Movimento #VemPraRua e nada mais

24 de junho de 2013
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Fotos por Keyty Medeiros e Larissa Cabelo
Texto por Keyty Medeiros


Na segunda-feira, 17 de junho, meu curso entrou em greve na UNESP Bauru. Eu estava na mesa ajudando a controlar o tempo e as inscrições de fala durante a assembleia e por isso não pude ir ao 1º Ato Contra o Aumento da Passagem de ônibus em Bauru. Ouvi muitos relatos e minha vontade de participar cresceu muito. Os rapazes que moram comigo disseram que ali o povo bauruense estava enfim reunido em torno de uma causa e que reivindicavam por melhorias. O Higor também fez um relato aqui no e-Colab e isso me encheu de esperanças para o próximo ato, marcado para o dia 20.

Na quinta-feira, a tarifa de ônibus de São Paulo havia sido reduzida em seus famigerados 20 centavos e voltaria a custar R$3 na semana seguinte. Uma vitória popular. Imaginei como a manifestação nacional reagiria a isso, se comemoraria ou se levaria para as ruas as outras pautas, “muito além dos R$ 0,20”. Como toda pessoa que conhece minimamente a história de seu país e como jornalista, minha preocupação era que as pautas do Movimento fossem seqüestradas pela classe média, pela mídia conservadora ou por organizações que se dizem representantes de movimentos sociais, sem necessariamente ser. Minhas dúvidas tinham (e ainda tem) algum fundamento.


Poucas frases puxadas pelo carro de som durante toda a manifestação fizeram sentido ou foram legítimas às outras pautas do movimento social que emergiu no dia 13 de junho, na capital paulista. Ouvimos desde “Brasil, vamo acordar, o professor vale mais do que o Neymar”, o machista “Dilma Sapatão” e claro, o inflamado hino nacional e o já clássico “Vem pra rua, vem!”.

Em Bauru o trajeto partiu da praça Rui Barbosa, seguiu pela Nações Unidas, subiu até a Duque de Caxias e empacou na Getúlio Vargas. Lá, os manifestantes queriam cortar a Rodovia Marechal Rondon, mas não sei bem o porquê, o carro de som resolveu voltar para a Nações Unidas e depois para o ponto de partida. Adentrando as ruas de Bauru, os gritos foram vários e por isso mesmo, não tinham caráter de protesto e sim de passeio coletivo, ainda mais se levarmos em consideração que metade das atividades econômicas da cidade se encerram às 18h e, portanto a cidade estava já meio parada no meio da manifestação. 

O que muitos dizem é que #oGiganteAcordou. Pra começar, tenho receio do uso de uma única hashtag pra a criação e adesão a um movimento social. Há grupos que fazem isso desde 2005 e que a adesão popular e os princípios devem sim ser questionados, já que a ausência de uma hashtag única no dia 13 em São Paulo comprova que aquele era de fato um momento de emergência social e, portanto, fruto de uma manifestação genuína. Agora, o que dizer de um protesto que não encontrou sua pauta? As minorias no Brasil já encontraram suas reivindicações há muito tempo e já estavam acordadas, apanhando da PM, muito antes dos editoriais dos jornalões brasileiros (lê-se Folha e Estadão) decidirem concordar com o manifesto.


 O Gigante acordou, será mesmo? Estive no protesto contra a PEC 37 na Paulista, no último sábado, 22 de junho. Aquela seria a primeira oportunidade do Brasil mostrar que aprendeu e que de agora em diante vai tomar as ruas toda vez que se sentir lesado de alguma forma. Mas não, o Brasil não acordou. Não houve protesto, me senti passeando pela Paulista a tarde, livre de carros, olhando pra cartazes bizarros de “Joaquim Barbosa Presidente” e “Impeachment na Dilma”. Bizarros não porque minhas causas são declaradamente progressistas, mas porque mostram que os manifestantes perderam o cunho político de suas manifestações, tiveram suas pautas seqüestradas e não compreendem minimamente as instâncias de deliberação política no Brasil. Joaquim Barbosa agrediu jornalistas no início do ano, impediu que decisões de importância social fossem tomadas e é um dos piores ministros do STF que o país já teve. E o impeachment? Sinceramente, é risível. Para haver impeachment deve haver ilegalidade nas ações da presidente, no mínimo falta de decoro parlamentar como aconteceu com Collor em 92. A Dilma foi eleita democraticamente em 2010 e até agora ninguém conseguiu comprovar ilegalidade ou ilegitimidade de suas ações.

