News #3 e-Colab

31 de julho de 2012
0

Veja o que o e-Colab fez até nos últimos meses na nossa querida news. saca só o aperitivo só por palavras-chaves que você deveria conhecer: Metá Metá, CinExtinção, O Terno, BNegão & Os Seletores de Frequência, Canja Underground, Circuito Paulista de Festivais e muito mais! Êba!

Pode clicar.


Leia mais...

Colabore na Cobertura do Canja Colaborativa

30 de julho de 2012
0
Inscrições para a Colaborativa vão até 15 de agosto

De 27 de agosto a 2 de setembro, Bauru recebe a terceira edição do Canja realizado de forma colaborativa pelo Enxame Coletivo e outros grupos e empreendimentos solidários. A edição conta com uma programação de artes integradas que inclui shows, espetáculos, intervenções artísticas, mostras, oficinas e debates.

Foto por Diogo Azuma
Um dos projetos do Festival é o Canja Colaborativa, proposta de cobertura com texto, foto, vídeo e mídias sociais, produzindo conteúdo multimídia.

O objetivo é formar agentes multimídias capacitados não apenas para a cobertura do Festival, mas que também estejam aptos a aplicar a metodologia em outras atividades ou coberturas e multiplicar a lógica do trabalho colaborativo. A cobertura potencializa a expressão dos eventos, agrega valor às ações realizadas na cidade e estimula a criação de um acervo de registros da cena atual. 

Os interessados em integrar a equipe de cobertura podem se inscrever até dia 15 de agosto através do Edital do Canja Colaborativa e do preenchimento do formulário. O resultado dos selecionados para será divulgado no site do e-Colab no dia 16 de Agosto.

Foto por Diogo Zambello

























Calendário Canja Colaborativa

30 de julho a 15 de agosto: período de inscrições
16 de agosto: 1ª chamada dos selecionados do Edital
17 a 19 de agosto: confirmação de interesse dos selecionados
20 a 24 de agosto: período de oficinas do Festival Canja
27 de agosto a 02 de setembro: cobertura do Festival Canja

Leia mais...

e-Colab é um dos projetos selecionados pela Lei de Estímulo à Cultura de Bauru

24 de julho de 2012
0


Como publicado na edição de sábado (21) do Diário Oficial, o e-Colab foi um dos nove projetos aprovados pela Lei Municipal de Estímulo à Cultura. Fruto do trabalho de quase dois anos e da persistência de mais de 60 colaboradores que já passaram pelo projeto, do apoio de parceiros e outros grupos, contribuindo para a construção e consolidação do Portal de Cobertura Colaborativa, que agora também conta com uma equipe de Redação e que continua na batalha diária pelo desenvolvimento, crescimento e fortalecimento do projeto.

O e-Colab agradece todos os colaboradores, parceiros e amigos que fizeram e fazem parte dessa construção e acreditaram no nosso trabalho.

Leia mais...

Silver Bracelet - Entrevista Nemphis Belle (Parte 2)

Luís Morais e Jessica Mobílio conversaram com o Léo Vituri da banda Nemphis Belle, de Porto Ferreira, que você pôde conferir ontem aqui no e-Colab, num papo sobre o início da banda, inspiração, a perspectiva de tocar músicas em inglês e as influências que a banda carrega. Hoje a conversa continua falando sobre o Coletivo Mogi, dos meninos da Nemphis em companhia de um amigo, Noites Fora do Eixo e cachês.



e-Colab: E como que está o Coletivo Mogi? Vocês que são os idealizadores ali. 

Léo: O Coletivo é a Nemphis Belle mais o Rafael Fávaro, o Flor. O Flor é o “líder”, na parte estrutural, organização, financeira... ele é a parte mais séria dentro do Coletivo. E a gente sobreviveu nesse período [início de 2012 até hoje] meio a altos e baixos. Nós começamos bem, fizemos um Grito Rock muito bom, lotou, bandas muito boas, só que depois do Grito Rock nós tivemos umas duas Noites Fora do Eixo que não tivemos sorte com as bandas que trouxemos. As bandas da cidade foram lá e tocaram benzaço e as bandas de fora não agradaram – não que elas fossem ruins, mas o público não gostou. E tivemos dois pontos negativos com essas duas Noites Fora do Eixo. Só que organizamos uma exposição de artes muito boa, bastante gente passou por lá. Foram dois dias, um sábado e um domingo. Artistas plásticos da cidade e de fora expondo, fotógrafos, varal de poesias... Um evento que trouxe muitos pontos positivos não só para o Coletivo mas para a galera associada ao Coletivo e para a cidade também. 

A gente ainda não consegue se dedicar totalmente a isso, então é difícil acertar sempre, mas o Grito Rock e a exposição foram os pontos principais. 

e-Colab: Dentro do coletivo tem alguém que mexe com essas artes? 

Léo: O Rafael Fávaro é fotógrafo. O Zinho é poeta. E além de escrever poesias, vai também pro lado da crônica... ele é escritor. Eu também sou escritor, mas nunca publiquei nada, to tentando finalizar um romance, espero que ele fique pronto até o final deste ano com qualidade para publicar. E tinham poesias minha no varal, que são dos personagens do romance. Então apesar de eu e o Zinho sermos Nemphis Belle e do rock, temos um pé na literatura. Ele mais pro lado da filosofia, com uma literatura mais ácida e contestadora. E eu vou pro lado mais da arte, tentando fazer romances mais representativos de sentimentos e destinos. 

Então essa exposição de arte mostra o outro lado, não da música, mas que a gente é artista também. Por exemplo: tenho um curta metragem, e na próxima exposição de arte gostaria que ele fosse exibido lá, porque eu achei que meu curta pode dialogar muito com de um dos expositores, do Andrey Rossi. 

e-Colab: E apareceu gente nessa exposição querendo demonstrar o trabalho deles? 

Léo: Apareceu um casal de irmãos, bem novinhos, que são desenhistas, pediram para da próxima vez chamar eles... Tem uma outra fotógrafa, namorada de um cara que expôs e da próxima vez devemos chamar ela. A exposição reuniu alguns artistas que estavam “desunidos” e serviu como espaço de vivência dos artistas da cidade: Beto Bellini, um poeta de Porto Ferreira muito premiado; Rafael Marin, formado na USP em viola caipira e é poeta também. Muita gente legal no mesmo espaço. Foram dois dias inesquecíveis para muitos artistas na cidade. 

e-Colab: E quais eram as bandas da região que mandaram bem na Noite Fora do Eixo? 

