Quem precisa de estrelas quando se tem luzes?

31 de agosto de 2012
0

por Giovanna Diniz
Foto: Luiz Eduardo Saldanha

Luzes pequenas e refletores iluminavam o show. O cenário lembrava uma festa de república. O clima da arena do teatro era de conforto, parecia acolher quem quisesse chegar para curtir o som, mesmo com o local cheio. A noite em Bauru podia ser fria, mas a animação do público aquecia o lugar.



Como diria o vocalista, o som do Homem Bomba é “da praia, da farra, da bebedeira”, o que lembra o começo da banda em festas de faculdade. E parece que era esse o clima que a banda queria mostrar no show. Embora tenha visibilidade fora de Bauru, eles ainda querem mostrar que o que importa é estar ali, mostrando o que gostam de fazer, sempre curtindo com a galera.


Foto: Livia Sarno
Fúlvio Parigi, tecladista da banda, comentou sobre o “sabor de estar acontecendo”, a sensação de estar levando a banda para eventos maiores. O estilo de criação da banda é bem livre. Quando um integrante do projeto pensa numa frase já pega o violão e desenvolve a música, aos poucos somando os outros instrumentos da banda. Mas a banda se mostra ainda mais livre. Eles têm uma produtora própria, onde podem lançar os seus cds. Além disso, quer coisa melhor do que curtir o show e ainda poder levar o cd da banda pra casa?

Confira também o texto de Aline Antunes sobre o show aqui.  
Leia mais...

Cabaré no Teatro. Eu ouvi direito?


Por Keytyane Medeiros
Fotos:  Marcelo Cabala e Keytyane Medeiros

Saio da apresentação do Projeto Homem Bomba no palco externo do Teatro Municipal e eis que um palhaço com jeito de italiano atrapalhado e vestido como uma abelha me convida para ir a um Cabaré. Não só a minha cara, quanto a das pessoas ao meu redor foi de espanto e curiosidade, bem ao estilo “tá bom, vamo ver o que é que tem nesse Cabaré”. A surpresa não poderia ter sido melhor.
Dentro do teatro, duas senhoras discutiam. Eram as irmãs Munda e Mira, desesperadas por um marido, nanico ou alto, forte ou magro, vagabundo ou trabalhador, qualquer coisa valia, desde que não fosse frouxo. Encalhadas, fazem uma promessa para N. Sra de Aparecida. Mira lembrou à santa que rezou para tudo que era santo. Santo Antônio, São Paulo “e até pro Curintia, minha santinha!”. Com alguma esperança e resmungando cada vez mais, as caipiras deixam o palco e dão espaço para o palhaço abelhudo do início.


Dessa vez ele não está sozinho, ele e seu chicote barulhento estão acompanhados do tímido Bisgoio. Esses dois brigaram, se abraçaram e se xingaram entre uma apresentação e outra do Cabaré Fora do Eixo. Um espetáculo a parte, sem dúvidas.
As luzes se apagam e um rapaz magrinho se senta no meio do palco com uma xícara na cabeça, uma interrogação surge no rosto de todo mundo. “O que ele vai fazer?” Usando malabarismo e um pouco de dança, o loirinho parece a vontade com o livro, uma bola preta e a xícara. Sobe, desce, passa a bolinha por cima dos ombros e por entre as pernas e com outros movimentos bem humorados, o rapaz consegue colocar algumas colheres dentro da xícara que já estava de volta em sua cabeça. Entra em cena o solo de dança do Gabriel Bila, do grupo Wazimu! mas depois falamos dele, agora a trupe do Protótipo Tópico acabou de chegar. Fazendo uma algazarra e se jogando em cima do público, os palhaços dessa vez encarnaram músicos que conheceram a fama através de um suspeitíssimo empresário. Distribuem dinheiro e muitas gargalhadas entre os espectadores, até que morrem numa viagem de avião e seguem carreira como fantasmagóricos artistas bad boys.


E falando em bad boys, me lembrei do Wazimu!. O grupo bauruense de street dance presenteou o público com movimentos intrigantes. “Como é que ele faz isso?” ouvi alguém dizer, e confesso que durante todas as apresentações me fiz a mesma pergunta. Se eu tentasse sequer manter uma xícara parada na cabeça, muito provavelmente ela cairia em meus pés em poucos segundos. Dançar como os “loucos” do Wazimu! seria um baita desafio! Deixando todo mundo meio mudo e perplexo, os rapazes saíram do palco e um cara de boné (já passava da meia noite!) começa a fazer um beat box diferente.

Logo entra em cena o malabarista que, com suas bolinhas vermelhas, tinha cada movimento “sonorizado” pela boca do beatmaker de boné. Uma sincronia incrível, já que o artista circense estava sozinho no palco. Depois de alguns instantes, o cara do boné volta e começa a fazer rimas com “ovo" e “frito”. Já deu pra perceber que o público morreu de rir né?! Aliás, encontrar alguém que não se divertiu nessa noite de quinta-feira proporcionada pelo Festival Canja vai ser uma tarefa beeeem difícil. Para qualquer lado em que olhássemos, víamos e ouvíamos gargalhadas sem fim e elogios na mesma proporção. O palhaço abelhudo voltou ao palco, acompanhado de todos os artistas naquela noite e a plateia aplaudiu de pé aquele Cabaré Fora do Eixo.

Mais fotos do Cabaré você vê aquihttp://

Leia mais...

EVO, É?

Por Aline Antunes

Fica até difícil falar de qualquer coisa Antropófaga depois do relato feito por Sergio Viana (MacumbaAntropófaga. Esse texto é o preço da minha nudez).

Até experimentei montar o texto durante o banho, já fica subentendido o porquê.

Hoje, quinta-feira e quarto dia de Festival Canja, foi exibido no Centro Cultural de Bauru o documentário Evoé! –Retrato de um Antropófago. Lá estava Zé Celso, mais uma vez, exigindo de meus neurônios preguiçosos algumas conclusões e esforços para entender algo que nem sei se é para ser entendido.

Usando roupa ou não, o líder do Teatro Oficina se mostra sempre provocativo e transgressor. Já me sinto íntima desse senhor grisalho, INTEIRAMENTE grisalho. O filme conta com imagens recentes e depoimentos do diretor bem mais jovem (mas já com a cabeça toda branca). A direção é de Tadeu Jungle e Elaine Cesar.