Tudo isso reforça a impressão que tive na noite de quinta-feira em Bauru, que o que cresce é o movimento #VemPraRua e nada mais. E confesso aqui que nunca torci tanto pelo meu próprio erro.

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"Grande como nunca se viu"

18 de junho de 2013
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Texto e fotos por Higor Boconcelo




      Não é de se estranhar que muita gente no Brasil ainda não tenha ciência do que a internet e as redes sociais são capazes de fazer, frente a conjuntura de deficiências que nosso país possui. Mas, para quem conhece (e bem), já era previsível que a reunião para discutir o primeiro ato bauruense em apoio ao Movimento Passe Livre (ou Vem Pra Rua, Revolta da Salada e, para a grande mídia, equivocada como sempre, arruaça), organizada no Facebook, iria juntar a fome com a vontade de comer dos bauruenses e ir muito além. O movimento reivindica melhorias no sistema de transporte coletivo do país, bem como melhorias em setores como Educação, Saúde e Segurança.  
   
     Quando o rotineiro som do sino da Catedral do Divino Espírito Santo ecoou na Praça Rui Barbosa encontrou um adversário. Um não, vários. Muita gente já estava aglomerada às seis da tarde fazendo barulho, protestando. Cartazes, máscaras de Guy Fawkes, rostos pintados, apitos e tudo que era válido. Mesmo a organização tivera trabalho para se sobrepor ao ânimo dos jovens ali presentes e organizar seu percurso.

  
     Em quase que unanimidade, o trajeto estabelecido iria rumar para a Câmara Municipal dos Vereadores, localizada a poucas quadras da praça. Quando a horda de gente virou a esquina da Antônio Alves e tomou a av. Rodrigues Alves, as reações da população ao manifesto eram algo digno de ser gravado e enviado por centenas de e-mails às caixas de entrada da grande imprensa.


     Muitos gritos e buzinas em apoio a uma manifestação que Bauru achou que nunca mais iria ver. Os gritos de “Vem Pra Rua” ecoavam na avenida, pareciam uma canção – pena que era d’O Rappa.  Por entre carros e ônibus, os manifestantes caminhavam sem medo em direção à Câmara, convidando quem estava usando os coletivos à manifestar-se também.

     Barulheira e estardalhaços sonoros convidavam os vereadores a sair do prédio, a negociar com a manifestação. As duas saídas laterais da Câmara foram fechadas pelos manifestantes, bem como a porta principal. O objetivo era fazer com que todos os 17 parlamentares assinassem o documento que iria estabelecer uma Comissão Especial de Inquérito (CEI), responsável por investigar o aumento das tarifas do transporte coletivo a fundo.

     O espírito da manifestação perdurou por mais de 4 horas, tão como a pressão à porta da Câmara Municipal. Para abrir a CEI, eram necessárias seis assinaturas. Apenas dois vereadores haviam assinado até o momento: Roque Ferreira (autor do pedido) e Raul Gonçalves Paula. Entretanto, ambos o fizeram há várias semanas. Isso não é propaganda política, é fato.


    Como resultado da manifestação, todos os vereadores se comprometeram a fazer uma reunião interna com objetivo de analisar a fundo o documento da CEI. Mesmo que distante do ideal, a notícia serviu como um combustível para disseminar a informação de que “quinta-feira tem mais”. No mesmo horário, no mesmo lugar, mas com trajetos diferentes. O objetivo do próximo ato será marchar pouco mais de um quilômetro até o prédio da Prefeitura Municipal, na Praça das Cerejeiras. 

    Mesmo com os fortes boatos de que poderiam ser acusados de cárcere privado, os manifestantes continuaram gritando até quase onze da noite, quando a posição final da Câmara foi anunciada. A organização atentou-se ao fato de que obrigar os parlamentares a assinar é também considerado anti-democrático.