Léo: Uma foi a Funileiros do Fiat 147, que é uma banda muito massa. Eles não levam o som deles muito a sério, levam mais pro lado da comédia e curtição. Instrumentalmente é muito bom e as letras são engraçadas. Eles levam pra um lado meio Velhas Virgens – mas eu prefiro muito mais os Funileiros do que Velhas Virgens porque eles não apelam nas letras, são mais “inocentes”. 

E a outra banda foi a Museu do Esquecimento. Ela é um fenômeno, absurdamente boa, porque tem muitos artistas bons lá. Tem o Cleiton, que canta uns sambas muito loucos; o Cléo, que toca uns rocks muito legais; Guilherme Marin, que faz música de um modo muito diferente, meio medieval; o próprio Rafael Marin; tem o Ivo Bragante, que tocou saxofone na “It's Amazing” pra gente. Enfim, é uma coletânea de muitos músicos bons da cidade. Músicos e artistas, porque o Rafael Marin e o Cleiton são poetas, o Cléo é cartunista e eles pegam uns poemas do Beto Bellini e faz versões de música. A cultura ferreirense são eles, o Museu do Esquecimento. Eu cheguei a tocar um tempo com eles, em uma outra formação chamada Sapato Chapéu, fizemos um show e antigamente eles tinham uma banda, uma das melhores que já teve na cidade, chamada Plágio. Um dos melhores shows que já vi. Eu tinha visto Cachorro Grande um mês antes e vi o show do Plágio e falei “mais animado que Cachorro Grande”. 

e-Colab: ...acho que você tem um preconceito contra essas bandas mais conhecidas 

Léo: Não, é que eu acho que tem muita boa que a galera não conhece. Eu gosto de Cachorro Grande, é uma puta banda, já ouvi bastante, mas as vezes o que faz sucesso não é o que tem de melhor. 

e-Colab: Outra pergunta clichê então: o que você tem ouvido ultimamente? 

Léo: Complicado falar o que eu tenho ouvido, porque vou falar de Eric Saade, Choupadi, aquelas coisas nada a ver do rock. Mas tem muita coisa legal de independente no Brasil hoje. Tem a Suéteres, de Pirassununga, que faz um rock em português massa – apesar de eu ter falado mal do rock em português, tem coisas legais, como Suéteres e Cachorro Grande. Uma banda de São Paulo que gostei muito se chama Tokyo Savannah. O Black Drawing Chalks, não é muito minha vibe de som mas considero bom. Tem também a Monkberry de Londrina. 

Então se você for garimpar o que tem no Brasil, você acha coisas legais. Mas infelizmente essas bandas não conseguem ter um suporte para estourar, para fazer o sucesso que mereciam fazer. Tem bandas horríveis, para rock, que tão na MTV, que dão entrevista, todo mundo conhece, porém tirando Lá menor pouco sabem de nada. O próprio circuito Fora do Eixo mostra isso (bandas que que não fazem sucesso e são muito boas). Tem bandas legais, como Aeromoças e Tenistas Russas, os Rélpis, Fenícia – um estilo meio Pitty, não é muito a minha cara mas o show deles é muito bom -, tem também o Volveles, banda de alguns amigos que fazem músicas muito legais. Banda boa tem, é só ter boa vontade da galera, parar de ouvir só Beatles e começar a ver o que tá acontecendo ao seu lado. Os caras são 90% mídia e 10% qualidade, mas esses 10% são muito bons, álbuns como Abbey Road e Let It Be são geniais. Mas tem coisa boa que não teve a mesma mídia. Tentar abrir a cabeça, não sair a noite procurando ouvir as mesmas músicas que você ouve na sua casa. Porque a década de 60 acabou. Apesar da gente fazer som da década de 60, estamos fazendo nos anos 2000. 



e-Colab: E desde quando a banda tem esse contato com a rede Fora do Eixo? Quando aconteceu essa aproximação? Vocês divulgavam a banda antes disso? 

Léo: O Fora do Eixo salvou a nossa vida. Muita gente critica, mas em termos pessoais, o Fora do Eixo foi muito bom pra Nemphis Belle e pra mim como pessoa. A gente não conseguia sair daquele perímetro nosso de 50 km de Porto Ferreira. Geralmente era shows de cover... E depois do show em Bauru, depois que o Enxame apareceu, mudou completamente. Tocamos em Poços de Calda, Piracicaba, Londrina, Ribeirão Preto, São Paulo... vamos tocar em Serrana. O Fora do Eixo libertou a gente. E os vejo como uma salvadora de muitas bandas, possibilitando que elas possam rodar, mostrar seu som, se tornar banda de verdade. Que não fiquem como a gente era antes, só ensaiando no fundo de casa e tocava de vez em quando. Hoje somos uma banda que tá lançando CD, muito mais shows marcados. E uma percepção melhor de estética. Por exemplo: nós tínhamos uma capa do primeiro CD, que eu mesmo tinha feito, era toda laranja, um horror... e eu vi uma banquinha Fora do Eixo aqui em Bauru e pensei “que merda é a nossa capa, preciso ir atrás de uma melhor”. 

E a turma fala mal do Fora do Eixo não pagar cachê, mas a gente tocou em alguns lugares sem ser do Fora do Eixo e não pagaram também. Esse mercado de cachê tá meio falido, só carta marcada, só bandinha mais famosa que recebe. Banda de música própria que tá começando não tem lugar que tenha dinheiro pra ficar dando cachê. No Beco mesmo na Rua Augusta, com todo o glamour, ganhamos menos que em um monte de lugar do Fora do Eixo, como em Poços de Calda. Então esses caras tipo o China, esses caras tem que ser ridicularizados mesmo. Se ele quer grana vai trabalhar. Se quer tocar música toque por amor. 

E o Fora do Eixo foi pra mim como pessoa porque pude aprender a organizar eventos, a dialogar com bandas e lugares a negociar. Eu cresci, a Nemphis Belle cresceu e espero que o Fora do Eixo faça outras bandas e pessoas crescerem também.

Leia mais...

Canja Underground: Uma noite de frio e muito estilo



Por Pâmela Pinheiro Antunes 
Fotos por Lucas Ribeiro


De início, haviam poucas pessoas na Sede do Enxame Coletivo para o Pré-Canja Underground. Na sala de discotecagem, alguns b-boys dançando Freestyle ao som do DJ Gustavo Aughus; no ambiente com projeções, duas, três pessoas assistiam aos vídeos. Tinha a sempre famosa banca de venda de CDs e diversos produtos exclusivos com uma novidade pra a galera, uma barraquinha com alimentos orgânicos, além de cachecóis, já que fazia muito frio na cidade. Cerca de uma hora meia depois da abertura para o público, a sede já estava lotada, prova disso era a dificuldade de ir para um ambiente ao outro.

