“Vem tomar café!”

22 de agosto de 2012
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                                                                                                                                                                                   Por Luís Morais

Lá pelo mês de abril, no ano passado, ouvi falar de uma tal Cabana Café. Falaram bem, procurei o MySpace dos caras e fui ouvir. Curti. Naqueles repetitivos tempos de orações e penteadeiras, foi como um refresco aos ouvidos.
A experimentalidade logo de cara perceptível não torna um som difícil de se ouvir. Pelo contrário: é como se você já entrasse naquele luau elétrico. E essa fácil inserção se torna o dote principal do Cabana. E o conjunto paulista não é novo por aqui. O e-Colab já cobriu o show deles duas vezes (e você pode conferir aqui e aqui) mas nunca falou exatamente como a banda é, quem faz parte e o que já lançaram. É o que tentarei fazer.


Então, Cabana Café foi formado em 2005 na terra dos urupês, Taubaté. Cinco anos depois partiram para São Paulo e tornaram a capital sua nova casa. Mas viagens pelo interior do Estado são frequentes – como aqui mesmo em Bauru – e em breve irão voltar a ocorrer, com o lançamento do primeiro CD.
Atualmente é formada por 5 membros: Gustavo Athayde, Mario Gascó, Rita Oliva (a única não taubateana – ela é de Jundiaí), Taian Cavalca e Zelino Lanfranchi.
A primeira obra do Cabana foi o EP Jangada Elétrica de 2010. E o começo surf music de “Café Super Mambo” se paradoxa interessantemente com a linda voz de Rita Oliva.
“Tá confortável mas pode ser melhor”, diz a canção.
E aparece um convite para tomar café. Pois então, vamos.



Jogo de Malandro”, “Garoa”, “Cayera” e “Samba Rap Hour” fecham o EP, todas faixas recomendáveis de se ouvir. Versos sinceros e simples (“no Brasil faz tanto frio”), parecidos de uma conversa cotidiana reflexiva, como se fosse entre você e sua mente, apenas. Uma musicalidade que, se não demonstra nenhum virtuosismo exacerbado, traz uma sintonia melhor aos ouvidos.
Que não decai, mas particularmente não me agrada no single lançado no ano seguinte (curiosamente, é a faixa favorita das pessoas com quem conversei). “Le Gato” também é bem construída, porém com um francês que apresenta um ar meio “blasé” da banda, com uma musicalidade exótica e distinta do primeiro EP.
Mais fácil você mesma ouvi-la:


 Em compensação, o single seguinte, “Dos”, em espanhol (com um refrão em português), é linda. Não existe “ar meio blasé” nem nada. É linda. Desde o arranjo da guitarra, o triângulo rolando ao fundo, o refrão cantado em sincronia e sintonia. Uma canção que te faz querer ouvi-la de novo. E de novo.


E é válido lembrar o lado “videomaker” da banda. O site deles traz várias fotos e vídeos de shows e gravações, e com muita qualidade. Vale a pena dar uma conferida (já dá para se perceber no clipe anterior).
Um vídeo que chamo a atenção é o que se segue após esse texto. É o Making Of do novo e primeiro disco deles, Panari. Dia 4 de setembro é a data de conferir esse trabalho, muito esperado por aqueles que já acompanham o Cabana Café.
O trabalho será completo de inéditas, pois nenhum dos singles lançados antes irão entrar no CD. Agora nos resta aguardar o disco e a nova turnê que virá.

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