   Ainda assim, o convite para o próximo ato se sobrepõe. Muitas palmas oferecidas a todos os presentes e à Polícia Militar, que acompanhou toda a manifestação e fez um trabalho excelente, como sempre faz em qualquer protesto na cidade, mesmo que muitos não soubessem desse fato. 

A manifestação bauruense ganhou lugar em veículos como G1, Folha e Uol. Mas não mais do que ganhou lugar na av. Rodrigues Alves, na Nações Unidas, no cruzamento da Antônio Alves com a Duque de Caxias, e em tantas outras ruas daqui e do país, na consciência dos brasileiros, superficialmente ou não. Vem pra rua você também.




Confira a cobertura fotográfica completa!

Quer ficar por dentro da organização do movimento em Bauru e participar do próximo protesto? Junte-se ao grupo no Facebook e informe-se.



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A vitória do som

17 de junho de 2013
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Texto e fotos por Mauricio Daniel

O festival Vitória Rock já está inegavelmente enraizado na trajetória cultural de diversas gerações da cidade de Bauru. Uma iniciativa que consiste na apresentação gratuita de bandas na concha acústica do Parque Vitória Régia, o evento foi durante muitos anos a iniciação e um verdadeiro templo para jovens que sempre lotavam o espaço em peregrinação. Depois de longo tempo sem acontecer por questões de organização, o Vitória Rock foi resgatado pelo grupo Sociedade do Rock, com apoio da Prefeitura, do Jornal da Cidade e da rádio 96FM, e aconteceu no último domingo, dia 9 de junho.
Desta vez, o festival teve caráter beneficente e englobou arrecadação de roupas e cobertores do público em prol da Secretaria Municipal do Bem Estar Social. A ideia dos organizadores é retomar a iniciativa com força e realizar edições mensais do evento durante todo o resto do ano e a edição de julho já tem data marcada: o dia 7, também um domingo.
A edição contou com a presença de quatro bandas, sendo duas bauruenses e duas paulistanas. Representando a cidade, tocaram Overhead e Supersonica. De fora, as veteranas Baranga e Kiara Rocks.
Por volta das 15:30, horário marcado para o início das apresentações, o anfiteatro Vitória Régia já tinha boa parte de seu espaço tomado pelo público. No entanto, o primeiro show não começou antes das 17:00, ficando o desabafo: as demoras excessivas nas passagens de som já estão se tornando uma tradição nada elogiável em eventos do gênero. Ponto negativo pra organização.
O quarteto bauruense Overhead subiu então ao palco para executar seu som próprio, um rock calcado em músicas diretas e rápidas. Problemas técnicos com os equipamentos prejudicaram o grupo e deixaram tudo um tanto embolado pra quem ouvia. Pessoalmente, considero a banda carente de ousadia, ficando muitas vezes presa a riffs genéricos e letras repetitivas e pouco imaginativas.
Já começava a escurecer no já lotado parque quando o Baranga assumiu as rédeas. Também um quarteto, os paulistanos me impressionaram com a força de seu repertório. Formada por Xande (vocal e guitarra), Deca (guitarra), Soneca (baixo) e Paulão (bateria), a banda tem quatro discos no currículo e acabou de gravar mais um. Suas músicas seguem a linha de um hard rock simples e vigoroso, com pé no blues e um certo tom canastrão, principalmente nos vocais rasgados.
Com letras que dificilmente saem do tripé álcool-mulheres-carros, a Baranga consegue salvar-se de ser uma caricatura de si mesma por fazer tudo com bom humor e atitude. O show dos caras tem muita presença e incendeia facilmente o público, com destaque absoluto para o pirado guitarrista Deca, fazendo solos ajoelhado e agitando sem parar, e o veterano Paulão, sempre tirando um senhor som de sua bateria.
Dentre as músicas apresentadas, merecem menção "Maverick" (com o singelo refrão "meu Maverick, cor de prata/bebe mais que o dono/ninguém me ultrapassa"), a pesadíssima "Whiskey do Diabo" e a mais recente "Deixa a Noite Saber". Foi um agradabilíssimo anoitecer no cartão postal da cidade.
Depois, entrou em cena a Supersonica. Já conhecidos do público bauruense, os caras apostam em músicas também pesadas, mas com agradáveis toques de rock alternativo, além de versões certeiras pra grandes clássicos. Como de costume, não deixaram a peteca cair e seguraram muito bem a onda.
Para encerrar a noite a banda escolhida foi a paulistana Kiara Rocks. Com um som bem sujão e que tem muito do glam rock, agradou a todos os presentes e mostrou a razão de ter sido escolhida para tocar no Palco Mundo do Rock in Rio 2013, no mesmo dia dos monstros Iron Maiden e Slayer.