Os shows aconteceram na garagem que foi transformada em um criativo e aconchegante Pub. A primeira banda a se apresentar foi a goiana Cambriana que está em turnê nesse mês de julho, formada por Luís Calil (vocal, guitarra, violão, teclado e programação de bateria), Wassily Brasilin (teclado, guitarra, baixo, e bancking vocal), Pedro Falcão (baixo, saxofone e bancking vocal) Heloísa Cassimiro (bateria e backing vocal), Rafael Morihisa (guitarra e teclado) e Israel Santiago (guitarra, teclado e backing vocal). Seu som rock pop psicodélico encantou a todos devido a sua qualidade e a suavidade do vocalista Luís Calil quando canta, sendo que em poucos minutos a garagem tinha gente que não acabava mais. Com músicas do seu álbum "House of Tolerante" fez o público dançar, interagir e se apaixonar, com uma identidade muito própria, com certeza vai levar de Bauru muitos fãs. 




Para finalizar a banda local Aleluia Bitch, que retorna aos palcos com uma nova formação, sendo ela David Calleja (voz e baixo), João Ricardo (guitarra e voz), Gustavo Richieri (guitarra) e Guilherme Alquati (bateria) e também com uma novidade, antes a banda que só fazia covers de bandas, indies como a norte-americana The Strokes e The White Stripes, agora está produzindo músicas próprias. O show aconteceu em caráter de ensaio, intercalando canções de sua autoria ainda não prontas e covers que tornaram a Aleluia Bitch conhecida no circuito independente de Bauru. O resultado foi muito agito para galera que pulava e cantava e até sugeriram músicas a ser tocadas. Com uma hora de show muito animado, termina mais um dos eventos do Pré Canja que é apenas prévia do que está para vim no Festival da Canja.























Leia mais...

It's Amazing! - Entrevista Nemphis Belle

22 de julho de 2012
0

Por Luís Morais e Jessica Mobílio 
Fotos por Eduardo Kenji

Lançar o primeiro disco é sempre um marco na carreira de qualquer banda. Com a Nemphis Belle não seria diferente. O conjunto da pequenina e movimentada Porto Ferreira, que recém lançou o álbum “It's Amazing” é representada nessa entrevista exclusiva pro e-Colab pelo baixista Léo Vituri, que nas horas vagas estuda Rádio e TV na Unesp de Bauru. 

E foi dentro do campus, com direito a um hamburgão da minha parte no começo (eu estava com fome, pô), uma mesa de cantina com 3 e-colabers ao seu redor, que Léo falou da banda, do lançamento do disco, do Coletivo Mogi (no qual é um dos responsáveis), e, lógico, de música e arte. Com direito a cornetada em Legião Urbana e nas bandas midiáticas atuais. 

A quase uma hora de conversa está toda transcrita aqui. E dividida em duas partes: a primeira sobre a própria Nemphis Belle e a segunda sobre o Coletivo Mogi e o Fora do Eixo. E antes de ler, já deixo de cara o site da bandaem que você pode baixar o disco e ouvir um bom rock sessentista

 Parte 1 – It's Amazing! 

e-Colab: Sempre que eu começo uma entrevista, começo com a pergunta mais clichê de todas: por que “Nemphis Belle”? 

Léo: Na verdade é uma pergunta que tem que ser feita melhor pro Zinho (Renan Martins, guitarrista da banda). Ele tinha visto um filme chamado “Memphis Belle”. E falou que queria montar uma banda chamada “Nemphis Belle”. Falei “vamos!”. E aí, em outubro de 2004, primeiro ensaio e tamos até hoje. Vamos fazer 8 anos agora em outubro. 

E como foi a entrada do resto da galera? No caso do [Rodrigo] Francalacci, vocês chegaram no estúdio dele e falaram “vamos ensaiar” e deu liga... como foi? 

Na cidade [Porto Ferreira], todo mundo que era envolvido com música o conhecia. Ele grava desde os 14 anos, no fundo da casa dele, e quando eu e o Zinho começamos a frequentar eventos de música, lá por 2002 nós vimos ele tocando num festival de música própria – ele ainda cantava em português, era bem diferente do que é hoje – e naquela época eu e o Zinho éramos metaleiros. Pouco tempo depois a gente começou a compor também, nós tínhamos uma banda de Thrash Metal – o Zinho tinha 13 anos quando fez a primeira música – então desde 2002 já queríamos compor, e o Francalacci, além de já compor rock, ele também já gravava. 

Quando deixamos de ser metaleiros, pensamos “vamos montar uma banda de rock”. Fomos na casa do Francalacci, o chamamos e ele aceitou. Tínhamos outro baterista, e o Régis acabou entrando depois – e entrou na melhor fase da banda. Começamos a compor músicas melhores, a fazer bastante shows – de covers na época -, e depois entrou o Matheus no teclado e agora saiu – tá para entrar outro tecladista. 

Mas não sei se a banda começou comigo e com o Zinho, ou com o Francalacci gravando na casa dele desde novo. Acho que a banda começou dessa união: eu e o Zinho há muito tempo tocando junto com um cara [Rodrigo Francalacci] que já sabia gravar e compor, que cantava e tocava muito bem. 

Dessa banda de thrash metal, que você ensaiava na garagem da sua vó – Léo corrige: “na garagem da vó do Zinho” - vocês tinham um batera lá por exemplo. Aonde foi parar esse batera e o resto da galera que tocava? 

Esse batera se chamava Marquinho na época. Ele tava em São Paulo fazendo Relações Internacionais na USP, não temos mais tanto contato com ele, mas era um cara que a gente gostava muito de tocar junto na época. Depois começamos a tocar Death Metal com o Victor, que acabou sendo o primeiro baterista da Nemphis Belle

Quando fui na garagem do Francalacci, vi posters do The Who e dos Rolling Stones. E antes vocês curtiam um metal. Como vocês chegaram nesse som atual? 

Quando conhecemos o Francalacci, ele só ouvia Beatles praticamente. As influências dele eram poucas. Então tudo que ele fazia era meio Beatles. Só que eu e o Zinho não gostávamos muito de Beatles – até depois começamos a gostar – mas quando você é metaleiro, você tem a mania de se aprofundar muito, ouvir muita coisa e tá sempre buscando coisa nova. Então eu e o Zinho seguimos essa tendência de ouvir um monte de coisa. E começamos a mostrar coisas pro Francalacci, como Led, Velvet Underground – que deu muita influência para umas músicas antigas – mas eu acho que a sonoridade de hoje surgiu dele ser fã dos Beatles por muito tempo; dele ter começado a namorar uma menina, Daniela, que era muito fã do Stones; um pouco de Bob Dylan (que os três gostam); e uma grande influência nesse segundo CD que vamos lançar é Led Zeppelin, uma banda que fui fã por muito tempo e sou até hoje – e o Régis também é muito fã. 