 


Mesmo cansada de um longo dia, não deu pra dormir durante o filme. Quem dorme com tanta gente pelada na sua frente?

Entusiasmo, exaltação, intensa alegria: EVOÉ! - Retrato de um Antropófago




Leia mais...

EP(a)! Que projeto é esse?

Texto por Aline Antunes
Fotos por Lívia Sarno, Barbara Toscano e Marcelo Cabala 



O que sei de Bauru? O que vi e o que escutei?

Seis meses como moradora dessa cidade. Sei do calor, sei dos problemas com ônibus, problemas com água (falta ou excesso dela). Sei das bandas, na verdade, estou sabendo... 

Hoje numa noite lotada de Canja, com atrações dando sopa no prédio do Teatro Municipal, uma bomba cai no meu colo. Um EP, muita gente, e um palco com músicos saindo pelo ladrão.

De Consciência Leve o Projeto Homem Bomba lança seu EP no Festival Canja 2012.

Não estava exatamente uma noite quente, mas quase pegou fogo!

O show, ou a banda, é um prato cheio para os maníacos por instrumentos imaginários. Você toca algum? Eu toco todos e mal consigo escolher qual cara do palco devo imitar.

Alguns roxos na perna justificariam o batuque que me fiz. (Desisto de sentir vergonha, o swing contagia)

Sentada e controlada (ou não) comentava com um amigo sobre as músicas e guitarras “Tudo fica melhor quando você mete um Wawa!” 

A banda ainda presenteou o público com EPs, e mais uma vez meu sábio amigo manda um de seus pensamentos “eu gravei o EP no pc, vou passar pra frente. É assim que se divulga música daora!”

E Bauru, mesmo numa noite fria, tem sua fama de quente. E um calor bem dado faz uma mulher se apaixonar.



Leia mais...

A teatral dança de rua

Por Jaderson Souza
Fotos por Jaderson Souza e Artur Faleiros

A Casa de Cultura Celina Neves é um dos lugares mais importantes para o teatro bauruense. Primeiro palco de muitos atores da dramaturgia brasileira, a Casa abriu o seu espaço para novos artistas; não o teatro, mas a dança, mais especificamente o hip hop que deu o seu espetáculo.

Na terça e na quarta (28 e 29), foi realizada a oficina “Do conhecimento ao movimento”, ministrada pelo dançarino de rua Gabriel Bila, membro do grupo Wazimu! (palavra do dialeto africano Swahili que significa loucura). Gabriel ensinou aos presentes algumas técnicas de dança, mas, principalmente, a importância de expressar o sentimento que está inserido na hora de executar os movimentos.

“Ontem, tinha umas 10 pessoas”, conta Bila antes de chegar ao espaço onde ocorreria o segundo dia da oficina. Um número menor de pessoas acompanhava a sessão, desde os alongamentos iniciais até a repetição de passos e música na busca de realizar a melhor coreografia. Sob as orientações do “professor”, os “alunos” são orientados a acertar os movimentos: às vezes é preciso colocar força, outras vezes é necessária técnica e na maioria de vezes, é imprescindível a adição de paixão aos passos executados.

Após um intervalo para um copo d’água, todos voltam para a rotina de repetição de movimentos. Em geral, os “alunos” sabem os passos a serem feitos, falta ainda a melhor execução e uma maior naturalidade. Mas isso se adquire com o tempo e com muito treino. Para que isso, os iniciantes de agora têm de dar prosseguimento às lições aprendidas nestas aulas.

Não apenas o hip hop tem espaço. Estilos musicais como o house e o reggae têm o seu lugar durante a oficina que tem uma aura de aula de teatro mesmo. As instruções se assemelham. Na ocorrência do erro (que é natural, não nos esqueçamos de que são aspirantes na dança), ele deve ser ignorado para que não comprometa todo o resto da atuação. A dança nada mais é do que uma encenação na qual, mais importante que a técnica, é fundamental a entrega dos personagens no sentido de expressar o seu estado de espírito e transportá-lo para a plateia. 

P.S: Quem quiser saber mais sobre o grupo de dança de Gabriel Bila, o Wazimu!, pode acessar o site wazimundo.blogspot.com.br

Leia mais...

Cinóia: Vou Rifar Meu Coração

Fotos por Bruno Barreto

O cinema ganha as ruas no projeto "Cinóia"; na sessão de ontem projetando em baixo do Pontilhão da Rua Treze de Maio, o filme "Vou Rifar Meu Coração", de Ana Rieper.

Leia mais...

Cerrado bauruense e desenvolvimento sustentável foram temas de debate

30 de agosto de 2012
1
Por Thatianna e Oliveira
Fotos por Laura Luz


Nesta quarta-feira (29), ocorreu um debate sobre a preservação do cerrado de Bauru e o crescimento da cidade. Desde a aprovação da Lei do Cerrado, em 2009, surgiu uma polêmica entre os empresários e os ambientalistas bauruenses. A discussão gira em torno de áreas de preservação que atrapalham a expansão urbana e industrial da cidade. Em uma sala do SENAC, com pouco mais de vinte pessoas foram discutidos temas imprescindíveis para o futuro de Bauru.

Os convidados para a discussão do tema foram Kláudio Cóffani Nunes e Amilton Max Pereira , seguindo essa ordem de discurso. O estudante de Engenharia Ambiental, Leonardo Magnin, intermediou os debatedores e as perguntas do público. Kláudio Cóffani é advogado, geólogo e consultor em sustentabilidade empresarial e começou sua apresentação com mapas e definições de cerrado e de Bauru. 

Kláudio criticou as universidades, dizendo que não há uma academia verde. Os engenheiros ambientalistas, os economistas, os agronomos, todos são formados com visões voltadas para a economia. Defendeu a importância da conscientização social e debates como o de hoje. Disse que Legislação (regulamentação) e pressão social são fundamentais para a preservação do meio ambiente. Brincou com os espectadores, principalmente com a estudante Isis Rangel. “Você tem 19 anos? Tem carinha de 15.” E mais tarde, ao fazer uma metáfora da duração do ambiente com a duração do amor, brincou mais uma vez com a estudante de Jornalismo “essa foto é para você que tem cara de 15 anos.” Isis riu. 