Numa avaliação geral, o retorno do Vitória Rock foi uma ótima oportunidade de lembrar da importância do evento. A música de qualidade oferecida sem custos em um ótimo espaço superou os problemas técnicos e de organização e o saldo final foi certamente positivo. O momento é oportuno e Bauru merece a volta de tais esforços para aquecer a cena e intensificar a mobilização cultural.
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SEDA 2013: Oficina de edição de Audiovisual – Construindo Guerrilha com Software Livre

11 de junho de 2013
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Fotos por Casa Fora do Eixo Bauru e Amanda Costa
Texto por Amanda Costa



Na última quinta-feira (6), ocorreu mais uma atividade proporcionada pela quarta edição do evento SEDA (Semana de Audiovisual).

Durante 3 horas, foi ministrado o segundo módulo da Oficina de Edição – Audiovisual: Construindo Guerrilha com Software Livre.

A oficina ocorreu na Casa Fora do Eixo Bauru. Participaram em torno de 15 pessoas e o responsável por passar as dicas foi Felipe Garcia, do Coletivo Moinho.


A proposta do encontro é proporcionar o contato mais próximo e familiarizar os participantes com as ferramentas de edição de vídeos. A partir das dicas apreendidas, quem participou ajudará na estruturação de vídeos para a cobertura e divulgação do evento.

Durante a Oficina, Felipe Garcia apresentou o software KDEnlive utilizado para edição e montagem de curtas. O programa é simples, gratuito e pode ser facilmente utilizado.

Ele expôs durante o encontro um dos pontos mais importantes no processo de edição: o ‘improviso”. Tudo é “programado” durante o próprio processo de edição. O que torna o trabalho bacana é saber trabalhar em cima de algo simples, já que o filme finalizado é desenvolvido a partir da junção e montagem de partes que, inicialmente, não têm ligação entre si.


Em um ambiente dinâmico e descontraído, os presentes participaram da montagem de um vídeo, em que cada um ficou responsável pela estruturação de um pequeno corte.




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Contação além da praça

7 de junho de 2013
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Texto e fotos por Higor Boconcelo


      Continuando as atividades da ocupação cultural na praça Rui Barbosa, que ocorreu na última quarta-feira (05/06),  dentro da programação da SEDA 2013, foi apresentado o  espetáculo Uma História de Quem Fomos e Somos, da Cia. Mondó Comunicação Teatral.

    Pouco antes de anoitecer, as Brunas Machado e Moscatelli já haviam armado todo o cenário de sua peça. Objetos típicos da cultura indígena e apitos que imitavam assovios de passarinhos foram colocados em torno de um círculo, onde as duas artistas, já caracterizadas, tomaram seus lugares quando o sol já se punha.

   Acomodados em pufes, almofadas e tapetes, ou até mesmo a vontade no chão da praça, o pequeno público presente tem sua atenção captada pela história de duas garotas que, em seus sonhos (ou não), visitam e entram em contato com a cultura indígena, seus mitos e costumes.

   Entrando na temática do Dia Mundial do Meio Ambiente, a peça emocionou os presentes por tratar de amor e respeito à natureza, por inspirar uma paixão há muito esquecida – pela maioria. Ignorando o nervosismo de atuar em uma praça pública – e movimentada –  as Brunas encantaram as crianças presentes.