E essa ideia de separar o disco em Lado A/Lado B, foi uma influência disso que vocês curtiam? 

No rock, depois da década de 80 pra frente, a gente não gosta de praticamente nada. É pouca coisa que a gente gosta de verdade. Década de 70 tem coisas que nós gostamos, mas que acabam influindo no som não são tantas. Então o nosso som é mais voltado para a década de 60, que é o som que a gente gosta de ouvir, e nessa época era vinil, por isso na contra capa do CD eu pensei de ter Lado A e Lado B e as músicas foram divididas para dar 20 minutos para um lado e 20 minutos pro outro, pensando em como as músicas seriam divididas se fosse um disco de verdade. O lado A começa com “Silver Bracelet”, uma música que a gente acha legal de abrir, e encerrando tem “Good Bye”, que fechou nossos shows por muito tempo. E abrindo o Lado B é “It's Amazing”, que dá o título do disco. E fechando tem uma bem interessante, “Stand In Your Heart”, uma música totalmente gravada pelo Francalacci. A batera, baixo, tudo que tem nela foi gravada e composta por ele. É a música especial dele nesse disco e ele sempre disse que achava que soava como final de disco. 

E falando sobre essa “Stand In Your Heart”, como foi? Ele já falou “eu tenho uma música pronta e vou botar ela aqui”, como foi esse processo? 

Léo: Teve uma fase que a gente compunha muito junto. Só que aí entrou o Régis na bateria e ele não gosta muito de ensaiar e isso não deixou a gente compor tanto junto, como era antes. Aí teve uma época que a banda estava em crise, não conseguia mais compor músicas boas porque tava difícil de ensaiar. Mas o Francalacci começou a bolar uma carreira solo. Então muito das músicas desse primeiro CD são canções que ele pensou para a carreira solo dele. E “Stand in Your Heart” seria uma música a entrar no primeiro disco solo dele. E foi uma época em que ele se concretizou como compositor, começou a compor muita coisa boa. Então teve uma época que tinha um monte de música boa que era só a gente sentar e tocar. 

E nesse segundo CD: as músicas são mais o Francalacci compondo ou já voltou a banda toda junta? 


Ainda continuou o Francalacci. Nessa linguagem rock sessentista, vai ser sempre ele que vai puxar a frente da Nemphis Belle. Por mais que eu tenha algumas músicas na cabeça e o Zinho algumas na dele, não tem a quantidade que o Francalacci tem. Enquanto eu demoro seis meses para pensar numa música, ele faz seis músicas em uma semana. Ele é muito produtivo e criativo. O Zinho compõe também, mas para outro lado. Ou é mais pesado, que na época do metal ele era um ótimo compositor pro Death Metal - para a idade que ele tinha e o lugar que estávamos, ele era tipo um fenômeno pro Death Metal. Ou ele compõe em português. 

Na Nemphis Belle, o Francalacci domina essa linguagem do rock sessentista e consegue produzir bastante. Então por mais que a gente volte a compor junto, a cada 4 músicas no máximo que a gente vai chegar é duas nossa e duas dele. Por ele ter esse domínio da linguagem, essa facilidade e criatividade, e saber o que faz com a inspiração. Porque inspiração todo mundo tem, mas saber pegá-la, lapidar e transformar numa coisa tocável, são poucos que conseguem. E ele consegue. Ele se inspira num bar, e no outro dia chega com a música pronta. 

Tem alguma música desse CD que tem um significado diferente? 

Pra mim é a “It's Amazing”, que eu e o Francalacci fizemos a letra e eu fiz pra minha namorada, numa época que a gente não tava junto, eu tava meio mal... e pra mim representa coisas entre eu e ela. 




E como “It's Amazing” chegou a ser o nome do álbum? 

Foi sem querer. A gente queria que não tivesse nome o álbum. Eu mandei pro Túlio, um amigo meu que fez a capa, no Gmail uma música só e não deu pra anexar uma quantidade, porque elas estavam grandes e só cabia uma música. E mandei “It's Amazing”, ele gostou e colocou na capa. E isso virou um slogan. O show foi muito bom e a galera fala “It's Amazing”! A galera começou falar quase como um jargão publicitário. 

Já que nem todos da banda moram no mesmo lugar, como vocês ensaiam? 

Teoricamente não moramos todos no mesmo lugar mas todo final de semana estamos em Porto Ferreira. O Régis, de sábado, estuda em Campinas e faz aula de bateria avançada lá. Então a gente praticamente só ensaia nas férias. Eu por exemplo, quando está perto dos shows, fico tocando as músicas sozinho em casa como se fosse um ensaio. 

Eu sinto falta disso, eu ganho mais segurança pra tocar quando tá ensaiado. Mas já que não dá, fazer o que, tem que treinar sozinho e seguir em frente. 

Vocês vão tocar só música em inglês mesmo? É uma espécie de filosofia da banda ou um dia irão tocar em português também? 

Pode ser que mude no futuro, mas com o nome Nemphis Belle, com a nossa configuração atual, acho que português é uma coisa difícil da gente cantar, porque eu não acredito muito em rock em português. Rock é uma coisa que surgiu na Inglaterra, nos Estados Unidos, é uma coisa de lá, o inglês se encaixa na rítmica do rock, o que não acontece com as línguas latinas, acho muito complicado, por conjugação verbal, pelo tamanho das palavras, etc. 

Vamos supor... no português você fala “e-le faz”, no inglês é “he do”. As coisas saem muito mais fáceis. 

E não só pela rítmica do rock, mas pela identidade da banda também, vamos cantar sempre em inglês, se formos para fazer algo em português vai ser com outro nome, outra perspectiva. 

E como é a recepção do público de uma banda autoral em inglês? Já tocaram em algum lugar que a galera não os receberam muito bem? 

Em português é mais fácil de fazer sucesso, mas não seria muito pra gente. A gente poderia ganhar mais dinheiro, ser mais famosos, mas super envergonhado do que estivéssemos fazendo. Se eu tivesse que ser rico e famoso, tocar algo como Legião Urbana, prefiro ser pobre e desconhecido e tocar algo como Stones. É preferível você ser feliz com você mesmo do que pensar tanto na recepção da galera. Mas rock em inglês tem muita recepção, muito público e só a gente chegar com qualidade e na hora certa, com músicas boas, que esse público irá existir. Tem uma galera que ouve essas bandas novas ingleses como The Killers, Kings of Leon, Strokes... por que não ouvir Nemphis Belle? Gostaríamos de um dia ter como gravar na mesma qualidade que eles, ter a grana pra investir, e mesmo não tendo nem um 1% do recurso deles, a gente consegue se superar em muitos pontos e fazer um rock inglês legal. 