Entre brincadeiras e casos pessoais, Cóffani contou que antes de existir uma Lei de Proteção ao Cerrado, ambientalistas chegaram a fotografar lobos empalhados em áreas de cerrado para alegar que o local possuía animais em extinção para evitar sua degradação. Essas artimanhas não são usadas somente em prol do meio ambiente. Muitos construtores se baseam em brechas contitucionais ou utilizam de documentos falsos para conseguirem construir em terrenos resguardados. Há ainda casos de proprietários que mandavam cortar os arbustos característicos do cerrado para que a área não fosse reconhecida e não fosse preservada. 

Isso sugere uma questão ainda mais complexa: o caso da vigilância. Não há um controle sobre as áreas de florestas. Ao ser interregado sobre quem seria responsável por esse controle sobre as áreas preservadas, Kláudio responde “A fiscalização acontece por parte do cidadão e dos orgãos ambientalistas. A Polícia Ambiental e a CETESB farão a autuação.” Restam apenas 7% do cerrado no território nacional, sendo que dos 14% presentes em São Paulo, hoje, só existem 0,84%. Dessa pequena porcentagem que soma 211 mil hectares, apenas 17,195 são protegidos. 

Outro ponto que impede a expansão industrial na cidade é que Bauru está sobre os Aquiferos Bauru e Guarani. Não pode haver desmatamento em áreas de recargas de aquíferos, a não ser que sejam obras de utilidade pública, como escolas e hospitais. É importante lembrar que a Lei do Cerrado só atinge áreas remanescentes de vegetação e que, a partir do momento que uma área passa a ser uma APA (Área de Preservacao Ambiental), nenhum tipo de degradação muda sua condição. Ou seja, queimadas propositais ou invasões fingidas não devolvem aos proprietários o direito de fazer o que bem entenderem com essas terras.


Amilton Max Pereira , presidente da ONG SOS Cerrado, veio depois. Com um discurso breve e pessoal, falou sobre a preocupação da SOS Cerrado em recuperar a vegetação cerradeira. Perguntei qual seria a solução para esse impasse de Bauru, ele opinou: “Existem áreas próprias para a indústria. Tem alí o Distrito Industrial IV, perto do Mary Dota. Nessa área é permitida a construção de indústrias.” Cóffani ressalvou que no perímetro rural há áreas não preservadas, onde a implantação de indústrias também seria possível. 

Ao ser interrogado sobre em quem votaria para prefeito , Amilton se manteve imparcial e disse que a SOS Cerrado não era partidária. Já Kláudio declarou sua escolha “Voto no (Clodoaldo) Gazzeta ou no Rodrigo (Agostinho), convivi com os dois no Vidagua.” 

Pelo pouco tempo que restou para perguntas e questionamentos, após termos nos alongado até perto das 22:00, o debate foi encerrado. Com muitas palavras de Kláudio Cóffani e poucas palavras de Amilton Max Pereira, saímos com um bom panorama sobre as questões ambientais que cercam Bauru. Se fosse possível atrelar interesses econômicos, questões sociais e preservação ambiental, alcançaríamos o desenvolvimento sustentável. Agora é prestar atenção nas propostas políticas, cobrar os eleitos e lutar pela sustentabilidade. 

Leia mais...

Falta de Luz no Sesc, será que é o disjuntor?

Por Aline Ramos

Fotos por Jessica Mobílio



Todo mundo com a mão pro alto, vamos lá. O show já começou e o hit “Andei” pegou de surpresa quem ainda andava em direção ao Sesc. A Área de Convivência estava vazia quando Lurdez da Luz cantou a única música que era unanimidade no repertório dos presentes. 


Lurdez, ou Luana, como a batizou sua mãe, tentava de todo modo mostrar sua Luz pra um público estático e distante (literalmente). O clima intimista que as poltronas do Sesc trazem para algumas apresentações, certamente não era o ideal para um show de rap. Lurdez tentou animar, chamar a galera pra levantar com a nova música “Levante”. Mas mesmo assim, a distância imposta pelas poltronas fez com que ainda nos mantivéssemos por longe. Eram cinco metros só, mas o suficiente para mostrar que esperamos muito de Lurdez da Luz, e as condições não ajudaram a superar as expectativas. Pra não ser injusta, fica a dúvida se era Lurdez, o público ou clima careta do Sesc. Aposto no ambiente do Sesc, mas cada um responda por si. 

Até porque Bauru anda num caso de amor com o Hip Hop. São grafiteiros, B Boys, e rappers de qualidade que tem se unido e conquistado cada vez mais a cidade. A apresentação era encerramento do 18º Fórum de Hip Hop do Interior Paulista. Um show de encerramento com Lurdez da Luz parecia ser uma ideia fantástica. 

Até que o microfone foi aberto, e Coruja BC1 subiu ao palco. Mandou suas rimas no freestyle. Não tem como negar que esse foi o ápice do show. Perdoe-nos Luz, mas Bauru é mãe coruja, preferiu um dos seus. 

Alguns arriscaram uns passos e agitaram o público. Afinal, tinha muito talento no mesmo lugar. Pedimos algumas músicas, Lurdez negou, disse que não estava no repertório do show daquele dia. O 1º álbum que todos nós sabíamos, foi pouco lembrado. A luz de Lurdez será lembrada um pouco ofuscada. Será que algum técnico pode resolver? 

Leia mais...

É na batida do rap

Por João Paulo Monteiro
Fotos por Julia Gosttschalk e Conrado Dacax

Cada vez mais forte, o rap bauruense tem nos nomes de Dom Black e Coruja BC1 representantes de peso do movimento. Porém, parte do sucesso da música deles, coloca na conta de Felipe Canela, o produtor musical da Zika Zuka Produzsons.

Por Julia Gottschalk.


E ontem teve oficina de beatmaker do cara lá no Acesso Hip Hop, na verdade a segunda parte, já que na terça rolou a primeira. Cheguei ao Ponto de Cultura uns 15 minutos antes de começar, e três jovens já acompanhavam atentos às batidas que Felipe ia produzindo aleatoriamente no PC. 

Logo a pequena sala do Acesso estava cheia de jovens querendo aprender a fazer as batidas, além de alguns curiosos. 

