma idéia com ele e os outros caras depois da apresentação.
Disseram que logo menos o disco deles tá saindo.
Falaram também sobre o novo baterista ‘Gérsinho’, e sobre a resposta do público nessa noite insana.

Saca só o vídeo que a gente fez baseado nisso:



Peguei uma breja bem gelada.
Vi os caras da Clawn subirem no palco.
Eles são de Botucatu. São das antigas.
O som é forte.
A galera pirou quando eles tocaram Sexual Religions Dementia
Quebradeira total.
A malucada batendo a cabeça sem dó numa espécie de delírio eletrizante.
Depois do show eles também comentaram sobre essa energia doida da galera.
Se liga aqui nesse video:



Todos curtindo.
Todos no mesmo barco...
O mar tá cheio de tubarões,
Mas a maré está sempre a nosso favor.
Ninguém entende mesmo...
Seguiremos viagem.


por joão paloso?

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Sobre Caboclos, Arquitetos e Astronautas

6 de maio de 2011
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Por Laís Semis

Caderno de balada à postos. Essa não é apenas mais uma noite no Jack. “Salve ENEA, salve Enxame, salve a brasilidade, salve o groove!”. É a noite da Roça Nova, a festa do Interior, festa do Enxame Coletivo em parceria com o ENEA, que neste ano será sediado na cidade e traz a temática do “interior sem estereótipos”. A casa estava cheia.

- Vamo lá na frente, vamo lá na frente! – foi puxando um dos organizadores do evento, Leandro Fontana durante a apresentação da Estação Primeira de Bluseira.

Lá no palco, o inconfundível Verídico e a sua banda de rock e blues, que não deixam a música brasileira de fora, envolviam com força os ritmos e as pessoas. Uma centopéia de estudantes de arquitetura se enfiava abrindo caminho pelas pessoas até a Estação, saltitantes, empolgadas, gritando as letras.

“Eu sentei na linha do trem
Pra ver a fumaça dançar e pensei
Ai, que saudade do trem...”

Cabeças arquitetas tomaram conta do espaço, desenfreadas, sem direção certa, pulando sem cessar ao som da banda. Parece que era a música traduziu a temática e o espírito do que o evento pretendia ser. “Ú-Ú-Ú ENEA BAURU!”, foi o grito dado pela comissão organizadora do Encontro Nacional de Estudantes de Arquitetura, ressoando pela casa inteira ao fim de “Brasil Novo”.

Nas Ondas da Samanah
Por Laís Modelli

Tiveram muitos pulinhos de reggae no lado da galera da plateia. Já no lado do palco, teve mais que isso. Tiveram duas Tagimas muito bem afinadas em um Sol ensolarado e vários La sorridentes. Ai foi só embalar tudo essa vibração em um repertorio que incluía desde O Rappa e Jorge Bem até musica própria da Samanah.

Teve também uma galera gritando e se apertando perto do palco quando a banda começou a tocar Mutantes. Era uma Minha Menina mais gostosa ainda de se ouvir que o normal, de notas bem gritadas e compassadas metricamente. Aí eu só sei que olhei para o lado e vi um casal se beijando, 2 meninas dançando e um cara enorme, com cara de mal, mas que ficava fofinho quando cantarolava “e eu sou o menino dela”.

Teve também um baixo de notas tranquilas, que sabia ocupar o seu lado esquerdo do palco, não como um zero, mas como o canto do coração, sabe? Teve mais beijo, mais pulinhos... e teve eu indo buscar uma bebida e perdendo a penúltima música. Aí eu só sei que o Thales, o vocal da Samanah, anunciou a saidera. Logo em seguida eu comecei a ouvir uns riffs familiares, espaçados, com uma bateria ao fundo marcando tempo em toques curtos e secos. Peguei a bebida, pulei do balcão e cheguei a tempo de cantar “Ticking away...”.

“The moments that make up a dull day.” Eu já assisti uns três ou quatro shows dos caras da Samanah, nem é mais novidade. Mas eu só sei que me comporto igual criança quando ouço Time na versão Dub Side of The Moon. Só sei que eu vou parar na frente do palco e, quando percebo, eu estou dando os pulinhos e fazendo a minha bengala de guitarra. “Hooome, home again...”

Por Laís Semis

Na discotecagem entrebandas acabou o “Baby Doll de Nylon”. Subiu o telão. Lá do fundo saiu correndo uma menina em direção à banda. Trenzinhos entre a platéia. Vindos do Pará, o Aeroplano era a única banda em terras estranhas. Mas Bauru sabe como recepcionar uma banda de fora.

O show do Aeroplano ao mesmo tempo que absorveu aos resistentes de uma quarta-feira cortando a noite, foi dotado de uma certa leveza. Era pra gente que só queria ficar de boa curtindo uma baladinha e pra gente que tava afim de um rock’n’roll, uma pegada Muse. Soube como se encaixar em meio ao fim de noite combinado ao estado de comemoração em que nos encontramos.

E à procura da identidade do interior paulista, o ENEA Bauru apresentará a cidade aos estudantes de arquitetura do país no mês de julho. Ou pelo menos, um espírito dela. É, essa cidade é mesmo um filme B. Só pode ser.
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Trupe Chá de Boldo em Bauru

5 de maio de 2011
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Dia 27/4 a banda Trupe Chá de Boldo passou por Bauru, em show no SESC. E-Colab entrevistou a Trupe toda e acompanhou também a apresentação. Confira abaixo o vídeo.




Tem também o relato e as fotos do show, acesse!
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5 anos de aniversário do Fora do Eixo

3 de maio de 2011
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Neste Domingo 30/04, foi aniversário de 5 anos do fora do eixo. Junto com a estréia da casa, aconteceu shows desdas 10h às 22h com as bandas: Emicida, Macaco Bong, Kamau, Holger, Leela, Cérebro Eletrônico, Fóssil, Black Drawing Chalks, Miranda e André, Kassin Frateschi, Gaby Amarantos, Jair Naves, Madame Saatan.


Fotos de Marina Wang

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