Vocês tocaram no Beco 206 em São Paulo e também na... - Léo lembra o outro lugar - ...Casa Fora do Eixo em São Paulo. Como que foi isso? 

Na Casa Fora do Eixo não foi um show tão legal, nós chegamos atrasados o que comprometeu um pouco a nossa apresentação. E foi meio esquisito o clima, porque estávamos muito nervosos por ser a primeira vez em São Paulo. Mas no Beco levamos técnicos de som, chegamos mais calmos... foi um público só pra ver a gente, távamos tocando e tinha uma galera cantando as músicas. Foi... ah, it's amazing! 


Leia mais...

Virada Alternativa, como se faz um Stop Motion?

18 de julho de 2012
0
A técnica utilizada no Stop Motion consiste na disposição de fotos em sequência que simulam movimento, funcionando mais ou menos como um bloquinho de páginas desenhadas que ao serem viradas rapidamente dão a impressão de continuidade da narratividade do desenho. Durante a Virada Cultural em Bauru, o e-Colab foi conferir a Virada Alternativa, produzida pelo Enxame Coletivo, com uma proposta de cobertura também alternativa: de fazer uma cobertura em stop-motion das 10 horas de exibição audiovisual na Estação Ferroviária. O resultado e o como fazer, você confere aqui: 



Embora o vídeo apresente falhas de enquadramento pela falta do tripé, a técnica do Stop Motion consiste, basicamente, nos passos abaixo. 

Você vai precisar de: 
- uma câmera que faça vídeo 
- um tripé ou um ponto de referência para manter o enquadramento da sequência de fotos 
- um programa de edição de vídeo 
- um tema ou acontecimento para retratar no stop motion 

Como fazer: 
- enfileire as fotos no programa de edição e coloque uma velocidade inferior a 0,5 segundo para as fotos; a sequência de imagens cria a ilusão de movimento 

Confira outros vídeos que se utilizam da técnica: 




Leia mais...

Ode ao vinil

16 de julho de 2012
0
Por Pablo Marques

O número de pessoas consumidoras de vinil está crescendo.  Não porque está mais barato ou mais acessível. Muito pelo contrário, para comprar discos, agulhas e vitrolas é preciso recorrer à lojas de usados. Fui até a loja “Baratos e Afins”, loja de vinil tradicional em São Paulo, na Galeria do Rock, conversar com a Carol Calanca, filha de Luis Calanca, dono da loja que trabalha, quase que exclusivamente com a venda de vinis a mais de 30 anos, para saber por que o vinil tem  tantos admiradores. E esse são os principais motivos:

A justificativa para preferir o vinil é pela qualidade do som que é analógico e por isso mais incorpado. Quando se escuta uma música digital e depois em um vinil a diferença do som é nítida. E para isso, não é necessário ter um ouvido extremamente sensível, basta prestar a tenção no que se está ouvindo.



Por isso os admiradores do vinil nunca sumiram, o Brasil é que tentou acabar com esse comércio. A Polysom até hoje é  a única empresa  que prensa vinil na América Latina e mesmo assim quase fechou. As gravadoras nacionais optaram por valorizar as novas tecnologias e a fábrica estava para ser desativada quando foi comprada pela Deckdisc.  Aos poucos a  prensagem nacional está voltando, alguns álbuns de músicos brasileiros além de serem lançados em CD, possuem uma versão em vinil.  Lenine, Cachorro Grande, Pitty, Fernanda Takay são alguns exemplos. No entanto, fora do país o vinil nunca parou. Lógico que a facilidade do CD fez uma parcela do público migrar para o som digital e enfraqueceu bastante o setor.

O CD é mais barato, mas o vinil é melhor, tanto pelo som quanto pela estética. As capas dos LP’s sempre chamaram atenção, inclusive existem colecionadores que compram alguns vinis apenas pela capa. O tamanho dos CDs dificulta a leitura das informações e restringiram bastante o espaço de criação dos illustradores e designers. Na “Barato e  Afins”, por exemplo,  os vendedores começaram a usar óculos e as vezes recorrem a uma lupa para enchergar as letrinhas de bula de remédio  impressas na lombada do CD ou no próprio encarte.

O crescente mercado de vinil traz de volta não só o hábito de comprar um  álbum, mas também o de escutar música. A geração dos anos 90, que hoje começa a tomar gosto pelos LP’s, se acostumou a escutar música no computador ou em CDs no Discman. Já a geração dos anos 2000 a escuta musical é uma atividade solitária nos fones de ouvidos dos mp3. Antes disso, a compra de um disco era um acontecimento em um grupo de amigos. Todos se reuniam para escutar música de boa qualide em boa qualidade. 

Leia mais...

Mão de Onze. Não, não. Meu nome é Mão de Oito

12 de julho de 2012
0
Banda paulistana lança CD com participação especial de Emicida e Kamau 

Por Keytyane Medeiros 

Mão de Oito podia ser só mais uma banda sem identidade musical e que oportunamente recebeu o apoio de estrelas do rap nacional, mas, felizmente, é bem mais do que isso. O que chama atenção no grupo paulistano é justamente a originalidade de suas composições românticas e animadas. A banda, em breve, lançará seu primeiro álbum oficial “Um Dia Que Já Vem” e já conta com a participação especial de Kamau e Emicida


Foto por André Marques Albuquerque

Segundo o guitarrista Tomaz Toca Mamberti, a banda começou por diversão, resultado do hábito de reunir os amigos para ouvir e falar de música no grêmio da escola onde os rapazes estudavam. O nome curioso surgiu numa emergência e foi inspirado no jogo de truco. “Tínhamos um show marcado num festival e precisávamos de um nome. Entre várias ideias ruins, surgiu 'Mão de Onze'. Como éramos em 8 na época, sugeri 'Mão de Oito', aí ficou!” 