Por Conrado Dacax.
Confesso que não entendi muita coisa, sou leigo no assunto, mas fiquei de olho e vi o programa que ele tava usando pra fazer as mixagens, chama Fruit Loops. Dei uma rápida pesquisada na internet e o software Fruit Loops 10 XXL, uma versão estendida do estúdio virtual com plugins voltados para o Hip Hop, sai nos sites gringos por nada menos que $399... isso mesmo, em dólares. Já a versão completa, com todos os plugins, sai por $934.85. 

Bom, existem alternativas piratas, mas isso não vem ao caso agora. Continuando com a oficina. 

Usando um antigo soul de Billy Paul como base, Felipe foi fazendo marcações, criando palhetas, mexendo nos equalizadores, aplicando efeitos e a batida foi saindo. Tudo isso sob o olhar atento dos presentes, que fizeram perguntas e tiraram dúvidas, tornando a oficina num bate-papo bem dinâmico. 

Vale lembrar que a Mariana Cerigatto, repórter de Cultura do JC, estava lá e trocou uma ideia com o pessoal e prometeu se esforçar para dar visibilidade para as mais diversas manifestações culturais da cidade. A tão criticada mídia parece que vai se livrando de preconceitos, parece. 

É claro que somente dois dias de oficina são muito pouco para saber mexer no programa. A dica de Felipe é simples, fuçar sem medo. Abra o programa, teste, edite, faça mixagens e vá montando seu beat que uma hora você acerta. É chato no começo, ele confessa, porque tudo é bem difícil, mas tem que persistir.

Por Julia Gottschalk


E, quem se interessou no assunto e quer aprender mais sobre a arte de criar as batidas, o Ponto de Cultura está com as portas abertas. Segundo Felipe, “é tudo nosso, todo mundo tem que se unir. A gente tem que passar o conhecimento pra frente e fortalecer o rolê”. 

O Ponto de Cultura Acesso Hip Hop fica na rua Maria José, 5-66. Aparece lá e troca uma ideia com os caras!

Leia mais...

Cultivando abelhas Jataí

29 de agosto de 2012
0



Por Eduardo Henrique
Fotos:  André Baldivia Segal  



André Gobatto apresentou da teoria à prática o cultivo de abelhas Jataí. O público da oficina assiste à apresentação sob múltiplos olhares e representantes de diferentes idades. Nem o clima quente impediu a troca de experiências na garagem da sede do Enxame Coletivo!

O diálogo entre o estudante de Biologia e o público mostrou como o conhecimento se mostra útil na vida cotidiana. A curiosidade aparece a cada imagem apresentada na oficina, ao mostrar como é a vida das abelhas Jataí, como se organiza o depósito do mel, a montagem de ninhos com caixas tetra pak e caixas de fósforos, assim como atraí-las e a se defender de inimigos naturais. E com estes vários aspectos o conhecimento sobre as abelhas se consolidava visivelmente sob o público.

E depois de conhecer as abelhas Jataí, hora de colocar a mão na massa! Coletivamente, as pessoas envolvidas manejavam os instrumentos e continuavam a troca de experiências entre as diferentes idades. "Fiquei sabendo da atividade e vim para conhecer mais sobre o cultivo de abelhas, já que tenho um enxame em casa. Foi ótimo!", relata Dona Lúcia. Pegar a “cabaça”, manusear o serrote e ouvir as orientações e experiências caminhavam em conjunto.

O tom de satisfação apareceu claramente após a oficina. Dona Lúcia aprendeu mais e também trocou idéia com a galera que estava na oficina, mostrando o que conhece de enxames, além das experimentações com o mel. André Gobatto e todos que participaram também mostraram, a partir da oficina, que a abertura de um espaço e a formação do coletivo pode contribuir para a aprendizagem e para o diálogo de pessoas com as mais diversas experiências. E assim se consolida cada vez mais a idéia do Festival Canja!





Leia mais...

Às margens do Xingú no Canja




Texto por Fernanda Boralli
Fotos por Barbara Toscano e Marcelo Cabala

O segundo dia de Festival chegou com um gosto à mais lá na sede do Enxame Coletivo no último dia 28 de agosto. O documentário Às margens do Xingu: vozes não consideradas, estava marcado para ser exibido as 19:00 horas daquela noite, logo após o bate papo sobre cultura local. Um pouco antes da exibição era impossível não notar a movimentação na casa. O clima estava épico, pessoas por todos os lugares, as que estavam encarregadas da cobertura correndo de um lado para o outro e da sala eu podia ouvir o bate-papo chegando ao fim. Era hora de correr para o fundo do Enxame para não perder o começo do documentário. 

Exato, Às margens do Xingú seria exibido na garagem da sede. E não era uma garagem normal a qual estamos acostumados, o ambiente era outro. A arte do grafite nas paredes, almofadas, pufs e sofás espalhados por todo o cômodo e discos de vinis pendurado pelo teto deram o toque final no que, em alguns minutos, se transformaria numa sala de cinema. O começo foi anunciado e todos entraram pela porta para se acomodarem em um dos vários lugares vagos. 

Artur Faleiros, gestor de planejamento e diretor executivo do Festival fez um breve resumo apresentando o documentário e avisando aos interessados que no final rolaria um debate sobre o filme com o pessoal do Instituto Ambiental Vidagua. E assim, começou a exibição.

Mas do que apenas um depoimento, as histórias relatadas ali, são importantes para que o resto da sociedade brasileira tenha ao menos um pouco de conhecimento sobre a realidade das famílias que vivem às margens do rio Xingú e como elas foram obrigadas a lidar com a construção da Usina de Belo Monte, no estado do Pará.

A filmagem traz uma crítica sobre o desenvolvimento das tecnologias que vêm acontecendo por todo o país e a consequência desse projeto no convívio local. A história de Belo Monte já deu muito o que falar e até hoje é considerado um assunto polêmico mesmo que essa história já esteja em pauta a mais de 20 anos. 

O documentário dirigido por Damià Puig com produção de Rafael Salazar, foi exibido ano passado no Festival de Paulina, e não bastante, vencedor na categoria "Melhor Documentário pelo Júri Popular". Acima de qualquer veiculação o trabalho foi construído e produzido para a exibição principalmente em festivais de cinemas independentes.








Logo após a subida dos créditos Renata Takahashi e Leandro Cruz, membros do Instituto Vidagua, começaram o debate ao levantar a questão sobre a energia que será produzida pela Hidrelétrica. 