  A peça se encerra cantando ao público milhares de nomes de tribos indígenas, passando uma mensagem importante, mas de fácil entendimento. Mensagem que não é lembrada no dia-a-dia pela maioria, mas graças as artistas, com uma agenda cheia de apresentações em diversas escolas, irá marcar muitas crianças além daquelas que deram sorte ao passar com a mãe pela praça Rui Barbosa, em um fim de tarde qualquer. 
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SEDA "Ocupraça": a Rui Barbosa como palco

6 de junho de 2013
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Fotos por Higor Boconcelo
Texto por Pâmela Pinheiro Antunes e Higor Boconcelo


     Desde a última segunda-feira (03/06), foi dada largada à SEDA – Semana do Audiovisual de 2013. O evento, atualmente em sua quarta edição, é uma realização da equipe da Casa Fora do Eixo Bauru e seus colaboradores.

     Dentro da programação estava marcada a Ocupação Cultural na ilustre Praça Rui Barbosa, o ponto final do Calçadão da Batista (mesmo que por muitos considerados início, questão de perspectiva), coração do centro urbano de Bauru.  

    Tal apossamento cultural do local deu-se através de oficinas, exposições, teatro e música, concebendo um evento de oito horas de duração, tendo seu início marcado para às 14h. Depois de muita correria e esforço conjunto para ajeitar o ambiente público e afastar as pombas, a ocupação foi tomando sua forma.
 

     Na arte da customização, Marina Brito e os outros colaboradores da organização ofereceram a oficina de Stencil. Com a camiseta em mãos, o que restava ao público era escolher entre o logo da SEDA e criar uma estampa própria, feito isso, só se ajeitar e começar a pintar a peça.

    Mesmo que desconhecido da maioria dos transeuntes e presentes no evento, o fato da quarta-feira ser também o Dia Mundial do Meio Ambiente mereceu atenção na ocupação. Surpreendendo aos seus ouvintes, Marina os convidou, num bate-papo sobre consciência sustentável, a fecharem seus olhos e a imaginar o lugar onde queriam viver, que desejavam em seus sonhos ou consideravam ideal.

   Nenhuma resposta excluiu um ambiente natural em sua composição – onde a praia habita quase que a totalidade dos pensamentos ali expostos. A partir dessa reflexão, Marina contou sua própria experiência. Morou na Argentina, na região da Patagônia, “no meio do mato, sem energia elétrica nem nada”. Na tentativa de inspirar os ouvintes a uma consciência ativa nas questões ambientais, o convidado Lucas Ezias acalorou a conversa provocando reflexões políticas sobre a sociedade e o sistema atual.

     Em outra ponta, após o papo reflexivo, Luana Casagrande, colaboradora da Rede Fora do Eixo, ensinou a transformar caixinhas de leite longa-vida em carteiras de mão.  As atividades de reciclagem contaram também com as lições de um visitante surpresa. Emerson estava passando pela praça quando parou e ensinou aos colaboradores como transformar garrafas pet em carrinhos de brinquedo, somando à essência da ocupação o seu conhecimento.


     Da quantidade de pessoas que atravessam a Rui Barbosa, na correria ou não, o número de envolvidos pela celebração cultural acaba não importando. O que importa é que, de fato, houveram envolvidos. As vozes dos integrantes da Casa Fora do Eixo Bauru, amplificada pelo microfone, convidaram durante toda a tarde a população que ali transitava a sentar, ler uma revista, apreciar a apresentação poética da Frente Feminina de Hip-Hop de Bauru, a ocupar o espaço público de fato.

      Ao anoitecer, outras atrações vinham sendo anunciadas, dando continuidade ao evento. Com o fim do horário comercial, a única coisa que se encerrou junto com ele naquela praça será esse texto.

Dê uma olhada na cobertura fotográfica! Clique aqui.
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Agudos também faz cinema

3 de junho de 2013
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Texto por Tamiris Volcean
Fotos: Divulgação Aracno Filmes

Quem diria que a pequena cidade de Agudos comportaria um projeto cinematográfico independente idealizado pelo ator e diretor Vitor AC? O projeto concretizou-se e a Aracno Filmes foi fundada em 2001 a partir de uma parceria entre Vitor e o proprietário do Dreams Studios, Bruno Andreotti. 