Engana-se quem pensa que o som da banda restringe-se unicamente ao pop romântico. Um dos carros-chefes desse novo CD chama-se “Beats” e conta com a participação especial de Kamau e Emicida. Na canção, o tom suave do vocalista Cohen marcou o pop feito pelos meninos do Mão de Oito, enquanto as mixagens típicas do hip hop ficaram sob a responsabilidade dos rappers paulistanos. Toca afirma ainda que a contribuição artística entre os músicos é mútua e já existe há algum tempo, “os dois [Emicida e Kamau] são grandes amigos nossos, faz tempo. Eu e o Cohen já participamos de músicas do Emicida que estão nas mixtapes ‘Pra quem já mordeu um cachorro....’ e ‘Emicídio’. Temos muitas afinidades, então essa parceria foi muito natural.” 



O primeiro EP da banda foi lançado em 2008 e de lá para cá o público têm crescido consideravelmente. A banda já tocou em importantes casas de show da capital paulista, como Studio SP e Espaço Arcoverde. O primeiro disco do Mão de Oito deve ser lançado pelo Selo Laboratório Fantasma, propriedade do rapper Emicida. 

Segundo Toca Mamberti, a principal inovação deste CD está na utilização de outros recursos musicais ainda não explorados pela banda, como o uso de metais e piano. “Tivemos muito cuidado com a sonoridade, timbres, arranjos, por isso chamamos o Ganja pra produzir.” O produtor Daniel Ganjaman é conhecido por dirigir álbuns recentes como “Nó na Orelha” de Criolo e “Alegria Compartilhada” da banda Forfun, além de produzir os discos clássicos "Nada como um Dia Após o Outro Dia" dos Racionais MCs e "Rap é Compromisso" de Sabotage. O primeiro single do Mão de Oito a ser lançado ainda este mês será “Acorda”, realizado em parceria da cantora baiana Marcela Bellas. 

Foto por Carlos Careca


Com composições próprias, produção de peso e apoio de importantes artistas do momento, o som oferecido pelos rapazes do Mão de Oito não decepciona. Suas influências vão desde a MPB dos anos de 1970 e 1980, como Gilberto Gil, Caetano Veloso e Jorge Ben até clássicos do rock como Jimi Hendrix, Rolling Stones e Led Zeppelin. 

Canções como “Vim” e “Que tal?” revelam um romantismo que já não se ouve com tanta facilidade por aí. Diferentemente de outras bandas da cena pop nacional, as canções do Mão de Oito apregoam e despertam a suavidade de amores que não necessariamente machucam, mas nem por isso fazem bem ao coração. Não se trata de vocais chorosos ou gritados, muito menos de arranjos ensurdecedores. O som do Mão de Oito é leve, rítmico e o mais importante, é romântico sem ser meloso.

Leia mais...

Memórias de Verdades

11 de julho de 2012
0

Texto e fotos por Jaderson Souza

No Brasil, o período 1964-1985 corresponde à ascensão dos militares ao poder. Quem não viveu ou quiser reviver essa época, marcada pela repressão e ausência de direitos, tem a oportunidade de visitar a exposição “Direito à Memória e à Verdade”. A exposição, desenvolvida pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, fica até o final do mês de agosto na Diretoria de Ensino, em Bauru. 

Desde os anos anteriores ao golpe até o movimento Diretas Já; passando pelos anos de chumbo e pelas greves do ABC. A exposição é uma viagem na qual os visitantes perdem a noção do tempo, muito porque acabam sendo conduzidos pelo texto que acompanha as imagens. É como se você estivesse lendo um livro. O espaço da Diretoria é adequado para que o público desfrute da exposição da melhor maneira possível. A exposição subdivide-se em duas linhas: a atuação de figuras públicas contrárias ao regime em voga na época – o ex-presidente Lula, o guerrilheiro Carlos Lamarca e o ex-deputado Rubens Paiva são algumas delas – e os abusos cometidos pelos militares. Cada militar que assumiu a presidência tem o seu espaço determinado na exposição no qual são elencados os acontecimentos de cada época. 



Composta por fotografias grandes intercaladas com material escrito, a mostra funciona como uma espécie de linha do tempo na qual são contados vários acontecimentos do período ditatorial. São retratados muitos abusos cometidos por parte dos militares, mas também são valorizadas as atuações de pessoas e instituições que lutaram pela volta do regime democrático no Brasil. Algumas desses personagens pagaram inclusive com suas próprias vidas. 

“Eles andam pra lá e pra cá perdendo hora”, brinca Valdomiro Silva, homem que trabalha de segurança na Diretoria de Ensino. Ele diz que o público observa com curiosidade as fotografias. De fato, por mais que você saiba bastante coisa sobre a História do Brasil (ou justamente por causa disso), as fotos te deixam bem entretidos. 

A exposição está aberta desde a realização da Jornada de Direitos Humanos de Bauru, realizada em abril. Nas palavras do coordenador do evento, professor Clodoaldo Meneguello Cardoso, a luta por uma sociedade democrática naquele tempo tem de ser um referencial para as gerações atuais. O gancho para a exposição foi a instalação da Comissão Nacional da Verdade que vai investigar as violações dos direitos humanos cometidas pelo Estado entre os anos de 1946 e 1988. 



Leia mais...

O vinil importado mais barato do Brasil

10 de julho de 2012
0

Por Aline Antunes

O Power Trio carioca de Beat Music esquenta a cena independente com seu som instrumental. São os Beach Combers!

Essa brasa toda é formada por Bernar Gomma (guitarra), Guzz The Fuzz (baixo) e Lucas Leão (bateria). E desse swing carioca acaba de nascer o álbum Ninguém Segura os Beach Combers.

                                                                       (divulgação)
                                                                

A “insegurável” banda não tem medo de Sol, chuva, vento ou frio. Com “Verão do Amor Tour - 2010 / 2011” realizaram 13 shows, passando por lugares como Circo Voador e tendo as bilheterias esgotadas. Depois de lançarem Na brasa vol. 1, com sons de Robertão, Ronnie Von e etc, cairam na estrada com “Quero Que Tudo Vá Para o Inverno Tour”. Fizeram mais de 19 shows pelo Rio e interior, levando a prancha até mesmo para o mar de asfalto de Sampa.

Agora Beach Combers está na crista com seu novo trabalho, seu lançamento oficial será nesse próximo 14 de julho. Sábado o Studio RJ receberá o vinil importado mais barato do Brasil e a banda apresentará o álbum praticamente na íntegra.

Você pode surfar à vontade no soundcloud, mas se preferir pode encomendar o vinil que ele vem num disco voador até você!



Leia mais...

Pintando com som em BH

6 de julho de 2012
1
Foto de Martin Klimas


Por Renan Simão

Galpão velho no bairro Jardim América, zona oeste de Belo Horizonte. São oito e meia da manhã de segunda-feira e chego para assistir um ensaio de banda. Sabe como é, estou de férias, um amigo fala pra ver um ensaio dele, vamo lá.