A discussão rendeu por um bom tempo, pautando questões especificas sobre o tema. E assim, chegou ao final mais uma noite movimentada na sede do Enxame Coletivo. Às margens do Rio Xingú traz um pedacinho do nosso Brasil e se você não esteve lá para assistir, vale a pena procurar, juntar a galera e assistir essa história que acontece bem no coração do Pará.


Leia mais...

#Pós-TV debate o cenário cultural local

Por Nathani Zanetti Massola
Fotos por Caroline Vilanova



No segundo dia de Festival Canja, na Sede do Enxame Coletivo aconteceu o debate entre organizadores do festival e artistas independentes de Bauru. O bate papo abordou temas que englobam o cenário cultural da cidade, movimentos musicais como o Hip Hop e o Rap, as motivações e obstáculos que o artista independente possui, e os caminhos que um bom trabalho em equipe e a amizade podem trilhar na ascensão do artista.

Bauru é uma cidade com movimentação cultural grande, cheia de artistas independentes de qualidade e originalidade. No debate estavam presentes D’Bronx, Dom Black, JF, Gabriel Bila, MC Valente, Leopoldo, Felipe Canela, Danilo Lordelo, Jade Suhaila, e os organizadores do festival e articuladores culturais Magu, Lucas Grilli e Ike. Para estes atores da cena cultural bauruense, o verdadeiro artista independente procura muito mais do que o sucesso financeiro, a real busca deles é o crescimento pessoal. A troca de ideias e experiências, o trabalho em equipe, as novas amizades e parcerias são o que dão valor ao seu trabalho.

Um dos temas abordados pelos participantes foi a autonomia do artista. O artista independente não é literalmente autônomo, ele sempre precisará da ajuda de alguém, seja de produtores musicais ou apoio da prefeitura. O que lhe dá a característica de independência é que ele é o gestor de seu próprio negócio, ou seja, ele é responsável pelo primeiro passo e pelo planejamento de sua carreira. Porém, independente ou não, tanto na dança quanto na música ou nas artes, o reconhecimento do trabalho destes profissionais não “cai do céu”, o artista independente precisa pular obstáculos, correr atrás de novas oportunidades e exibir seu trabalho sempre que possível, procurando gerar maior visibilidade e contato com novos públicos.

Outro tema que é muito abordado pelos artistas do hip hop underground bauruense são os novos meios de divulgar seu trabalho, estabelecer conexões entre diferentes cidades e diferentes públicos, e também oferecer produto de maior qualidade. Os festivais de música independente são um ótimo meio de disponibilizar o trabalho destes artistas livremente, pois é através da conexão entre os festivais de diferentes cidades que é possível enxergar cenários produtivos e potencialmente aptos para receber artistas de outras localidades. É também através da ligação entre diferentes festivais e cidades que o artista consegue captar a troca de tecnologias e experiências, criar novas oportunidades e fazer parcerias. Já em questão de qualidade, o artista independente precisa de ajuda financeira para otimizar seu trabalho, mas essa não é a sua maior preocupação ou o seu objetivo. Seu objetivo é levar um trabalho legal para o público, agregar valor a ele através da troca de experiências e parcerias atingindo assim um nível de qualidade maior.

E o trabalho do artista independente vai muito além do talento, é uma conexão de parceria, amizade, conhecimento e cultura. Por detrás de cada show existem colaboradores, produtores, companheiros e admiradores que edificam a cadeia produtiva daquele artista e dão base à realização de seus projetos. O debate se encerrou na sede do Enxame Coletivo na noite de terça-feira, 28, mas ainda pode ser assistido link, e para qualquer outra informação é só acessar o site.

Leia mais...

Em cada dança, uma troca

por Giovanna Diniz
Fotos por Laís Semis

Uma casa antiga no centro. Ninguém diria que ali estava acontecendo uma oficina de dança. Nenhuma fachada, se não tivesse pesquisado nem saberia que aquela casa era um centro cultural. Longe do eixo Sesc – Teatro Municipal, lugares mais comuns para quem busca cultura, me surpreendi ao descobrir a história da casa. Inaugurada em junho de 2011, a casa já havia abrigado três gerações. Desde a avó, Celina Neves, passando pelo filho Paulo, nome importante do teatro e chegando hoje no neto, Thiago, que ajuda na coordenação dos eventos do centro. 

Isso me fez pensar como lá havia diferentes narrativas. Em um lugar voltado às artes e à consciência das pessoas, compartilhar é preciso. Como na própria oficina de dança. Os alunos ali presentes tinham tanta diversidade, e mesmo na hora de aprender uma coreografia de dança, era bonito ver como cada um imprimia seu estilo pessoal a cada passo. O professor, Bila, que já trabalhou com várias vertentes da dança urbana, mostrava que estava aberto às dificuldades dos alunos. Mesmo porque, dentro da sala era possível ver que as dificuldades surgiam exatamente pelo fato de todos terem vivências tão distintas. A aula abrangia a temática de consciência corporal, mostrando a importância de cada movimento e de sua execução para o estilo da dança. Bila mostrou o exemplo do hip hop, estilo que se importa mais com a postura, atitude e energia do dançarino, não com coreografias arduamente ensaiadas. 



A própria temática da aula se relacionava com a liberdade. A consciência corporal trazia o conhecimento necessário para a criação dos próprios movimentos. Na hora que o professor colocou uma música “batidão” pude perceber o quanto isso influenciava na movimentação de dos presentes na oficina. Apesar de estarem imitando os movimentos de Bila, a música gerava em cada um deles um tipo de dança diferente. A troca de experiências entre professor, ambiente e música virou o gerador dos passos que foram aprendidos e quem sabe, futuramente usados.

E foi aí que eu percebi que ali, toda experiência individual juntava com o momento presente e contribuía para formar algo novo. Por isso mesmo, o professor Bila, ao estar compartilhando seu conhecimento na dança e juntando com as experiências individuais de cada um, contribuía para a criação da dança, mas de um jeito mais colaborativo. Em tudo isso se inseria o nome do grupo formado por Bila, o WaziMu!, palavra do dialeto africano Swahili para loucura. Ou seja, com o significado de contestar as ideias “normais” da sociedade, traduzindo para a oficina do dia: muito mais do que arte, expressão e criação de ideias criativas.