Surge uma ideia, ela se transforma em roteiro e a mente criativa de Vitor AC é colocada em tela para dar vida à mais uma nova produção. A produtora preocupa-se em preservar a característica de desenvolver projetos independentes, sempre pensando na viabilidade de produção de um roteiro. Segundo a equipe: “Todas as produções são realizadas de forma independente e a Aracno não abre mão do controle criativo.”

Seguindo o processo baseado em criatividade e dedicação, a produtora já apresenta quatro longas em seu portfólio (Fugiu da Cabeça, Chega Nela, Algum Dia e Tique-Taque), um média (#17), duas séries (É Hoje e O Virgem), e está produzindo o primeiro longa-metragem (Crtl+Z). Todas as produções têm a missão de transmitir uma mensagem, a Aracno busca, em cada roteiro, ensinar algo ao expectador por meio de cenas e situações que poderiam facilmente ocorrer na vida real. 

Apesar dos diversos projetos concretizados e dos que ainda virão por aí, a Aracno ainda é uma empresa “undergound” e não conseguiu atingir o foco do grande público, não se relacionando a nenhuma produtora não-independente. Entretanto, uma cidade de pequeno porte como Agudos ganha um plus ao receber uma produtora totalmente cinematográfica, que é responsável pela divulgação do nome da cidade em diversos meios de comunicação e festivais. A chance de modificar a situação está no sucesso do primeiro longa-metragem (Crtl+Z), o qual será amplamente divulgado.

Atualmente, três projetos estão sendo produzidos: o primeiro se trata de um curta-metragem intitulado "Dos Meus Olhos", uma história sobre um rapaz cego e suas dúvidas sobre beleza, a ser lançado muito em breve, estando agora em processo de edição. O segundo é uma websérie, intitulada "É Hoje", com estréia prevista para o dia 1º de junho no canal do Youtube da produtora. Por fim, o primeiro longa-metragem já citado acima: "Ctrl+Z". 

"Ctrl+Z" será um filme sobre um garoto que tem o poder de voltar alguns momentos no tempo para corrigir sua última ação. Percebemos que os enredos das novas produções da Aracno são baseados em questões cotidianas, buscando transmitir, sem muitos efeitos cinematográficos complexos, alguns medos, dúvidas e desejos dos seres humanos que habitam o mundo fora da telinha. O longa está em fase final de produção e tem estréia prevista para Agosto. 

Mais novidades em na página oficial do Facebook: facebook.com/aracnofilmes.
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Metá-metálicos

1 de junho de 2013
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Texto e fotos por Keytyane Medeiros

A Virada Cultural Bauru, em 2013 não virou.
Ao contrário do ano passado, em que as atrações entraram pela noite e havia shows, peças de teatro e mostra de filmes durante quase 24h, as apresentações se concentraram a partir das 18h do sábado e das 15h do domingo no Vitória Régia e no Teatro Municipal. Neste sentido, foi uma Virada Cultural triste, com potencial de expansão pouco aproveitado e pouco chamativa.

No final da tarde de domingo, competindo com o futebol global, a banda Metá Metá se apresentou no palco externo do Vitória Régia. O estilo brasileiríssimo, com referências africanas e regionais do nordeste do país marcam o grupo. Esta não é a primeira vez da banda em Bauru, mas com certeza foi sua primeira apresentação no principal parque da cidade.
A emoção da vocalista Juçara Marçal era visível na dança e na forma como cantava. Imagino que não tanto pelo fato de estar novamente em Bauru ou por estar tocando num dos maiores eventos culturais da cidade, mas por pura e simplesmente poder cantar, fazer sua dancinha e seu chingado sensual. Aquela emoção de viver, de fazer o que gosta, de fazer outras pessoas felizes por isso.

O saxofonista fez vários solos de tirar o fôlego da plateia, os corpos, dançantes, apreciavam o estilo totalmente diferente e a bateria eletrizante, maluca. Com certeza, Metá Metá destoou das outras bandas que se apresentaram no Vitória nos dias 25 e 26. A variedade marcou esta curta edição da Virada Cultural, ainda bem. E o que pude perceber é que a plateia daquele domingo agradeceu francamente pela sequência psicodélica, dançante e brasileira dos arranjos metá-metálicos.





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