Bem devagar, cada um toma o seu lugar no pátio do galpão que também é utlizado como sede do Trampulim, centro cultural do bairro. Uma moça, negra, bonita, de blusinha rosa-choque, cabelo molhado, está tomando seu cafe e escutando Adele, desinteressada na arrumação dos instrumentos. Cumprimento todo mundo e vejo um grosso livro marrom, cheio de anotações coloridas e com um nome em destaque: soundpainting.

Em parte composta pela banda Dibigode (que, aliás, já passou por Bauru), os músicos ficam a postos em forma de circulo: bateria, percussão, contrabaixo, teclado e guitarra. Mas há um púlpito fechando o círculo, é o do regente do ensaio, Guilherme Big, que também tem um sax à mão. Como se fosse uma aula, ele ensina sinais gestuais que representam dinâmicas que a música pode ter, mas ainda não são conhecidas por todos. Essa senhas dizem respeito a compassos, melodias, harmonias, velocidades, intensidades, gêneros, priorizações de um instrumento num tempo determinado, entre outros. Também existem certas liberdades de improvisação já trabalhadas anteriormente que são denominadas paletas (como as de cores) de temas musicais ou partituras.

Para entender, exercite a imaginação: o galpão representa uma tela de pintura; os sons, as cores; os músicos, os baldes de tinta e o regente, o pintor. Tudo comandado por uma certa padronização da improvisação. Jackson Pollock se intrigaria.

A primeira música, por exemplo, iniciou-se com uma sequência de teclado mais sóbrio. Depois os outros vão seguindo o ritmo de acordo com os comandos do maestro da banda. Entram o baixo, a guitarra, a bateria e a percussão procurando sempre manter uma unidade dentro desse novo ritmo agora descoberto. Não há fórmulas preestabelecidas, o que existem são padrões usados pelo regente que servem de guia dos músicos de forma a todos improvisarem, sim, mas em direção a um mesmo caminho.

Durante o ensaio pretende-se atingir essa confluência de variáveis rítmicas, melódicas e harmônicas. O regente tem a incunbência de decidir quando frear a música, acelerá-la, deixá-la mais low-fi, aumentar o volume ou escolher um instrumento que comandará o assunto da canção criada. As viradas são improvisadas pelo regente, ali mesmo, e os músicos tem de estar atentos para olhar o regente, entender a senha emitida e entrar em sincronização com os outros mpusicos. Depois de mais da metade do ensaio podia-se ouvir reclamações do tipo: "porra, não sei se eu olho pra você ou se toco". Mas essa é a graça, uma orquestra em forma de banda.

As três horas de ensaio transitaram pelo jazz, soul, maracatu, música gospel (Whoopi Goldberg teria inveja), samba e drum 'n' bass. E em um momento especial, daqueles de se arrepiar os pelos, a banda entrou em sintonia. O ritmo acelerando aos poucos e o volume crescendo. Podia-se sentir no rosto de cada um dos músicos a concentração, uns mordendo os lábios, outros com os olhos fechados, até entrar numa torrente de abstração. O galpão deixava entrar uma luz alaranjada pelo teto que rebatia exatamente na roda formada pela banda, a poeira subia e se desenhava, de acordo com os movimentos do regente, algo com cor. Os elementos de cada instrumento, ao fluírem entre si, numa mesma toada, produziam (para cada um) um tipo de tonalidade e de sentimento. Eu, alheio a catarse músico-pictórica, olhava ao redor e me perguntava o que aquela moça negra, bonita, de blusinha rosa-choque que cuida do galpão, estaria sentindo quando escutava esses sons logo de manhã. Mas me respondeu: justo neste momento de sublimação musical ela estava pegando uma mangueira no fundo do galpão e, séria, parou por pouco menos de dez segundos para ouvir o que estava acontecendo. E, nesses segundos, a blusa rosa-choque ficou ainda mais rosa-choque.

"Ficou bem doida essa, né?!". Rindo, disseram dois depois do fim da sessão.


Leia mais...

Sintoniza a psicodelia

3 de julho de 2012
0

A Noite é Fora do Eixo, mas o clima é de festa de república no ar.

Do corredor, eu enxergava só cabeças e o teto. No teto, um círculo azul de luz imóvel era tudo o que podia ser assistido daquela fresta em direção ao Anjo Gabriel. De Recife para a Sala das Máquinas da sede do Enxame Coletivo, quem quis assistir de fato a banda, teve que se espremer em busca de um espaço no último sábado.

O clima das projeções compartilhou do do quarteto, que em sintonia psicodélica e progressiva de uma noite instrumental conseguiu movimentar e aquecer um começo de férias em Bauru. Apresentando “O Culto Segredo do Anjo Gabriel”, filho único em disco (disco mesmo) ou CD (pra quem aposentou a vitrola); o Anjo Gabriel vem reunido e tocando desde 2005, tendo se apresentado em diferentes festivais nesses últimos anos em Pernambuco, como o Abril Pro Rock, por exemplo. 

Essa é a segunda visita deles na cidade. Notável, vale dizer. Não apenas pelo som, mas os anjos gabriéis também chamaram a atenção pelo visual peculiar, que os destacou durante toda a noite dos presentes, com suas roupas que também fazem referência à décadas de 60 e 70.

Para conseguir competir com o público por um espaço que desse para assistir de fato a banda, foi preciso se precaver e garantir seu lugar antes que Os Pontas ameaçassem tocar. Imersos em uma vertente mais soul, Os Pontas lançaram seu primeiro álbum em 2009 e seguiram a noite com o ambiente que o Anjo Gabriel havia criado; de movimentação, concentração e energia flutuante.


Leia mais...

Vestígios de música

Por Aline Antunes

Sexta-feira acordei pra lá do horário. Só lembro do conhaque e tudo rodando! 

Era cinco da tarde, tinha um João, um gira-gira e um violão. 



Eu estou falando do Projeto Cinco Dias. São cinco artistas, cinco vídeos e cinco lugares diferentes da pequena Pedra Chata, Itapeva – SP. 

A idéia surgiu com uma galera que quer renovar a cena cultural da cidade, e juntando uma câmera, vontade, música e lugares especiais, Cinco Dias nasceu. 

A equipe vive num lema “Baixo Custo”, são vídeos sem muitas produções, apenas com os reajustes necessários para mostrar de uma forma clean a beleza e conteúdo dos músicos locais. 


Foto por Ana Raquel


Do total de cinco artistas convidados, dois já gravaram e estão com seus vídeos rolando por aí. O primogênito do projeto foi Sessão das Dez, de Henrique Tinho com seu Ukelele e a Biblioteca Municipal. João Arantes, que já é figurinha carimbada da música na cidade, trouxe Vestígios e o parque da Cecap. 