Confira a cobertura fotográfica completa clicando aqui.
Leia mais...

A arte de fabricar beats: imprimindo as sensações

Felipe Canela – Zica Zuka inicia a oficina de beatmaker

Texto: Eduardo Henrique 
Fotos: Julia Gottschalk

Na tarde nublada de terça-feira, Felipe Canela comanda a oficina de beatmaker no Ponto de Cultura - Acesso Hip Hop. O espaço parece ficar pequeno para tantas pessoas engajadas em aprender e aprimorar as técnicas de como fazer um beat (mas tudo indica que não existe tempo ruim nem espaço pequeno para o Hip Hop!). O MC começa a explicar alguns macetes para trabalhar com bateria. A rapaziada inicia e permanece atenta até o final de cada dica. Os olhos atentos aos detalhes na tela do computador, aos efeitos e às batidas que ecoam a cada nota que emerge do teclado. Cada nota experimentada parece prender mais ainda a atenção e o resultado são beats que fazem os pés baterem no chão no ritmo que os produzem.
Da bateria aos samples, Felipe, que diz ter aprendido com grande esforço a arte de fabricar beats, do simples ao complexo, compartilha dos truques, macetes e ferramentas que vai trabalhando junto com os participantes da oficina. Já declarado anteriormente em entrevista à repórter da TV Unesp, o MC mostra na prática que o Hip Hop tem seu espaço e devido crescimento no cenário nacional. Os personagens que estão ali demonstram claramente isso.


De início tínhamos um espaço tímido, sem troca de idéias, apesar dos olhares atentos. Mas o cenário vai mudando quando Felipe começa a trabalhar com samples. Imprime no ambiente alguns segundos de bossa-nova e parece soar vozes, troca de idéias, algumas risadas. A rapaziada interage, tira dúvidas, engaja-se cada vez mais. Com alguns minutos adiante, não foi diferente com o sample editado, ecoando sobre o pequeno espaço que abrigava os olhares atentos (cada novidade tinha como conseqüência um olhar cada vez mais satisfeito e até impressionados!). E a primeira parte da oficina termina com sinal de objetivo cumprido! Troca de experiências, com música e apropriação cultural. E tudo indicando que o Canja só ta aquecendo e reforçando que o Festival é um espaço oportuno pra troca de idéias, pra abertura para a cena local e mostrar os múltiplos olhares sobre as múltiplas formas de fazer arte. E continuamos seguindo!
Leia mais...

Reutilizar é o que há!

Por Pâmela Pinheiro Antunes 
Fotos por Thaís Farias




Em uma tarde nublada, com música de qualidade e um clima muito agradável, aconteceu a oficina de Montagem de sinalização alternativa na Sede do Enxame Coletivo. Ela foi realizada pelo grupo AGR (Ação Gestão e Responsabilidade) e fez parte da programação do dia 28 do Festival Canja. 

Estavam presentes os membros do AGR, grupo realizador do Canja ao lado do Enxame, Erica, Mayra, Stella, Matheus, Mariana e algumas pessoas que foram participar além dos moradores da sede. Em conversa com Mariana disse “a gente não comprou nada só reutilizou mesmo, porque é bem o ideal de sustentabilidade do Festival e o nosso grupo também tem haver com isso”. Com materiais totalmente reutilizados e muita criatividade as placas iam sendo produzidas. E falando de materiais foi o que não faltou; tinham cartolina colorida, giz de cera, fitas, revistas, entres outros em que a imaginação rolou solta. 

Os participantes sempre trocando ideias, dando sugestões uns ao outros de qual material iria ficar melhor para visualização... a oficina que foi muito produtiva. Com um resultado final lindíssimo. 

Para conferir o fruto dessa oficina é só comparecer no Canja no Parque que será realizado nos dias 01 e 02 de setembro no Vitória Regia e procurar as placas de informações e identificações espalhadas pelo local!



Leia mais...

3 x Canja.

28 de agosto de 2012
0














Texto por Aline Antunes
Fotos por Fernanda Luz




Dia 27 de agosto. Canja 2012 dá seu ponta pé inicial. Segunda-feira, ninguém disse que seria fácil.

O dia que foi todo cronometrado reservava uma noite de ouro. Uma noite de Ouro Verde. E foi aí que aconteceu a segunda atividade do Canja 2012. Logo após a abertura do Festival com o #PosTV na Sede do Enxame Coletivo, montamos numa van e migramos para o Cine ao ar livre.

Com a cabeça e as pernas já cansadas de um dia inteiro, o caminho pareceu longo e um pouco tímido. Tímido da minha parte, mas não por muito tempo.

Chegamos ao Ouro Verde 100% Arte. Muito para conhecer, muitas, muitas crianças para conversar, dar atenção, observar... Muitas crianças falando!

Mas, uma coisa foi maior que o falatório que estava por lá... A bateria. A bateria e um baixinho se arriscando no surdo. Arriscando não, comandando! Queria eu arriscar uns compassos, mas preferi guardar essa vergonha para outro dia (arrependimento chegou e ficou).

O batuque ajudou a reunir o público, parece até um combinado - quando a bateria tocar é só chegar!

O projeto Ouro Verde 100% Arte existe há 10 anos, e há dois conta com a parceria do Enxame Coletivo para a realização do Cine Ouro Verde. E como todas as segundas-feiras o Cine rolou, e rolou legal. Hoje a programação integrava o Festival Canja, e com todo o pique colaborativo a sala de cinema se fez na calçada, mesas e cadeiras carregadas em equipe. Filme: 5x Favela.
E por trás do filme? Digo, e na frente do telão, o que rolava?

Na espera pela pipoca e pela exibição, eu papeava com a criançada que estava por ali, tentando filmas uns e outros, me amigando, lançando um papo sobre futebol (sempre funciona), e ganhando a confiança. Meia dúzia de Neymar, alguns pituquinhos São Paulinos que saiam de chapéu de uma festa de aniversário. Uns Corintianos malandros, outros tímidos, alguns falantes, falantes demais. “Tia, posso pegar um?” “Tia, quem fez esse desenho?”

A sessão aconteceu, a pipoca rolou solta, o suco refrescou o calor (e colaborou com a pipoca levemente salgada DEMAIS), nos conhecemos, trocamos experiências. Falamos de futebol, de participação, colaboração, escola, educação física, “Quantos anos você tem?”, estudos, bicicleta sem rodinha, Corinthians (!) e tantas outras coisas.




Acaba o filme e pelo chão temos pipoca, copinhos, cadeiras, garotada correndo. E sem nenhum passe de mágica a bagunça some rapidinho. Os mais velhos se levantam e começam a limpeza, juntam os copos, varrem as pipocas, carregam cadeiras e em poucos minutos tudo se encontra devidamente em seu lugar. Limpeza colaborativa!


E por fim, está tarde! Criançada precisa voltar para a casa, e os que ficam disputam loucamente um lugar na van e um passeio pela cidade.

Voltamos na carona da van, e junto está a garotada que não para de falar. “Vaca amarela é coisa de criança!” 

A Segunda-feira acaba! Ninguém disse que seria fácil, mas alguém havia dito que valeria a pena... VALEU!






Leia mais...

A abertura do Festival Canja e o debate dos gestores



Texto por Fernanda Boralli
Foto por Camila Lourenço

A abertura do Festival Canja teve um começo bem agitado na sede do Enxame Coletivo com um debate entre os Gestores dos Coletivos paulistas: Laís Semis, Artur Faleiros, Gabriel Ruiz, Leonardo Magnin e Fábio Luppi.

O bate papo trouxe logo de início uma explicação geral sobre o histórico do Festival que acontece anualmente desde 2010 e conta com rico repertório, trazendo para a população de Bauru e região um estímulo cultural com diversas atrações, sendo a maioria delas gratuitas. Na edição desse ano, os idealizadores buscam um maior público, cerca de 7 mil pessoas que poderão comparecer em  15 espaços diferentes em toda a cidade .

Artur Faleiros, gestor de planejamento e diretor executivo do Festival Canja foi o primeiro a falar e já de início lembrou que essa semana começa cheia de planos, sendo que, pessoas que estarão participando direta ou indiretamente do Festival terão a liberdade de descobrir e acompanhar o que mais lhe interessar. E opções não faltam, ainda segundo Artur, esse ano a demanda de atividades está bem maior, cerca de 70 horas de sustentabilidade, artes integradas, música, artes cênicas, oficinas, palestras e atividades culturais.

É importante lembrar que o Canja não é um Festival isolado que só acontece na cidade de Bauru, mas sim parte de um grupo do circuito paulista de festivais, tendo cerca de outros 20 acontecendo no estado.

Gabriel Ruiz, gestor regional do CPFI (Circuito Paulista de Festivais Independentes) já está no seu terceiro ano como participante do Canja e comentou sobre o setor musical e a proporção que o evento tomou devido a divulgação da internet.

Em certo momento, Gabriel dialogou sobre o dificuldade que as novas bandas tinham quando estavam no começo da carreira e que com a ajuda do Canja deu-se pra notar um ótimo desenvolvimento nessa área do mercado de trabalho. Sempre atraindo mais públicos, maior interesse das mídias locais e um cenário cada vez mais em crescimento.

Já para Laís Semis, gestora da equipe colaborativa (e-Colab), este ano o Festival conta com a ajuda não apenas de jornalistas formados e comunicadores em geral, mas também participantes que ainda não concluíram os estudos ou de outras áreas acadêmicas, como psicologia, fonoaudiologia, estudante de gestão ambiental, designers, pessoas envolvidas com direção de arte, produtora cultural, médicos, entre outros. O que motiva ainda mais é a abrangência de um interesse coletivo que ultrapassa os padrões limitados de um Festival comum, onde um dos principais objetivos é dar uma visualização igualada para todos os artistas, sejam eles conhecidos ou não.


Leonardo Magnin, gestor do Coletivo de Piracema em Piracicaba e Fábio Luppi, gestor do Timbre Coletivo de São José do Rio Preto, possuem a mesma opinião quando o tema da discussão retratou a divulgação  da cultura regional e as pautas que o Canja irá debater que são interessantes para os bauruenses. Para eles, essa participação nas atividades em Bauru são antes de tudo uma grande experiência para que ambos possam ter novas ideias para atividades parecidas em suas respectivas cidades.

O 3º Festival Canja acontece entre os dias 27 de agosto à 02 de setembro com encontros, mesas, discussões, atividades culturais, shows e oficinas ambientais. Para acompanhar a programação e o endereço dos locais onde acontecerão as atividades visite o site do Festival e fique por dentro do que rola de mais legal no setor cultural de Bauru.



Leia mais...

Mídia x mídia: é para ficar esperto

27 de agosto de 2012
0
Por Renan Simão
Fotos  por Laís Semis

Neste último sábado foi realizado o 18º Fórum de Hip Hop do Inteior Paulista, espaço de debates, oficinas e discussão sobre o movimento Hip Hop entre representantes de cidades da região. De cunho estritamente de articulação, o evento teve o objetivo de estimular agentes culturais a repensarem as ações do movimento. E fui lá cobrir texto pelo e-Colab e vídeo pela equipe do Programa Atalho da Unesp.

Mas, além das inúmeras trocas de experiências que o fórum fomentou, gostaria de relatar uma situação emblemática que a equipe do Atalho presenciou no início de atividades do Fórum, fato esse que pode, creio, ilustrar novos desafios para o Hip Hop, tendo em vista seu notável crescimento.



Vamos à história.

Chegamos ao Automóvel Clube de Bauru e fomos falar com o Renato Magú, um dos responsáveis pela organização do fórum. Muito atencioso, deu as coordenadas para que o trabalho da equipe fluísse bem, mostrou todo o ambiente, ofereceu marmita (!) e disse que a equipe de mídia do Fórum (subsidiada pelo Instituto Acesso Popular Hip Hop) tinha um espaço para entrevistas e filmagens e que nós poderíamos usar os espaço. Pô, demais, os caras foram muito gente fina.

Entramos na sala. Magú tirou algumas mochilas do caminho e fomos entrando quietos. Salvo alguns “opas” meus para a rapaziada, não cumprimentamos formalmente o pessoal que estava trabalhando ali. Falha nossa, é claro. 

Estávamos arrumando nossos equipamentos e fomos interrompidos por um discurso proferido diretamente a gente. Mais que um puxão de orelha, foi um esporro mesmo.