A música “feita em casa” não agrada a todos, e certamente não chegará aos ouvidos de muitos, até mesmo de alguns vizinhos, mas está aí um exemplo do rolê independente e da música autoral. Está rolando em todo lugar, só precisamos parar para ver, e ouvir! 

A dica que fica é: se tomou conhaque não veja João rodar! 

Leia mais...

Conexão Cidadã

2 de julho de 2012
0




Por Greice Luiz
Fotos por Ana Carolina de Martini

Neste último domingo em prol do dia da cidadania (indivíduo que goza dos direitos civis e políticos de um estado livre) o grupo Conexão Cidadã organizou a segunda edição do Consciência sem limites, que aconteceu no bosque do Geisel atraindo diversos moradores que tiveram a oportunidade de conhecer o propósito do grupo.

Durante a oficina de yoga os participantes foram orientados pela professora Marina Engler sobre a finalidade dos exercícios incentivando-os a conhecerem os limites do corpo, concentração e equilíbrio. “Gosto de evento social devido o yoga ter como meta expandir a consciência. Além do corpo, a interação com o meio em que vive, família e política são alguns dos critérios que os indivíduos devem ter domínio para reivindicar alguma coisa, e o yoga esta aí para levar às pessoas a ideia de expandir sempre”. Cita Marina, quando questionada sobre o motivo de participar do evento.




Moradores que tinham dúvidas sobre o projeto e ampliação da planta da casa, receberam orientações do Instituto Soma de como a regularizar o imóvel. Para receber o auxilio gratuito é necessário o morador se enquadrar em alguns pré-requisitos como: ter renda inferior a R$1.600,00, a necessidade de ter melhorias no imóvel, e o limite de 100m² de área construída para receber o amparo.

Nas oficinas oferecidas pelo grupo, os curiosos puderam aprender a xilogravura. Utilizando de carimbos constituídos de batata e criando desenhos de alto revelo em madeiras a aluna de Artes da UNESP Maria Claudia, ensinava os participantes que desenhavam nestes pedaços de madeiras com lápis e contornava-os com estile para compor o artesanato. 


O Pão Indiano, a bateria da Atlética da UNESP, a palestra sobre voto consciente e os instrumentos musicais de bambu foram atividades que despertaram a curiosidade dos participantes, estimulando a pratica da culinária, cidadania e cultura.

Este projeto prova que para haver melhorias na sociedade as mudanças devem partir de si, afinal, ser cidadão é além de ser consciente dos direitos e deveres, é auxiliar o próximo a entender melhor o meio em que vive.

Leia mais...

Rap, Samba e Reggae

Por Keytyane Medeiros 

Talvez o título de um CD nunca tenha combinado tanto com o conteúdo das gravações quanto “Poético, etílico e ritmado” da banda Casa di Caboclo. Classificado grosso modo como hip-hop, o som dos paulistanos tem muito de samba de raiz e reggae brasuca. A banda, comandada pelo Mc Crespo, é composta também por Osmar Sorriso (sambista), DJ Rodrigo, Neto Oliveira (bateria), Danilo Viana (baixo), João Nepomuceno (guitarra) e Saulo Martins (teclado). 


Foto por João Bolan


Existente desde meados de 2005, Mc Crespo nos garante, no entanto, que o grupo já passou por inúmeras formações até chegar à harmônica composição atual. Nos conta ainda que a miscelânea de estilos musicais não foi uma escolha premeditada, mas o resultado da coesão das preferências musicais dos integrantes do Casa di Caboclo

MC Crespo. Foto por Jess Penido.
Filho de compositor consagrado pela escola da Mocidade Alegre, Mc Crespo não nega a forte influência que recebeu, “praticamente nasci e vivi em quadra de escola de samba”. Apesar disso, o primeiro CD da banda leva um tom mais grave, músicas como “Respeito” e “Se lembra” têm marcações rítmicas típicas do hip hop brasileiro, nas quais a presença do samba é mais sutil. Para o estudante de Engenharia Civil da USP, Steffano Steves, o uso de outros instrumentos pouco comuns ao rap como o piano na música “Tempo” deixa as canções mais bonitas e representa a “tentativa de trazer outras pessoas para ouvir esse estilo de música, já que muita gente ainda tem preconceito”. 

Uma das mais belas canções do novo álbum ,“Dona do Barraco”, conta a história de um jovem apaixonado, mas que não tem coragem de se declarar, por isso afirma logo de início “Quando eu tiver com a minha cuca cheia de cachaça...Te arranco dessa roda te ganho na raça. Te levo pra ser dona do meu barracão”. Estes versos deixam evidente a proximidade das novas canções com o romantismo do samba de raiz. No entanto, ao contrário do que se poderia esperar, a mistura das letras sentimentais com as melodias animadas do reggae brasuca deu ao trabalho de Mc Crespo uma cara jovem, animada e cativante. 

O vocalista nos conta ainda que a diversidade de temas é importante para contemplar os diferentes estados de espírito que o ser humano passa ao longo dos dias. Por esta razão, “é preciso estimular a crítica, mas também estar disposto a descrever as coisas positivas.”. De fato, crítica social não falta a este álbum do Casa di Caboblo. Canções como “O Pagador de Promessas” estimulam esse senso dos ouvintes, pois alertam que, apesar de lutar pela realização de nossos sonhos, não podemos esquecer de que devemos combater a corrupção dos colarinhos brancos, com força e paciência. 

Com um som que não é rap, mas também não é samba, o nome da banda está intimamente ligado à mistura de estilos musicais que influenciaram o grupo, que vão desde clássicos como Nelson Cavaquinho até o grupo contemporâneo Public Enemy. O nome em si, foi escolhido por fazer referência a uma das principais obras de Wilson Simonal, “Nem Vem Que Não Tem.”. 

Carregado de charme e suingue musical o novo CD dos meninos do Casa di Caboclo, traz beleza e suavidade até mesmo no título escolhido, “Poético, Etílico e Ritmado”. Mc Crespo explica, “Ritmo e Poesia são os princípios do rap e é no bar onde o samba acontece. A cultura do bar é riquíssima. Não merece ser marginalizada.”. 

Dentre os planos futuros da banda, está uma turnê de shows a ser realizada em parceira com a Casa Fora do Eixo. Nos dias 3 e 7 de julho a banda deve ser apresentar na capital do Estado, nas casas de show, Clash Club e Tapas Club Augusta, respectivamente. Resta agora torcer para que a nova turnê chegue também a Bauru.

Leia mais...