Murfy, agente cultural do movimento Hip Hop em Araraquara, perguntou o que estudávamos. Respondemos: jornalismo e rádio e TV. A partir daí começou a dissertar sobre o papel da grande mídia na cobertura do Hip Hop, dizendo que sempre mostra as ações de forma distanciada, sem se integrar ao movimento, aproveitando-se da situação para fazer uma matéria e ir embora. (O que, na maioria das vezes, é verdade). Disse num tom empostado, deixando bem claro que estávamos num espaço deles, e que entramos lá sem “cumprimentar ninguém, sem trocar ideia com ninguém”.

Não sabíamos onde enfiar a cara. É claro que ele estava certo. Nossa atitude, apesar de passar longe da arrogância (foi mais timidez mesmo), foi no mínimo, não educada. Principalmente num espaço que não era nosso, e que foi gentilmente compartilhado com nossa equipe.

Mas é aí, na relação da mídia do movimento com a mídia de fora (não necessariamente “grande”) que reside a questão emblemática. O movimento Hip Hop cresce cada vez mais em seus mais variados aspectos (artístico, social e midiático) e expande-se de dentro para fora. Criando cultura, renda e mídia próprias. Aspectos esses historicamente negligenciados pela grande mídia que tratou (e trata) o Hip Hop como cultura marginal quando é, na verdade, de massa e diversa. E dentro desse crescimento, principalmente da mídia-independente, é que o movimento tem que, cada vez mais, que se relacionar com gente de fora (nós da situação acima, por exemplo) querendo falar ainda mais sobre Hip Hop.

E no nosso caso, é claro que não queremos mostrar as questões do Hip Hop como exóticas ou menores como rotineiramente são cobertas. Queremos mostrar como essas pluralidades culturais do rap, do break, do grafite, da discotecagem, das gírias, de estilo e de suas próprias organizações sociais funcionam e se alastram por toda a sociedade brasileira criando identidades variadas.

Nós não estávamos certos em não cumprimentá-los formalmente, óbvio. O Murfy também não deveria soltar um discurso de “apropriação do Hip Hop pela grande mídia” sem conhecer a gente e o nosso trabalho. 

Mas na verdade, ele mostrou que é preciso mesmo ficar esperto. Ficar esperto, ressabiado, sempre estar atento a tudo. E isso vale para qualquer manifestação menor ou mesmo uma cultura inteira como a do Hip Hop que tem de cada vez mais conversar com muito mais gente, fazer mais mídia, e vivenciar essa relação entre a mídia local-independente com as mídias externas.

É ficar esperto para os grandes não tomarem o lugar que a mídia local conquistou e também ficar esperto para saber que as diferenças entre as mídias não necessariamente geram oposição, mas criatividade em novos trabalhos.

Ah, e depois o Murfy cumprimentou a gente (haha) e o trabalho fluiu bem demais. Agradecemos  a todos que participaram da organização do Fórum!


Leia mais...

FH2I volta onde tudo começou

24 de agosto de 2012
0
Por Jaderson Souza


Em 2002 era realizado na cidade de Bauru o 1° Fórum de Hip Hop do Interior Paulista (FH2I). Concebido para ser um espaço democrático de reflexão e debate de ideias, o Fórum serve também como um encontro entre ativistas e admiradores do Movimento. Dez anos e 17 edições depois, o evento volta à cidade acumulando os feitos alcançados por esta troca de experiências.

16ª edição realizada em Limeira. Foto por Fernando Tosko.
A 18ª edição do Fórum rola neste final de semana. Amanhã serão realizadas mesas de discussão que começam a partir do meio-dia no Automóvel Clube. Entre os temas do debate estão a economia solidária e criativa, o planejamento e desenvolvimento de projetos culturais e a exposição de ações das cidades da região com o intuito de haver uma troca de ideias entre os participantes do FH2I. 

Ainda no sábado, rola no Sesc Bauru a partir das 13 horas o Momento “Maninhos”, uma série de atividades que incluem gincanas, oficina de malabares e saraus. As atividades são voltadas para crianças de 5 a 12 anos e tem a intenção de atrair os pequenos para as manifestações culturais do Hip Hop. À noite acontece no Alecrim Bar o “Microfone Aberto”, atividade na qual qualquer pessoa pode subir no palco e mandar a sua rima. 

Lurdez da Luz. Divulgação.
Das 9 até as 12 horas de domingo estão previstas muitas atividades na Oficina Cultural Glauco Pinto de Moraes. Produção de Projetos, Redes Sociais e Mídias Espontâneas e Gestão de Carreira são os temas das três oficinas que serão realizadas no local. Uma quarta oficina, sobre criação de batidas de hip hop acontecerá no Ponto de Cultura Acesso Hip Hop que recebe também mais algumas atividades do Momento “Maninhos”: roda de conversa sobre hip hop e sexualidade e o encerramento das atividades com as impressões finais dos maninhos. Em seguida, por volta das 12h30, ocorre a Plenária Final. 

O encerramento do Fórum de Hip Hop do Interior Paulista será no Sesc Bauru com o show da rapper Lurdez da Luz a partir das 16 horas. A cantora lançou em 2010 o seu primeiro trabalho solo – ela é integrante do grupo Mamelo Sound System – de forma independente. Lurdez tem colaborações com artistas como Naná Vasconcelos, Nação Zumbi, DJ Marky, Hurtmold, Mundo Livre S/A, entre outros. No cenário internacional, ela tem parcerias com Afrika Bambaataa, Wax Poetic e Rahzel, ex-integrante do The Roots. Todas as atividades do FH2I são gratuitas. Que o Hip hop se fortaleça mais depois dessa volta às terras bauruenses.


Serviço:

18° Fórum do Hip Hop do Interior Paulista 
25 e 26 de agosto em Bauru (SP) 



Locais: 
Automóvel Clube de Bauru 
Praça Rui Barbosa 1-23, Centro 
Ponto de Cultura Acesso Hip Hop 
Rua Maria José 5-66, Jardim Altinopólis 
Alecrim Bar 
Rua Engenheiro Saint Martin 23-83, Vila Aeroporto 
Oficina Cultural Glauco Pinto de Moraes 
Rua Amazonas 1-41, Vila Carolina 
Sesc Bauru 
Avenida Aureliano Cardia 6-71, Vila Cardia 

Leia mais...